sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Autárquicas 2009


Depois de amanhã, domingo, na freguesia de S. Vicente da Beira, defrontam-se duas listas encabeçadas por homens já experientes na política.

Pelo PS, recandidata-se o actual Presidente da Junta de Freguesia, João Benevides Prata. Concorre ao terceiro mandato.
Depois dos anos passados em Castelo Branco, como professor na Escola Secundária Amato Lusitano, a qual dirigiu durante vários mandatos, regressou à sua terra para instalar a Escola Básica Integrada, ele que já dirigira o processo da sua criação.
Reformou-se das lides escolares e virou-se para as autárquicas.

Pelo PSD, concorre Francisco Alves. Não é um novato nestas andanças. No final da década de 70, presidiu à Junta de Freguesia, que depois trocou pela vereação na Câmara Municipal, integrando a equipa de César Vila Franca, no início dos anos 80.
É engenheiro de formação e reformado da Portucel - Vila Velha de Ródão.
Vive em Castelo Branco, mas continua intimamente ligado a S. Vicente, pela família e pelo saudável vício da agricultura.

Que ganhe o melhor!

sábado, 3 de outubro de 2009

Invasões Francesas 7

A guerrilha dos populares na Estrada Nova

Notas prévias:
1. Devem consultar-se as imagens das publicações de 26 de Setembro (Invasões francesas 5) e de 3 de Setembro (Estrada Nova), a fim de perceber melhor esta publicação.
2. Ontem, sexta-feira, foi publicada a primeira parte da presente publicação.


Em 2008, os meus alunos recolheram, junto dos seus familiares, as histórias das invasões francesas que ainda persistem na nossa tradição oral. Duas delas eram relativas às lutas dos povos dos lugares próximos da Estrada Nova contra os contingentes franceses que por lá passavam.

O professor e maestro Carlos Dias Gama, natural de Bogas de Baixo, mas descendente dos Gamas do Maxial da Ladeira, contou assim ao seu filho Luís:

«Chegou ao Maxial da Ladeira a notícia de que um pelotão de franceses vinha dos lados do Fundão e seguiria a Estrada Nova até Abrantes.
Se imediato se organizou a resistência, liderada por alguns habitantes do Maxial que pediram às aldeias vizinhas toda a gente disponível. Juntaram-se mais de 1 000 homens.
Durante dois dias e duas noites, fizeram uma armadilha que consistiu na abertura de um fosso profundo e comprido, no caminho por onde iriam passar os franceses. Depois cobriram-no com traves de madeira e mato e finalmente reconstituíram o caminho com terra, voltando a ficar como dantes, mas com o fosso por baixo. Quando os franceses ali passaram, enfiaram-se no buraco com carros e cavalos e poucos se salvaram.»


A narrativa continua, em duas versões. Numa, a esposa de um oficial morto casou com um dos chefes da resistência, Manuel Joaquim Gama, tetravô do meu aluno Luís Gama.
Na segunda versão, não há casamento, mas as riquezas dos franceses foram divididas pelos chefes da resistência, tendo Manuel Joaquim Gama ficado com muitas moedas de ouro. Com esse dinheiro se fez a casa da família Gama, em Bogas de Baixo.
O texto termina com a informação de que são descendentes deste Manuel Joaquim Gama muitas pessoas de apelido Gama a viver no distrito de Castelo Branco, incluindo os Gamas de S. Vicente da Beira.

Alberto e Engrácia Antunes da Foz do Giraldo contaram à sua neta, Marisa Santos:

«Ainda hoje se podem ver buracos no solo dum caminho, nos arredores da Foz do Giraldo, que antigamente eram bastante profundos, com estacas afiadas e tapados no topo por ramos, muito bem disfarçados. Quando os cavaleiros franceses passassem no Vale da Aveleira, cairiam nos buracos».


Estes dois testemunhos da tradição oral dos povos da Gardunha referem-se possivelmente ao ataque à coluna do General Foy, o regimento 30, a 1 de Fevereiro de 1811, coordenado pelo Tenente-Coronel Grant. Este, na sua carta de 4 de Fevereiro, informou que a luta se travou no espaço de 4 léguas, sensivelmente a distância da Enxabarda à Foz do Giraldo, e, na carta de 2 de Fevereiro, escreveu que mandou picar a frente e a retaguarda da coluna militar inimiga, mas que só tinha com ele 80 ordenanças de Alpedrinha. Ora 80 militares eram insuficientes para atacar e vencer uma coluna militar, numa extensão de mais de 20 quilómetros.
É provável que, nesta luta de guerrilha de 1 de Fevereiro, tenham participado homens dos lugares da freguesia de S. Vicente da Beira mais próximos da Estrada Nova: Paradanta, Partida, Vale de Figueiras e Violeiro. Se se arrebanharam os homens dos povos da vertente norte da Gardunha, para atacar os franceses, é normal que o mesmo se tenha feito nos povos da vertente sul.
Quanto à participação das nossas ordenanças, isso é mais duvidoso, por três razões: elas eram comandadas pelos mais poderosos do concelho e estes raramente gostam (em todos os tempos) de correr riscos; não se conhecem referências à sua participação, nos documentos da época; a nível nacional, esta luta de guerrilha contra os franceses teve quase sempre um cariz popular, embora geralmente o comando pertencesse a poderosos locais, nomeadamente clérigos.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Invasões Francesas 6

A guerrilha do Tenente-Coronel Grant

Notas prévias:
1. Devem consultar-se as imagens das publicações de 26 de Setembro (Invasões francesas 5) e de 3 de Setembro (Estrada Nova), a fim de perceber melhor esta publicação.
2. Amanhã, sábado, será publicada a conclusão da presente publicação.


Durante a terceira invasão francesa, o Regimento 30 do Exército Francês, comandado pelo General Foy, passou pela Estrada Nova, em direcção ao Ribatejo e à Estremadura, a fim de ajudar Massena a transpor as Linhas de Torres.
O ambiente no Reino de Portugal era então de sublevação total contra os franceses. O grosso do exército anglo-luso encontrava-se a defender as Linhas de Torres, mas o Tenente-Coronel Grant permanecia na retaguarda, com a missão de dificultar a chegada de reforços ao Exército Francês, que se encontrava num impasse, sem capacidade de abrir caminho para Lisboa.
Segue-se a transcrição de duas cartas do Tenente-Coronel Grant, nas quais relata o ataque de 1 de Fevereiro de 1811 à coluna militar do General Foy, na Estrada Nova.


Carta do Tenente-Coronel J. Grant ao coronel D´Urban. Enxabarda, 2 de Fevereiro de 1811:

«Sede servido referir a S. Ex.ª o comandante em chefe que ontem uma coluna do inimigo, debaixo do comando do General Foy, consistindo em três mil cavalos e infantes de Ciudad Rodrigo, passou pela Estrada Nova, para se unir a Massena. Pernoitou aos 31, em Alcaria, junto do Fundão.
No 1.º deste mês tomei posto em um outeiro junto a esta aldeia, por onde o inimigo devia passar, tendo comigo oitenta ordenanças de Alpedrinha. Fez-se-lhe um bem dirigido fogo por duas horas e terminou somente com a noite.
O resultado foi dezoito mortos na estrada, grande número de feridos e dez prisioneiros. Vários feridos acharam-se mortos esta manhã pela extrema inclemência do tempo.
Também se tomaram diversos carros de trigo e considerável número de bois.
Tendo mandado partidas para picar a frente e a retaguarda do inimigo, tenho razão para pensar que ele deve ter sofrido consideravelmente antes de deixar a estrada nova.
Nós perdemos somente um homem, com poucos cavalos feridos, entre eles o meu.»



Carta do Tenente-Coronel L Grant ao Coronel D´Urban. Fundão, 4 de Fevereiro de 1811:

«Tende a bondade de referir a S. Ex.ª o marechal, que o resultado da acção do 1.º do corrente, junto à Enxabarda, foi mais completo do que eu ao princípio referi.
Acharam-se mortos duzentos e sete do inimigo, aos 2 do corrente, no espaço de quatro léguas, parte dos quais morreu em consequência das feridas e da inclemência do tempo. Estão também em meu poder dezoito prisioneiros (…).
Tenho também que dizer que o coronel do regimento francês 30 e o quartel mestre do mesmo regimento foram achados entre os mortos. O inimigo perdeu a maior parte da sua bagagem e gado.»


Cartas publicadas em Apontamentos para a História do Concelho do Fundão, de José Germano da Cunha, Lisboa, 1892, páginas 87 a 89. O autor extraiu as cartas de Claudio Chaby, Excerptos históricos e collecção de documentos relativos á guerra denominada da península.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Eleições Legislativas 2009


Total nacional:
PS – 36,56%; PSD – 29,09%; CDS – 14,46%; BE – 9,85%; CDU – 7,88%

Distrito de Castelo Branco:
PS – 41%; PSD – 29,72; CDS – 8,37%; BE – 9,08%; CDU – 5,05%

Concelho de Castelo Branco:
PS – 39,12%; PSD – 28,64%; CDS – 8,76%; BE – 11,57%; CDU – 4,88%

Freguesia de S. Vicente da Beira:
PS – 42,66 (398 votos); PSD – 35,05% (327); CDS – 6,43% (60); BE – 6,43% (60); CDU – 2,79% (26)
Inscritos: 1605
Votantes: 933 (58,13%)
Nas eleições legislativas de 2005, a percentagem de votantes foi de 63,1%
Entre 2005 e 2009, o número de elitores inscritos decresceu de 1653 para 1605.

Tal como nas eleições para o Parlamento Europeu, registou-se grande coincidência entre os resultados nacionais e os da freguesia de S. Vicente da Beira. Ver publicação "Parlamento Europeu", de 13 de Junho.

Site consultado: http://www.legislativas2009.mj.pt/

domingo, 27 de setembro de 2009

Esquilos e Javalis


Os esquilos já andam nas nozes!
E os javalis nos pêssegos, nos figos, nas maçãs, nas uvas...
Tenho de pedir ajuda ao protector dos agricultores, aquele cujo nome não pode ser pronunciado (em dia de eleições).
Só ele saberá acabar com a praga!

sábado, 26 de setembro de 2009

Invasões Francesas 5



A pintura é do Reverendo William Bradford e representa um regimento inglês a descer a serra e a começar a atravessar a ribeira de Nisa, em direcção a Vila Velha (de Ródão), em 1811. Na encosta, avistam-se muitos carros de transporte de bagagens, alimentos e munições. Era para esse serviço (e outros) que os nossos carreiros eram requisitados. Clicar na imagem para ver melhor.

Continuamos, hoje, a apresentar os carreiros da freguesia de S. Vicente da Beira que trabalharam para o exército aliado (Portugal e Inglaterra), durante a Guerra Peninsular (Invasões Francesas).

S. Vicente da Beira
Joaõ Leitaõ Canuto andou, com a sua junta de bois e carro, a acarretar feno de S. Vicente para Castelo Branco, durante 9 dias, em Setembro de 1811. Terá feito vários transportes.

Casal da Serra
Joze Francisco, com a sua junta de bois e carro, prestou o mesmo serviço que Joaõ Leitaõ Canuto. Terão andado juntos.

Para saber mais, consultar: "O Concelho de S. Vicente da Beira na Guerra Peninsular", de José Teodoro Prata, publicado pela Associação dos Amigos do Agrupamento de Escolas de São Vicente da Beira, em 2006.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Rotas turísticas


Está a decorrer, por estes dias (ontem, hoje e amanhã), em Castelo Branco, o XIII ENCONTRO NACIONAL DE EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS, organizado pela Escola Superior de Educação.
Hoje, sexta-feira, o programa inclui um passeio dos participantes, pela Beira Baixa: C. Branco, Castelo Novo, Lavacolhos, Fundão, S. Vicente da Beira e C. Branco.
A nossa terra entra na rota turística deste importante evento nacional!
Infelizmente, isto é ainda uma novidade, mas deveria ser já uma prática habitual.
A verdade é que pouco temos feito para isso. Limitamo-nos a conservar (nem sempre) o riquíssimo património que nos legaram os nossos antepassados, mas não o divulgamos, não organizamos actividades para o mostrar.
Há algumas iniciativas, mas muito mais poderia ser feito, até para colher as vantagens económicas desta importante actividade económica que é o turismo.
Repito o que já escrevi antes: outros, mais pobres que nós, têm sabido aproveitar muito mais!
Culpados? Todos nós.
Mas hoje é dia de nos alegrarmos e de aproveitar este optimismo para fazermos melhor.


Na Rua Nicolau Veloso