quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Banda desenhada

 
Na segunda-feira, dia 14, participei no lançamento deste livro de banda desenhada do albicastrense Miguel Fernandes, na Fábrica da Criatividade, geografia por onde o autor andou em criança e onde trabalhou após concluir o mestrado em Ilustração e Animação. O Miguel, OZZY para os amigos, tem raízes em Vila Velha de Ródão e na Partida (São Vicente da Beira). É filho do nosso António Andrade Fernandes, também conhecido por Tó da Partida.

José Teodoro Prata

segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

domingo, 14 de dezembro de 2025

Feira do Fundão

 No passado era o nosso local principal de comércio. Ainda hoje alguns chegam a tirar o dia para irem ao mercado do Fundão!

A foto é de Raquel Soeiro de Brito, uma geógrafa que completa hoje 100 anos e ainda não se sente velha!

José Teodoro Prata

sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

O ninho das asiáticas

 


São extremamente frágeis os ninhos das vespas asiáticas. A parede exterior, feita de papel, nem resiste a uma moderada pressão dos dedos (apenas o suficiente para pegar no ninho). A parede exterior é muito esburadada e todo o interior é ocupado com andares de alvelos de criação.

José Teodoro Prata

quarta-feira, 10 de dezembro de 2025

Concerto de Natal

 

Há dias, publiquei o seguinrte texto a acompanhar este cartaz:

A acústica da Casa do Povo é péssima e por isso não serve para eventos musicais. No ano passado, aquando do espetáculo do orfeão de Castelo Branco, um dos cantores manifestava-me o seu desagrado pela qualidade do som da sua atuação, atribuindo-a erradamente à aparelhagem sonora.

Penso que nessa altura me disseram que o espetáculo não fora na Igreja Matriz, porque a comissão fabriqueira pedia 600 euros pela sua utilização (não tenho a certeza se foi para esse espetáculo ou se para outro anterior, talvez o do Concerto de Natal de 2023 ou 2024).

Entendamo-nos: a única coisa que está aqui em causa é a quantidade de dinheiro. Penso que nos devemos habituar a pagar as despesas dos atos que praticamos, mas 600 euros eram muito mais do dobro do que se precisava para pagar a uma mulher de limpeza e a eletricidade gasta (num mês, pela Igreja).

É bom recordar que as obras que se têm realizado na Igreja Matriz têm sido pagas com o dinheiro dos nossos impostos, via órgãos autárquicos, pois as contribuições da comunidade de católicos praticantes, os utentes da Igreja, serão manifestamente reduzidas para as despesas quotidianas. Por isso, em parte compreendo a exigência da comissão fabriqueira.

Terá de se encontrar um equilíbrio entre as necesidades da Igreja e as da nossa Comunidade! Continuar neste limbo é negativo para todos.

Hoje encontrei o Pe. José Manuel, que me deu os seguintes esclarecimentos:

Já conhecia este boato de a Igreja exigir dinheiro à banda pelo concerto de Natal, até com valores diferentes.

A verdade é que a Igreja não exigiu dinheiro nenhum à banda. O que o Pe. José Manuel disse ao Daniel foi que qualquer banda precisa de uma licença da diocese para participar em atos religiosos ou atuar nos templos religiosos, licença que custa 30 euros.

A Igreja paga à banda 150 euros por cada participação em procissões. No último concerto da banda na Igreja, a banda não pagou nada, mas a igreja ficou muito suja de lenços de papel e garrafas de água no chão, limpeza que a Igreja teve de fazer por sua conta.

Nota pessoal: Que raio de história! Entendam-se, por favor!

José Teodoro Prata

sábado, 6 de dezembro de 2025

Vespas asiáticas

Deparei-me com este ninho no Ribeiro Dom Bento, na passada quinta-feira. Pouco antes, passara lá quase rente. Não sei há quanto tempo lá está. Foram hoje matar as vespas, mas disseram ao meu cunhado Cassiano que este é um ninho secundário e o principal estará perto. Estou lixado. Tenho de o procurar.


José Teodoro Prata

quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

A Ti Mari do Cu

 Nunca tive medo de ninguém, muito menos daquela mulher que via passar às vezes, rua abaixo, com a bacia da roupa ou o molho de caruma à cabeça. Bem me dizia a minha mãe que me metesse para dentro por causa do mau-olhado, muito menos que lhe comesse alguma coisa das mãos dela, que podia morrer. Mas eu não fazia caso.

Um dia de manhã, ia eu para a escola, e estava ela a apular água com um cântaro na Fonte da Mesarela (ainda hoje lá está essa fonte).

- Bom dia, Ti Mari do Cu!

Fiquei orgulhosa porque era isto que os meus pais me ensinavam: dar a salvação a toda a gente.

Nisto vejo-a vir atrás de mim com um pau na mão:

- Anda cá, minha lareta, que já te digo quem é a Mari do Cu.

Não percebi bem aquela reação, mas corri tanto que só parei na ribeira.

À tarde, quando cheguei a casa, contei à minha mãe o que me tinha acontecido; ela ainda disse que era bem feita, porque se lhe tivesse dado ouvidos, nada disso acontecia.

Nunca mais!

 

Doutra vez o meu pai foi com ela e com o homem à feira do Fundão. Cada um lá fez o que tinha a fazer e, já no fim, ela não terá achado bem algum negócio que o homem fez e zangou-se. Desapareceu do pé de nós mal o diabo esfrega um olho. Ainda andámos por ali a ver se a víamos, mas nada. E metemos também ao caminho, que se fazia tarde.

Então não é que quando chegámos ao Casal (da Fraga) ela já cá estava há que tempos?! Diz o homem que até já tinha acomodado a criação e posto a panela ao lume para cozer as couves para a ceia.

Ninguém queria crer: só mesmo coisa do diabo com quem andaria feita, de certezinha!

 

Doutra vez, uns anos mais tarde, vinha eu da escola e, para encurtar caminho, subi pela vereda que vai da sobreira até quase ao cimo da rua de Santa Bárbara. Naquele tempo havia ali umas casas de pedra baixinhas, com balcão: por baixo a loja, onde os animais dormiam; por cima um espaço onde as pessoas viviam o pouco tempo que passavam em casa, principalmente durante o verão.

Um dia ouço uns gemidos aflitos vindos de dentro de uma das casas. Subi as escadas do balcão e, a um canto, vi uma pessoa muito velha, deitada no chão, em cima duma enxerga, tapada com pouco mais que farrapos. Tentei ajeitar-lhe a roupa, mas, nuns restos de pudor, a mulher agarrou-a o mais que pôde, mas consegui ver que, vestido, nem uma combinação.

Passei por lá várias vezes para lhe fazer um bocadinho de companhia e levar qualquer coisa que ele pudesse comer: uma laranja ou o pão com queijo flamengo que nos davam na cantina. O que pudesse dar-lhe algum consolo. Mas um dia tive um desgosto: quando lá cheguei, a “cama” estava vazia.

Só passados alguns dias contei em casa o que se tinha passado. A minha família levou as mãos à cabeça, imaginando o que me poderia ter acontecido. É que a velha era a Ti Mari do Cu, a bruxa tão temida, por toda a gente.

Por estas e por outras é que nunca acreditei nestas coisas!

 

MLFerreira