sábado, 26 de fevereiro de 2011

O resineiro engraçado

E ao resineiro engraçado, solteiro ou casado, as moças cantavam:

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

A extração da resina

Foi uma importante actividade económica, em São Vicente da Beira, entre os anos 20 e os anos 70 do século passado.
Ganhava o trabalhador (o resineiro), ganhava o patrão ou contratador (em S. Vicente, o senhor José Neves) e ganhava o proprietário dos pinheiros. Era uma fonte de riqueza.
Deixo-vos com um vídeo da zona da Nazaré, para os mais velhos recordarem e os jovens aprenderem como era.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A resina


O pinheiro bravo difundiu-se pelo litoral e interior do país, nas regiões a norte do rio Tejo, desde finais da Idade Média. Chegou a esta região, no século XIX, mas só passou a dominar as paisagens serranas no século seguinte.
Entre 1920 e 1970, fez-se a extração sistemática da sua resina. Mas, embora essa actividade persista em algumas regiões, ela já cessou completamente noutras, como por exemplo neste interior beirão.

A resina do pinheiro é um líquido viscoso que é excretado pelo pinheiro para selar e proteger qualquer ferida na casca. É de uma cor amarelo acastanhado e, no contacto com o ar, torna-se duro e forma uma crosta quebradiça e pegajosa. A resina fossilizada é conhecida como âmbar e é considerada uma pedra semi-preciosa.

A resina é principalmente utilizada para a produção de aguarrás e pês.
A aguarrás é utilizada para diluir e dissolver tintas e vernizes, em graxa de sapato e lacre. É também juntada a muitos produtos de limpeza devido às suas propriedades anti-sépticas e ao seu perfume a pinheiro.
O pês é utilizado em cola de papel e na fabricação de sabão, vernizes e tintas e talvez a utilização mais conhecida seja para os arcos de instrumentos musicais de corda como o violino.
A vulgar resina de pinheiro era, no passado, utilizada nas embarcações de vela para as impermeabilizar. Também tem propriedades medicinais: sabe-se que é anti-patogénica e foi durante anos utilizada para esfoladelas e feridas, como tratamento contra piolhos, misturada com gordura animal para massajar no peito, ou para inalar contra doenças nasais e de garganta.
(O meu pai, António Teodoro, pedreiro de profissão, curava as gretas nos dedos, provocadas pelo cimento, enchendo-as de resina.)
No passado era aplicada em cubos de açúcar ou em mel como tratamento contra parasitas intestinais e remédio geral para tudo. É também um estimulante, um diurético, um adstringente e um anti-espasmódico. Porém, o seu vapor pode queimar a pele e os olhos, prejudicar os pulmões e o sistema nervoso central, quando inalada, e causa insuficiências renais quando ingerida.

O texto (adaptado) e as fotos foram tiradas de um site do concelho de Góis:
http://www.goisproperty.com/portugues/regiao%20de%20Gois/Resina-de-pinheiro.html

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

O Cagadouro

Situava-se mesmo no princípio da quelha que levava à Tapada de Dona Úrsula, logo a seguir ao Cimo de Vila, à esquerda, na bifurcação da Corredoura para o lado direito, encosta acima. Foi o nosso último vestígio das lixeiras que, ao longo de milénios, coexistiram com os homens e periodicamente matavam a torto e a direito.
Houve exceções, como nas cidades romanas, com as suas redes de esgotos e de abastecimento de águas. Depois, voltou tudo ao mesmo. Ficou célebre o rei francês que levou com uma penicada em cima, mas perdoou à mulher que atirara os dejetos para a rua. A fim de evitar que tal voltasse a acontecer, não proibiu aquele mau hábito, apenas impôs a obrigação de gritar “Água vai!” antes de lançar as porcarias pela janela, a fim de as pessoas terem tempo de se desviarem.
Séculos depois, após o Terramoto de Lisboa de 1755, o Marquês de Pombal já reconstruiu Lisboa seguindo as regras de higiene defendidas pelos que associavam a falta dela às constantes mortandades. Um dos sábios desses tempos foi o beirão Ribeiro Sanches, cristão-novo de Penamacor, afastado da pátria pela intolerância religiosa da Inquisição. Publicou as suas ideias sobre as regras de saúde pública que os governantes deviam cumprir e fazer cumprir no planeamento e gestão dos centros urbanos. Graças a ele, a Baixa de Lisboa foi reconstruída com rede de esgotos (com um buraco para despejos, no rés do chão de cada prédio), vidros nas janelas e ruas calcetadas com valetas. As coisas foram melhorando, muito lentamente, até chegarmos à data de 1970, em S. Vicente da Beira. Mas já lá vamos.
Primeiro há que explicar que o Cagadouro era uma lixeira geral usada pelas pessoas do Cimo de Vila que não tinham hortas por perto, onde despejar os lixos, vazar os penicos ou mesmo arrear a calça. Tudo normal para a época, até a ignorância do perigo que era ter uma lixeira acima da povoação, com a consequente difusão de bactérias, quando as chuvas lavavam os caminhos e as espalhavam pelas ruas.
Nos anos 60, notou-se uma gradual diminuição da utilização da lixeira. No início, tínhamos de passar com cuidado, sempre pelo meio, como se houvesse um acordo entre transeuntes e utentes. De noite é que era mais complicado: fazíamos fila indiana, com o credo na boca, na esperança de a regra ter sido cumprida. Mas, no tempo chuvoso, mesmo de dia, era sempre uma lástima! De pessoas que lá se fossem a aliviar directamente, só topei com um ou dois cus ao léu, atrapalhados entre a urgência da necessidade e a vergonha da exposição.
A malta da Tapada descia a quelha sempre a altíssima velocidade, tudo a descer até à Escola, na Praça. Um dia, só no momento da abalada me lembrei da assinatura da minha mãe na prova. Nem a meti na bolsa, pois os meus primos já tinham desaparecido. Encostei-a à barriga e ala que se faz tarde. No fundo do Cagadouro, tropecei no rego da regadia das Lameiras e estatelei-me no chão da Corredoura. A prova ficou mais colorida: o castanho da terra e o verde da erva no azul das letras, em fundo que fora branco. Mas, se eu tivesse tropeçado uns metros atrás…
Com o fim da década, a lixeira deixou de ser utilizada. Nesses anos, a Vila teve rede de água e esgotos e, embora a recolha dos lixos urbanos tenha começado só na década de 80, as pessoas já eram mais cuidadosas. Depois do 25 de Abril, no final dos anos 70, usavam-se bidons cortados ao meio para o depósito do lixo pelas ruas da Vila. Era Presidente da Junta o senhor Ramiro Lima e, como construtor civil, talvez ele mesmo os tenha arranjado. Numas Festas de Verão, trouxeram-se todos os bidons para a Praça, onde eram muito precisos, mas deixaram-se as ruas sem locais para vazar o lixo, numa altura em que mais o havia. Uns jovens escreveram numa parede, com seta para a Praça: “Visite a exposição de bidons do lixo”. Tempos de miséria, como diria o meu pai, mas também tempos de aprender a ser cidadão, digo eu, um dos que escreveu aquilo na parede.
Penso que foi logo depois de 1970 que o Cagadouro deixou de ser cagadouro, embora, como disse acima, já não fosse quase utilizado como tal. Nesses anos, o meu tio João Teodoro, da Serra ou Baloia, regressou do Canadá e reconstruiu a casa situada no topo cimeiro da Rua da Cruz, já na Corredoura. No quintal, fez um palheiro para a burra, com entrada pela quelha. Antes das obras, limpou tudo, meio metro de altura de entulhos, levados em vários tractores.
Lembro-me de passar por lá e conversar com o meu pai, do caminho para o alto da obra. A certa altura, ele fez-me uma pergunta e eu respondi que não. “Não é NÃO que se diz, é NÃO SENHOR! Estes rapazes de agora já não têm educação como dantes!”, ralhou lá de cima o meu tio João Teodoro, o Pontífice. Achei que o meu tio estava a ser injusto comigo, pois eu fora educado na resposta ao meu pai e, por isso, atribuí o seu reparo à diferença de idades entre nós. Raciocínio típico de um adolescente: nasci em 1957 e, em 1970, tinha 13 anos.
Outros tempos...


Local da antiga lixeira, visto a partir da Corredoura.


A parte superior do mesmo local, agora visto por quem desce a quelha. À esquerda, o palheiro da burra do tio João da Serra.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A emboscada na Enxabarda


Aquele entardecer invernoso foi um dos momentos mais traumáticos vividos pelo exército francês, em Portugal. Muitos anos mais tarde, quando uma emigrante da Enxabarda se apresentou, para o serviço doméstico, na casa de um alto oficial francês, ele exclamou: “Enxabarda, a terra por onde os franceses tanto temiam passar!”.
Fez precisamente 200 anos, no passado dia 1 de fevereiro. O recontro militar da Enxabarda foi um episódio da 3.ª Invasão francesa. As tropas do General Massena venceram Almeida, passaram o Buçaco e desceram para Lisboa. Mas, na zona de Torres Vedras, foram travadas pelas famosas Linhas de Torres, fortificações militares em todos os pontos altos, entre o mar e o Tejo, prontas a metralhar os franceses na sua passagem pelos caminhos dos vales.
Massena sabia o que o esperava e não ousou avançar. Pediu reforços à retaguarda e de Ciudad Rodrigo veio em seu socorro o Regimento 30, composto por 3.000 cavaleiros e infantes, sob o comando do General Foy.
Atalhou caminho pela Estrada Nova, o percurso mais curto para o Ribatejo e a Estremadura, pelo Sabugal, Fundão e Abrantes. A Estrada Nova era de facto nova, nesse ano de 1811. Mandara-a construir o Marquês de Alorna, comandante militar da Beira, em 1801, durante a Guerra das Laranjas, travada contra o exército franco-espanhol. Ligava Cardigos à Enxabarda, pela Isna, Estreito, Foz do Giraldo, Alto do Ingarnal, sempre pelos cumes da Gardunha, até à Eira dos Três Termos (acima do Vale de Figueiras), onde descia para a Enxabarda. Daqui para o Fundão já havia estrada, tal como entre Abrantes e Cardigos.
Mas a notícia da passagem dos franceses chegou à Gardunha mais depressa do que o regimento. O Tenente-Coronel Grant, oficial inglês do exército luso-britânico, avançou para a serra apenas com 80 ordenanças de Alpedrinha. Na Enxabarda, preparou uma emboscada ao regimento francês. Vieram juntar-se-lhe centenas(milhares?) de populares dos povos das encostas da Gardunha. Entre a Enxabarda e a Foz do Giraldo, cavaram fossos na estrada, logo disfarçados com paus, mato e terra. Nalguns, colocaram estacas afiadas, no fundo.
As tropas francesas chegaram cerca das 4 horas da tarde e foram surpreendidas por um cerrado fogo dos portugueses escondidos atrás das moitas. Tiros, correrias, sofrimento, morte. A batalha só terminou quando a noite tudo envolveu no seu manto negro.
Ao amanhecer, fez-se o balanço: 207 franceses mortos, muitos deles ao longo da noite, dos ferimentos e de frio; 18 prisioneiros; bagagens; bois e carros de trigo. Longe das vistas do oficial inglês, os populares apoderaram-se de tudo o que lhes veio à mão. Contam-se histórias de um tesouro francês que fez a fortuna dos Gama do Maxial da Ladeira.

Notas:
Esta síntese foi elaborada a partir de documentos já apresentados nas seguintes publicações: “Estrada Nova” de 3 de Setembro de 2009; “Invasões Francesas 6” de 2 de Outubro de 2009; “Invasões Francesas 7” de 3 de Outubro de 2009.
As imagens e respetivas legendas são da edição impressa do Jornal do Fundão, deste 10 de fevereiro, em que ilustram um artigo do Professor Candeias da Silva, sobre o mesmo assunto.



sábado, 5 de fevereiro de 2011

Dona Úrsula

A única mulher que deu nome a uma rua, em São Vicente da Beira, chamava-se Úrsula Maria Robalo(Roballa,na época) e nasceu em Vila Velha de Ródão, de pais residentes nas Sarzedas, onde viveu até casar. O matrimónio foi anterior a 1720, com António Velho de Brito, natural de Monsarraz e Capitão de Cavalos, em Morão.
O casal fixou residência em São Vicente, talvez porque o noivo, reformado da vida militar, tenha decidido voltar à terra dos seus antepassados, pois aqui havia pessoas com o apelido Velho de Brito. Mas esta é apenas uma hipótese.
A documentação da época refere 6 filhos deste casal: Antonio (nascido em 1720), Joana, Francisco (a mãe deixou duas missas por sua alma), Isabel e Constança (a mãe deu, em testamento, um cadeado de ouro a cada uma) e Luís Nogueira de Brito, seu testamenteiro.
Dona Úrsula faleceu, no dia 8 de Julho de 1764. Teria pouco mais de 20 anos quando casou e veio morar para São Vicente. Aqui viveu mais de 40 anos, sendo considerada de São Vicente, pelo Cura Domingos Gaspar, que registou o seu óbito e o seu codicilo(pequeno testamento).
A Câmara deu o seu nome à rua onde morava e também é lembrada na toponímia de uma propriedade, a Tapada de Dona Úrsula.
Em 1775, a casa onde Dona Úrsula vivera já estava sem morador e, no ano de 1779, o seu filho Luís Nogueira de Brito não vivia em S. Vicente da Beira. Em 1808, a azenha deste, na Torre, já andava na posse dos seus herdeiros.


Codicilo de Dona Úrsula Robalo:
(Linguagem e pontuação actualizadas)

«Primeiramente, deixa que seu corpo seja sepultado na Igreja Matriz desta vila de São Vicente da Beira e que, sendo horas competentes, se lhe faça uma vigília do uso da Igreja. No dia do seu falecimento, acompanhem seu corpo os clérigos da freguesia e lhe digam missa por sua alma cada um. E o ofício devido da Igreja se lhe faça o mais breve que puder ser.
Deixa mais, por sua alma, cinquenta missas; item deixa as três missas de Santa Catarina; deixa por alma de seu marido, dez missas; por alma de seu pai e mãe, oito missas; por alma de seu filho Francisco, duas; pelas almas do Purgatório, duas; por penitências mal cumpridas, duas; pelos irmãos das Irmandades a que tiver faltado com as rezas, duas; ao Anjo da sua Guarda, uma missa; à santa do seu nome, uma; ao Santo Nome de Jesus, uma; à Senhora do Rosário, uma.
Deixa que a acompanhem todas as Irmandades desta freguesia e a cada uma lhe deixa meio alqueire de centeio.
Declara ela testadora que, depois de seu bem de alma satisfeito e dívidas pagas, deixa o que … (sobrar) da sua terça a sua filha Dona Isabel. Deixa que a um rapaz que criou, chamado Vicente Velho, de Maria de Sousa, lhe mandem ensinar um ofício ou lhe dêem dinheiro para comprar uma besta menor.
E roga a seu filho Luís Nogueira Velho que, pelo amor de Deus, queira ser seu testamenteiro, de quem fia, como bom filho que foi sempre, dará inteiro cumprimento a esta sua disposição.
Declarou mais ela dita testadora, na presença das testemunhas neste codicilo assinadas, que deixava mais uns cadeados de ouro a sua filha Dona Isabel e a sua filha Dona Constança, pelo amor de Deus, por ser assim a sua última vontade.»
(Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Registos Paroquiais de São Vicente da Beira, Óbitos, microfilme 145)


Genealogia de Dona Úrsula Robalo:

1. António Nogueira era filho de António Nogueira, senhor de um morgado com capela na Igreja das Sarzedas, onde moravam. Casou com Isabel Tavares.
2. António Nogueira de Tavares “o Velho", filho dos anteriores, casou com Filipa Rodrigues Peres e foi Capitão-Mor das Sarzedas.
3. Um filho deste casal, Domingos Nogueira Peres, nascido nas Sarzedas, em 1627, foi também Capitão-Mor das Sarzedas. Depois serviu na Guerra da Restauração (1640-1668), no posto de Capitão de Infantaria de Auxiliares. O Terço de Infantaria de Auxiliares, também chamado Terço das Ordenanças, agrupava 3000 soldados das ordenanças locais e, em 1796, passou a chamar-se Regimento de Milícias. Casou, em S. Vicente da Beira, com Maria de Lemos, no ano de 1653. Ficou a viver na Vila, onde foi Capitão-Mor e faleceu, em 1685. Em S. Vicente da Beira, foi senhor da Casa dos Nogueiras.
4. Leonor Nogueira, também filha de António Nogueira de Tavares “o Velho” e de Filipa Rodrigues Peres (n.º 2), casou com Diogo de Sequeira Pecegueiro, na povoação de Álvaro, mas ficou a morar nas Sarzedas, pois aí nasceram os filhos do casal.
5. Margarida Nogueira de Andrade, filha da n.º 4, nasceu nas Sarzedas, em 1630, e casou com Pedro Luís da Costa, de Tinalhas. Também residiram nas Sarzedas, pois aí nasceram os seus cinco filhos.
6. Luís Nogueira da Costa, filho da n.º 5, casou, nas Sarzedas, com Maria Robalo de Abreu.
7. Úrsula Maria Robalo, filha do n.º 6, nasceu em Vila Velha de Ródão, mas o seu registo de casamento atribui-lhe a naturalidade das Sarzedas, pois terá lá vivido até casar. Depois residiu em S. Vicente da Beira, onde casou com António Velho de Brito, de Monsarraz. O casal teve seis filhos: António e Francisco, que faleceram antes da mãe; Isabel e Constança, a quem sua mãe deixou alguns bens em codicilo; Luís Nogueira de Brito, que as genealogias não referem, mas sabemos ter sido testamenteiro de sua mãe e dono de uma azenha na Torre; Joana Úrsula de Abreu Velho, que segue.
8. Joana Úrsula de Abreu Velho, filha da n.º 6, nasceu em S. Vicente da Beira, no ano de 1724, e casou no Freixial do Campo, em 1744, com Francisco Ribeiro da Costa, filho de Manuel Jordão da Costa e de Margarida Josefa.
9. António Velho de Brito, filho da n.º 7, nasceu nas Sarzedas, em 1746, e casou em Lisboa. Foi alferes de Cavalaria n.º 4.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

A resina no Museu


Vai ser inaugurada domingo, dia 6 de Fevereiro, no Museu de Francisco Tavares Proença Júnior, em Castelo Branco, a exposição “A Campanha da Resina”, sobre o ciclo de produção da resina, concebida por Paulo Santiago e organizada e produzida pelo Centro Ciência Viva da Floresta, em colaboração com a Câmara Municipal de Proença-a-Nova. Na cerimónia de inauguração, às 16H00, actua o rancho folclórico “Os Resineiros”, de Corgas, do concelho de Proença-a-Nova.
A mostra, que estará patente até dia 27 de Fevereiro, inclui painéis descritivos de todo o ciclo produtivo, um filme, vestuário e alfaias utilizadas pelos resineiros e até troncos de árvore mostrando como eram feitas as incisões (feridas) e colocados os canecos de barro.
Refira-se que, há meio século, o distrito de Castelo Branco produzia um décimo do total de resina entrada nas fábricas de destilação em Portugal e gerava uma receita anual calculada, à época, em 17 mil contos de réis. A resina natural é obtida por exsudação da árvore a partir de sucessivas incisões no lenho, de forma a fazê-la sangrar. Os resineiros trabalhavam em grupo para os produtores de resina, que lhes pagavam à jorna e simultaneamente pagavam aos donos dos pinhais o número de incisões exploradas.

Fonte: Jornal Reconquista online, 4 de Fevereiro de 2011.