tag:blogger.com,1999:blog-66135950064254766052024-03-18T11:07:23.165-07:00Dos Enxidros (Série II)Enxidros era a antiga designação do espaço baldio da encosta da Gardunha acima da vila de São Vicente da Beira.
A viver aqui ou lá longe, todos continuamos presos a este chão pelo cordão umbilical.
Dos Enxidros é um espaço de divulgação das coisas da nossa freguesia.
Visitem-nos e enviem a vossa colaboração para dosenxidrosgardunha@gmail.comJosé Teodoro Pratahttp://www.blogger.com/profile/15555744299351841818noreply@blogger.comBlogger1961125tag:blogger.com,1999:blog-6613595006425476605.post-33498541713837904772024-03-18T11:06:00.000-07:002024-03-18T11:06:23.255-07:00De volta à Casa Grande de Romarigães<p> <span style="font-family: Arial, sans-serif; text-align: justify;">Dos
livros que li do Aquilino Ribeiro, este será o maior. É um romance que conta a
história de várias gerações de uma família aristocrática do Minho, com os seus
altos e baixos, e muitos pecados, relacionando-a, em vários momentos, com a
História de Portugal no período entre os finais da Dinastia Filipina e a guerra
civil que opôs D. Pedro a D. Miguel.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">O
excerto que deixo conta-nos o desespero de Luis de Azevedo, já a família ia na 6.ª
geração, que, sem herdeiros legítimos vivos, se encontra na iminência de o
morgadio cair nas mãos de um sobrinho por quem não morria de amores. Tenta, por
isso, recuperar um dos filhos que tivera com a governanta e enjeitara na roda. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">Depois
de descobrir quem o tinha recolhido (um cirieiro de Braga), começa a rondar-lhe
a porta. Não foi fácil ganhar confiança, principalmente a do menino, quatro
anos ariscos, pouco dado a mimos de estranhos. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">Um
dia apresentou-se na loja do cirieiro com um embrulho onde levava um <i style="mso-bidi-font-style: normal;">carapucinho de lã de camelo, uma corneta de
barro de Barcelos e dois burrinhos também de loiça </i>para lhe oferecer. Assim
que vê, vindo do interior da casa, agarra-o pelo bibe, mas a criança tenta
fugir-lhe e dá um trambolhão:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">«-
Deixe o menino, olhe que lhe pode arrancar o bracinho… -</span><span style="font-family: Arial, sans-serif;"> murmurou o cirieiro
para Luís de Azevedo que lhe metia os bonitos à cara com a mão livre.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">O
menino, ou porque a mão de Luís de Azevedo lhe pesasse, ou porque não lhe fosse
simpática aquela preensão, desdenhando da oferta, rompeu a fazer beicinho. Dali
a pouco estava num berreiro pegado que, sacudindo a senhora Felismina da
oficina, a projectou ali em pé-de-vento (….). <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">-
Então, meu filho, então, ninguém te faz mal! – exclamou ela estendendo-lhe os braços.
– Este senhor não é a côca. Olha, olha, este senhor traz-te aqui uns burrinhos…<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">O
pequeno continuava a berrar desalmadamente e o cirieiro disse para a mulher:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">-
Tira-o lá para dentro.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">-
Não. Não tire o menino lá para dentro. Deixe-o aqui…<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">Pronunciou
estas palavras com voz a tal ponto alterada que o cirieiro retorquiu:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">-
Deixe-o aqui…Para quê, se não queda mal o perguntar!?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">-
O menino é meu. É meu e quero levá-lo comigo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">(……)
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">-
O menino é seu?! Ah! ah!, deixa-me rir. O menino é nosso, meu e da minha
mulher. Trinta vezes nosso. Quem o salvou de morrer naquela manhã de geada,
porque afinal na roda poucos são os que escapam?! Quem Foi?! Quem o acalentou?!
Quem o vestiu?! Quem o traz medrado e limpo?! Olhe que até uma cabra comprámos
para lhe dar leite. Queria então tirar-nos o menino, hem? Não queria mais
nada?! Com que direito, seu homem?!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">-
O menino é meu e vou-lhe dar os sinais com que foi depositado na roda. Trazia
ao pescoço uma bolsinha de seda azul com o nome: Telmo, escrito num pedaço de
pergaminho. Diga lá: não é assim que se chama?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">-
Chama-se Telmo, chama, e que prova lá isso? Vossa Mercê está farto de mo ouvir
nomear…<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">-
Na mesma bolsinha trazia também um dobrão de oiro embrulhado num papel. O papel
dizia. <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Para as primeiras despesas. O mais
virá depois</i>. É assim ou não é assim?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">-
Não encontrámos lá nada. Assim Deus nos salve. O que lá trazia era um dente de
alho e cinco pedras de sal. Sim senhor, trazem-no todos os enjeitadinhos –
exclamou de lá a mulher, em voz traindo reticente surpresa, entremeada de notas
altas de indignação…<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">-
Os cueirinhos eram de cambraia com debrum azul…<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">-
Qual cambraia nem meio cambraia! Vinha embrulhado em estopa, uma toalha grossa
de estopa, que ainda para aí anda.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">-
Então é porque na roda roubaram o exposto.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">-
Roubaram quê, não roubaram nada! As freirinhas eram incapazes dessa má acção.
Ainda mais com aquela que era então a madre-rodeira, e ainda é, no Convento de
N.ª S.ª da Conceição! Toda a gente diz que em Braga não há mais santa<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">-
E quem me garante que a madre-rodeira estava no acto? Pode ser que fossem as
criadas que roubassem o exposto.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">-
Roubar-nos queria agora o senhor, mas engana-se. Nem que viesse o alcaide-mor
com os quadrilheiros todos que há em Braga. Então não queria lá ver, uma pessoa
toma-se de amizade por uma criaturinha destas, apaparica-a, tudo é meu
santo-antoninho onde te porei, e às duas por três rompe um figurão e diz: Dê-me
o menino que é meu! Dou-lhe mas é uma grande cachaporra! Com que direito? Diga
lá?!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">-
Senhor Aniceto do Bento Lado e mais senhora, estou disposto a pagar-lhes, sem
regatear as despesas que fizeram com o menino e a recompensá-los ainda, com a
maior largueza, pela ternura e amor que lhes mereceu. Mas tenho de o levar,
custe o que custar. O processo está em andamento no Juiz dos Órfãos. Vale mais
darem-mo a bem…».</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">Este
relato diz-nos bem como Aquilino Ribeiro conhecia o processo e todas as
vicissitudes que envolviam a exposição de crianças naqueles tempos. A forma
simples, por vezes subtil e com muito humor, como é hábito nele, engrandece e
torna ainda mais verosímil a história.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial",sans-serif;">M.L.
Ferreira<o:p></o:p></span></p>José Teodoro Pratahttp://www.blogger.com/profile/15555744299351841818noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6613595006425476605.post-44556408288291488532024-03-15T10:29:00.000-07:002024-03-15T10:30:58.949-07:00Andam corças...<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAFkeAwRNDNQ6PxGS8ux3Sg_vQaR0kRpcruWz_v8wQ_6t5uWTdQWcL3TKQsThrw5tzFtQ3UboqjuR4B03UitKzS1lLDvXzCHn4xf_sSZpkfO1u6mrBMPVZinyvD6-mKkVDX1Dzsh3xi3cG4g7xGSDvM_USe1DFiHuz1gb4TFK2M7UogXIs8hMmzCuPfwk/s650/Capreolus_capreolus_(Marek_Szczepanek).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="425" data-original-width="650" height="418" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAFkeAwRNDNQ6PxGS8ux3Sg_vQaR0kRpcruWz_v8wQ_6t5uWTdQWcL3TKQsThrw5tzFtQ3UboqjuR4B03UitKzS1lLDvXzCHn4xf_sSZpkfO1u6mrBMPVZinyvD6-mKkVDX1Dzsh3xi3cG4g7xGSDvM_USe1DFiHuz1gb4TFK2M7UogXIs8hMmzCuPfwk/w640-h418/Capreolus_capreolus_(Marek_Szczepanek).jpg" width="640" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;"><b>Na passada segunda-feira, cerca das 8:30h, uma corça atravessou a estrada, um pouco antes de se chegar ao cruzamento para a barragem do Pisco, vindo de C. Branco.</b></div><p></p><p style="text-align: justify;"><b>Eu vinha de carro a sair da lomba e ela teve de apressar a corrida, mas veio logo outro veículo em sentido contrário e a corça teve de se esticar toda para conseguir escapar. Seguiu depois pelo caminho que dá entrada no pinhal do sr. Francisco Ventura.</b></p><p style="text-align: justify;"><b>As corças devem ter aí um corredor de passagem, pois há uns tempos uma corça chocou com um carro que ia a passar, sensivelmente naquele local.</b></p><p style="text-align: justify;"><b>Andam corças pelos bosques e pelas estradas!</b></p><p style="text-align: justify;"><b>José Teodoro Prata</b></p>José Teodoro Pratahttp://www.blogger.com/profile/15555744299351841818noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6613595006425476605.post-84484392532914182442024-03-13T14:02:00.000-07:002024-03-13T14:03:57.977-07:00Senhor Santo Cristo<p style="text-align: center;"> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHogONKkH30ntM6vkB-aiUdupeIiWyuFCjVA-uMP9j7ZY_5m3ZKpk0mzlFsOBRSSfNOKyQy4QE1Zucif48fqvuX5xPAY5icjFl2OkBuMxQELvMoj_eNChgb1El7VV4xXrmDI998R2GA1iOkw5QbYyicPxWWpQk59BHza2cr-LLCrVKkt70XOcizZYgMNs/s1920/palestra.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1920" data-original-width="1080" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHogONKkH30ntM6vkB-aiUdupeIiWyuFCjVA-uMP9j7ZY_5m3ZKpk0mzlFsOBRSSfNOKyQy4QE1Zucif48fqvuX5xPAY5icjFl2OkBuMxQELvMoj_eNChgb1El7VV4xXrmDI998R2GA1iOkw5QbYyicPxWWpQk59BHza2cr-LLCrVKkt70XOcizZYgMNs/w360-h640/palestra.jpeg" width="360" /></a><br /><br /></p><p style="text-align: left;">José Teodoro Prata</p>José Teodoro Pratahttp://www.blogger.com/profile/15555744299351841818noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6613595006425476605.post-52552896935919771362024-03-11T11:56:00.000-07:002024-03-11T12:44:48.784-07:00Legislativas 2024<p style="text-align: justify;">Consultar os resultados da nossa freguesia, aqui:</p><p style="text-align: justify;"><a href="https://www.legislativas2024.mai.gov.pt/resultados/territorio-nacional?local=LOCAL-050222">https://www.legislativas2024.mai.gov.pt/resultados/territorio-nacional?local=LOCAL-050222</a><br /></p><p style="text-align: justify;">Quanto aos resultados dos dois primeiros partidos, como de costume, na nossa freguesia ganhou quem venceu a nível nacional.</p><p style="text-align: justify;">O resultado do Chega foi aqui também muito semelhante ao nacional. Considerando as opiniões manifestadas por este partido sobre as mulheres, as minorias e os adversários, este resultado é quase um recuo civilizacional, embora, como li hoje, este partido subiu tão depressa, porque as ideias que veicula sempre cá estiveram, só que não tinham um partido que as assumisse como suas.</p><p style="text-align: justify;">A crónica de Miguel Esteves Cardoso, no Público de ontem, intitulada <i>O discurso do ódio</i>, começava assim:</p><p style="text-align: justify;">Diz-se que "já não há fascismo nem nazismo". Pois não. Mas a natureza humana não mudou, e os instintos humanos que levaram ao fascismo e ao nazismo continuam a ser os mesmos de sempre.</p><p style="text-align: justify;">José Teodoro Prata<br /></p>José Teodoro Pratahttp://www.blogger.com/profile/15555744299351841818noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6613595006425476605.post-6075220438534681342024-03-08T02:23:00.000-08:002024-03-08T12:11:25.615-08:00Mulheres e Revolução<p style="text-align: justify;">Elas fizeram greves de braços caídos.</p><p style="text-align: justify;">Elas brigaram em casa para ir ao sindicato e à junta.</p><p style="text-align: justify;">Elas gritaram à vizinha que era fascista.</p><p style="text-align: justify;">Elas souberam dizer salário igual e creches e cantinas.</p><p style="text-align: justify;">Elas vieram para a rua de encarnado.</p><p style="text-align: justify;">Elas foram pedir para ali uma estrada de alcatrão e canos de água.</p><p style="text-align: justify;">Elas gritaram muito.</p><p style="text-align: justify;">Elas encheram as ruas de cravos.</p><p style="text-align: justify;">Elas disseram à mãe e à sogra que isso era dantes.</p><p style="text-align: justify;">Elas trouxeram alento e sopa aos quartéis e à rua.</p><p style="text-align: justify;">Elas foram para as portas de armas com os filhos ao colo.</p><p style="text-align: justify;">Elas ouviram falar de uma grande mudança que ia entrar pelas casas.</p><p style="text-align: justify;">Elas choraram no cais agarradas aos filhos que vinham da guerra.</p><p style="text-align: justify;">Elas choraram de ver o pai a guerrear com o filho.</p><p style="text-align: justify;">Elas tiveram medo e foram e não foram.</p><p style="text-align: justify;">Elas aprenderam a mexer nos livros de contas e nas alfaias das herdades abandonadas.</p><p style="text-align: justify;">Elas dobraram em quatro um papel que levava dentro urna cruzinha laboriosa.</p><p style="text-align: justify;">Elas sentaram-se a falar à roda de uma mesa a ver como podia ser sem os patrões.</p><p style="text-align: justify;">Elas levantaram o braço nas grandes assembleias.</p><p style="text-align: justify;">Elas costuraram bandeiras e bordaram a fio amarelo pequenas foices e martelos.</p><p style="text-align: justify;">Elas disseram à mãe, segure-me aqui os cachopos, senhora, que a gente vai de camioneta a Lisboa dizer-lhes como é.</p><p style="text-align: justify;">Elas vieram dos arrabaldes com o fogão à cabeça ocupar uma parte de casa fechada.</p><p style="text-align: justify;">Elas estenderam roupa a cantar, com as armas que temos na mão.</p><p style="text-align: justify;">Elas diziam tu às pessoas com estudos e aos outros homens.</p><p style="text-align: justify;">Elas iam e não sabiam para aonde, mas que iam.</p><p style="text-align: justify;">Elas acendem o lume.</p><p style="text-align: justify;">Elas cortam o pão e aquecem o café esfriado.</p><p style="text-align: justify;">São elas que acordam pela manhã as bestas, os homens e as crianças adormecidas</p><p style="text-align: justify;"><i>Maria Velho da Costa</i></p><p style="text-align: justify;"><u>Nota</u>: Mulheres e Revolução é o título de um conjunto de vários textos de Maria Velho da Costa, uma das muitas mulheres que lutaram para que hoje pudéssemos festejar este dia 8 de Março em Liberdade e maior igualdade social, incluindo o direito ao voto: «Elas dobraram em quatro um papel que levava dentro uma cruzinha laboriosa.» Cinquenta anos depois do 25 de Abril, é importante lembrar.</p><p style="text-align: justify;">M.L. Ferreira</p><p style="text-align: justify;"><br /></p><p style="text-align: justify;"><b>Ouvir aqui o texto completo de Maria Velho da Costa, 1976: </b></p><p style="text-align: justify;"><a href="https://youtu.be/zwfgZImfSU4?si=PAeoWCljJIUnnZSV">https://youtu.be/zwfgZImfSU4?si=PAeoWCljJIUnnZSV</a><br /></p><p style="text-align: justify;">José Teodoro Prata</p>José Teodoro Pratahttp://www.blogger.com/profile/15555744299351841818noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6613595006425476605.post-84102749626212186382024-03-06T07:55:00.000-08:002024-03-06T07:57:03.726-08:00Cultivos de outono<p style="text-align: center;"> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvNfYoeJgb7G7XTHDtIIezPDOSjR-Y1qaUHhTxBBz8Lx3TGtrcnMDv8KweYx9K1UTobUJLjLqJ3wpR3t8CDOTgaXUBJweNQl-krLeladlSMtnt5f5kL3Sivr0JWw930wj0PFun3fVTsHzcukm70jhQ4_u_KGFbek8-mZuwSMP8qO5KgpSjpErU3esVoYQ/s3968/IMG_20240301_162549.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3968" data-original-width="2976" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgvNfYoeJgb7G7XTHDtIIezPDOSjR-Y1qaUHhTxBBz8Lx3TGtrcnMDv8KweYx9K1UTobUJLjLqJ3wpR3t8CDOTgaXUBJweNQl-krLeladlSMtnt5f5kL3Sivr0JWw930wj0PFun3fVTsHzcukm70jhQ4_u_KGFbek8-mZuwSMP8qO5KgpSjpErU3esVoYQ/w480-h640/IMG_20240301_162549.jpg" width="480" /></a><br /><br /></p><p style="text-align: center;">Este alho porro ficou enorme e igual a ele tenho lá muitos (no fundo do balde estão coentros). Cada vez acho mais importantes as culturas de outono. Não me refiro às couves, pois essas são de verão, plantadas no outono já não se desenvolvem bem. Qualquer dia trago-vos cebolas novas!</p><p style="text-align: left;">José Teodoro Prata</p>José Teodoro Pratahttp://www.blogger.com/profile/15555744299351841818noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6613595006425476605.post-38506317621295207652024-03-04T03:39:00.000-08:002024-03-04T10:13:21.345-08:00Conta-me histórias: a estreia<p style="text-align: justify;">O salão da Casa do Povo encheu-se para o almoço da Comissão das Festas de Verão (cerca de 160 pessoas). A feijoada estava boa!</p><p style="text-align: justify;">Após o café, cerca de metade das pessoas foram à sua vida, pois não tinham vindo a mais do que partilhar o momento do almoço e apoiar a organização. Por outro lado, o ruído era impróprio para o resto do programa. </p><p style="text-align: justify;">Mas houve boa vontade de todos e soubemos adaptar-nos às circunstâncias. O ruído foi diminuindo até desaparecer e...</p><p style="text-align: justify;">...apresentámos o projeto Conta-me histórias: o Pedro Inácio Gama falou-nos sobre a vida do seu pai resineiro e o José Miguel Leitão partilhou a sua experiência na resina (no fim de três dias disse ao pai que preferia que o matasse a voltar lá); O João Prata Candeias falou dos Candeias e daquela que lhes deu o apelido, a candeia de azeite; o Francisco Alves Barroso contou a história da rapadoura e da sua importância no fabrico do pão; já não houve tempo para a Maria de Fátima Jerónimo, nem para mim, mas há mais marés que marinheiros. </p><p style="text-align: justify;">...o Fernando Pereira cantou as suas canções, as de sua autoria, as do cancioneiro reginal e as dos amigos que se foram cruzando com ele ao longo de uma vida de paixão pela música.</p><p style="text-align: justify;">Foi bonita a festa, pá!</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3UG_CFR54Yilx5bwns0dmBnUSlCqlDrgNqanmrZBl03SDHu0LrK8nYSPkT7RcLEuFBosvno7Fe5y4wiKC5t_aPEhPh3FueuXYUCRMd4MWz49njVFS-VcZ5hsNvNskpiNtdrdvtnyHeHqqrqOtikBBGf40-s_Cg8QQE7fz4zASj548OMMZGcAovnBuASM/s4624/20240303_154244.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4624" data-original-width="3468" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3UG_CFR54Yilx5bwns0dmBnUSlCqlDrgNqanmrZBl03SDHu0LrK8nYSPkT7RcLEuFBosvno7Fe5y4wiKC5t_aPEhPh3FueuXYUCRMd4MWz49njVFS-VcZ5hsNvNskpiNtdrdvtnyHeHqqrqOtikBBGf40-s_Cg8QQE7fz4zASj548OMMZGcAovnBuASM/w480-h640/20240303_154244.jpg" width="480" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhetmkmjPuY1IlwXztoKbjHllkZBQu3o4U4w9QFxLuwSgS8b-Gd12WoNjEwA1jrU3tFd8TpX01u-5BO2Z-rV-056BmR3gwLB83U5T9mAoU1xbjNLNsbcsaYcmPYMrM_WaUs03GeyKSwy-bA96fpgz98L5_lzGi5yWpsmYNPzMaS1SJFBM43kjKK4xxzaXE/s4624/20240303_155800.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4624" data-original-width="3468" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhetmkmjPuY1IlwXztoKbjHllkZBQu3o4U4w9QFxLuwSgS8b-Gd12WoNjEwA1jrU3tFd8TpX01u-5BO2Z-rV-056BmR3gwLB83U5T9mAoU1xbjNLNsbcsaYcmPYMrM_WaUs03GeyKSwy-bA96fpgz98L5_lzGi5yWpsmYNPzMaS1SJFBM43kjKK4xxzaXE/w480-h640/20240303_155800.jpg" width="480" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_mhBgAGr7SyjL84TF9oKXafwF88eOuGE6Qj-aZqxf_TIAAzL0ckAnFmf_Ds7yA7Hs7KQVdYRWoXJrhWL3_rYTi36rwZUagsXPBj1AjpVS1m_3pyHxdw3rdoYstakxOZTjp5xYnOv7LXoz4G4SXdV2-bRJ2bQ2Hd7oETLqUC-hbpXeA2TMdYsSAkG3Rtk/s4624/20240303_160916.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4624" data-original-width="3468" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_mhBgAGr7SyjL84TF9oKXafwF88eOuGE6Qj-aZqxf_TIAAzL0ckAnFmf_Ds7yA7Hs7KQVdYRWoXJrhWL3_rYTi36rwZUagsXPBj1AjpVS1m_3pyHxdw3rdoYstakxOZTjp5xYnOv7LXoz4G4SXdV2-bRJ2bQ2Hd7oETLqUC-hbpXeA2TMdYsSAkG3Rtk/w480-h640/20240303_160916.jpg" width="480" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYcD5dMt_4c1nWIjIqoCZJkLK1anbp7Oxcuwo1kCiUvGIikUBMdyUZtRq4YAtJrokUOmcnUs9JWGAdacdJHkCwFlmtGL8UtV3dDwFwIQLGZPmkCJFk3kKDmCxPHek88kPIBdSdPWluDPiWO_Tzx8bckJkKiAAKBlNgSOQxxujlIzXk5l5BzZLdK2FA_nk/s4624/20240303_162635.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="4624" data-original-width="3468" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhYcD5dMt_4c1nWIjIqoCZJkLK1anbp7Oxcuwo1kCiUvGIikUBMdyUZtRq4YAtJrokUOmcnUs9JWGAdacdJHkCwFlmtGL8UtV3dDwFwIQLGZPmkCJFk3kKDmCxPHek88kPIBdSdPWluDPiWO_Tzx8bckJkKiAAKBlNgSOQxxujlIzXk5l5BzZLdK2FA_nk/w480-h640/20240303_162635.jpg" width="480" /></a></div><p style="text-align: justify;">José Teodoro Prata</p><p style="text-align: justify;">Fotografias de Rita Amaro</p>José Teodoro Pratahttp://www.blogger.com/profile/15555744299351841818noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6613595006425476605.post-45640357506568110322024-03-01T04:05:00.000-08:002024-03-01T04:05:31.175-08:00Os Sanvincentinos na Grande Guerra<p> <b><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-language: PT;">Luís da Costa</span></b></p>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSnRbNQyXc_QfDZlsxrptPXJPU4zNlhfRCjF817aYCl6FbpsC_KqSxnkXFW8hh3Lilkmrr_7hp8EFjZzqjKAHG5wcnSvAMwzsKCyyQAC4LihSo3-1xM5hyA8qberwRLX6Z4BO5BPnxu8URvk7tPV_QpI8A-DREN3WxYyjgzRn-wn5h5kqKz3LsaUYNB70/s896/PT-ADCTB-PRQ-PCTB20-001-00037_m0018_derivada.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="662" data-original-width="896" height="472" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiSnRbNQyXc_QfDZlsxrptPXJPU4zNlhfRCjF817aYCl6FbpsC_KqSxnkXFW8hh3Lilkmrr_7hp8EFjZzqjKAHG5wcnSvAMwzsKCyyQAC4LihSo3-1xM5hyA8qberwRLX6Z4BO5BPnxu8URvk7tPV_QpI8A-DREN3WxYyjgzRn-wn5h5kqKz3LsaUYNB70/w640-h472/PT-ADCTB-PRQ-PCTB20-001-00037_m0018_derivada.jpg" width="640" /></a></div>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt;">Luís da
Costa nasceu em São Vicente da Beira no dia dois de maio de 1895. Era filho de
Maria do Rosário Costa.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt;">Tinha a
profissão de jornaleiro quando assentou praça no dia 14 de Fevereiro de 1916. Foi
incorporado no 2º Batalhão do R. de Infantaria 21 de Castelo Branco nesse mesmo
dia. Licenciado ainda em 14 de Fevereiro, foi domiciliar-se na freguesia de
Santa Maria Maior, na Covilhã. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt;">Apresentou-se
novamente em 3 de maio para fazer a recruta que concluiu no dia 29 de agosto de
1916. Foi mobilizado para a Guerra e, fazendo parte do CEP, embarcou para França
no dia 21 de janeiro de 1917 integrando a 4ª Companhia do Regimento de
Infantaria 21, como soldado com o número 522.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt;">Do seu
boletim individual de militar do C.E.P. e folha de matrícula constam as
seguintes ocorrências:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 36.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; margin: 0cm 0cm 0cm 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-font-family: Arial;"><span style="mso-list: Ignore;">a)<span style="font: 7pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt;">Ferido
em combate por gases, e baixa ao Hospital de Sangue nº 1 no dia 24 de agosto de
1917; alta em 26 com 6 dias para convalescença;<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 36.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; margin: 0cm 0cm 0cm 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-font-family: Arial;"><span style="mso-list: Ignore;">b)<span style="font: 7pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt;">Baixa
ao Hospital de Sangue nº 1 no dia 21 de dezembro de 1917; evacuado para um H.
Base em 29; alta em 2 de janeiro;<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 36.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; margin: 0cm 0cm 0cm 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-font-family: Arial;"><span style="mso-list: Ignore;">c)<span style="font: 7pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt;">Baixa
ao hospital no dia 30 de janeiro de 1918, alta em 15 de fevereiro;<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 36.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; margin: 0cm 0cm 0cm 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-font-family: Arial;"><span style="mso-list: Ignore;">d)<span style="font: 7pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt;">Punido
algumas vezes com vários dias de detenção por ter faltado ao trabalho sem
motivo justificado;<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 36.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; margin: 0cm 0cm 0cm 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-font-family: Arial;"><span style="mso-list: Ignore;">e)<span style="font: 7pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt;">Punido
com 15 dias de prisão correcional por ter estado em ausência ilegítima durante
38 horas (ordem de serviço de 23/12/1918);<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 36.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; margin: 0cm 0cm 0cm 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-font-family: Arial;"><span style="mso-list: Ignore;">f)<span style="font: 7pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt;">Punido
com 15 dias de prisão correcional por se ter ausentado, sem autorização, desde
as 10 h do dia 28 de fevereiro de 1919 e considerado desertor desde 2 de março,
período a partir do qual a ausência foi considerada deserção. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 36.0pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; margin: 0cm 0cm 0cm 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 36.0pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-font-family: Arial;"><span style="mso-list: Ignore;">g)<span style="font: 7pt "Times New Roman";">
</span></span></span><!--[endif]--><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt;">Regressou
a Portugal no dia 4 de abril de 1919.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaUuYl_DMmtzOiM90Zyj6Xh4Ufst_x8QSZO6gaeooFXylcW_MyWT5o_wCpEooCbTppEfeCPpa6_fOW3y2un9Pfois-EjilaxDylcRUlKtnSVtC1fnAXJAanR9HIhi3by2LVCTELD8KGCJaFeCbciWawD3jK8g7jb0HOZUj28yQUyED1WHy3PICB9aO9-Y/s2959/luis%20costa%20(3).jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2959" data-original-width="2048" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjaUuYl_DMmtzOiM90Zyj6Xh4Ufst_x8QSZO6gaeooFXylcW_MyWT5o_wCpEooCbTppEfeCPpa6_fOW3y2un9Pfois-EjilaxDylcRUlKtnSVtC1fnAXJAanR9HIhi3by2LVCTELD8KGCJaFeCbciWawD3jK8g7jb0HOZUj28yQUyED1WHy3PICB9aO9-Y/w442-h640/luis%20costa%20(3).jpg" width="442" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiewXYiEDUkkpdkPQzQGhH39BTCK4UArJH0ibVOmf1ir9MihyphenhyphenhtjLuu6dcFzfjTJifTq11wFKwlYu3B5ondoq27NXYABzSjMJuxQjhTQwrkxBRMtKe8nhR1NFtXqdi2svu5NlCBAcWm45yyGhhFUbpEcPtFWO6MxZHfGUrVyZhAPHcW4z-FjUUY1Ypoq-I/s2963/luis%20Costa%20(6).jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2963" data-original-width="2048" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiewXYiEDUkkpdkPQzQGhH39BTCK4UArJH0ibVOmf1ir9MihyphenhyphenhtjLuu6dcFzfjTJifTq11wFKwlYu3B5ondoq27NXYABzSjMJuxQjhTQwrkxBRMtKe8nhR1NFtXqdi2svu5NlCBAcWm45yyGhhFUbpEcPtFWO6MxZHfGUrVyZhAPHcW4z-FjUUY1Ypoq-I/w442-h640/luis%20Costa%20(6).jpg" width="442" /></a></div><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt;">Passou à
reserva ativa em 11 de abril de 1928 e à reserva territorial em 31 de dezembro
de 1936.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt;">Não foram
encontrados registos nem testemunhos que possam dar alguma informação sobre a
vida de Luís da Costa após o seu regresso a Portugal, nomeadamente o local ou a
data do seu falecimento.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt;"><i>Maria Libânia Ferreira</i></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif"></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt;"></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto; mso-margin-bottom-alt: 10.0pt; mso-margin-top-alt: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt;"></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt;"></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt;"></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt;"></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt;"></span></p><p class="MsoBodyText" style="line-height: normal; margin-bottom: 6pt; mso-add-space: auto; mso-margin-bottom-alt: 6.0pt; mso-margin-top-alt: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; mso-fareast-language: PT;"></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt;"></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt;"></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-size: 14pt; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif"></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto; mso-margin-bottom-alt: 10.0pt; mso-margin-top-alt: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt;"></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt;"></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt;"><i>Do livro: Os Combatentes de São Vicente da Beira na Grande Guerra</i></span></p>José Teodoro Pratahttp://www.blogger.com/profile/15555744299351841818noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6613595006425476605.post-42622573993989677472024-02-27T12:44:00.000-08:002024-02-27T12:44:28.190-08:00O nosso falar: abelhudo e desabelhar<p> <span style="font-size: 14pt; text-align: justify;">Andámos a fazer o desdobramento de uma colmeia e no final uma
abelha não nos largava, por mais fumo que lhe lançássemos em cima. </span><span style="font-size: 14pt; text-align: justify;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">- Desabelha daqui! – disse-lhe o Chico. E rimo-nos, porque a
expressão vinha mesmo a calhar.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">A abelha anda sempre de um lado para o outro, numa constante
azáfama, por isso chamamos abelhudo a alguém com a mesma caraterística,
sobretudo se aparece de forma constante e inoportuna. E desabelhar é mandar o
abelhudo dar uma volta, desaparecer. Neste caso era mesmo uma abelha!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">José Teodoro Prata<o:p></o:p></span></p>José Teodoro Pratahttp://www.blogger.com/profile/15555744299351841818noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6613595006425476605.post-27885012177302867482024-02-24T05:21:00.000-08:002024-02-24T05:23:47.222-08:00Conta-me histórias: sessão inaugural<p style="text-align: center;"> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEig9_iOkgsHnVNoHb6q7NqXt1yx9yG2RH2U2fJx0Ha_1eAPX8NO5MEnLsQWwTcXEKk3K2bR9QTmYdEUn3Dc8uLofiJkBOuAgghNnFnq_DrnQ3eZS4l_GUFHtOSD5OLM5XHb9H3Dy6lTUw4adZHDPzUbY6_GereNsUbfnNRCZD5RKL5TXhheD_i8gedGfN0/s3520/Conta-me....jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3520" data-original-width="2496" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEig9_iOkgsHnVNoHb6q7NqXt1yx9yG2RH2U2fJx0Ha_1eAPX8NO5MEnLsQWwTcXEKk3K2bR9QTmYdEUn3Dc8uLofiJkBOuAgghNnFnq_DrnQ3eZS4l_GUFHtOSD5OLM5XHb9H3Dy6lTUw4adZHDPzUbY6_GereNsUbfnNRCZD5RKL5TXhheD_i8gedGfN0/w454-h640/Conta-me....jpg" width="454" /></a><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi__1cjLpH_fcJjKn1FDlWutTyTtxOeRNi8G3RdLCTccMBdOR1RrnPgm5ZKzm9GoVV-4DvcNygO-byLtyeDCBwlPvl5Hg1YtoxVF6B1NU1oesByPPmddrHcEV3QNwWvuL__dR2vWoWiZB3l9Fth129rF8Jtv3BKbcrNs027voVgamr5RhD_jjmw5OghtAI/s1288/Comiss%C3%A3o%20de%20Festas.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1288" data-original-width="720" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi__1cjLpH_fcJjKn1FDlWutTyTtxOeRNi8G3RdLCTccMBdOR1RrnPgm5ZKzm9GoVV-4DvcNygO-byLtyeDCBwlPvl5Hg1YtoxVF6B1NU1oesByPPmddrHcEV3QNwWvuL__dR2vWoWiZB3l9Fth129rF8Jtv3BKbcrNs027voVgamr5RhD_jjmw5OghtAI/w358-h640/Comiss%C3%A3o%20de%20Festas.jpg" width="358" /></a></div><br /><p></p><p style="text-align: justify;">Juntámo-nos à Comissão das Festas de Verão, para dar também o nosso contributo. O primeiro cartaz é o do projeto <b>Conta-me Histórias</b>, que será usasdo para publicitar todas(?) estas tertúlias.</p><p style="text-align: justify;">A organização é d´<b>Os Amigos dos Enxidros</b>. Dos Amigos, porque a realização das tertúlias e o êxito que tiverem será sempre mérito de quem as anime e de quem vá assistir. Dos Enxidros, porque lancei o projeto através do blogue Dos Enxidros e porque os enxidros eram, no passado, os baldios da encosta da serra, entre a vila e os altos, da Oles à Senhora da Orada. Tal como os enxidros, este projeto também se quer de todos. A foto que serve de base ao cartaz é da Rua da Misericórdia, antes da demolição da <i>casa do coronel </i>(ela simboliza aqui um pouco do passado que estará presente em cada história que for contada).</p><p style="text-align: justify;">Agradeço que divulguem o cartaz nas redes sociais que frequentam.</p><p style="text-align: justify;">José Teodoro Prata</p>José Teodoro Pratahttp://www.blogger.com/profile/15555744299351841818noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6613595006425476605.post-32590822370605509462024-02-21T02:24:00.000-08:002024-02-21T12:46:10.053-08:00Homenagem ao ZÉ TALETA<p></p><div style="text-align: center;"> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZ6-6NBIynlp6V4Tih_LhCemPSv15_97oKOm8zS4-HTvFpxdg8X6hYhmZzUFN2YnF11M3un8oov6Jz8dpeHEtDU8C7LpZtClWAfvrfN7Iy532XY4rqlp3kEGwEhnD3rrIDhhk8DTn4iIpSlbC57WWGaBbM4YenmnecIDwljFFxpHAQPHlRrKGkN3NRsgs/s1028/IMG-20240220-WA0005.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" data-original-height="1028" data-original-width="720" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiZ6-6NBIynlp6V4Tih_LhCemPSv15_97oKOm8zS4-HTvFpxdg8X6hYhmZzUFN2YnF11M3un8oov6Jz8dpeHEtDU8C7LpZtClWAfvrfN7Iy532XY4rqlp3kEGwEhnD3rrIDhhk8DTn4iIpSlbC57WWGaBbM4YenmnecIDwljFFxpHAQPHlRrKGkN3NRsgs/w448-h640/IMG-20240220-WA0005.jpg" width="448" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj48ictLo1w8Aiqm3Z4jSucsYa918CwnmkPIDFQNYjsM_RHfN6IlmDrncQ6cmoMUfT1l0iinxhWkIuhLcpuAl_zbWg4DmsMleN5IXr-tIEevPnaq8TK5OAYkGMDGsBuPj-oNGnXANsVejSbqSV8yEjioPuhu8cgh67OtqpRP2Oq-4ethQ5UN_aBPfDEqzc/s1019/IMG-20240220-WA0004.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1019" data-original-width="720" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj48ictLo1w8Aiqm3Z4jSucsYa918CwnmkPIDFQNYjsM_RHfN6IlmDrncQ6cmoMUfT1l0iinxhWkIuhLcpuAl_zbWg4DmsMleN5IXr-tIEevPnaq8TK5OAYkGMDGsBuPj-oNGnXANsVejSbqSV8yEjioPuhu8cgh67OtqpRP2Oq-4ethQ5UN_aBPfDEqzc/w452-h640/IMG-20240220-WA0004.jpg" width="452" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b>Parabéns ao Zé, porque é um bom homem e um corajoso lutador.</b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b><br /></b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Uma homenagem mais que merecida, que também honra quem com ela sabe ser agradecido pelo muito que o Zé nos deu a nós, com o seu exemplo, e à nossa terra, elevando o seu nome tantas vezes ao pódio.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Um dia, o José Mário Branco, </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">preocupado com a pobreza da música portuguesa, lançou o repto: </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b>Que floreçam 100 Marcos Paulos!</b></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Também entre nós todas as iniciativas devem ser acarinhadas, </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">para darmos mais vida à nossa comunidade.</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;">José Teodoro Prata</div><p></p>José Teodoro Pratahttp://www.blogger.com/profile/15555744299351841818noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6613595006425476605.post-23612862726737380582024-02-19T03:57:00.000-08:002024-02-19T03:57:55.162-08:00O nosso falar: espigos<p> <span style="font-size: 14pt; text-align: justify;">Levei grelos de couve-naba a uma amiga do Norte e ela gabou-me
a excelência do arroz de espigos, em especial de couve galega. Cada vez que eu
falava de grelos, ela respondia-me com espigos e a certa altura disparou:</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">- Porque é que não dizes espigos?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">- Na minha terra também se diz espigos, mas aqui só se fala
em grelos… - justifiquei-me.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Quis ser simpático e coloquei-me ao nível dos albicastrenses,
mas lixei-me, pois a minha amiga não transige com as suas raízes.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">No resto da conversa já só se falou de espigos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">José Teodoro Prata<o:p></o:p></span></p>José Teodoro Pratahttp://www.blogger.com/profile/15555744299351841818noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6613595006425476605.post-72923678798321120212024-02-17T05:42:00.000-08:002024-02-17T05:43:42.403-08:00Sem pingo de compaixão<p><span style="font-family: "Source Serif Pro", serif; font-size: 14pt;">Viriato Soromenho Marques, p</span><span style="font-family: "Source Serif Pro", serif; font-size: 14pt;">rofessor universitário, </span><span style="font-family: "Source Serif Pro", serif; font-size: 14pt;">in Diário de Notícias</span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: rgb(8, 8, 8); line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; text-align: justify;"><span style="font-family: "Source Serif Pro", serif; font-size: 13pt;"><span style="color: white;">O filósofo Schopenhauer (</span></span><span style="color: white; font-family: "Source Serif Pro",serif; font-size: 13pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">1788-1860)
considerava a compaixão (Mitleid) como o sentimento moral por excelência, e por
isso uma das características fundamentais da nossa condição humana. Ser capaz
de sentir o sofrimento dos outros, sejam eles humanos ou animais, tinha, para o
pensador alemão, uma raiz ontológica fundamental. A dor dos outros, despertava
em nós uma espécie de compreensão intuitiva de que todos os seres partilham uma
vontade de viver original. Isso é válido para a mãe que corre risco de se
afogar para arrancar o seu filho das ondas, ou para o homem que se deixa imolar
pelo fogo na tentativa de salvar o seu cão. A comunhão do sofrimento rompe com
a ilusão do egoísmo, mesmo antes da nossa mortalidade o provar definitivamente.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: rgb(8, 8, 8); line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: "Source Serif Pro",serif; font-size: 13pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">Lembrei-me de Schopenhauer ao
perceber o crescente estado de morte ética do Ocidente. Bem sei que a política
e a ética estão muitas vezes em rota de colisão. E que o moralismo na política
internacional é usado, frequentemente, para esconder a face horrenda de
interesses inconfessáveis. Contudo, tudo tem limites. Refiro-me concretamente à
maneira inqualificável como uma série de países ocidentais reagiram a um
“relatório” de 6 páginas apresentado por Israel aos países doadores da UNRWA, a
Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina, que neste
momento é o único suporte de vida de dois milhões de sobreviventes nas ruínas
de Gaza, onde a violência das tropas de Telavive se transformou num horrendo
“novo normal”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: rgb(8, 8, 8); line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: "Source Serif Pro",serif; font-size: 13pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">Israel acusou 12 funcionários da
UNRWA de terem participado nos ataques do Hamas de 7 de outubro. Mais tarde, o
número caiu para metade, dando razão ao chefe da Agência, Philippe Lazzarini,
que considerou inconsistente esse documento acusatório. Apesar de a Agência ter
13.000 funcionários, e de as acusações terem sido apontadas pelo Estado
agressor, que tem a correr contra si no ICJ, em Haia, uma séria acusação de
genocídio, a verdade é que, logo após a divulgação do texto acusatório, uma
constelação de países ocidentais decidiu - antes de qualquer investigação
independente se debruçar sobre a acusação - suspender o financiamento à UNRWA.
Escrevo aqui os nomes mais sonantes desses países que resolveram juntar-se aos
algozes do povo de Gaza: EUA, Austrália, Canadá, Reino Unido, Alemanha, França,
Itália, Países Baixos, Finlândia, Japão.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: rgb(8, 8, 8); line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: "Source Serif Pro",serif; font-size: 13pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">Portugal recusou integrar essa
tribo de indignidade. Escrevo-o com a alegria rara de saudar alguma medida
acertada do Governo. Pelo contrário, Lisboa aumentou o seu contributo, para
compensar a perda de financiamento provocada pelos desertores. António Guterres
nomeou uma Comissão de Investigação Independente, liderada por Catherine
Colonna, ex-ministra francesa dos Negócios Estrangeiros, suportada por 3
reputados institutos escandinavos. O relatório só estará finalizado em abril.
Isso significa que corremos o risco de muitos milhares de vidas serem perdidas,
vítimas da fome e da doença, se até lá a Agência continuar subfinanciada.
Atrevo-me a dizer que o que está em causa não são os 6 funcionários acusados,
mas a hipócrita desumanidade de Estados, saturados de uma retórica de valores e
direitos, convertidos agora à lógica de extermínio praticada por Israel.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: rgb(8, 8, 8); line-height: normal; mso-add-space: auto; mso-margin-bottom-alt: auto; text-align: justify;"><span style="color: white; font-family: "Source Serif Pro",serif; font-size: 13pt; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">Quem pune um
povo inteiro, é quem não reconhece dignidade pessoal aos seus membros. Sem
compaixão, a vida humana ficará cada vez mais descartável. Pressinto que estes
são apenas os primeiros sinais de uma imensa e crescente barbárie. Intensa e
sem santuários.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 13pt; line-height: 107%;"><o:p> José Teodoro Prata</o:p></span></p>José Teodoro Pratahttp://www.blogger.com/profile/15555744299351841818noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6613595006425476605.post-67146784276688739182024-02-15T01:10:00.000-08:002024-02-15T12:17:38.143-08:00AMOC<p style="text-align: justify;">Há novas notícias sobre a Circulação Meridional do Atlântico (sigla AMOC, do nome inglês), popularmente conhecida por Corrente do Golfo.</p><p style="text-align: justify;">Já não é a primeira vez que aqui escrevo sobre este importante fenómeno natural, que permitiu os descobrimentos portugueses e todas as posteriores navegações à vela no Atlântico. É uma corrente de água no nosso oceano, que movimenta mais água do que todos os rios terrestres juntos.</p><p style="text-align: justify;">Poder ler-se um artigo aqui (mas há muita informação na net sobre este fenómeno natural):</p><p style="text-align: justify;"><a href="https://www.publico.pt/2024/02/09/azul/noticia/circulacao-atlantico-ja-estar-caminho-colapso-sugere-novo-modelo-2079544">https://www.publico.pt/2024/02/09/azul/noticia/circulacao-atlantico-ja-estar-caminho-colapso-sugere-novo-modelo-2079544</a><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh98xSAq80c9Mg98X66tDpKXgBHdiMG_iEFoYpNGNupjoERlYOMqZcUg6o3HXXQR2GL47JcSxJ2UDiCh9uvWWtYbMwQEmjDG-6D_ggifihUlBJFDcVElCcSDVbCK23hHquMFv77Mu8Q9W3M70KCHEt_4RQCaxqudbdnvcMWQvyoAlUGlzFa1rFUZ4Du5Cc/s219/220px-OCP07_Fig-6.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="173" data-original-width="219" height="316" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh98xSAq80c9Mg98X66tDpKXgBHdiMG_iEFoYpNGNupjoERlYOMqZcUg6o3HXXQR2GL47JcSxJ2UDiCh9uvWWtYbMwQEmjDG-6D_ggifihUlBJFDcVElCcSDVbCK23hHquMFv77Mu8Q9W3M70KCHEt_4RQCaxqudbdnvcMWQvyoAlUGlzFa1rFUZ4Du5Cc/w400-h316/220px-OCP07_Fig-6.jpg" width="400" /></a></div><div style="text-align: justify;">Este rio oceânico traz água quente do Golfo do México, suavizando o clima europeu nas estações frias.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Era graças a ele que os portugueses davam a volta pelos Açores, quando queiram regressar da costa africana: quem vinha da Ásia, do Brasil ou simplesmente do Golfo da Guiné ou da zona de Angola, parava em Cabo Verde e depois dava a volta pelos Açores em vez de seguir em linha reta junto á costa africana. Era muito mais longe, mas mais rápido, devido à AMOC.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Também foi graças a ela que os viquingues, por volta do ano 1000, partiram da Escandinávia e povoaram a Islândia e a Gronelândia, chegando à América do Norte. Há indícios de que também terão povoado nessa altura os Açores, pois, como podem ver pelas setas da AMOC, a corrente levava-vos em linha reta da escandinávioa para a Gronelândia, mas no regresso tinham de dar a volta por baixo.</div><div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXp8qn2lkbdg1zyS72dHvd7TIOzrYz3bF0f5Zmov88e2aWK6KUuXlKSZGP-fALOa6Qp3vj9K3Vco6hsk7fjcvb5S5kGsmaLczCQsmeE-vBjSKES1Mda7U4sGUXFBk4icHOddv74xXcPGaqs1JFecenCSKtDxMN0fFI1v8RPI4eoV-xAlvYTNq__bU_-bk/s960/1881237.gif" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="960" data-original-width="960" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXp8qn2lkbdg1zyS72dHvd7TIOzrYz3bF0f5Zmov88e2aWK6KUuXlKSZGP-fALOa6Qp3vj9K3Vco6hsk7fjcvb5S5kGsmaLczCQsmeE-vBjSKES1Mda7U4sGUXFBk4icHOddv74xXcPGaqs1JFecenCSKtDxMN0fFI1v8RPI4eoV-xAlvYTNq__bU_-bk/w640-h640/1881237.gif" width="640" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div>Nesta imagem podemos ver a AMOC em toda a sua extensão atlântica.<br /><p>Infelizmente, as novidades acima referidas não são boas. A corrente está a abrandar e pode vir a parar, pois a temperatura dos oceanos, nas zonas polares, está a subir muito e a água esta a perder a salinidade, devido ao degelo dos glaciares.</p><p>O fenómeno da AMOC é semelhante ao do vento: o ar movimenta-se de zonas quentes para frias e vice-versa (se a temperatura for semelhante em todas as zonas, não há vento) e a água movimenta-se de zonas quentes para frias e vice-versa, devido à temperatura da água e ao seu grau de salinidade.</p><p>Consequências? Fim dos invernos amenos nas costas atlânticas da Europa, daqui a umas dezenas de anos. Viram as notícias das recentes tempestades de neve nas costas atlânticas da América do Norte? À mesma latitude, nós temos entre 5 a 10 graus a mais do que eles.</p><p>José Teodoro Prata</p></div>José Teodoro Pratahttp://www.blogger.com/profile/15555744299351841818noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6613595006425476605.post-80950742535496875242024-02-11T13:08:00.000-08:002024-02-12T10:03:55.917-08:00Hipólito Raposo e os Candeias<p> <span style="font-size: 14pt; text-align: justify;">Acabo de chegar de São Vicente, onde participei na palestra
do José Miguel Teodoro sobre o patrono da nossa biblioteca, o Hipólito Raposo.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">No final, desejando ligar esta personalidade
histórica com a atualidade vicentina, afirmei estar ele ligado aos Candeias, com
destaque para o João Prata Candeias, que estava presente.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">A verdade é que a sua ligação é direta não com este, mas com
os primos dele, filhos de João Candeias e Maria de Jesus, pois esta descende
dos mesmos antepassados do Hipólito Raposo (na próxima terça-feira completam-se
139 anos que nasceu Hipólito Raposo, na casa onde vive atualmente a sua familiar
Amélia Candeias com o marido Carlos Cruz).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">De facto, existe uma outra ligação ainda mais antiga aos
Candeias e foi essa que me levou ao equívoco:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Em 1840, casaram José Hipólito de Jesus e Ana Raposa, esta
filha de Maria Candeias e neta de Ana dos Santos Candeias. Desse casamento
nasceu, entre outros, João Hipólito Vaz Raposo, que casou com Maria Adelaide Gama,
em 1872. Tiveram, entre outros, José Hipólito Vaz Raposo, o conhecido patrono
da biblioteca, que nasceu em 1885. Afinal, era a avó paterna do Hipólito Raposo que era dos Candeias.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Obrigado ao José Miguel Teodoro que veio de Lisboa de propósito
para partilhar uns momentos connosco. E às dinamizadoras da biblioteca (Celeste,
Libânia e Conceição), que organizaram o evento e nos ofereceram o lanche que permitiu
prolongar o nosso convívio. <o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">José Teodoro Prata<o:p></o:p></span></p>José Teodoro Pratahttp://www.blogger.com/profile/15555744299351841818noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6613595006425476605.post-10749675217332674852024-02-08T03:48:00.000-08:002024-02-10T08:58:37.058-08:00José Miguel Teodoro na Biblioteca<p style="text-align: center;"> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCGfRC13QnTBIYsqBgiqdfHD36p_qrE5qZaDDMSOZZ-g1z60JII0RiUKkeF7XhrAX9c7O8YSc6eHe__YLWkH9iJfAH5Vb_9OUGaB_pNaUv-MH70PtzNtqmqUKOD1EV606yLE1S07EKq5t1f_qSoMTZVLaWlocYnXcEthWCwahyLPHGB16iwoZ1FTolsyo/s3968/IMG_20240208_114154.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2976" data-original-width="3968" height="480" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiCGfRC13QnTBIYsqBgiqdfHD36p_qrE5qZaDDMSOZZ-g1z60JII0RiUKkeF7XhrAX9c7O8YSc6eHe__YLWkH9iJfAH5Vb_9OUGaB_pNaUv-MH70PtzNtqmqUKOD1EV606yLE1S07EKq5t1f_qSoMTZVLaWlocYnXcEthWCwahyLPHGB16iwoZ1FTolsyo/w640-h480/IMG_20240208_114154.jpg" width="640" /></a><br /></p><div style="text-align: justify;">Do jornal Reconquista de hoje, 8 de feveriro</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">José Teodoro Prata</div><p></p>José Teodoro Pratahttp://www.blogger.com/profile/15555744299351841818noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6613595006425476605.post-85283674204648286712024-02-03T11:54:00.000-08:002024-02-03T11:54:12.446-08:00Mais uma corça lusitana<p> <span style="font-size: 14pt; text-align: justify;">No livro Novelas do Minho, de Camilo Castelo Branco, mais
propriamente na novela Maria Moisés, refere-se a origem do topónimo Santarém.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Já aqui escrevemos sobre o culto da corça pelos Celtas (0s
Lusitanos eram Celtas) e da sua presença nas lendas de São Pedro de
Vir-A-Corça, Monsanto, e da Senhora da Orada, São Vicente da Beira.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Mas vamos então ao Camilo:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">O rei da Lusitânia Gorgoris teve uma
filha que se apaixonou por um homem de baixa extração. O que denunciou estes
amores foi, diz <b>Bernardo de Brito</b> em uma palavra de cunho português de
lei, foi a «emprenhidão». <o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>- Credo! Que palavra! – exclamou com engulho
D. Maria Tibúrcia.<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">- Não parece palavra de pessoa
eclesiástica! – notou a outra senhora não menos escandalizada.<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">O mano Teutónio, como tinha piscado o
olho direito ao cónego, ria-se, e o cónego, com a maior gravidade, disse:<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">- Minhas senhoras, os antigos faziam
as coisas e diziam-nas; hoje em dia a civilidade não permite dizê-las. Ande lá
com a filha de Gorgoris, sr. desembargador.<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 35.4pt;"><i><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">- Deu ela à luz um menino, que o avô
deitou às feras; e, como as feras o não comessem, atirou-o ao Tejo. Foi o
menino encontrado no sítio que hoje chamam Santarém; e, como quer que uma corça
lhe desse o primeiro leite, chamou-se o menino <b>Abidis</b>, e daí veio
chamar-se o lugar <b>Esca Abis</b> (manjar de Abidis), e, corrupto, <b>Scalabis</b>,
etc.<o:p></o:p></span></i></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><u><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Notas:</span></u><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"> <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Frei <b>Bernardo de Brito</b> (1569-1617) escreveu uma
monumental História de Portugal, em oito volumes, chamada <b>Monarchia Lusitana</b>.
É a ela que o desembargador se refere para explicar a origem do nome Santarém.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Nestas 3 situações em que intervém uma corça a amamentar um
bebé nascido de uma gravidez indesejada (no caso da nossa Orada, a corça
alimenta a moça ainda grávida), a corça é como uma mãe que se dá num amor
incondicional. Seria essa a caraterística que os Celtas atribuíam à corça, no
culto que lhe prestavam?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">José Teodoro Prata<o:p></o:p></span></p>José Teodoro Pratahttp://www.blogger.com/profile/15555744299351841818noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6613595006425476605.post-60854100129160333702024-02-01T01:26:00.000-08:002024-02-01T01:26:57.674-08:00Pelourinho - Culto ao Santo Cristo<p style="text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhJimAllmn8I7ecvxprUtERYv3UUgvaB9IEsdRGCDyJEbT4hA2GePeb3YDNVSxhjuTalj8YxF1R-s1dMQ33A7bXqiV2Ho0RZ7Pngl1kCtOXJeRBYPdyblYNoxUCBLdQdrpTVhxz6imJDeK5MdgPt_XXkdwPmFS5LS3g6RMkVWTE55QGXqHf8tdEV7vKILs" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="320" data-original-width="183" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEhJimAllmn8I7ecvxprUtERYv3UUgvaB9IEsdRGCDyJEbT4hA2GePeb3YDNVSxhjuTalj8YxF1R-s1dMQ33A7bXqiV2Ho0RZ7Pngl1kCtOXJeRBYPdyblYNoxUCBLdQdrpTVhxz6imJDeK5MdgPt_XXkdwPmFS5LS3g6RMkVWTE55QGXqHf8tdEV7vKILs=w365-h640" width="365" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEii2jzRYrFPFBmnB1SCtcD_0Kkhw-mtrnwNBP0WeLdwRnVX_yLYY_pVpiyPfdB3DjI2Op52W3rCa4zeDIrCHen2zhj6lcia0mZBOtxf0TDM_VI0C4uEHLG294vau-hw0hSHHOabnMhtvZyfYRKKJpvq4pHjAw0Q79hNrINelC1dyzXlo4c08g5FgJLR1rU/s930/SAM_6105.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="930" data-original-width="592" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEii2jzRYrFPFBmnB1SCtcD_0Kkhw-mtrnwNBP0WeLdwRnVX_yLYY_pVpiyPfdB3DjI2Op52W3rCa4zeDIrCHen2zhj6lcia0mZBOtxf0TDM_VI0C4uEHLG294vau-hw0hSHHOabnMhtvZyfYRKKJpvq4pHjAw0Q79hNrINelC1dyzXlo4c08g5FgJLR1rU/w408-h640/SAM_6105.JPG" width="408" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">Maria Libânia Ferreira</div><p></p>José Teodoro Pratahttp://www.blogger.com/profile/15555744299351841818noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6613595006425476605.post-16119739753794824842024-01-29T04:08:00.000-08:002024-01-29T04:08:53.940-08:00Festa de São Vicente e São Sebastião<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGaMuqjTFdsOqltnfeA1GeW5f5O645VhuGH2bBlG9rQz8kAYFS380S16ub2yipw68rg7PCljjwfiZGReoXyH2764SjRZOdRwpbausrJBW5FZ_I3kjGs4dxU3BKEgZksRUYXQXF11OP4z3V_tHoUY54FE6mZ9kqxzhyphenhyphenNjWKBXqNRG8dAyhIupPnsdwirm0/s3968/IMG_20240128_135533.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3968" data-original-width="2976" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGaMuqjTFdsOqltnfeA1GeW5f5O645VhuGH2bBlG9rQz8kAYFS380S16ub2yipw68rg7PCljjwfiZGReoXyH2764SjRZOdRwpbausrJBW5FZ_I3kjGs4dxU3BKEgZksRUYXQXF11OP4z3V_tHoUY54FE6mZ9kqxzhyphenhyphenNjWKBXqNRG8dAyhIupPnsdwirm0/w480-h640/IMG_20240128_135533.jpg" width="480" /></a></div><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">É um santo bem esquecido dentro da Igreja Católica, o nosso
São Vicente (há muitos santos Vicente, o nosso é o de Saragoça). Nas Jornadas
Mundiais da Juventude falou-se nele, pois é o padroeiro de Lisboa, a sede do patriarcado
em que se realizaram as jornadas. Mas a net (não estive cá na altura) dá-me informações
pouco substanciais do que foi dito.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Nós próprios o largámos de mão, logo no século XVII, quando o
trocámos por Nossa Senhora como padroeira da nossa igreja. Ele nem padre era,
apenas um diácono (grau anterior à ordenação sacerdotal), quando foi preso,
torturado e morto pelos romanos, por teimar entusiasticamente em proclamar a
sua fé em Cristo (o bispo da sua diocese foi apenas exilado).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Vicente, tal como muitos outros mártires cristãos da Hispânia,
tornou-se logo um símbolo da resistência dos cristãos às perseguições e um
exemplo de fé para os não cristãos (a maioria da população; na região onde
vivemos ainda quase nem chegara o Cristianismo).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">O seu culto foi crescendo, tornando-se um dos santos mais
adorados pelos romanos, depois pelos visigodos e, a partir dos inícios do
século VIII, pelos cristãos que persistiram em manter a sua fé cristã, sob
domínio muçulmano (a maioria converteu-se ao Islamismo), os moçárabes. A zona
da nossa freguesia seria um dos locais onde o seu culto era bem forte no
período da Reconquista, sendo por isso que logo se restaurou a povoação ali
existente e lhe foi dado o nome do santo, São Vicente. E durante a Idade Média
havia feira franca em São Vicente da Beira, no dia 22 de janeiro, o dia da sua
festa.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Como acima escrevi, trocámo-lo por Nossa Senhora como divindade
protetora e a sua festa realiza-se agora em conjunto com a de São Sebastião, que
tem poderes de proteger contra as pestes (ontem, à porta da capela, alguém
enrolava uma fita vermelha ao pescoço e dizia que o santo o protegia das
bichas) e promove a partilha cristã, pela realização de bodos para os pobres,
ainda ontem simbolizado pela distribuição de papos-secos, tremoços e filhós
(estavam boas).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Terminada a cerimónia religiosa, o simbolismo do bodo de São
Sebastião prolongou-se por um almoço-convívio na Casa do Povo, que encheu o
salão e se prolongou pela tarde. Obrigado ao Hélder Agostinho que penso ser o
mordomo de São Sebastião e coordenou toda a festa religiosa e profana, obrigado
extensivo à sua família e a todos, muitos, que se fartaram de trabalhar para
proporcionar à nossa comunidade este momento de convívio e partilha.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">José Teodoro Prata<o:p></o:p></span></p>José Teodoro Pratahttp://www.blogger.com/profile/15555744299351841818noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6613595006425476605.post-12470812526672146882024-01-25T06:49:00.000-08:002024-01-26T06:54:15.622-08:00O nosso falar: lambeteirice<p> Estava num hipermercado com a minha mulher e, esgotada a lista de compras, perguntei-lhe:</p><p>- Não compramos nenhuma lambeteirice?</p><p>Que palavra! Na casa dos meus pais usavamo-la como sinónimo de guloseima, no sentido pecaminoso do termo (pretendia-se repreender a ato já praticado ou apenas desejado de gulodice).</p><p>Neste palavra, a net fica quase muda quando lhe pergunto. Só me mostra o lambeteiro, o mesmo que lambeta: mexeriqueiro e delator (Brasil), bajulador e adulador.</p><p>A lambeteirice lambe-se, se o guloso se controlar, claro. Em sentido figurado, o mesmo faz o bajulador e o adulador.</p><p>José Teodoro Prata</p>José Teodoro Pratahttp://www.blogger.com/profile/15555744299351841818noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6613595006425476605.post-45799829714139060332024-01-22T05:23:00.000-08:002024-01-25T06:51:58.672-08:00Festa de São Sebastião<p style="text-align: center;"> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_zw_S3WYY9OOJ4YV9pOvcc5wGHnoMvR0jY3PVueG5vIWmfWgiiDRd27cWJdVwFGxgSft3aZPHSYP_HbpWk71Aodcpno8VKSIeOtu2XhgHwmCTUgRhh3etVC0l8ahhBiXhwUXyDeSgDGPe-MKZbTE9lCaU1QxvK5AOvnIcm9m2M2QoQXQNp6Eb8YWJ87E/s942/SAM_6107.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="942" data-original-width="673" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_zw_S3WYY9OOJ4YV9pOvcc5wGHnoMvR0jY3PVueG5vIWmfWgiiDRd27cWJdVwFGxgSft3aZPHSYP_HbpWk71Aodcpno8VKSIeOtu2XhgHwmCTUgRhh3etVC0l8ahhBiXhwUXyDeSgDGPe-MKZbTE9lCaU1QxvK5AOvnIcm9m2M2QoQXQNp6Eb8YWJ87E/w458-h640/SAM_6107.JPG" width="458" /></a></p><p style="text-align: center;"></p><div style="text-align: left;">Maria Libânia Ferreira</div><p></p>José Teodoro Pratahttp://www.blogger.com/profile/15555744299351841818noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6613595006425476605.post-73357888221807500042024-01-17T12:24:00.000-08:002024-01-17T12:26:24.200-08:00Pelas brumas da Gardunha<p style="text-align: center;"> <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3OkEikZgrOr0os34N-hXsSjmSJm4Fi-qfxhO5Y7ZFaCKetEH2y1qG6hW9w7ehobu_2vT5cIyb-B0DAgnZAFJ5Xs1aGHzUsJyizUHo9zopqyd3tLd_gjTk4Qd7E1tNOvV-XlaNIIeCfKypEUysC5u3Mx9w5wW1uHt7inlX9Xtm3lAtz6sqZGnHmhoAXfs/s2048/IMG-20240116-WA0006.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="2048" data-original-width="1878" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3OkEikZgrOr0os34N-hXsSjmSJm4Fi-qfxhO5Y7ZFaCKetEH2y1qG6hW9w7ehobu_2vT5cIyb-B0DAgnZAFJ5Xs1aGHzUsJyizUHo9zopqyd3tLd_gjTk4Qd7E1tNOvV-XlaNIIeCfKypEUysC5u3Mx9w5wW1uHt7inlX9Xtm3lAtz6sqZGnHmhoAXfs/w586-h640/IMG-20240116-WA0006.jpg" width="586" /></a></p><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 13.5pt; line-height: 107%;">O velho petrus</span><o:p></o:p></p><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhO_sbr5PYOiuruvHhZi-jrn_XmMTS_NFoIk7EnfIpAHOVpNpfZZgKDZiKEyi35tEnfCP1QKFGblFXNRHLkLcJbPqINn-cnWKvd-O0AJH8ZRKkLczM_Aa4-ZVXcOMHDXSe6ZvKy92Sx-wmQ5lQmmaxgVrjpXvT05R88LdJVV6oyZ1emJppLRc82Lq9rPQA/s877/IMG-20240116-WA0005.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="853" data-original-width="877" height="622" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhO_sbr5PYOiuruvHhZi-jrn_XmMTS_NFoIk7EnfIpAHOVpNpfZZgKDZiKEyi35tEnfCP1QKFGblFXNRHLkLcJbPqINn-cnWKvd-O0AJH8ZRKkLczM_Aa4-ZVXcOMHDXSe6ZvKy92Sx-wmQ5lQmmaxgVrjpXvT05R88LdJVV6oyZ1emJppLRc82Lq9rPQA/w640-h622/IMG-20240116-WA0005.jpg" width="640" /></a></div><p class="MsoNormal" style="text-align: center;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 13.5pt; line-height: 107%;">Ternura entre seres imperfeitos</span></p><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEha05gxUeIYPiay2-ffduNeIEvD5SUdEBv0UtB3I1IKxJ8VaVmZ4SNFGntFN6b38lLZ-qF2UjcdGf6j3mDVGhZJWcc-LUHTNwAdLCSyQ4tJZyAvu4hFZM-CtWuTCwRKM-1rQOtqqs_GuUoxftq6F5g-anjCgkNOKFve5hZhth0nOSXTPT_QVebPo1qOLVw/s1600/IMG-20240116-WA0004.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEha05gxUeIYPiay2-ffduNeIEvD5SUdEBv0UtB3I1IKxJ8VaVmZ4SNFGntFN6b38lLZ-qF2UjcdGf6j3mDVGhZJWcc-LUHTNwAdLCSyQ4tJZyAvu4hFZM-CtWuTCwRKM-1rQOtqqs_GuUoxftq6F5g-anjCgkNOKFve5hZhth0nOSXTPT_QVebPo1qOLVw/w480-h640/IMG-20240116-WA0004.jpg" width="480" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; text-align: center;"><span face="Arial, sans-serif" style="font-size: 13.5pt;">Ave esculpida no granito</span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><i><span face=""Arial",sans-serif" style="color: black; font-size: 13.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;"><br /></span></i></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; mso-margin-bottom-alt: auto; mso-margin-top-alt: auto;"><i><span face=""Arial",sans-serif" style="color: black; font-size: 13.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT; mso-font-kerning: 0pt; mso-ligatures: none;">Fotos, legendas e título do
Francisco Barroso<o:p></o:p></span></i></p></div><p></p><p class="MsoNormal"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13.5pt; line-height: 107%;">José Teodoro Prata</span></p>José Teodoro Pratahttp://www.blogger.com/profile/15555744299351841818noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6613595006425476605.post-75054357119736691362024-01-15T01:02:00.000-08:002024-01-15T12:05:02.512-08:00Sobre a importância da Língua Portuguesa<p><span face="Verdana, sans-serif" style="font-size: 11pt; text-align: justify;">Uma
das coisas que me entristece muito é a dificuldade que tenho em manter uma
conversa normal com os meus familiares que vivem no estrangeiro, principalmente
os meus sobrinhos que já por lá nasceram. Os pais, por razões que percebo, deixaram-se
levar pelo receio das mentalidades xenófobas dos países de “acolhimento”, que,
por muito que disfarçassem, mais não cuidavam que da força dos braços dos
emigrantes, ignorando (ridicularizando até) dimensões importantes da sua
cultura. Foi o caso, por exemplo, da Língua Portuguesa, que quase desapareceu
dos lares de muitas famílias que vivem lá fora.</span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 6pt; text-align: justify;"><span face=""Verdana",sans-serif" style="font-size: 11pt; line-height: 150%;">Portugal
poderia ter criado condições que evitassem esta situação, mas, mesmo sabendo
que a Língua Portuguesa é um dos principais elos entre muitos milhões de
pessoas, e que havia que cuidá-la, muito ficou por fazer. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 6pt; text-align: justify;"><span face=""Verdana",sans-serif" style="font-size: 11pt; line-height: 150%;">Tenho
andado a ler o livro de Seixas da Costa «Antes que me Esqueça», em que, para
além da insinuação dos muitos almoços e jantares a que o Corpo Diplomático tem
de assistir, aborda temas/episódios curiosos sobre as relações entre os
diversos países e instituições. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 6pt; text-align: justify;"><span face=""Verdana",sans-serif" style="font-size: 11pt; line-height: 150%;">Num
dos textos, a que chamou “Demasiada memória” fala da sua missão em Angola na
década de 1980: conta alguns problemas que existiam a propósito da liberdade de
expressão na imprensa (sempre tão atual!), e termina a falar na importância da
nossa Língua, comum a tanta gente. É este trecho que partilho com quem não
conhece o livro:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 6pt; text-align: justify;"><span face=""Verdana",sans-serif" style="font-size: 11pt; line-height: 150%;">«… À
época, os editoriais do <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Jornal de Angola </i>contra
Portugal sucediam-se. A embaixada portuguesa em Luanda optara por não reagir,
de modo a que essa catarse mediática não fosse estimulada por um contraditório
que se via como de escassa eficácia. Por isso líamos matinalmente essas colunas
agressivas e através delas íamos apenas medindo a febre de acrimónia contra
Lisboa, esperando que o tempo a atenuasse, como de facto acabou por suceder.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 6pt; text-align: justify;"><span face=""Verdana",sans-serif" style="font-size: 11pt; line-height: 150%;">Um
dia vi publicado um texto de rara violência, já não sei bem a propósito de quê.
Nele se referia que Portugal, como «o miserável país das caravelas decrépitas»
era um colonizador frustrado, porque, contrariamente a outros, não deixara em
Angola nenhuma herança positiva. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 6pt; text-align: justify;"><span face=""Verdana",sans-serif" style="font-size: 11pt; line-height: 150%;">Sem
consultar o meu embaixador, tomei a iniciativa de telefonar ao autor do texto.
Era um jornalista e escritor de algum mérito, nascido em Portugal (…).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 6pt; text-align: justify;"><span face=""Verdana",sans-serif" style="font-size: 11pt; line-height: 150%;">Disse-lhe
que tinha lido o seu texto com interesse e queria felicitá-lo pelo mesmo. Do
lado de lá da linha a resposta foi a esperada: «Você está a gozar comigo?»
Respondi-lhe que não estava e que o artigo, cuja liberdade de apreciação sobre
Portugal eu não contestava, comportava, contudo, uma evidente contradição de
que ele talvez não se tivesse dado conta, mas que era a única razão do meu
telefonema. O meu interlocutor estava cada vez mais perplexo. Até pela
deliberada cordialidade que atravessava o meu discurso. Pelo que decidi
explicar: «O seu artigo, independentemente do conteúdo agressivo contra o meu
país, (…), está extremamente bem escrito e exprime, de forma brilhante, uma
leitura crítica do comportamento do meu governo. Embora eu não concorde rigorosamente
em nada com aquilo que escreveu, quero dizer-lhe que você está no pleníssimo
direito de exprimir aquilo que pensa, embora eu imagino o que “por aí iria”se
lá em Lisboa, o Diário de Notícias (…) se abalançasse a escrever uma coisa de
natureza similar sobre o governo angolano, Mas não é essa hoje a minha questão.
O que eu queria sublinha é que o texto está redigido num português exemplar,
numa escrita de grande elegância estilística. Ora, você, diz nesse mesmo texto
que nada ficou em Angola de herança lusitana! E essa língua em que você escreve
tão bem? É uma herança de quem? Ou será que você é capaz de escrever um
editorial em quimbundo, em umbundo ou em chócue, que qualquer angolano que
saiba ler possa perceber? E em que língua se publica o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Jornal de Angola? </i>Que outra língua une hoje politicamente Angola?
Esta é ou não é uma herança do tempo colonial? <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 6pt; text-align: justify;"><span face=""Verdana",sans-serif" style="font-size: 11pt; line-height: 150%;">(…)»<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 6pt; text-align: justify;"><span face=""Verdana",sans-serif" style="font-size: 11pt; line-height: 150%;">Claro
que este texto pode levantar algumas questões relacionadas com a colonização ou
as relações bilaterais, mesmo depois da independência; mas a razão por que o
trouxe foi por comungar da ideia que nos dá de que, o maior legado que deixámos
pelos lugares onde andámos, foi a Língua Portuguesa. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 6pt; text-align: justify;"><span face=""Verdana",sans-serif" style="font-size: 11pt; line-height: 150%;">Quem
é que, andando por fora do país, não vira logo a cabeça se ouve alguém a falar
a nossa língua? É uma sensação estranha, mas de conforto…<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: 150%; margin-top: 6pt; text-align: justify;"><span face=""Verdana",sans-serif" style="font-size: 11pt; line-height: 150%;">M. L. Ferreira<o:p></o:p></span></p>José Teodoro Pratahttp://www.blogger.com/profile/15555744299351841818noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6613595006425476605.post-46349856093169379372024-01-12T01:02:00.000-08:002024-01-13T06:15:32.747-08:00Os Sanvincentinos na Grande Guerra<p> <b><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-language: PT;">Luís Batista</span></b></p>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9PzRmxYcAqre3UqRDic9pO9ttaIbPF6gjEy6X426ix7rKSVBNtSycxB-HxuCU9TVa2c4qBGw-5fsoPoxoWc1kzUzSd7Q1Cr0DifJBvOzAZgetq-6GE_WzwQGlCSKjSqXODkjuNK6RSYqQCdArhjUN5GUzr-uWUY9cEaP11XIe3q-uD139ooHB_yhYUQQ/s986/PT-ADCTB-PRQ-PCTB20-001-00035_m0018_derivada.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="986" data-original-width="961" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh9PzRmxYcAqre3UqRDic9pO9ttaIbPF6gjEy6X426ix7rKSVBNtSycxB-HxuCU9TVa2c4qBGw-5fsoPoxoWc1kzUzSd7Q1Cr0DifJBvOzAZgetq-6GE_WzwQGlCSKjSqXODkjuNK6RSYqQCdArhjUN5GUzr-uWUY9cEaP11XIe3q-uD139ooHB_yhYUQQ/w624-h640/PT-ADCTB-PRQ-PCTB20-001-00035_m0018_derivada.jpg" width="624" /></a></div>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto; mso-margin-bottom-alt: 10.0pt; mso-margin-top-alt: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-language: PT;"> </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto; mso-margin-bottom-alt: 10.0pt; mso-margin-top-alt: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-language: PT;">Luís Batista nasceu em
São Vicente da Beira, no dia 26 de julho de 1893. Era filho de João Batista,
ganhão, e de Maria de São João, moradores na rua da Cruz.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto; mso-margin-bottom-alt: 10.0pt; mso-margin-top-alt: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-language: PT;">Assentou praça no dia 9
de julho de 1913 e foi incorporado no 2.º Batalhão do Regimento de Infantaria
21, em 13 de janeiro de 1914. Era na altura analfabeto e tinha a profissão de
jornaleiro. Após ter concluído a instrução recruta, foi licenciado e regressou
a São Vicente. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto; mso-margin-bottom-alt: 10.0pt; mso-margin-top-alt: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-language: PT;">Voltou a ser mobilizado
em 1916, para fazer parte do CEP, e embarcou para França, no dia 21 de janeiro
de 1817, integrando a 6.ª Companhia do 2.º Batalhão do 2º Regimento de
Infantaria 21, como soldado com o número 21 e a placa de identidade n.º 9123.
No mesmo barco terá seguido também o seu irmão António Batista.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto; mso-margin-bottom-alt: 10.0pt; mso-margin-top-alt: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-language: PT;">Sobre o tempo em que
permaneceu em França, o seu boletim individual de militar do CEP refere o
seguinte:<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 53.25pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; margin: 0cm 0cm 0cm 53.25pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo1; tab-stops: list 53.25pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT;">a)<span style="font-family: "Times New Roman"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal;"> </span></span><!--[endif]--><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-language: PT;">Punido em 11 de outubro de 1917, com dois dias de detenção, por ter comparecido na formatura com a barba por
fazer, apesar das recomendações que lhe tinham sido feitas;<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 53.25pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; margin: 0cm 0cm 0cm 53.25pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo1; tab-stops: list 53.25pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT;">b)<span style="font-family: "Times New Roman"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal;"> </span></span><!--[endif]--><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-language: PT;">Punido em 14 de outubro, com 10 dias de detenção, porque, fazendo parte da
guarda ao Chateau de St. André, manifestou indícios de embriaguez, pelo que foi
mandado recolher ao acantonamento;<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 53.25pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; margin: 0cm 0cm 0cm 53.25pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo1; tab-stops: list 53.25pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT;">c)<span style="font-family: "Times New Roman"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal;"> </span></span><!--[endif]--><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-language: PT;">Punido no dia 6 de dezembro de 1918, com 5 dias de detenção, por ter saído
do distrito da guarda ao acantonamento sem autorização;<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 53.25pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; margin: 0cm 0cm 0cm 53.25pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo1; tab-stops: list 53.25pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT;">d)<span style="font-family: "Times New Roman"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal;"> </span></span><!--[endif]--><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-language: PT;">Recolheu ao Depósito Disciplinar 1, em 23 de janeiro de 1919;<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 53.25pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; margin: 0cm 0cm 0cm 53.25pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo1; tab-stops: list 53.25pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT;">e)<span style="font-family: "Times New Roman"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal;"> </span></span><!--[endif]--><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-language: PT;">Embarcou para Portugal, no dia 25 de fevereiro de 1919, chegando a Lisboa
no dia 28 do mesmo mês.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 53.25pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; margin: 0cm 0cm 0cm 53.25pt; mso-add-space: auto; mso-list: l1 level1 lfo1; tab-stops: list 53.25pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-language: PT;"><br /></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: center;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXyb2cplhf3qodEdTc_GbNL45rEHaShMg1G4fz6RDhiYdaU_XdkFrWWiWvJWSUv_vG6AZ0qW5t6sMMn0iMOe-RZNTc6B5KYe4fn72tTE3Yx6zXqRYyf36dJO_Izn5M-pok8W9jKids4opqjW_R0fefGOlPZXiTnuRMVzaxMRhf-4YhBXYbA1mkyqLbn48/s3123/Luis%20Batista%20(2).jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3123" data-original-width="2048" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgXyb2cplhf3qodEdTc_GbNL45rEHaShMg1G4fz6RDhiYdaU_XdkFrWWiWvJWSUv_vG6AZ0qW5t6sMMn0iMOe-RZNTc6B5KYe4fn72tTE3Yx6zXqRYyf36dJO_Izn5M-pok8W9jKids4opqjW_R0fefGOlPZXiTnuRMVzaxMRhf-4YhBXYbA1mkyqLbn48/w420-h640/Luis%20Batista%20(2).jpg" width="420" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRN6j5snfrnel1rbfwUMVNp0xG4XtkWAmCXGomPYeV3sJl89nP21zqDRc8n16-Ih6fpUcHDjegbjIp3jH7fnqhZlVjQNQQj9a9Y5FZ3J0hPkgIzOffDOFmPxH7ogSDLeKFGAYPOUQ4E6uT1gFcJHpIGrU_Atdc55B3QlUyUbXCGu0Bm11xYjxUgN6l9kI/s3097/Luis%20batista%20(3).jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3097" data-original-width="2048" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRN6j5snfrnel1rbfwUMVNp0xG4XtkWAmCXGomPYeV3sJl89nP21zqDRc8n16-Ih6fpUcHDjegbjIp3jH7fnqhZlVjQNQQj9a9Y5FZ3J0hPkgIzOffDOFmPxH7ogSDLeKFGAYPOUQ4E6uT1gFcJHpIGrU_Atdc55B3QlUyUbXCGu0Bm11xYjxUgN6l9kI/w424-h640/Luis%20batista%20(3).jpg" width="424" /></a></div><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-language: PT;"><br /></span><p></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto; mso-margin-bottom-alt: 10.0pt; mso-margin-top-alt: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-language: PT;"><u>Família:</u><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto; mso-margin-bottom-alt: 10.0pt; mso-margin-top-alt: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-language: PT;">Antes de partir para França, Luís Batista já se tinha casado com Joana Ambrósia, na Conservatória do
Registo Civil de São Vicente da Beira, a 25 de setembro de 1916. Tiveram 3
filhas, uma das quais faleceu com 4 anos de idade. Criaram: <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 53.25pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; margin: 0cm 0cm 0cm 53.25pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo2; tab-stops: list 53.25pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT;">1.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal;"> </span></span><!--[endif]--><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-language: PT;">Maria da Conceição, que casou com João Maria Madeira e tiveram 9 filhos;<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-left: 53.25pt; margin-right: 0cm; margin-top: 0cm; margin: 0cm 0cm 0cm 53.25pt; mso-add-space: auto; mso-list: l0 level1 lfo2; tab-stops: list 53.25pt; text-align: justify; text-indent: -18pt;"><!--[if !supportLists]--><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-font-family: Arial; mso-fareast-language: PT;">2.<span style="font-family: "Times New Roman"; font-feature-settings: normal; font-kerning: auto; font-optical-sizing: auto; font-size: 7pt; font-stretch: normal; font-variant-alternates: normal; font-variant-east-asian: normal; font-variant-numeric: normal; font-variant-position: normal; font-variation-settings: normal; line-height: normal;"> </span></span><!--[endif]--><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-language: PT;">Maria Zara, que morreu solteira e sem descendência.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto; mso-margin-bottom-alt: 10.0pt; mso-margin-top-alt: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-language: PT;"><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto; mso-margin-bottom-alt: 10.0pt; mso-margin-top-alt: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-language: PT;">Quando regressou a
Portugal, como grande número dos militares que estiveram em França, Luis Batista
apresentava algumas sequelas do stress e do efeito dos gases a que esteve
sujeito durante a guerra. Não falava muito desses tempos; apenas, de vez em
quando, dos amores que lá teve… <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto; mso-margin-bottom-alt: 10.0pt; mso-margin-top-alt: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-language: PT;">Um dos companheiros de
guerra contava que uma vez, perto do Natal, saiu do acantonamento e andou por
lá algum tempo. Quando regressou trazia alguns ovos e um pouco de farinha.
Ficaram todos contentes porque, assim, puderam fazer uma espécie de filhós para
lembrar o Natal da terra e matar algumas saudades. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto; mso-margin-bottom-alt: 10.0pt; mso-margin-top-alt: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-language: PT;">Apesar das dificuldades,
teve sempre um trabalho regular que lhe garantiu o sustento da família. Foi
ganhão, como o pai, e fez todo o tipo de trabalhos agrícolas, como jornaleiro,
durante muito tempo ao serviço da família Remualdo, nas Quintas.<span style="color: #ff6600;"><o:p></o:p></span></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto; mso-margin-bottom-alt: 10.0pt; mso-margin-top-alt: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-language: PT;">Na terra, todos lhe
chamavam Luís Gonzaga e ainda hoje é lembrado por esse nome. Nem a família mais
próxima sabe porquê, mas é provável que fosse porque era esse o nome do
padrinho de batismo (Luís Gonzaga de Jesus Pereira, que na altura era solteiro
e estudante). Pode ser também porque era assim que se chamava o capitão da sua
Companhia (Luís de Sousa Gonzaga).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto; mso-margin-bottom-alt: 10.0pt; mso-margin-top-alt: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-language: PT;">Luís Batista faleceu no
dia 20 de Março de 1979; tinha 85 anos.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto; mso-margin-bottom-alt: 10.0pt; mso-margin-top-alt: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-language: PT;"><br /></span></p>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSct3K05N0Nt3sbMywrKFwMv5tUNS1qELGRXLlgbiE6BpJn7klkVbv8EO_ai-hF7AasATko_6zozk1YkciDxrrhEOljzu-ADeZtbXxIz9yiE6l2AgnbuKAVsVaenkNgHZ2aVuPpVCppuKWtQ58BnAyEDyL2H4DmtWJr8LdliKkOd4E5Peo2c5L5g3k0HQ/s3072/DSCF1963.JPG" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="3072" data-original-width="1728" height="400" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSct3K05N0Nt3sbMywrKFwMv5tUNS1qELGRXLlgbiE6BpJn7klkVbv8EO_ai-hF7AasATko_6zozk1YkciDxrrhEOljzu-ADeZtbXxIz9yiE6l2AgnbuKAVsVaenkNgHZ2aVuPpVCppuKWtQ58BnAyEDyL2H4DmtWJr8LdliKkOd4E5Peo2c5L5g3k0HQ/w225-h400/DSCF1963.JPG" width="225" /></a></div><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0cm; text-align: center;"><br /></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto; mso-margin-bottom-alt: 10.0pt; mso-margin-top-alt: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt; mso-fareast-language: PT;">(Pesquisa feita com a
colaboração dos netos António Madeira e Isilda Madeira)</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt;"><i>Maria Libânia Ferreira</i></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif"></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt;"></span></p><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; margin-top: 0cm; mso-add-space: auto; mso-margin-bottom-alt: 10.0pt; mso-margin-top-alt: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt;"></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt;"></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt;"></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt;"></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt;"></span></p><p class="MsoBodyText" style="line-height: normal; margin-bottom: 6pt; mso-add-space: auto; mso-margin-bottom-alt: 6.0pt; mso-margin-top-alt: 0cm; text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 14pt; mso-fareast-language: PT;"></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt;"></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt;"></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Calibri",sans-serif" style="font-size: 14pt; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif"></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span face=""Arial",sans-serif" style="font-size: 13pt;"><i>Do livro: Os Combatentes de São Vicente da Beira na Grande Guerra</i></span></p>José Teodoro Pratahttp://www.blogger.com/profile/15555744299351841818noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6613595006425476605.post-65266811360289854992024-01-10T01:28:00.000-08:002024-01-10T01:29:01.296-08:00Boletim agrícola<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Enxertias<o:p></o:p></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">Encontrei este quadro com o calendário das enxertias e acho
útil partilhá-lo convosco. Apesar de cada região ter os seus costumes (neste
caso, o seu calendário de enxertia – por exemplo nós fazemos pouca enxertia no
tempo quente), o quadro sintetiza informação importante. Por mim, apenas divirjo
na época da enxertia da videira, que sempre fiz no inverno, antes da
rebentação.<o:p></o:p></span></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7g3HKVC2Y_tiofayxgvfHiXbLy2oftWQiSLj8yxf1Y3Kiw7jZLhWWYzPqb326ZQxp9QQ2rArwTX0aF52igdT0YqGbfc7BOwRdGQtspyqdtVxW7Ae-S4B-qZqu8B6J2my49oK2chmmtxXhh03UNvF_gKBLAH00UUUIB3d-QMReA1cZ75hFgOx-WYJTnOA/s700/188895234_772098050137261_2307672996645473406_n.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="700" data-original-width="424" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7g3HKVC2Y_tiofayxgvfHiXbLy2oftWQiSLj8yxf1Y3Kiw7jZLhWWYzPqb326ZQxp9QQ2rArwTX0aF52igdT0YqGbfc7BOwRdGQtspyqdtVxW7Ae-S4B-qZqu8B6J2my49oK2chmmtxXhh03UNvF_gKBLAH00UUUIB3d-QMReA1cZ75hFgOx-WYJTnOA/w388-h640/188895234_772098050137261_2307672996645473406_n.jpg" width="388" /></a></div><p>
</p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-size: 14pt; line-height: 107%;">José Teodoro Prata</span></p>José Teodoro Pratahttp://www.blogger.com/profile/15555744299351841818noreply@blogger.com0