sábado, 17 de janeiro de 2015

A Cruz da Oles



Cada tempo tem sua história, épocas áureas para uns e não tão boas para outros.
Os romanos eram na sua época o povo mais poderoso da terra. Por volta do ano 218 a. C., os exércitos de Roma atravessaram a Gália, venceram os Pirenéus e começaram a conquista da Península Ibérica.
Já em 202, na batalha de Zama, derrotaram o general cartaginês Aníbal. Desta maneira terminava o domínio de Cartago e começava o poderio de Roma.
Foram submetendo os povos autóctones, mas houve uma tribo que não se deixou vergar com facilidade, eram os Lusitanos.
Os romanos dominaram a Península durante muitos séculos. Com o tempo, as suas possessões começaram a ser invadidos por tribos bárbaras e pouco a pouco todo o vasto império se foi retalhando.
No princípio do século IV, Vândalos, Alanos, Suevos… foram ocupando as Espanhas. À Lusitânia chegaram os Alanos. Imaginem: mortandades, roubos, miséria… Os Suevos andaram por cá durante muito tempo. Os Visigodos apareceram na península, no ano 414. O poderio visigodo aumentou, por outro lado diminuía a influência romana. Os invasores visigodos foram-se convertendo ao cristianismo. Antes praticavam o arianismo, mas, no terceiro concílio de Toledo, o rei Recaredo converteu-se à fé cristã. Claro, a família seguiu os mesmos passos.
A monarquia visigótica aguentou-se alguns séculos. A espada tinha sido posta de lado, agricultavam os solos, a arte da guerra foi-se esquecendo, a própria fé desmoronando, até que nos finais do século VII apareceu um homem, São Frutuoso que percorreu toda a parte ocidental da península pregando.
Toda a monarquia era palco constante de lutas internas. O povo vaticinava que alguma coisa estava para acontecer nos céus cristãos das Espanhas.
Vitiza rei dos visigodos morreu, deixou três filhos, eram todos menores quando faleceu, mas nomeou Akhila para lhe suceder no trono. Os nobres não concordaram e aclamaram Rodrigo, estávamos no princípio do século VIII, no ano 710. Guerras e mais guerras, quem não se descuidou foram os califas, no ano 711, no dia 28 de Abril, Tarik-Bem-Zeyad, com 7 000 soldados, atravessa o estreito. O rei Rodrigo não pode vir, encontrava-se em Pamplona a combater os vasconsos. Muitos episódios depois, nas margens do rio Guadalete, terminava a monarquia visigótica e começava o domínio árabe que só terminaria definitivamente nos finais do século XV.
(Pesquisa bibliográfica; História de Portugal de Fortunato de Almeida; La batalha de Covadonga)
Locais montanhosos terão servido de refúgio a muitos cristãos, quem sabe se não terá sido essa a função do “nosso” Castelo Velho!
No tempo de D. Afonso Henriques, todo o sul era ainda árabe, os campos da Oles terão sido palco de algaras, escaramuças. Os cristãos venceram a batalha da Oles, o crescente foi derrotado, os moradores do Castelo Velho desceram para um e outro lado da serra, onde se estabeleceram, clima mais ameno, melhores terras…
Toda esta conversa vem a propósito de uma coisa simples e singela:

Conheço a Oles desde criança, a Cascalheira, a Ginjeira… “meu pai cantoneiro, meu avô Zé com suas propriedades para aqueles lados”, aquelas pedras sempre me fascinaram, aqueles lugares contam histórias… aos nossos pés, o campo.
No cruzamento das estradas da Oles com a Cascalheira sempre existiu, em cima de uma “pesserra”, um fuste redondo encimado por uma cruz. Há uns anos a esta parte, algum engraçadinho a decepou, já não foi a primeira vez…
Quem sabe se essa cruz não estava ali para recordar a batalha da Oles! Recordando a aflição, o tormento, as mortes dos bravos que lutaram naquela peleja.
Senhores do mando, vá lá, mãos à obra e voltem a colocar uma réplica.
Àquele lugar sempre se chamou a há de continuar a chamar Cruz da Oles.

Já agora, fiquem com esta:
“Apesar de não chegarem aos cem anos, os homens inventam preocupações para mil” (George Nathan)                                     

 J.M.S

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

A pedra da sobreposta


Nos nossos dias, muitos contos, lendas, lengalengas estão a desaparecer, as pessoas idosas, à medida que morrem, levam atrás de si grandes bibliotecas. Aquilo que distingue um povo são as suas tradições, usos e costumes.
Adiante.

Na encosta sul da serra da Guardunha, perto da vila da Soalheira, existe um enorme penedo que, segundo os entendidos, é o maior bloco granítico que existe em Portugal.
Certo dia de verão, andava um ganhão lavrando aquelas terras com sua junta de vacas. Estava um calor abrasador!
À hora do meio-dia, deixa a rabiça do arado, pega na bolsa da merenda, sobe um pouco a encosta, senta-se à sombra de um pinheiro que ficava no sopé do enorme mastodonte de granito, desembrulha o queijo que trazia guardado numa folha de couve, saca das azeitonas e do pão centeio e começa a comer.
O calor apertava, o suor caía do seu rosto, enquanto mastigava. E pensou:
- Raio de vida, com este calor! Não viesse uma trovoada e um raio partisse esta pedra em duas metades.
Continuou a mitigar a fome, enquanto as vacas comiam seu quinhão de caneirões.
Lá longe, muito longe, para os lados de Castelo Branco, uma nuvenzita muito levezinha e pequenina surgiu. O ganhão nem deu por ela.
Como um barco que começa por se ver só a ponta dos mastros, também a nuvem que parecia vogar no céu foi crescendo, crescendo…
Olhando para o horizonte, o ganhão disse:
- Parece que vem aí uma carga de água.
Escureceu, um raio rasgou a imensidão do céu, um trovão ribombou, a nuvem crescia cada vez mais. A chuva começa a cair intensamente, os relâmpagos sucedem-se uns atrás dos outros. Um estrondo enorme, uma peste corta a pedra ao meio, um grande bocado rebola encosta abaixo.
O ganhão, que minutos antes tinha praguejado, não teve tempo de fugir e ficou soterrado juntamente com o carro, as alfaias e as vacas.

Estive muitas vezes ao lado dela, porque andei algum tempo resinando os pinheiros que a cercavam. Respeitava-a pela sua enormidade.
Alguma coisa se terá passado ali, o bocado que jaz ao fundo terá estado algum dia unido ao que ainda se encontra erecto, altivo, enorme, desafiando os céus.
Esta pedra encontra-se numa propriedade que pertence aos herdeiros da família Rolão Preto. Impressiona pelo seu tamanho e grandeza.
De São Vicente à pedra da sobreposta são cerca de seis quilómetros. Muito perto, imponente, grande, semiabandonado, encontra-se o edifício onde outrora funcionou uma das mais importantes escolas do saber em Portugal, o Colégio de São Fiel.
Nele estudou, entre outros, Egas Moniz, até hoje o único prémio nobel da medicina português.

J.M.S

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Tempos que já lá vão



ANTIGAMENTE

Antigamente todos iam à missa
Ia o farmacêutico, ia o doutor
O fiscal, o cobrador
O camponês e o lavrador
A rameira e o curador
Antigamente todos iam à missa

Os senhores à frente altivos e compenetrados
Sentados nos cadeirões bem arrumados
O povo atrás em montellhão
Sentava-se no chão
Não tinha cadeirão
Ouvia o vigário
Que os incitava à oração
Antigamente todos iam à missa

O palio era pelos senhores transportado
Cada um pegava sua vara, três em cada lado
O vigário levava o crucificado
O suor caia cara abaixo, era pesado

O turibulo era levado pelo sacristão
Que o segurava na mão
O andor era carregado pelo povão
Pelos que fizessem a maior arrematação

As bandeiras eram içadas
Pelo povo com devoção
Senhoras ajudavam a levar o pendão
Pegando uma corda com a mão

No alto da torre os sinos tocavam
Dlim, dlão, dlim, dlão e a procissão
Percorria as ruas da vila e todos cantavam
Avé, avé… muitas velas acesas na mão

As janelas varandas e sacadas
Com lindas colgaduras enfeitadas
Algumas antigas e já amareladas
Outras mais pobres e usadas

A banda toca uma marcha dolente
De acordo com a função
Na nossa vila vai passando a procissão
E os músicos marcham cadencialmente

O suor cai em bagadas da cara do senhor prior
A cruz é muito pesada e está calor
No ar os foguetes continuam a rebentar
A procissão não há maneira de terminar
Das janelas soltam-se muitas pétalas de flor
Os anjinhos vão vestidos a rigor
À frente a campainha dlim, dlim a tocar
As irmandades não podiam faltar
Opas vestidas com o presidente a orientar
Muitos mirones na praça a olhar
À passagem do crucifixo vão ajoelhar
Muitos foguetes sobem para o ar
As bombas rebentam pum, pum
E a procissão continua a andar

Bendito e louvado seja o Senhor
Bendita a sua santa mãe
Teve seu filho na cidade de Belém
Onde foi adorado por muito pastor

A igreja está repleta
O Vigário começa o sermão
O povo senta-se no chão
O rico tem cadeirão

Foi bonita a procissão
O vigário explica o acto
E no momento exato
Dá por terminado o sermão

Diante da hóstia consagrada
O povo canta e reza uma oração
O vigário pega a custódia na mão
E toda aquela gente é abençoada

A custódia é incensada
Enquanto dá a benção o prior
De joelhos recebem-na com fervor
Deus está na hóstia consagrada

Juntam-se no largo da festa
Onde dança e convive o povo
Seja velho, criança ou novo
Porque não há outra como esta

Há música no ar
Foguetes a estoirar
Fogaças a leiloar
Frangos a assar
Copos de vinho a emborcar
E o povo dança até se fartar

Outrora é que era bom
Todos iam à missa rezar
Saudades! O mundo não pode parar
Hoje a música é outra, é outro o som

O pálio já ninguém o quer levar
Assim como as bandeiras e o andor
Os fiéis vão morrendo, Senhor
Onde é que tudo isto irá parar

Já não há procissões como antigamente
As tradições estão a morrer
É pena e a meu ver
A fé vai definhando lentamente

O mundo está precisando
De arautos que transmitam a fé
O bispo tem que sair da sua sé
E ir andando por aí pregando

Zé da Villa

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Óbitos, 1810

ÓBITOS, 1810
Paróquia de Nossa Senhora da Assunção
São Vicente da Beira

- 1810: batismos, 52; óbitos, 106; saldo fisiológico, -54; mesmo considerando que vários bebés faleceram antes de serem batizados (números 32, 34, 41…) e por isso não foram contabilizados, este saldo fisiológico negativo é esmagador. De lembrar, para quem não nos segue de forma continuada, que antes das Invasões Francesas se iniciarem (final de 1807) a nossa freguesia já registava saldos fisiológicos positivos. Mortalidade nos anos anteriores: 1807, 42; 1808, 45; 1809, 58; 1810, 106.
- Globalmente, faleceram 55 menores, 7 deles crianças expostas, ambos os valores bastante acima do que era costume, nos anos anteriores. A mortalidade infantil iniciou-se no final da primavera, teve o seu pico no verão e depois prolongou-se pelo outono. Mas os jovens e adultos também faleceram em número muito superior ao normal.
- Em termos geográficos, a mortalidade abrangeu toda a freguesia, mas com maior incidência na Vila e Pereiros. Em São Vicente, parecem ter morrido famílias inteiras, mas este comentário não tem base científica. O Tripeiro, o Mourelo e o Violeiro terão tido uma mortalidade normal. Já em 1809, a mortalidade incidira no corredor São Vicente – Partida e nas franjas da Paradanta e Vale de Figueiras.
- Houve enterramentos no adro, certamente por falta de espaço dentro da Igreja. O caso de Dona Ignes Caetana é diferente, pois foi sepultada na Igreja da Misericórdia, com era costume fazerem as senhoras da elite local (já anteriormente tivemos outros casos).
- Para quem se interessa pela escrita dos nomes das pessoas, informo que a maioria dos registos deste ano foram feitos pelo cura Francisco Joze de Mesquita. Além de ter uma letra quase tão má como a minha, escrevia de forma muito mais arcaica que o vigário: voltou o Roiz e vez de Rodrigues, embora tenha sido ele a escrever pela primeira vez Ines em vez de Ignes.
- Temos nestes registos uma novidade absoluta: os franceses assassinaram um homem dos Pereiros, nos últimos dias de novembro.
O general Massena conquistara a fortaleza de Almeida, a 28 de agosto deste ano de 1810, e depois avançoU para Coimbra (batalha do Buçaco) e Lisboa, sendo travado pelas Linhas de Torres Vedras, em outubro. Constatando o inevitável, que as não conseguia transpor, retirou para o Ribatejo, onde podia alimentar o seu exército. A 1 de fevereiro de 1811, passou pela Estrada Nova uma força militar francesa que vinha reforçar o exército de Massena e deu-se então a emboscada da Enxabarda, onde morreram mais de 200 franceses.
Mas a morte do nosso homem dos Pereiros é anterior: foi sepultado a 30 de novembro de 1810. Como nos situamos no corredor entre o Ribatejo e Cidade Rodrigo, é provável que Manoel Leitaõ (n.º 95) tenha sido morto durante a passagem, no concelho, de um corpo do exército francês (tínhamos, a noroeste, a Estrada Nova, nos cumes da Gardunha, e a sul, a estrada mais usada na época: Sobreira Formosa, Monte Gordo, Salgueiro do Campo, Freixial do Campo, Tinalhas, Soalheira…)
No ano de 1810, os habitantes do concelho continuaram a pagar impostos extraordinários para financiar a guerra e os nossos ganhões foram requisitados para fazer serviços de transporte gratuitos, além dos donativos em dinheiro e géneros dos anos anteriores. O reino estava em ruína económica e social e o nosso saldo fisiológico de -55, neste ano de 1810, é um bom retrato dessa realidade.

1
Nome: Izabel Marques, solteira
Família: filha de Felipe Martins Martelo e Maria Marques (de São Vicente da Beira?)
Data: 13/01/1810

2
Nome: Joze de Oliveira, solteiro
Família: filho de Joze de Oliveira e Francisca Gonçalves (de São Vicente da Beira?)
Data: 13/01/1810

3
Nome: João Martins
Família: casado com Barbara Gonçalves, do Tripeiro, São Vicente da Beira
Data: 25/01/1810

4
Nome: Antonio da Silva
Família: casado com Brites Leitoa, de São Vicente da Beira
Data: 26/01/1810

5
Nome: Antonio Rodrigues Penamacor
Família: casado com Jozefa Martins, da Partida, São Vicente da Beira
Data: 28/01/1810

6
Nome: Anna Joaquina
Família: viúva de Francisco Antonio, de São Vicente da Beira
Data: 30/01/1810

7
Nome: Manoel
Família: menor, filho de Manoel Joze e Anna Luiza, do Casal da Serra, São Vicente da Beira
Data: 05/02/1810

8
Nome: Francisco
Família: menor, filho de Manoel Lourenço e Jozefa Maria, do Vale de Figueiras, São Vicente da Beira
Data: 08/02/1810

9
Nome: Joze Gonçalves
Família: de São Vicente da Beira
Data: 25/02/1810

10
Nome: Narciza
Família: menor, filha de Joze Caetano e Anna Rita, de São Vicente da Beira
Data: 27/02/1810

11
Nome: Martinha Francisca
Família: casada com Luis Rodrigues, do Vale de Figueiras, São Vicente da Beira
Data: 27/02/1810

12
Nome: Francisco Rodrigues Castanheira
Família: casado com Margarida Antonia, de São Vicente da Beira
Data: 25/03/1810

13
Nome: Joaõ
Família: menor, filho de Joze Matheus e Maria Francisca, do Tripeiro, São Vicente da Beira
Data: 29/03/1810

14
Nome: Dona Izabel da Graça de Azevedo Lemos e Andrade
Família: solteira, de São Vicente da Beira
Data: 03/04/1810

15
Nome: Antonio
Família: menor, filho de Antonio Joze e Joaquina Leitoa, da Partida, São Vicente da Beira
Data: 12/04/1810

16
Nome: Manoel Leitaõ
Família: solteiro, filho de Manoel Leitaõ e Maria Mendes, da Paradanta, São Vicente da Beira
Data: 22/04/1810

17
Nome: Anna de Saõ Joze
Família: casada com Estevaõ Vas, de São Vicente da Beira
Data: 26/04/1810

18
Nome: Manoel Luis
Família: casado com Maria Roza, de São Vicente da Beira
Data: 26/04/1810

19
Nome: Jozefa Maria
Família: casada com Manoel Lourenço, do Vale de Figueiras, São Vicente da Beira
Data: 27/04/1810
Observações: «… foi tão somente absolvida pelo pulso e ungida, por um delírio, que lhe veyo antes de chamarem…»

20
Nome: Tereza Maria
Família: casada com Joaõ Lopes, de São Vicente da Beira
Data: 06/05/1810

21
Nome: Izabel
Família: menor, filha de Joze Dias e Jozefa Nunes, da Partida, São Vicente da Beira
Data: 09/05/1810
Observações: faleceu pouco depois de nascer, batizada particularmente

22
Nome: Caterina Roque
Família: solteira, dos Pereiros, São Vicente da Beira
Data: 10/05/1810

23
Nome: Joaõ Lopes
Família: viúvo de Tereza Maria, de São Vicente da Beira
Data: 11/05/1810

24
Nome: Joana
Família: menor, filha de Joze Vas e Anna Joaquina, de São Vicente da Beira
Data: 20/05/1810

25
Nome: Maria Joaquina
Família: mulher de Ambrozio Duarte, de São Vicente da Beira
Data: 21/05/1810

26
Nome: Anna Maria
Família: viúva de Joze Vás, de São Vicente da Beira
Data: 22/05/1810

27
Nome: Joze
Família: menor, filho de Jacinto Antunes e Izabel Leitoa, da Senhora da Orada, São Vicente da Beira
Data: 03/06/1810

28
Nome: Maria
Família: menor, exposta e dada a criar a Anna Custodia Maria, da Paradanta, São Vicente da Beira
Data: 10/06/1810

29
Nome: Maria Rodrigues
Família: viúva de Manoel Leitaõ, da Paradanta, São Vicente da Beira
Data: 12/06/1810

30
Nome: Joze Pedro
Família: casado com Joanna do Couto, de São Vicente da Beira
Data: 17/06/1810

31
Nome: Jozefa Maria
Família: viúva de Joze Gonçalves, de São Vicente da Beira
Data: 25/06/1810

32
Nome: uma menina
Família: menor, filha de Joaquim Leitaõ e Anna da Costa, de São Vicente da Beira
Data: 26/06/1810
Observações: faleceu depois de batizada em necessidade

33
Nome: Bonifacio
Família: menor, filho de Joze Pedro e Joanna do Couto, de São Vicente da Beira
Data: 27/06/1810

34
Nome: um menino
Família: filho de Manoel Bernardo e Anna de Oliveira, de São Vicente da Beira
Data: 11/07/1810
Observações: nasceu, foi batizado em perigo e logo faleceu

35
Nome: Ventura
Família: menor, filha de Joze Leitaõ e Anna do Nascimento, de São Vicente da Beira
Data: 16/07/1810

36
Nome: Joana Couto
Família: viúva de Joze Pedro, de São Vicente da Beira
Data: 21/07/1810

37
Nome: Maria Duarte
Família: viúva de Romoaldo de Proença, de São Vicente da Beira
Data: 23/07/1810

38
Nome: Joze Vas
Família: casado com Anna Joaquina, de São Vicente da Beira
Data: 24/07/1810

39
Nome: Domingos Onofre
Família: casado com Maria Francisca, da Paradanta, São Vicente da Beira
Data: 28/07/1810

40
Nome: Dona Ignes Caetana
Família: viúva de Francisco Caldeira, Capitão-Mor da Vila (São Vicente da Beira)
Data: 01/08/1810
Observações: faleceu apenas com o sacramento da santa unção; foi sepultada na Igreja da Santa Casa da Misericórdia

41
Nome: um menino
Família: filho de Manoel Francisco e Maria Leitoa, da Paradanta, São Vicente da Beira
Data: 05/08/1810
Observações: faleceu pouco depois de nascido «…batizado em casa por não ser de tempo…»

42
Nome: Antonio
Família: menor, filho de Joze Martins e Anna Martins, do Mourelo, São Vicente da Beira
Data: 06/08/1810

43
Nome: Joana
Família: menor, exposta e dada a criar a Maria Lourença, casada com Manoel da Costa, de Vale de Figueiras, São Vicente da Beira
Data: 08/08/1810

44
Nome: Sebastiaõ
Família: menor, filho de Manoel Joze e Jozefa Custodia, do Mourelo, São Vicente da Beira
Data: 10/08/1810

45
Nome: Joaõ
Família: menor, filho de Antonio Barreiros e Maria Vas, de São Vicente da Beira
Data: 10/08/1810

46
Nome: um menino
Família: filho de Antonio Mendoça e Joana Monteira, naturais de Idanha-a-Nova
Data: 12/08/1810
Observações: nasceu em perigo, foi batizado e faleceu, no Casal da Serra, São Vicente da Beira

47
Nome: Antonio
Família: menor, filho de Marcos Duarte e Rosaura Freire, moradores em Tinalhas
Data: 17/08/1810

48
Nome: Maria
Família: menor, filha de Manoel Pires e Izabel Fernandes, do Violeiro, São Vicente da Beira
Data: 19/08/1810

49
Nome: Anna
Família: menor, filha de Joaõ Nogueira e Joaquina Bexiga, naturais de «Idanha Nova»
Data: 20/08/1810
Observações: batizada particularmente por nascer em perigo e não querer mamar

50
Nome: Antonia
Família: menor, filha de Bernardo Joze e Jozefa Maria, naturais de Idanha-a-Nova
Data: 22/08/1810

51
Nome: Joaõ
Família: menor, filho de Joze da Cruz e Luiza Leitoa, do Casal da Serra, São Vicente da Beira
Data: 22/08/1810

52
Nome: Custodio Joze dos Santos
Família: casado com Rita Maria, de São Vicente da Beira
Data: 23/08/1810

53
Nome: Maria
Família: menor, filha de Manoel de Barros e Vicencia Maria, de São Vicente da Beira
Data: 28/08/1810

54
Nome: Anna
Família: menor, exposta que criava Inocencia Gama, mulher de Manoel Fernandes, da Partida, São Vicente da Beira
Data: 30/08/1810

55
Nome: Maria
Família: menor, filha de Joze Pires e Maria Fernandes, do Violeiro, São Vicente da Beira
Data: 01/09/1810

56
Nome: Joaquim
Família: menor, filho de Antonio da Conceiçaõ e Joana Faustina, de São Vicente da Beira
Data: 04/09/1810

57
Nome: Domingos
Família: menor, filho de Antonio Gonçalves e Maria Joana, da Paradanta, São Vicente da Beira
Data: 04/09/1810

58
Nome: Maria Nunes
Família: viúva de Joaõ Duarte, do Casal da Serra, São Vicente da Beira
Data: 11/09/1810

59
Nome: Francisco
Família: menor, filho de Joaõ Duarte e Maria Rofina, de São Vicente da Beira
Data: 13/09/1810

60
Nome: Maria
Família: menor, filha de Manoel Antunes e Maria Vas, do Mourelo, São Vicente da Beira
Data: 13/09/1810

61
Nome: Joaõ
Família: menor, filho de Joze Bernardo Carpinteiro e Anna Roza, de São Vicente da Beira
Data: 14/09/1810

62
Nome: Ignes
Família: menor, filha de Joze Leitaõ e Maria Roza, de São Vicente da Beira
Data: 14/09/1810

63
Nome: Manoel Antunes Moreira
Família: casado com Izabel Martins, da Partida, São Vicente da Beira
Data: 16/09/1810

64
Nome: Joaõ
Família: menor, exposto que criava Custodia, da Paradanta, São Vicente da Beira
Data: 16/09/1810

65
Nome: Antonio
Família: menor, filho de Miguel dos Santos e Angelica Jacinta, de São Vicente da Beira
Data: 16/09/1810

66
Nome: Antonia
Família: menor, filha de Joaõ Francisco e Jozefa Roiz, do Mourelo, São Vicente da Beira
Data: 17/09/1810

67
Nome: Brites
Família: menor, filha de Joaõ Barata e Anna Gonçalves, do Violeiro, São Vicente da Beira
Data: 20/09/1810

68
Nome: Domingos Pires
Família: solteiro (sem mais informação)
Data: 20/09/1810

69
Nome: Joze Barrozo
Família: casado com Anna Canuta, de São Vicente da Beira
Data: 20/09/1810

70
Nome: Anna
Família: menor, filha de Joze dos Reis Tourinho e Joanna da Concessam, de Castelo Branco
Data: 28/09/1810

71
Nome: Joaõ Roiz
Família: casado com Maria Antunes, da Paradanta, São Vicente da Beira
Data: 04/10/1810

72
Nome: Manoel
Família: menor, filho de Antonio Roiz e Inocencia Maria, do Violeiro, São Vicente da Beira
Data: 09/10/1810

73
Nome: Maria
Família: menor, filha de Martinho Roiz, já defunto, e Margarida Antonia, de São Vicente da Beira
Data: 09/10/1810

74
Nome: Izabel
Família: menor, filha de Manoel Pereira, já defunto, e Maria Martins, do Violeiro, São Vicente da Beira
Data: 13/10/1810

75
Nome: Izabel
Família: menor, filha de Joze Martins e Maria Roza, da Partida, São Vicente da Beira
Data: 16/10/1810

76
Nome: Francisca
Família: menor, exposta que criava Custodia Maria, da Paradanta, São Vicente da Beira
Data: 16/10/1810

77
Nome: Antonio
Família: solteiro, filho de Joze Barrozo, já defunto, e Anna Barroza, de São Vicente da Beira
Data: 17/10/1810

78
Nome: Bras Antunes
Família: casado com Izabel Figueira, dos Pereiros, São Vicente da Beira
Data: 19/10/1810

79
Nome: Faustino Lourenço
Família: viúvo de Maria Luzia, do Tripeiro, São Vicente da Beira
Data: 24/10/1810

80
Nome: Helena
Família: menor, filha de Joaõ Francisco e Maria Leitoa, do Mourelo, São Vicente da Beira
Data: 27/10/1810

81
Nome: Anna Barroza
Família: viúva de Joze Barrozo, de São Vicente da Beira
Data: 30/10/1810

82
Nome: Jozefa
Família: menor, exposta que criava Antonia Maria, da Partida, São Vicente da Beira
Data: 30/10/1810

83
Nome: Sezilia
Família: menor, filha de Manoel Joze e Jozefa Custodia, do Mourelo, São Vicente da Beira
Data: 31/10/1810

84
Nome: Jozefa
Família: menor, exposta que criava Ines Leitoa, dos Pereiros, São Vicente da Beira
Data: 31/10/1810

85
Nome: Antonio Rodrigues
Família: casado com Inocencia Martins, do Violeiro, São Vicente da Beira
Data: 06/11/1810

86
Nome: Joaquina
Família: menor, filha de Joze Henriques e Anna Maria, de São Vicente da Beira
Data: 06/11/1810

87
Nome: Maria Reloa
Família: viúva, de São Vicente da Beira
Data: 07/11/1810

88
Nome: Izabel Figueira
Família: viúva de Bras Antunes, dos Pereiros, São Vicente da Beira
Data: 09/11/1810
Observações: deixou testamento

89
Nome: Dona Anna Joaquina de Salvaterra
Família: casada com Bernardo Pinto
Data: 14/11/1810

90
Nome: Antonio
Família: menor, filho de Joaõ de Oliveira e Anna de Oliveira, de São Vicente da Beira
Data: 16/11/1810

91
Nome: Caetano
Família: menor, exposto que criava Joana Maria, mulher de Manoel Venancio, da Partida, São Vicente da Beira
Data: 18/11/1810

92
Nome: Maria Antunes
Família: viúva de Joaõ Rodrigues, da Paradanta, São Vicente da Beira
Data: 18/11/1810

93
Nome: Silvestre Francisco
Família: viúvo de Roza Maria, da Partida, São Vicente da Beira
Data: 29/11/1810
Observações: faleceu sem sacramentos, por não chamarem

94
Nome: Manoel
Família: menor, filho de Marcos Duarte e Rosaura Maria, de Tinalhas
Data: 29/11/1810

95
Nome: Manoel Leitaõ
Família: casado com Maria Jozefa, dos Pereiros, São Vicente da Beira
Data: 30/11/1810
Observações: faleceu assassinado (asacinado) pelos Franceses e por isso sem sacramentos

96
Nome: Joze Pedro
Família: solteiro, de São Vicente da Beira
Data: 06/12/1810

97
Nome: Roza Maria
Família: mulher de Manoel Leitaõ, da Paradanta, São Vicente da Beira
Data: 07/12/1810

98
Nome: Joana Maria
Família: mulher de Manoel Venancio, da Partida, São Vicente da Beira
Data: 07/12/1810
Observações: foi sepultada no adro da Igreja

99
Nome: Francisco
Família: menor, filho de Joze de Mesquita e Roza Maria, de São Vicente da Beira
Data: 10/12/1810
Observações: nasceu, foi batizado em necessidade e faleceu

100
Nome: Marcelino
Família: menor, filho de Joze Leitaõ e Maria Martins, dos Pereiros, São Vicente da Beira
Data: 12/12/1810

101
Nome: Rodrigo Antunes
Família: viúvo, do Souto da Casa
Data: 18/12/1810
Observações: faleceu no Casal da Serra, de repente e por isso sem sacramentos; foi sepultado no adro da Igreja

102
Nome: Joze
Família: menor, filho de Antonio Martins e Joaquina Maria, dos Pereiros, São Vicente da Beira
Data: 19/12/1810

103
Nome: Anna
Família: menor, exposta que foi batizada em perigo de vida
Data: 25/12/1810

104
Nome: Maria Leitoa
Família: viúva, de São Vicente da Beira
Data: 26/12/1810

105
Nome: João Leitaõ
Família: casado com Izabel Maria, de São Vicente da Beira
Data: 28/12/1810

106
Nome: Maria Magdalena
Família: viúva e pobre, de São Vicente da Beira
Data: 31/12/1810

José Teodoro Prata