quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Estradas romanas

http://sashat.me/wp-content/uploads/2017/06/roman_roads_24_jun.png

É extraordinária a cobertura completa de tão vasto território que os romanos conseguiram fazer.
Algumas vias romanas coincidem com autoestradas atuais.

José Teodoro Prata

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Maria da Luz

A minha mãe fez 90 anos e reunimos a família na Tapada, o nosso mundo da infância.
A festa durou dois dias e só não se prolongou porque o fim de semana acabou.
É o que dá virmos da fronteira com a Charneca e termos vários charnecos na família, no passado e sobretudo agora.
Foi bonita a festa!



José Teodoro Prata

domingo, 10 de setembro de 2017

Mais Maiores Contribuintes

A listagem que se segue não está datada, mas situar-se-á entre 1843 e 1852, tal como a lista anteriormente publicada. Mas é certamente posterior a ela. As informações relativas ao Ninho estarão na parte de Tinalhas (Fernando da Costa), assim como as do Freixial do Campo (o património de João Duarte Simões dividia-se entre Tinalhas e o Freixial).

CONCELHO DE SÃO VICENTE DA BEIRA
Relação dos maiores contribuintes de décima

Almaceda
Domingos Gomes – 7$026
José Bernardo Ribeiro – 9$268
São Vicente da Beira
João António Ribeiro Robles – 10$768
Bonifácio José de Brito – 8$830
Francisco António de Macedo – 8$000
João Pereira de Carvalho – 10$600
João Ribeiro Garrido – 19$976
João dos Santos Vaz Raposo – 7$070
José Maria de Moura Brito – 6$602
Manuel Martins Dâmaso – 7$630
Nogueira (?) – 4$040
Póvoa de Rio de Moinhos
Francisco José Dias de Oliveira – 11$184
António Joaquim de Carvalho – 7$516
Doutor António Luciano da Fonseca – 45$810
Bernardo da Silva Carrilho Marques – 8$864
Francisco António de Matos – 7$224
Francisco Duarte Carrilho – 7$200
José Alves de Azevedo – 4$218
Tinalhas
José do Espírito Santo – 3$740
Fernando da Costa – 11$510
João Duarte Simões – 12$015
Joaquim Augusto de Magalhães – 8$060
José Coutinho Barriga – 63$388
José Inocêncio Lalanda – 104935
Sobral do Campo
João Paulo do Rosário – 6$440
José Vaz Duarte – 6$110
Luís de Proença – 8$145
Manuel Ramos de Proença – 12$545
Manuel Ribeiro do Rosário – 7$452
Padre Sebastião Bernardo Ribeiro – 8$722
Louriçal do Campo
João António Ribeiro Gaspar – 9$530
Manuel António Ribeiro Gaspar – 9$142
Manuel Ramos Preto – 45$737
Padre Manuel Alves – 5$048

José Teodoro Prata

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

Os Maiores Contribuintes

Concelho de São Vicente da Beira
Os maiores contribuintes da décima
Manoel Ramos Pretto (Louriçal do Campo) – 36$698
Doutor António Luciano da Fonseca (Póvoa de Rio de Moinhos) – 30$413
Bonifacio Joze de Britto (São Vicente da Beira) – 14$560
Francisco Joze Dias de Oliveira (Póvoa de Rio de Moinhos) – 12$341
Joaõ dos Santos Vaz Rapozo (São Vicente da Beira) – 10$450
João Pereira de Carvalho (São Vicente da Beira) – 10$235
Antonio Joaquim de Carvalho (Póvoa de Rio de Moinhos) – 7$900
Francisco Carrilho Marques (Póvoa de Rio de Moinhos) – 7$753
Francisco Antonio de Matos (Póvoa de Rio de Moinhos) – 6$954
Alexandre Barboza (?)– 6$592
Jacinto Ventura Netto (?)– 6$392
Joze Vaz Duarte (Sobral do Campo) – 5$670
Alexandre Joze Alves (?) – 5$068

Notas:
- 36$698 lê-se: trinta e seis mil, seiscentos e noventa e oito réis.
- A décima era um imposto que incidia sobre o valor das casas, terrenos, emprego, dinheiro a juros... Corresponderia hoje ao IRS, ao IRC, ao IMI... 
- Esta listagem não vem datada, mas podemos situá-la entre 1843 e 1850: 1843, porque nela consta João Pereira de Carvalho, o bisavô pela linha materna dos irmãos Pereira dos Santos (Inácio, Alexandre, Manuel, Zeca…), notário, natural das Sarzedas, que veio trabalhar para São Vicente e cá casou, em 1843, com uma filha do Bernardo Ribeiro Robles; 1852, pois nesse ano faleceu o Doutor António Luciano da Fonseca, o maior contribuinte da Póvoa de Rio de Moinhos.
- A elaboração desta listagem estaria relacionada com o sistema eleitoral liberal, que era censitário, isto é, os direitos a votar e ser eleito dependiam dos impostos pagos por cada um.
- Há uma lacuna nesta listagem relativa a Tinalhas: aparentemente não aparece ninguém. Numa listagem idêntica que publicarei dentro de dias, já aparecem os maiores contribuintes da décima desta freguesia, incluindo o homem mais rico do concelho, Joze Coutinho Barriga, visconde de Tinalhas.

Aviso: Notas alteradas a 10.09.2017, com base em informação da Doutora Benedita Duque Vieira, relativa à data de óbito do Doutor António Luciano da Fonseca.

José Teodoro Prata

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

O nome Paiágua

O cura de Almaceda escreveu, nas Memórias Paroquiais de 1758, Paygago.
A 14 de setembro de 2013, publiquei a lista dos batismos de 1800, na freguesia de São Vicente da Beira.
Alguns familiares da bebé Maria eram naturais da Paiágua e o cura escreveu num sítio do registo de batismo Pay Agoa e noutro Pay d`Agoa.
Hoje encontrei este registo de 1825 e o cura usa um termo muito próximo do nome atual: Paagoa.


José Teodoro Prata

segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Estrela de David

Com a morte de Saul, os israelitas proclamaram David seu rei. Este conquistou Jerusalém transformando-a na sua capital. A Arca da Aliança ficou na cidade que se transformou no centro religioso do povo hebreu. Salomão, filho do rei David, com a morte de seu pai, sobe ao trono. Foi no reinado deste rei que se ergueu o grandioso templo onde colocaram a Arca da Aliança.
Durante alguns séculos, o templo foi o local de reuniões e orações, até que o rei Nabucodonosor, rei dos babilónios invadiu a cidade e destruiu o templo. Os israelitas tiveram que fugir. Mais tarde, Ciro, rei dos persas, mandou reconstruir Jerusalém e o seu templo, ficando este a cargo dos judeus.
Era um templo magnífico, mas nada que se comparasse ao que Salomão tinha construído. Herodes, o grande, que era protegido do imperador Augusto, ofereceu-lhe muitas riquezas.
Os romanos comandados por Tito, voltaram a destruí-lo, incendiando-o. O povo judeu, sem Estado, dispersou-se por toda a parte; tolerados, perseguidos, massacrados, expulsos.
Muitos reis proibiram-nos de exercer qualquer profissão nas suas nações, exceptuando a medicina. São Luís, rei de França, obrigava-os a usar um sinal que os distinguia; em Espanha, já ganhavam a vida cultivando as terras, exercendo ofícios diversos e podendo participar também em negócios. Mais tarde tiveram de se converter ao cristianismo; chamavam a esta gente marranos.
A Igreja, os reis católicos, Isabel e Fernando, desconfiavam que continuavam a seguir a lei de Moisés dentro das casas e por isso promulgaram uma lei que decretava a sua expulsão, isto passou-se no ano 1492. Muitos partiram para Portugal. Pouco tempo depois, em 1496, D. Manuel I, para casar com a princesa Isabel, filha dos reis católicos, foi "obrigado" a expulsar os judeus de Portugal.
O nosso rei não queria perder estas pessoas e foi empaleando. Arranjou uma artimanha: os padres reuniam-nos nas praças e atiravam água para cima das suas cabeças tornando-os, desta maneira, aderentes da religião cristã. Uma vez baptizados, passavam a ser cristãos e já ninguém os podia expulsar de Portugal. Eram chamados cristãos-novos.
Apesar de tudo, muitos partiram: norte de África, Bélgica, Holanda…


David, pastor e músico, entrou para a corte do rei Saul como músico. Certo dia corajosamente enfrentou o gigante Golias. Com uma funda que trazia sempre consigo, matou-o. A sua fama cada dia que passava crescia, a inveja aumentava; por essa razão, foi obrigado a deixar a corte, mais tarde foi aclamado rei.
O rei David queria construir um grande e belo templo em Jerusalém, Deus não permitiu, coube a seu filho Salomão tal honra, porque David tinha passado grande parte da sua vida guerreando.
Atribuem-se ao rei David muitos dos salmos bíblicos: 
Feliz do homem que não segue o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem toma assento na reunião dos enganadores; antes na lei do Senhor põe o seu enlevo, e sobre ela medita dia e noite
É como a árvore plantada à beira das correntes, que dá o seu fruto na estação própria, cuja folhagem não murcha; tudo quanto faz redunda em bem”. Salmos 1-1,2,3.
A estrela de David é formada por dois triângulos iguais que se sobrepõem, um com a ponta virada para cima e o outro com a ponta virada para baixo, parecendo uma estrela.
O peso de dois quilos (ver imagem) que guardo religiosamente, possui a estrela de David.
Seria a marca do fabricante ou o símbolo que o encomendador? Neste caso alguém seguidor da Tora quis deixar o seu simbolo impresso no peso!
 Na vila de São Vicente da Beira, moraram muitas famílias judias, como atestam as cruzes cruciformes esculpidas nas ombreiras das portas, então…

Obra de consulta: ABCedário do Judaísmo, Público.

J.M.S 

sábado, 2 de setembro de 2017

O nosso falar: realengo

Os dicionários informam-me que realengo se refere ao que é próprio do rei. Tem o mesmo significado que reguengo, uma propriedade do rei.
Mas não era neste sentido que a minha mãe usada esta expressão, quando algum dos filhos não tinha tento na língua ou nas atitudes (ter tento, outra expressão interessante, que indica a atitude de ter cuidado com o que se diz ou faz).
Ter realengo é isso mesmo: ser cuidadoso no falar, no que se diz e como se diz. Também se aplica às atitudes, mas menos.
Ter realengo talvez tenha origem no imitar as maneiras formais de falar e se comportar da família real, em oposição ao falar e às atitudes rudes do povo. Uma coisa de outros tempos, portanto.

José Teodoro Prata