quinta-feira, 8 de julho de 2010

Genealogia dos Hipólito 2

Ontem, dia 7 de Julho, publicámos o tronco comum (mais antigo) da genealogia dos Hipólito. Hoje apresentamos um dos ramos, precisamente aquele que continua mais ligado S. Vicente da Beira. O primeiro deste ramo é filho do último casal da tronco comum.


6A. António Hipólito de Jesus, outro filho de José Hipólito de Jesus e Ana Joaquina de Oliveira, casou, no dia 8 de Fevereiro de 1854, com Maria Amália, filha de João Agostinho e de Maria Eufrásia.
O casal teve dois filhos, que se seguem.

7A. Joaquim Hipólito, filho dos anteriores, tinha 26 anos e era moleiro, quando casou, a 15 de Julho de 1885, com Maria Antónia, de 27 anos, moleira, filha de Francisco Nicolau, moleiro, e de Joaquina Augusta, moleira. Todos eram de S. Vicente da Beira.

8A. João Hipólito de Jesus (1871 – 1954), também filho do casal número 6A, era sapateiro de profissão e casou, aos 23 anos, com Iria de Jesus (1874 – 1963), de 22 anos. Este casal teve quatro filhos: Ernesto Hipólito de Jesus, maestro e fundador da Banda Filarmónica de Silvares, José Gregório Hipólito e as filhas que se seguem.

9A. Laurentina de Jesus Hipólito, filha dos anteriores, casou com Miguel Jerónimo. O casal teve os seguintes filhos: Maria de Jesus, Francisco, António, Miguel, José (padre), João, Conceição, Lurdes, Maria José e Iria.

10A. Maria do Carmo Hipólito (1896 – 1981) era a segunda filha do casal número 8A e teve um filho: Ernesto José Hipólito, que se segue.

11A. Ernesto José Hipólito, filho da anterior, casou com Maria de Jesus dos Santos Caio, filha de Joaquim Maria dos Santos Caio e Josefa Carlota e neta materna de António da Cruz e de Maria Carlota. Este Joaquim Maria dos Santos Caio era filho de João Maria dos Santos Caio de Castelo Branco e de Josefa Paulina de São Vicente da Beira, filha de Manuel Paulino e de Maria Joana, também de S. Vicente da Beira.
Ernesto José Hipólito e Maria de Jesus Santos Caio tiveram três filhos: a Judite, a Maria da Luz e o Ernesto (Ernesto Joaquim dos Santos Hipólito, colaborador nesta genealogia).


Ernesto filho e Ernesto pai.
Gente bem parecida, estes Hipólito! E ainda falta o Hipólito Raposo, em foto de galã coimbrão. Fica para amanhã.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Genealogia dos Hipólito 1

Tudo começou há cerca de um ano, quando descobri, na internet, a informação de que um Ernesto de Jesus Hipólito de S. Vicente da Beira fora fundador e maestro da banda de Silvares.
Pedi ajuda ao Ernesto Hipólito e comecei a recolher informações geneológicas, sempre que ia aos arquivos. Assim nasceu uma parceria entre o Enxidros e o Ernesto, cujos frutos já tiveram oportunidade de saborear.
Entretanto, após as publicações de 9 e 13 de Abril e 9 de Junho, encontrámos mais elementos, na genealogia do Hipólito Raposo, publicada no site: http://www.geneall.net/P/per_page.php?id=50126.
O trabalho que publicamos hoje e nos próximos dias é já um produto acabado, embora nunca definitivo.

1. António Dias de São Vicente da Beira casou com Francisca da Silva de Monforte da Beira. Viveram cerca de 1700. Tiveram um filho, chamado Francisco Duarte Galecho, que se segue.

2. Francisco Duarte Galecho de S. Vicente da Beira casou com Maria Rodrigues, filha de Marcos Duarte de Maria Rodrigues, ambos de S. Vicente da Beira. Tiveram um filho chamado Francisco Duarte Galecho, que se segue.

3. Francisco Duarte Galecho estava casado com Maria Antunes, filha de Domingos Antunes e Maria Marques, ambos de S. Vicente da Beira. Terão casado em meados do século XVIII. Em 1779, Francisco Duarte Galecho era casado, tinha dois filhos e vivia do trabalho, das fazendas e do gado. O casal teve três filhos: Francisco Duarte Galecho, José Duarte Galecho (casado com Pulquéria Maria Leitão) e Hipólito de Jesus, que se segue.

4. Hipólito de Jesus era filho dos anteriores e prestou serviço militar no Regimento de Cavalaria de Almeida. Estava casado com Brísida Maria da Trindade, natural de S. Miguel d´Acha. Em 1779, Hipólito de Jesus já estava casado (por isso não foi contado na casa de seu pai), mas ainda não tinha filhos e era carpinteiro. O casal teve uma filha (Ana), no dia 26 de Janeiro de 1788.

5. José Hipólito de Jesus era filho dos anteriores e casou, no dia 22 de Novembro de 1813, com Ana Joaquina de Oliveira, filha de José Pereira e de Brites Maria do Rosário, ambos de S. Vicente da Beira. Tiveram um filho, chamado José, no dia 17 de Março de 1814. Não sabemos se sobreviveu. Certo é que o casal teve três filhos que chegaram a adultos: Umbelina Hipólito, José Hipólito de Jesus e António Hipólito de Jesus.
A Umbelina Hipólito casou com Manuel Bernardo, de S. Vicente da Beira. O casal teve uma filha chamada Ana do Carmo, que casou com João Candeias, a 12 de Dezembro de 1859. Não temos mais informações sobre os descendentes deste casal.
Os dois filhos rapazes deram origem a famílias de que temos dados bastante completos, os quais apresentaremos nos próximos dias.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Um caldo para os vadios

Eles passavam quase todos os anos, sempre na altura em que o tempo aquecia, talvez saudosos dos cheiros a maresia que tem a vida à beira-mar.
Vinham apressados, ora a correr, ora em passos largos, continuamente a virar a cabeça para trás. Eram invariavelmente dois ou três, não mais.
Avistávamo-los, quando atravessavam o pequeno planalto entre o vale do Caldeira e o vale das Lajes, pelo caminho que passava acima do Chão da Bica. Desciam até ao ribeiro e bebiam de borco nas bordas da presa, a matar a sede de tantas correrias. Depois deixávamos de os ver, pois a seguir tinham a barreira até à Tapada, do nosso lado, e ali o caminho era muito subido.
Chegavam e davam-nos a salvação. As nossas mães perguntavam-lhes quem eram e eles respondiam que vinham de São Fiel e iam para o Porto, a terra deles, fugidos dos maus tratos. E pediam-nos comida. A minha mãe e a minha madrinha conversavam entre si e dava um prato de caldo a cada um quem tivesse sopa feita.
Comiam e partiam, sempre como quem quer fugir de um lugar e tem pressa de chegar a outro. Antes, perguntavam-nos qual o melhor caminho. Nós não sabíamos onde era o Porto e eles apontavam para o horizonte, um pouco acima do local onde se punha o sol. Então aconselhávamo-los a descerem pelo caminho mais largo, até ao portão de uma quinta, com um cedro grande à esquerda. Aí, deviam seguir pela direita, sempre contornando o muro alto. Quando chegassem às casas, junto a uma capela, tomavam o caminho para a ribeira. Mas atenção, porque no final do muro alto estava o posto da Guarda!
Eles partiam apreensivos e nós seguíamo-los com o olhar, até se sumirem na curva do caminho, desejosos de que não fossem apanhados pela Guarda.


Nota:
Passados estes anos, o que me fica é esta solidariedade entre os menos afortunados. A tradição popular conta-nos histórias do Zé do Telhado e do Cireneu, mas eu vivi essa generosidade no concreto: quem pouco tinha matava a fome a alguém que passava à sua porta, mesmo sabendo que vinha fugido das autoridades e provavelmente já cometera crimes. E ainda ficávamos com o coração nas mãos, com medo que a GNR os apanhasse!


Colégio de São Fiel, um excelente colégio jesuíta, na viragem do século XIX para o século XX, e depois Centro de Reinserção Social. Actualmente, está ao abandono. Fotografia do site: http://www.google.pt/imgres?imgurl=

domingo, 4 de julho de 2010

Festival de Folclore


O Rancho Folclórico Vicentino promove este domingo, dia 4, a segunda edição do seu Festival de Folclore. Pela Praça 25 de Abril vão passar os ranchos de Aranhas (Penamacor), Alpedrinha (Fundão), Borralheira (Covilhã) e Soalheira (Fundão). A encerrar o espectáculo actua o rancho da casa.
Do Jornal Reconquista, edição online.


Actuação do Rancho, na I Feira de Gastronomia e Artesanato.


O stande do Rancho, na Feira. Sendo um rancho recente, surpreeende pela qualidade e dedicação dos seus elementos.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Mais Cruciformes


A casa situa-se na Rua Velha, mesmo em frente ao Posto Médico. Apareceram duas crianças. A mais velha quis saber o que era aquilo e pediu-me para ficar na fotografia.


Neste cruciforme, alguém escavou o interior do círculo. Por cima, há duas covinhas.


O cruciforme da ombreira esquerda é mais simples.


O irmão da minha ajudante só pensava no gelado!

Nota: Consultar a publicação de 5 de Junho de 2010, para perceber os cruciformes.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Gafanhotos


Gafanhoto juvenil. Este ano a Primavera foi farta!
Ribeiro de Dom Bento, 1 de Julho de 2010.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Carta a Salazar

Publica-se hoje uma carta enviada, por um grupo de pessoas de São Vicente da Beira, ao Presidente do Conselho de Ministros, no ano de 1956. O documento foi facultado pelo Ernesto Hipólito.

Elmº. Senhor Doutor António de Oliveria Salazar, mui
digno Presidente do Concelho
Lisboa:
Sugeriu a ideia de nos dirigirmos a vossa Exelencia, na qualidade de habitantes, trabalhadores, comerciantes e industriais da freguesia de S. Vicente da Beira, concelho de Castelo Branco, porquanto a nossa histórica terra, que consta de 1.600 almas e, com as povoações anexas, 5.200, aproximadamente, vive tão desprezada no Ressurgimento Nacional.
Assim, não tem edifício escolar próprio, apesar de as 4 Escolas primárias existentes funcionarem precariamente nos antigos Paços do Concelho que, se não se lhes acode, ameaçam ruir.
Por outro lado, desde há 3 décadas de anos que se trata da electrificação como meio do nosso desenvolvimento industrial a uma região rica, graças a Deus, em matérias primas e agricolas e porque possui o único Hospital regional, condigno, em cuja remodelação que sofreu há 7 anos, ficou já com instalação para usar logo que chegasse a desejada electrificação.
Àquele fim, estiolam desenas de ofícios expedidos a várias entidades e até representações pessoais.
A noticia apensa que é do semanário “Jornal do Fundão” de18 do corrente mês e referente a Sobral do Campo, povoação que dista somente de nós, desde a bifurcação das Estradas, 6Km. e, em recta cerca de 4, promete-lhe tal inovação, tanto de estranhar, pois a sua aspiração é muito posterior.
Entretanto, congatula-nos o melhoramento; mas, perante o abandono a que temos sido votados, não seria oportuno lembrar que a sorte nos bafeje também?
-É a que vimos: solicitar encarecidamente a Vossa Excelencia, integérrimo Chefe, que se digne conceder-nos a respectiva colaboração.
Respeitosamente, leais adeptos e admiradores de Vossa Excelência;
S. Vicente da Beira, em 25 de Novembro de 1956

O Pároco. Pe. Tomas da Conceição Ramalho


Notas
1.A carta (ou requerimento) está escrita à máquina, em papel azul, de linhas. Sobre a assinatura do Padre Tomás, tem o selo branco da paróquia de Nossa Senhora da Assunção. O texto foi corrigido a lápis, pelo que esta versão pode ter sido usada como base da versão definitiva, essa sim enviada ao Presidente do Conselho.
2.Afloram, neste texto, algumas características ideológicas do Estado Novo: classifica-se a época da governação de Salazar como de Ressurgimento Nacional, o estadista é adjectivado como integérrimo Chefe e os requerentes terminam dizendo-se leais adeptos e admiradores de Vossa Excelência.
3.É de realçar a importância regional que então desempenhava o Jornal do Fundão, já testemunhada na carta de Manuel Joaquim Hortas, que publicámos a 14 de Maio.
4.Estávamos em 1956, mas a tão desejada electricidade tardou ainda mais de 10 anos. A festa de inauguração data de Abril de 1969, mas a electrificação já fora concluída no ano anterior.
5.O edifício da Escola Primária também foi construído por esses anos 60. A inauguração oficial foi, igualmente, em Abril de 1969, mas o edifício já estava a ser usado desde Novembro de 1967.
6.Informa o texto de que o Hospital beneficiara de obras de remodelação 7 anos antes, isto é, em 1949.


O edifício escolar em construção, junto à Estrada Nova. Actualmente, está adaptado para sede dos Bombeiros Voluntários e da Associação de Caça e Pesca "Os Piscos".
A fotografia é do Pedro Gama Inácio.