tag:blogger.com,1999:blog-6613595006425476605.post2201826691815481586..comments2024-03-26T03:53:57.578-07:00Comments on Dos Enxidros (Série II): Sabor MedievalJosé Teodoro Pratahttp://www.blogger.com/profile/15555744299351841818noreply@blogger.comBlogger3125tag:blogger.com,1999:blog-6613595006425476605.post-29770344318630255182013-04-26T14:25:59.308-07:002013-04-26T14:25:59.308-07:00Que belo texto primo.
Lembro-me de andar a apanhar...Que belo texto primo.<br />Lembro-me de andar a apanhar azeitona até à ultima, e quando o tempo estava mais rigoroso até era dificildistinguir as azeitonas das caganitas das cabras...<br />A continuar assim pareceque em breve não ficará uma azeitona nas oliveiras.Margarida Gramunhahttps://www.blogger.com/profile/16171168053932959895noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6613595006425476605.post-68475408532287057932013-04-20T14:23:05.952-07:002013-04-20T14:23:05.952-07:00Lembro-me dessa história do Quim, como se fosse ho...Lembro-me dessa história do Quim, como se fosse hoje. <br />Foi na campanha da azeitona de 75/76 ou 76/77, não sei bem.<br />Eu e o Chico Barroso andávamos a colher para o sr.º João Dias, mas o Quim juntou-se a um grupo que ajustou com a Casa Conde a colheita ao quilo e não ao dia, como nós.<br />Quanto mais colhessem,mais ganhavam, mas se apanhassem muitas oliveiras com pouca ou estivesse chuva ou frio em excesso, como naqueles dias, viam-se negros para colher o suficiente para fazer o salário.<br />Ao Quim morrera-lhe o pai há poucos meses e atirou-se ao que lhe apareceu, pois tinha de fazer pela vida. A falta de hábito teve certamente influência, mas colher de empreitada não dava margem a ir aquecer-se, por solidariedade com os colegas que o não faziam. E o resultado foi o que se viu.<br />Foi há tão pouco tempo e tantos sacrifícios se passavam!<br /><br /> José Teodoro Pratahttps://www.blogger.com/profile/15555744299351841818noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6613595006425476605.post-15137929870413933112013-04-19T13:49:31.096-07:002013-04-19T13:49:31.096-07:00Não sei se foi propositado ou não, mas acho este t...Não sei se foi propositado ou não, mas acho este texto do José Barroso uma homenagem ao valiosíssimo património da nossa terra.Trata-se de uma bela descrição da natureza quase medieval da vida da nossa gente, que é também a de tantos de nós, em pleno século XX! Tempos complicados, com condições económicas e de trabalho bem adversas e em que até o tempo parecia mais agreste, mas que permitiam o desenvolvimento de relações familiares e comunitárias mais difíceis de estabelecer atualmente. <br />Gostei principalmente do seroar em família que me fez lembrar os serões da minha infância numa família muito alargada, em que se contavam histórias, rezávamos o terço e só ia para a cama com a bênção do meu avô …). <br />De algumas coisas não me recordo, provavelmente por ser menos atenta, mas lembro-me bem dos carros de bois como principal meio de transporte de mercadorias (porque as pessoas andavam quase sempre a pé) e dos lagares ao longo da Ribeira onde se desenrolava a principal actividade económica daqueles longos meses de inverno. <br />Lembro-me também das mãos engadanhadas e do muito que tínhamos que calcorrear para levarmos para casa o fundo coberto da cesta com o destelo ou o rebusco feito em terras alheias, sempre com o olho alerta e o coração apertado, não viesse o dono das terras correr connosco depois de nos ter feito despejar no chão o que tanto nos custara a apanhar. <br />São provavelmente as reminiscências desses tempos que, apesar dos protestos que oiço todos os anos, me fazem colher as poucas oliveiras do meu quintal até à última azeitona. São também as memórias de tempos menos fartos que, um pouco à socapa de mim própria, ainda me impelem a apanhar algumas das azeitonas que caíram antes de tempo, mas que tenho pena de deixar para trás. <br /><br />M. L. FerreiraAnonymousnoreply@blogger.com