segunda-feira, 2 de janeiro de 2023

A desertificação continua

 O assunto é daqueles que nos deixa tristes.

Enquanto a agricultura foi a atividade principal na nossa região, a vida corria sem grandes novidades. Os nossos avós deixavam as terras aos filhos e estes, por sua vez, aos seus descendentes. O progresso, nestas condições, era mínimo, quando não mesmo estagnado! 

Como se depreende do livro "Salazar e a Escola Primária - Concelho de Castelo Branco", do Prof. Florentino Beirão, tirando alguns episódios em que alguma mão de obra foi empregada na indústria de tecelagem da lã de ovelha ou na mineração do volfrâmio (esta já no séc. XX durante a II Guerra Mundial), foi a agricultura que sempre prevaleceu como principal atividade por séculos. Melhor, por milénios, se pensarmos nos primórdios da ocupação da região pelas primeiras tribos!

Todos nós queremos evoluir, melhorar economicamente a nossa vida, ter melhor qualidade alimentar, melhores cuidados de saúde, acesso aos estudos e à cultura. E é verdade que o progresso, mais que um desejo, é uma inevitabilidade, visto que aparece à medida que se verifica o aperfeiçoamento das técnicas do homem na sua caminhada sobre a Terra.

Foi há pouco mais de 100 anos que se inventaram mecanismos movidos a energia do vapor de água, a combustíveis fósseis, a eletricidade, a energia atómica, desde quando fomos levados à chamada estandardização, ou uniformização de etapas, em virtude da qual uma máquina pôde passar a operar o trabalho de muitos homens!

Falo em "etapas" e não em "atos" porque o "ato" é próprio da vontade humana e, assim sendo, a máquina não pode praticar atos ainda que integrada numa linha produtiva. Sobre este processo de mudança e, para dar um exemplo que conhecemos muito bem no nosso meio, lembremo-nos de que em S. Vicente da Beira havia 8 (!) lagares de azeite, junto e ao longo da Ribeira, 7 deles a trabalhar! Hoje, o moderno lagar do Sobral do Campo pode moer toda a azeitona da região e de outras regiões e até a que vem de Espanha! Recordemos que no Sobral do Campo havia apenas 1 lagar (na Ponte do Ramalhoso). Mas foi nesta povoação, nossa vizinha, que um lagar automatizado apareceu quando seria de esperar que fosse em S. Vicente da Beira!   

O avanço tecnológico tem sempre as suas duas faces: a boa e a má! E, por isso, tudo isto, como se sabe, tem os seus custos, a sua pegada, pelo que se vê nos nossos dias, com o problema das alterações climáticas, pese embora os negacionistas que vão aparecendo um pouco por todo o lado, mas sempre em minoria!

Como já há dias deixei implícito num comentário, neste blog, os países desenvolvidos têm apenas cerca de 10 a 11% da mão de obra ativa na agricultura. E digo "implícito" porque, na altura, não expliquei a razão destes números. De facto, pode perguntar-se, se a agricultura continua a ser tão importante para a comunidade (haja em vista as quantidades impressionantes de produtos agrícolas que invadem os nossos supermercados), como se explica que esses países, precisamente por serem desenvolvidos, tenham tão pouca gente nessa atividade?

Mais: por que razão essa baixa percentagem de população ativa na agricultura (chamada setor primário) é, aliás, um indicativo desse desenvolvimento?!

É que isso significa que o país atingiu um nível de progresso tal, que lhe permite deslocar a mão de obra para a indústria e os serviços, setores onde as pessoas trabalham em atividades que requem maiores conhecimentos técnicos, aumentando (ou, pelo menos, não diminuindo) a produção do setor primário (de onde tinham saído) porque, entretanto, já está mais mecanizado e estandardizado.

Convém refletir, por exemplo, sobre a razão por que o azeite (uma das riquezas mais importantes da Beira Baixa, afinal, o nosso ouro!), depois de desaparecerem as pessoas (mão obra) e todos os lagares da nossa Ribeira, é oferecido nos supermercados (consideradas as devidas distâncias), a preços inferiores aos de antigamente! Simples: põem-se 200 ou 300 mil oliveiras (!) de uma espécie em que a azeitona pode ser tratada e colhida por máquinas e é possível baixarem-se os custos!     

Foram estas circunstâncias, no fundo, devidas ao próprio progresso, ainda que possa não parecer, que levaram à fuga das pessoas e que contribuíram para a desertificação do Interior, o grande quebra cabeças de quem se importa com estas questões. Um quebra cabeças que ninguém, nem sequer os próprios governos, conseguem resolver!

Um processo de fuga que, permanecendo, como permaneceu, por muitos anos, mais ou menos estagnado (pese embora a emigração cá para dentro e lá para fora), foi altamente acelerado com a Revolução do 25 de abril de 1974 e, mais ainda, com a entrada de Portugal para a então CEE.

Porém, não cabe aos governos num país com um regime político como o nosso (democracia representativa e iniciativa privada), resolver este problema, embora o assunto, evidentemente, não lhes seja alheio. Pelo contrário! Muitas vezes, um núcleo populacional desenvolve-se a partir das instituições existentes, mesmo que básicas, do Estado. É o caso de Castelo Branco, uma cidade de serviços que beneficiou da sua localização geográfica, ao contrário de S. Vicente da Beira. Os serviços podem levar a uma cidade com um tecido comercial importante (para servir a população residente), mas a pouca ou nenhuma indústria! Embora se reconheça que a Zona Industrial de Castelo Branco tem crescido imenso nos últimos anos graças aos privados e à oferta de condições de instalação feita Câmara Municipal. 

A solução da desertificação do Interior cabe, no entanto, fundamentalmente, aos cidadãos e à sua capacidade de empreendimento, embora isso não dispense a realização, pelo Estado (Central ou Autarquias), de infraestruturas básicas (por exemplo, boas vias de comunicação). Compreende-se que sejam todos corresponsáveis, mas, a questão principal tem que ser resolvida pelos cidadãos. 

Chegados aqui, cabe perguntar: por que razão, apesar de tantos equipamentos que têm sido construídos nas cidades e vilas do Interior, as pessoas continuam a sair das nossas aldeias para as cidades e do próprio Interior para o Litoral? Relembremos: criação de zonas industriais, piscinas, praias fluviais, ordenamento das cidades, espaços de lazer, estradas alcatroadas, abertura de autoestradas, universidades, politécnicos, tribunais, hospitais, bibliotecas, aumento de museus, património (recuperação arquitetónica e arqueológica) e outro tipo de turismo (natural, paisagístico, gastronómico) etc. Quase nada disto existia (salvo, talvez, os tribunais), antes de 25 de abril de 1974.

Bem, em primeiro lugar, a razão é, certamente, pela causa de sempre: melhor e mais variedade de emprego e possibilidade de construírem as suas vidas com maior qualidade. Depois, na posse de uma melhor condição económica, há muitas motivações:

            1 - Estar mais perto e poder ter acesso a mais cultura (maiores museus, exposições, livrarias, feiras, espetáculos);

            2 - Monumentalidade e História;

            3 - Há eventos que só se realizam nas cidades do Litoral, especialmente, na capital;

            4 - Acesso regular à própria costa (praias marítimas);

Outras motivações de ordem psicológica, mesmo que isso nada signifique, na prática, para um cidadão comum, por exemplo:

            5 - O facto de estar junto das maiores instituições do Poder;

            6 - Estar perto dos locais frequentados por figuras públicas (políticos, artistas) em quem as pessoas se reveem. 

Uma vez integradas na comunidade citadina, se esta for mesmo no Litoral do país, as pessoas tendem, por norma, a esbater as suas memórias originárias. Especialmente, durante o tempo da sua vida de trabalho ativo, passam a vir às suas aldeias apenas nas férias do verão e pouco mais, quando não se dá o caso de deixarem, definitivamente, de fazer a sua visita anual.

Felizmente, há quem regresse à aldeia de forma permanente ou venha com frequência. E, nesta altura, a globalização e a mudança de alguma mentalidade (no que concerne à vida na Natureza), faz com que muitos estrangeiros se venham instalar no meio rural. Mas isso não chega para voltarmos à situação de antigamente.

Infelizmente!

E, por isso, comecei por dizer, logo no início deste texto, que o assunto da desertificação nos deixa tristes. 

Mas, podem perguntar os leitores: porquê falar de tudo isto?  Eu respondo: tudo vem a propósito de um artigo publicado no jornal "Reconquista" de Castelo Branco, de 7 de dezembro de 2022, que divulga os dados do Instituto Nacional de Estatística relativos a 2021, fazendo-se um balanço dos últimos 10 anos, atentos os censos de 2011.

A partir dos dados desse artigo, vamos também nós, fazer alguns comentários sobre o tema, apontando alguns comportamentos estranhos, e mesmo contradições, neste movimento de vai e vem migratório.

A primeira curiosidade é que, salvo uma ou outra exceção, não são indicados números, mas apenas percentagens, embora isso nos dê uma boa ideia das oscilações da população.

Não deixa de ser interessante, desde logo, que dentro dos concelhos de Vila de Rei e Vila velha de Ródão, que se esperava serem dos mais afetados pela desertificação, sejam, no distrito, precisamente, dos menos afetados, com uma perda de população de 5,01% e 6,70%, respetivamente, entre 2011 e 2021. E pasme-se: a população quase que estabilizou, naquela década, dentro das freguesias de cada uma das vilas (Vila Velha de Ródão perdeu 0,62% e Vila de Rei perdeu 0,57%). A percentagem apenas subiu nestes dois concelhos porque algumas freguesias, de per si, perderam muita gente! Só para dar um exemplo: S. João do Peso, justamente, de Vila de Rei, perdeu 35,29 % de população, na década, uma das maiores perdas na contabilidade por freguesias, no distrito.

Interessante é, também, a freguesia de Silvares (Fundão) conseguir aguentar a mesma população na referida década, quando o Fundão (concelho) perdeu 9,28% da população no mesmo período; e a freguesia de Carvalhal (Sertã), ter, inclusivamente, aumentado o seu número de habitantes, enquanto a Sertão (concelho) perdeu 7,0%!

No concelho de Castelo Branco, a freguesia de S. Vicente da Beira foi das que mais habitantes perdeu, na década, (23,67%), a par de Almaceda (24,52%), Malpica do Tejo (26,31%), Sarzedas (23,82%). Inversamente, as que perderam menos gente no período em referência, no mesmo concelho, foram Alcains (8,10%), Lardosa (7,60%), Póvoa de Rio de Moinhos / Cafede (7,02%) e a própria freguesia da cidade de Castelo Branco (2,23%). Acrescente-se que Castelo Branco (concelho) perdeu 6,84% da população (dos menos, mas não o menos penalizado) e Penamacor 16,09%, o mais afetado.   

Era necessário tirar uma melhor conclusão destes dados, mas parece, à primeira vista, que se poderia formular uma regra geral: quanto mais os concelhos estão afastados da capital de distrito e as freguesias das respetivas sedes de concelho, mais população perdem. Mas depois, claro, como em todos os dados estatísticos, há exceções à regra e a explicação destas (e com certeza que as haverá), terá que ser procurada noutros elementos, que não apenas estes números.

Por isso, vamos ficar por aqui. Mas não queria acabar sem fazer uma ou duas perguntas óbvias: o que é que se andará a fazer de especial por Vila de Rei (vila), por Vila Velha de Ródão (vila), por Silvares (Fundão) e pelo Carvalhal (Sertã), que não se faz em S. Vicente da Beira?  E por que é que a população nestas freguesias do distrito de Castelo Branco, praticamente, se manteve ou até cresceu na década de 2011 a 2021 e nós em S. Vicente da Beira perdemos quase um quarto dos habitantes? É caso para pensar ... e agir!

José Barroso

5 comentários:

José Teodoro Prata disse...

Conheço bastante bem Vila de Rei e Vila Velha de Ródão, dois concelhos pequenos (mas que receberão razoável quantia do orçamento do Estado) e com comunidades dinâmicas. Há concelhos pequenios a regredir, talvez por lhes faltar o dinamismo destes dois.
A nós faltam-nos dinamismo e união e sobretudo atividades produtivas sem serem as de subsistência. Estamos rodeados de freguesias com queijeiras (a última é a do Louriçal), mas nós vendemos os nossos leites para fora. Das nossas três empresas mais empregadoras, só uma é do setor produtivo (Fonte da Fraga), sendo as outras duas de serviços e por isso condenadas a curto (Escola) e médio (Lar) prazo.
Não somos dormitório da cidade, como o são as aldeias que distam 20 quilómetros de C. Branco.
Vendemos parte da nossa floresta às celuloses e a restante está ao abandono e à mercê do próximo incêndio, sem que tenhamos aproveitado o programa de revitalização da floresta, que o Fundão abraçou (curiosamente, a equipa camarária que nos negou isso, embora tenha perdido a câmara, ganhou a nossa junta).
Não estimamos quem nos escolhe para viver: nunca foi criada a rota em torno da barragem do Pisco, que daria projeção ao Lugar do Ainda e nas últimas semanas os meus vizinhos do Ribeiro Dom Bento tiveram de tapetear o caminho junto ao ribeiro com ramos de giesta e mimoseira, para não ficarem atolados na lama do caminho.
Temos um edifício destinado ao museu de arte sacra a apodrecer, porque quem o remodelou (firma Baltazar) e quem o mandou remodelar e o pagou (Câmara) não cuidaram dele quando, logo após a sua conclusão, começou a meter água por todo o lado.
Sinto que continuamos à deriva, como andamos há já demasiado tempo.

M. L. Ferreira disse...

Nunca tinha lido nada do Hipólito Raposo, mas ando agora em mãos com o “Oferenda” que tem um texto interessantíssimo sobre São Vicente (Lisboa Pequena), onde, entre outras coisas, refere as Memórias Paroquiais deixadas pelo Padre José Pegado de Sequeira, que falam já deste problema da queda enorme do número de habitantes da nossa terra: “…antigamente foy a dita villa a mais populosa nesta Província, e pelo que consta de algumas memórias, se compunha de mil e tantos vizinhos, que faziam a dita villa destincta entre as mais, e hoje reduzida ao número de cento e cinquenta e nove vizinhos, a maior parte della demolida…”.
Um pouco mais adiante Hipólito Raposo aponta algumas das razões que, ao longo do século XIX, levaram ao êxodo de muitas famílias (penso que se refere a famílias mais privilegiadas) e contribuiu para a decadência da vila: as lutas civis, a abolição dos morgados, o encerramento do mosteiro de São Francisco, o desmembramento do concelho e por fim a sua extinção.
As razões mais próximas têm a ver com o que o José Barroso diz: as alterações da economia e dos meios de produção, a atracão pelas cidades do litoral pelo que elas proporcionam (não sei se viram, mas ainda ontem num programa de televisão, o arquiteto Souto Moura dizia que as pessoas procuram o litoral porque a presença do mar as faz mais felizes. É verdade…), a mudança de mentalidades e expetativas relativamente ao futuro, etc.
Há tempos, na Monografia da Póvoa de Rio de Moinhos, vi que a eletricidade tinha chegado à povoação uns anos largos antes de ter chegado a São Vicente. A Monografia do Alcaide, do Albano de Matos, também refere que a luz elétrica chegou às ruas da terra em 1937. Nós já éramos todos crescidinhos quando tivemos as ruas iluminadas. Será apenas uma questão geográfica?
E é verdade: a vinda de alguns estrangeiros e o regresso de alguns naturais para viverem depois da aposentação, não compensa o défice de população das últimas décadas. As mulheres, já estamos quase todas em idade que não permite a maternidade…

José Teodoro Prata disse...

Penso que é um mito do Pe. José Pegado de Sequeira (autor das Memórias Paroquiais) dizer que São Vicente tinha sido muito maior noutros tempos. A verdade é que Portugal foi escassamente povoado durante a maior parte da sua existência e só no século XIX e sobretudo na primeira metade do século XX (atingimos o máximo de população nos anos 50, pouco antes da grande emigração para a França).
Quanto ao Hipólito Raposo, tem razão no que se refere às pessoas das famílias mais importantes, económica, social e politicamente (o que lhe dizia respeito), mas não quanto à população em geral, pois foi no seu tempo que a nossa freguesia alcançou o máximo populacional.
Mas de certa forma ele tem razão: ficámos órgãos (os senhores) e ainda não nos reencontrámos.

Anônimo disse...

Sobre a população da nossa terra, o Prof. Florentino Beirão, escreve no livro que refiro no texto, a propósito da situação da escola primária:
"Para termos uma ideia do atraso do país, em matéria de ensino básico, em 1959, no interior do país, em S. Vicente da Beira, com uma população de 4.300 habitantes, esta vila queixava-se na imprensa que 'havia falta de escolas nas povoações anexas', para se ensinar as primeiras letras."
Muita gente!
Como já aqui escrevi noutra ocasião, este podia ser um bom tema para discutir por alturas das Festas do Verão, convidando-se as forças vivas (autarquias, outras instituições, empresários, potenciais investidores).
O mais certo é isso não adiantar nada, mas...
Sobre o que diz o ZT, relativamente às queijeiras, achei interessante e já tive oportunidade de falar do assunto a várias pessoas. E até, num verdadeiro assomo de loucura, desafiei várias vezes o Rui Manga para entrar como sócio dele e fazermos uma queijaria em S. Vicente da Beira! E esta, hein?!
Abraços.
JB

Anônimo disse...

Estava a ler o escorço do Zé Barroso e a pensar numa pessoa que muito quis, que diria, na circunstância, "P...s à morte" (desculpa lá o plebeísmo, ZB, sei que é um tema muito caro para ti, mas acho que vale a pena lateralizar, tentar ver de outra maneira).

Como o ZB (quem mais?), também sou desses que sairam de SVB - umas décadas antes desta de 2011-2021, vá lá, mas dentro da mesma ordem de ideias. Os números citados identificam um problema, mas seria interessante sabermos mais. Um professor que eu conheço dizia aos alunos: "Na falta de mais informação, façam perguntas aos números". Por ex., e não me restrinjo à passada década: Esses tantos que as terras perderam, quem eram eles, com que idades, homens ou mulheres, que competências tinham, que potencial de trabalho, de iniciativa, de se desenvolverem (em termos pessoais, aquisição de novas competências profissionais ou académicas) tinham eles/elas?

Na falta desse detalhe, cabe um paralelismo com o país - o interior perde gente em especial para Lisboa e Vale do Tejo (pior, a mais qualificada e de maior potencial), o país, idem, para outros países; e desenganem-nos: creio, num caso e noutro em definitivo, ie, não vão voltar.

Como é que isto se resolve? Não sei; com vontade, com políticas (onde, em concreto, é que queremos estar daqui a 5 anos, daqui a 10 e 20 anos?) e com acções (que é aquilo que se faz - a fonte no sítio tal, etc. - em concreto, mensurável e verificável, para a concretização dessas políticas) - isto, da parte de quem tem o poder, já não digo na freguesia, mas no concelho (os políticos profissionais, os empresários, e candidatos a tal), sem se desculparem com "os outros"; num patamar mais abaixo, individual, de quem está em SVB, interrogo-me se de facto sentem que isto está mal e como agem, ou se dispõem a agir, por si, para mudar o estado de coisas.

Paralelamente, recordo o seguinte: nos tempos que correm a agricultura não é o único recurso, melhor, pode ser um dos recursos, mas provavelmente feita de outra forma, incorporando tecnologia (em alguns casos, nem tão cara nem tão complexa quanto isso) e sem recurso a trabalho escravo; hoje, em muitas áreas e profissões, pode trabalhar-se à distância, creio que a partir de SVB também.

Vai longa a conversa, desculpem lá. Mais uns tantos p...s à morte?
Um bom ano para todos, sem ofensa.
José Miguel Teodoro