terça-feira, 8 de agosto de 2017

Escuteiros connosco

Nos dias 1 e 2 de Agosto, estiveram em São Vicente da Beira 50 escuteiros do Corpo Nacional de Escutas - CNE vindos de todo o país, que se encontravam no ACANAC, em Idanha-a-Nova. 
Estes vieram fazer trabalho comunitário na Santa Casa da Misericórdia e limpezas nas zonas da Fonte da Portela, Lagariça e Caminho Romano. Estiveram a pernoitar no Salão da Casa do Povo, onde, no dia 2 de Agosto, participaram no ensaio do Rancho Folclórico Vicentino e o GEGA também esteve presente com uma breve explicação da história da nossa vila. Posteriormente, fizeram um FOGO DE CONSELHO (actividade em torno de uma fogueira que procura encontrar o equilíbrio entre a excitação de um dia cheio de empreendimentos e a necessidade que cada um tem de se recolher e fortalecer) para o encerramento das suas actividades por aqui.
O Pedro Duarte, Chefe do Grupo de Escoteiros da Associação de Escoteiros de Portugal - AEP nº 170 de São Vicente da Beira, participou na organização de todas as actividades, com a colaboração da Junta de Freguesia, que também disponibilizou a Piscina para alguns momentos de lazer e para a higiene, durante a estadia.
Agradecemos aos Escoteiros todo o trabalho desenvolvido, assim como os momentos de diversão que partilharam connosco.





Ana Jerónimo Patrício

domingo, 6 de agosto de 2017

Retrato Intemporal


O TEU COLO

Há tanta gente carente
Que precisa de um colo
Como muita outra gente.
Se te serve de consolo

Lava a alma com sorriso
Enxuga o rio que choras
E deixa brilhar o teu sorriso
Para sentires melhoras.

É lá dentro que encontras
O que tu procuras cá fora
E é lá que tu reencontras

Aquela quietude onde mora
O colo que não encontras
Quando sais de ti embora.


O livro é uma edição de autor e custa 10 euros. Quem o quiser comprar tem de o fazer junto de Roque Lino, que por estes dias está connosco.

José Teodoro Prata

sábado, 5 de agosto de 2017

A poesia de Roque Lino




O TOQUE DOS SINOS

São tantos os toques que ecoam
Naqueles sinos da aldeia
Que até conseguiram cantar-me
Na data do meu nascimento
E também celebraram datas
Que a memória vai recordando
Como aquela do casamento.
Sentinela atenta aos fogos
Que crepitavam nos pinhais,
Os sinos eram alvorada,
E convocação para a missa
E chamamento à oração.
Cantavam as Avé Marias
Como o apelo às novenas
E acompanhavam procissões
A par do estralejar dos foguetes
Que explodiam preces no céu.
Curvados sob as enxadas
Vinham camponeses exaustos
E arrastavam-se almocreves
Ao toque do recolher
Que aqueles sinos tocavam
Com a perfeição de um clarinete.
Quero continuar a ouvir
Todas essas badaladas
Já que enquanto as sentir
Não oiço o toque final
Que nunca ouvirei afinal
Porque o sino é festa e é vida.

José Teodoro Prata

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Poesia, amanhã


Reconquista, 3 de agosto de 2017

A apresentação de um livro, um concerto da banda, um espetáculo do rancho, um desfile dos bombos ou uma exposição são momentos de comunhão de afetos (e pouco mais que isso).
Alguém partilha com o resto da comunidade o que lhe deu tanto gosto a preparar, algo de si que oferece aos outros.
Por isso é muito bom termos o Roque Lino connosco. Vem partilhar a sua poesia, algo que para mim é das coisas mais íntimas que há. 
Apelo à participação dos que visitarem este blogue: vamos todos estar presentes!
E nesse gesto nos assumimos como comunidade.

José Teodoro Prata

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Festas de Verão

Mais uma vez se vão realizar as tradicionais e centenárias festas em honra do Santíssimo Sacramento, Senhor Santo Cristo, e Senhora do Carmo; vulgo festas de verão, este ano de 4 a 8 de agosto.

Santíssimo Sacramento: Jesus, na última ceia tomando o pão e o vinho abençoou-os, voltando-se para os seus discípulos disse:- Tomai; comei este pão que é o meu corpo, bebei este vinho que é o meu sangue.
Os Vicentinos ao realizarem a festa em honra do Santíssimo recordam este episódio que antecedeu a crucificação.
Senhor Santo Cristo: Deus feito Homem que se sacrificou por nós, morrendo pregado numa Cruz. Senhor, a quem os Vicentinos recorrem nas horas menos boas da vida. Certa vez o povo aflito a braços com uma praga de gafanhotos suplicou-Lhe que os livrasse de tamanha calamidade, os gafanhotos, à medida que tocavam as paredes da igreja da Misericórdia caiam fulminados.
Senhora do Carmo: Com as cruzadas, muitos cristãos fixaram-se na Terra Santa, alguns foram viver como eremitas para o belo monte Carmelo, começaram a levar uma vida de pobreza, simples e contemplativa.
Sob a protecção da Virgem Maria, a quem atribuíram o título de Senhora do Carmo, construíram uma capela, aos poucos foram-se disseminando pelo mundo.
Passaram muitas dificuldades. Certo dia o monge, responsável pela Ordem, tem uma visão. Vê a Virgem Maria que lhe entrega o escapulário dizendo-lhe: Quem o usar terá a minha protecção.
Ao longo dos séculos, santos, santas, papas, reis, povo, têm-no usado.
É uma armadura protectora, o escapulário. Quem o usar está revestido com o manto de Nossa Senhora. - dizia Santa Teresa de Ávila.
Pode ser substituído por uma medalha.

Como não havia quem fizesse as Festas, um bom Vicentino a viver há muitas décadas em terras gaulesas, João Maria Rodrigues Craveiro (João passaraço), juntamente com um punhado de corajosos, arregaçaram as mangas…
Para que nunca mais se criem impasses como tem sucedido amiudadas vezes nestes últimos anos, está a ser criada uma Associação.
Esta Associação passará a realizar festas e eventos de interesse colectivo e comunitário na Vila, sempre em estreita colaboração com as autoridades civis e religiosas da freguesia.
Outro objectivo da novel Associação visa a preservação do património, seja material ou imaterial: contos, lendas, tradições, histórias… que o tempo vai apagando da nossa memória colectiva.
Deixamos o convite a todos os Vicentinos, para que adiram à Associação, tornando-se sócios, para que o Senhor Santo Cristo continue a ser um farol de fé e devoção…

Comissão de Festas:
João Maria Rodrigues Craveiro
João Filipe Tavares Goulão
Maria Joana Trindade dos Santos
Clara Maria Santos Matos Rodrigues
João Fernandes
José Manuel dos Santos
Luís Caio
Jaime Gama
Pedro Matias Duarte
Fátima Gama
Teresa Inácio
Luís Moreira Fernandes
Ricardo Oliveira
Raquel Inácio
José Moreira Fernandes
Daniel Alexandre dos Santos Fernandes
Maria Teresa Trindade dos Santos Fernandes

Porque a união, faz a força!                                                       


J.M.S

sábado, 29 de julho de 2017

A nossa Beira

Beira charneca, Beira montanha
Beira campina, Beira em flor
Beira pinhal, Beira azenha
Beira meu bem, meu amor

Beira estevas, giestas
Rosmaninho, carqueja, alecrim
Beira de romarias e festas
Onde tudo é belo, nada é ruim

Beira de águas cristalinas
Refrescantes sem igual
Sejam fontes, presas ou minas
Não há melhor em Portugal

Beira da Senhora da Orada
Romaria sem rival
Fica na encosta da serra
Este santuário medieval

Senhora de São Vicente
Banhada pela ribeira
Grande fé tem nossa gente
Para nós, tu és a primeira

Tua água tem virtude
Para nossos males curar
Todos a bebem sem cessar
Para recuperar a saúde

Beira São Vicente
Do Santo Cristo milagreiro
Que bem a gente se sente
Na praça, no Seu terreiro

Beira São Vicente
Das filhoses e do Natal
Fritas na noite celestial.
Na praça, a fogueira aquece a gente

Beira das janeiras
Pelas ruas cantadas
Todos cantam sem peneiras
Sejam solteiras ou casadas

Beira dos entrudos
Mascarados a preceito
Magros, altos ou barrigudos
Cada um a seu jeito

 Beira da semana santa
A de São Vicente sem igual
Das ladainhas que a gente canta
Tradições sem rival

Cantam-se loas pungentes
Os martírios lembram a paixão
São assim estas gentes
Sejam, Vicentinos ou não

O São João é cantado
À volta da fogueira
Seja solteiro ou casado
É assim na nossa Beira

 Lá vem o Senhor Santo Cristo
Festa grande sem igual
Todo o Vicentino gosta disto
Não há outra em Portugal

Terra de grandes olivais
Vila bela e amorosa
Está cercada de pinhais
Meu lindo botão de rosa

Na torre tocam os sinos
Para o povo rezar
Na igreja cantam-se hinos
Para Cristo se adorar

Lá vem o povo leal
Sempre alegre e contente
Do Cimo, Caldeira, Fundo ou Casal
Bem-disposto e sorridente

Beira dos pífaros e pandeiros
Adufes e tocadores de bombos
Partida, Almaceda, São Vicente ou Pereiros…
Carregam-nos, pum, pum…aos seus ombros

Cedo de manhãzinha
Eis os bombos a chegar
O barulho já se avizinha
Lá vem o povo a cantar

Passa a banda Vicentina
Sempre muito afinadinhos
Ao passarem na esquina
Alegram todos os vizinhos

Zé da Villa