Domingos
Mendes
Domingos Mendes nasceu no
Mourelo, a 8 de julho de 1892. Era filho de Gonçalo Mendes, sapateiro, e
Joaquina Maria.
Assentou praça no dia 12
de julho de 1912 e foi incorporado no Grupo de Baterias de Artilharia de
Montanha, em 14 de julho de 1913. Sabia ler e escrever e tinha a profissão de jornaleiro.
Pronto da recruta, em 30
de maio de 1913, passou ao quadro permanente, em virtude de sorteio. Embarcou
para Angola, no dia 11 de setembro de 1914, integrando a 1.ª Expedição enviada
para aquela província ultramarina, a fim de reforçar o contingente militar que
já se encontrava no sul daquele território, ameaçado pelas tentativas de ocupação
alemã.
De acordo com a sua folha
de matrícula, participou no combate de Naulila, em 18 de dezembro de 1914, e
fez parte do Destacamento do Humbe, onde entrou em 7 de janeiro de 1915.
Pertencia ao destacamento que reconquistou e ocupou o Cuamato, de 12 a 27 de agosto,
tendo tomado parte também na ação do Ancongo, em 13 de agosto de 1915, e no
combate da Inhoca, em 15 do mesmo mês, dia em que o destacamento entrou no
Forte do Cuamato.
Com o mesmo destacamento,
avançou sobre Cunhamano, em 20 de agosto, a fim de restabelecerem as
comunicações que haviam sido cortadas pelo inimigo. No dia 24, participou
também no combate da “Chana da Mula”.
Foi licenciado em março de
1916, mas novamente incorporado passado pouco tempo, para integrar a 3.ª
Expedição para a província de Moçambique. Embarcou em 27 de julho de 1916 e foi
destacado para Namoto, uma das localidades do norte de Moçambique que, uns
meses antes, tinham sido atacadas pelos alemães. Não se conhece mais nada sobre
Domingos Mendes durante este período, mas sobreviveu aos muitos ataques e dificuldades
por que passaram os militares portugueses envolvidos naquela expedição. Regressou
a Lisboa no dia 23 de dezembro de 1917.
Passou ao Batalhão n.º 1
da Guarda-Fiscal, como soldado de Infantaria, em 24 de Dezembro de 1917, e ao
Regimento de Artilharia de Montanha, em 24 de dezembro de 1921.
Licenciado em 25 de dezembro,
foi domiciliar-se em Lisboa, na rua Vale de Santo António, e alistou-se na
Polícia Cívica de Lisboa, em 1 de agosto de 1925. Abatido ao efetivo desde
1933, deixou de pertencer à Polícia e foi aposentado em 26 de Novembro de 1936.
Condecorações:
· Medalha
das Operações Militares na Província do Sul de Angola
· Medalha
das Operações Militares em Moçambique
· Medalha
da Vitória.
Família:
Domingos Mendes casou com
Maria Gama, em Lisboa, no dia 6 de dezembro de 1920. Terá vivido naquela cidade
e foi lá que faleceu a esposa, em 1959.
Não foi possível saber se
deixou descendência, nem a data e local exatos do seu falecimento, mas terá
sido também em Lisboa, já depois da morte da esposa.
Maria Libânia Ferreira
Do livro "Os Combatentes de São Vicente da Beira na Grande Guerra"