sábado, 14 de fevereiro de 2009

Energia Eólica


A fotografia mostra os últimos aerogeradores colocados nos cumes da Gardunha, em meados de 2008. Situam-se no Cabeço do Mastro, um de cada lado do cume, mesmo junto ao Alto da Portela (ou Portela de S. Vicente), onde passava a estrada de S. Vicente para o Fundão.
Em primeiro plano, vêem-se as Quintas: a casa e fazenda dos herdeiros de Maria da Luz Romualdo e depois a casa do senhor Augusto.

A empresa GENERG instalou cerca de duas dezenas de aerogeradores na parte oeste da serra Gardunha, entre o Cabeço do Engarnal e o Cabeço do Mastro. A central eléctrica localiza-se nas Rochas de Cima. É chamado o Parque Eólico da Gardunha.
Neste ano de 2009, vai iniciar, na nossa serra, a construção de um novo parque eólico, para produção de 25 megawatts de energia, num investimento de 35 milhões de euros. Estará concluído em 2010.

A Beira Baixa já é auto-suficiente em energia, pois a produção dos vários parques da GENERG, situados em diferentes locais do distrito, abastece de electricidade a região e ainda exporta para fora, em quantidade igual à que se consome cá dentro.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Capela de São Sebastião



S. Sebastião guarda a entrada sudeste de S. Vicente da Beira, para nos livrar das bexigas e de outras pestes.
O actual edifício é de traça barroca, século XVII ou XVIII, mas a capela é muito mais antiga. Em 1713, o bispo da Guarda ordenou uma Inquirição às capelas da freguesia de S. Vicente da Beira. Não foram encontrados os documentos que autorizavam o serviço religioso na capela de S. Sebastião, por esta ser antiquíssima e os papéis se terem perdido com o tempo.
Era em dia de S. Sebastião que se realizava a feira anual de S. Vicente da Beira, feira franca, de três dias. Mas, em 1758, quando o vigário deu esta informação, já estava reduzida a um limitado mercado.
A capela foi agora restaurada, por iniciativa dos moradores da área envolvente. Fizeram um peditório e dirigiram-se à Junta de Freguesia, solicitando a sua recuperação. Junta e Câmara uniram-se aos moradores e todos contribuíram para conservar o nosso património religioso.
O dinheiro da Junta de Freguesia veio da contribuição da GENERG pela colocação de aerogeradores na freguesia. O nosso vento já recupera património!
De salientar que, nas traseiras da capela, se abriu uma entrada em rampa, para permitir o acesso de pessoas em cadeiras de rodas. Uma decisão acertada.
A festa ao santo fez-se no dia 24 de Janeiro, mas a inauguração da capela foi só no domingo, 25, dia de S. Vicente.
Estava um frio de rachar, mas ninguém faltou: o presidente da Câmara, Joaquim Morão; o presidente da Junta, João Benevides Prata, e o Padre Branco. O P. José Manuel fez as honras da casa e a nossa Banda Filarmónica e o nosso Rancho Folclórico abrilhantaram a festa. Os paroquianos gostaram e aplaudiram!




Fotografias: José Teodoro Prata (1.ª), João Benevides Prata (2.ª) e Pedro Gama Inácio (3.ª e 4.ª)

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Os Símbolos Heráldicos





PROPOSTA: Junta de Freguesia de S. Vicente da Beira
CONCEPÇÃ0: Diácria Editora
ACEITAÇÃO: Junta de Freguesia (21/02/2002)
LEGALIZAÇÃO: Comissão de Heráldica da Associação dos Arquitectos Portugueses
APROVAÇÃO: Assembleia de Freguesia (24/04/2004)
PUBLICAÇÃO: Diário da República de 28 de Maio de 2004
REGISTO: Direcção-Geral das Autarquias Locais (22/06/2004)
SIMBOLOGIA:
Os símbolos heráldicos de S. Vicente da Beira têm por base o selo da Câmara Municipal de S. Vicente da Beira (1195-1895), reproduzido no monumento comemorativo dos 800 anos de S. Vicente da Beira, erigido em 1973, no Largo Francisco Caldeira.
- O castelo representa a ligação umbilical de S. Vicente da Beira ao Castelo Velho, situado próximo do cume da Gardunha.
- A estrela e o crescente recordam a lendária batalha da Oles, em que os cristãos (estrela) desta região ajudaram D. Afonso Henriques a vencer os muçulmanos (crescente).
- O cavalo e cavaleiro simbolizam a cavalaria-vilã medieval formada pela elite social deste concelho e também o primeiro conde de S. Vicente (1666), D. João Nunes da Cunha, vice-rei da Índia.
- A barca com corvos liga-se ao nome desta terra atribuído por D. Afonso Henriques, na altura da trasladação, por mar, dos restos mortais do Mártir São Vicente, sempre acompanhados por corvos marinhos, de Sagres para Lisboa.
NOTA: Aquando da sua apresentação pública, em Outubro de 2004, a Junta de Freguesia publicou o livro «Os Símbolos Heráldicos de São Vicente da Beira», da autoria de José Teodoro Prata.





sábado, 24 de janeiro de 2009

Esquilos na Gardunha

Hoje, à chegada a S. Vicente da Beira, no alto da barragem do Pisco, um esquilo atravessou a estrada e correu para o pinhal, sem me dar tempo de o meter na máquina fotográfica. Por isso, o que aqui vos mostro roubei deste sítio.



Já em Outubro, num pinhal jovem do Carvalhal Redondo, avistara um esquilo a saltar de ramo em ramo. Semanas depois, num castanheiro, vi ouriços abertos com castanhas mordidas por pequenos dentes, numa tentativa de as extrair.
Ali perto, no Ribeiro de Dom Bento, abundam resíduos de pinhas no chão, junto a vários troncos de pinheiros, como mostra a fotografia abaixo apresentada. Há mais de 10 anos que os meus pais ali costumavam encontrar destes vestígios, mas não sabiam quem os produzia.
Felizmente, estas zonas de S. Vicente escaparam aos dois grandes incêndios que destruíram quase por completo a fauna e a flora da Gardunha, nas últimas décadas.
Os esquilos avistados pertencerão à espécie do esquilo europeu, mas a cor é mais escura do que a do exemplar acima apresentado.
Para conhecer melhor esta espécie, clique aqui.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Fungo da Gardunha

Fungo em arranjo floral, num toco de mimoseira, no Ribeiro de Dom Bento.
É bem verdade que, na natureza, nada se perde, tudo se transforma.


Foto de Filipa Rodrigues Teodoro

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Luci Bento




Luci Bento (Lucília Maria Bento) é natural do Vale de Figueiras, mas reside na Suíça.
No seu ateliê, em Lausanne, crianças de várias nacionalidades descobrem o artista que há dentro de si. Luci Bento não lhes ensina pintura, ensina-os a pintar: «...mergulha imediatamente os pequenos no banho da pintura, fornecendo-lhes todo o material de que necessitam.»
São os trabalhos dos seus pequenos pintores que podemos admirar, em Castelo Branco, na Sala da Nora, até ao fim de Janeiro.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Natal

Já passou mais um Natal, a melhor festa do ano. O que o torna tão especial é a amizade, no reencontro dos amigos, no abraço aos familiares, no lembrar dos outros. E bom, bom de verdade, é voltar ao local onde fomos natal.
Em 2007, num trabalho intitulado Instantes Saborosos, recordei um dos natais da minha infância, em S. Vicente da Beira. Aqui vos deixo um pedacinho:

«A masseira à esquerda do lume, a seguir a minha mãe, com um pano no joelho, para tender as filhoses, no meio um cesto da azeitona, forrado com papéis, depois o meu pai, ao lado do monte de lenha, com os ferros de virar as filhoses. Atrás, os filhos e as sombras enormes a encherem as paredes da cozinha. No centro do lume, a caldeira do azeite, pendurada nas cadeias que desciam da chaminé. Primeiro era preciso o lume forte, para aquecer o azeite, mandava a minha mãe. Quando estivesse quente, tinham de se tirar para o lado alguns paus, para não queimar as filhoses.
Eram horas de calor e os cestos e as bacias a transbordar iam-se arrumando ao pé da arca. Comíamos as filhoses mesmo quentes e estavam boas!»


















A minha mãe e a minha irmã a fazerem as filhoses.

No mesmo estudo, apresentei algumas das nossas receitas tradicionais, para que não as esqueçamos e sobretudo as continuemos a saborear.

Receita das filhoses, como a minha mãe (Maria da Luz Prata) as fazia e me explicou:
«Ingredientes: 5 kg de farinha de trigo, 2 dúzias de ovos, 1 copo de aguardente, 0,5 l de azeite, puré de um mogango, 1 pão em massa, água e sal.
Misturam-se os ovos, o azeite, o sal e o mogango, desfeito no passe-vite depois de cozido. Em seguida, adiciona-se pouco a pouco a farinha e o fermento, que é um pão em massa, e água morna, amassando sempre, até a massa estar boa. Então junta-se um copo de aguardente, amassa-se bem e deixa-se a fintar. Quando a massa estiver finta, tendem-se as filhoses no joelho, bem finas, e fritam-se na caldeira do azeite, ao lume.»
(Publicado em: Estudos de Castelo Branco, Julho de 2007, Nova Série, N.º 6, Direcção de António Salvado)