No princípio eram Vaz, Matias e Santos. Depois, há quase 150 anos, houve um Teodoro Matias dos Santos, cujos filhos herdaram o nome do pai como apelido. E assim nasceu a família dos Teodoro, uma história igual a tantas outras, como a dos Hipólito, já aqui apresentada.
O berço foi sobretudo o Casal da Fraga, com muitas raízes na Vila e também no Sobral do Campo, nos Pereiros e no Vale de Figueiras.
Pertencem a esta família os Teodoros originários dos Pereiros, pois dois filhos de Teodoro Matias dos Santos casaram com raparigas de lá. Mas não são da mesma família os Teodoro da Partida!
Um dia, vindo de Castelo Branco, virei para a direita, à saída da ponte do Ramalhoso. Uns metros depois, um casal tratava de um chão e parei, para perguntar onde era a Santa Bárbara. Era impressionante a parecença da senhora com a tia Celeste Teodoro! Apresentei-me e ela disse que também era Teodoro, dos Pereiros, mas que casara no Sobral. Na altura, ainda não sabia o porquê das parecenças.
A genealogia abaixo apresentada é um produto imperfeito que irá sendo completado com mais investigação e sobretudo informações dos familiares.
Genealogia dos Teodoro
1. António Vaz estava casado com Maria dos Santos, ambos naturais e residentes em S. Vicente da Beira.
2. Manuel Vaz dos Santos, filhos dos anteriores, casou com Maria de Jesus, filha de José Antunes e Isabel Rodrigues, naturais dos Pereiros e ermitões da Senhora da Orada.
3. Matias Vaz dos Santos, filho do casal n.º 2, nasceu em 1786 e casou com Isabel da Graça Santinho, em 1811. Ela era filha de Manuel Gonçalves Santinho, do Sobral do Campo, e de Josefa Bernardo Raposo, de S. Vicente da Beira.
4. Francisco Matias, filho dos anteriores, casou, em 1849, com Felícia de Oliveira, filha de Manuel de Oliveira e Inês Ferreira.
5. José (Matias) dos Santos, também filho do casal n.º 3, casou, em 1846, com Maria do Patrocínio, filha de Francisco da Costa e de Maria Eugénia, ambos de S. Vicente da Beira.
6. José Matias dos Santos, outro filho do casal n.º 3, casou, com Maria Tomásia e, em segundas núpcias, no ano de 1864, com Maria Ferreira, filha de Manuel de Oliveira e Inês Ferreira, ambos de S. Vicente da Beira. Do 1.º casamento, teve dois filhos: Francisco Matias dos Santos, que casou com Maria dos Anjos, e Antónia dos Santos, que casou com Guilherme dos Santos.
7. João dos Santos Vaz Raposo, ainda filho do casal n.º 3, casou, no ano de 1839, em primeiras núpcias, com Antónia Efigénia de Mendanha, filha de Domingos de Mendanha e Ana Maria filha de Domingos Fernandes de Mendanha e de Ana Maria Mendanha, naturais de Vilar Maior, diocese da Guarda. Em 1841, foram padrinhos do sobrinho Teodoro. O casal parece não ter tido filhos. A 20 de Dezembro de 1869, João dos Santos Vaz Raposo, já viúvo e com 52 anos, casou com Maria de Macedo de Oliveira Raposo, de 15 anos, filha de Francisco António de Macedo e de Maria José de Oliveira Raposo, já falecidos e ambos de S. Vicente da Beira. Tiveram os seguintes filhos: Maria (1872-…), Manuel (?), Antonino Vaz de Macedo, Aires Vaz de Macedo(mais tarde Aires Vaz Raposo) e Maria Amélia Vaz de Macedo. João dos Santos Vaz Raposo foi Administrador do Concelho de S. Vicente da Beira, por nomeação de 20 de Julho de 1872, do Rei D. Luís.
8. António Matias dos Santos, também filho do casal n.º 3, casou, em 23 de Setembro de 1840, nas Festas de Verão, com Pulquéria de Oliveira, filha de Manuel de Oliveira e Inês Ferreira.
9. Guilherme dos Santos, filho do casal n.º 8, casou com Antónia dos Santos, filha de José Matias dos Santos (talvez o número 6 desta genealogia). Guilherme e Antónia foram os pais de Doroteia de Jesus dos Santos, a avó materna do autor deste blogue.
10. Teodoro Matias dos Santos, filho do casal n.º 8, casou, no dia 31 de Agosto de 1864, com Bárbara Leitão, filha de José da Costa, do Vale de Figueiras, e Antónia Bárbara, do Casal da Fraga. Ele era da Vila e ela do Casal da Fraga. Ficaram a residir no Casal da Fraga. Em 1900, Teodoro Matias dos Santos foi padrinho da neta Maria Bárbara, mas já enviuvara.
11. Teodoro, filho do casal n.º 10, nasceu a 3 de Abril de 1889. Faleceu na infância.
12. José Teodoro, filho do casal n.º 10, casou, em 1900, com Isabel Rita, dos Pereiros, filha de José Martins e Rita Maria. Ele era jornaleiro (e cantoneiro) e ela fiadeira e viveram no Casal da Fraga. O casal teve duas filhas: Maria Bárbara (1900-1929), que casou com Domingos da Silva Simão, e Pulquéria (1903-1987).
13. Adelino Teodoro, filho dos número 10, casou com Ana Josefa. Viviam nos Pereiros. Deste casal nasceram António (1898-19145), que casou com Rosa da Conceição do Sobral do Campo, onde o casal viveu, e Maria, nascida em 1901, mas que não sobreviveu. Adelino faleceu em 29/12/1900, com 28 anos.
14. João Teodoro, filho do casal n.º 10, casou com Ludovina dos Santos. Em 1901-1905, João Teodoro trabalhava como criado de servir. A esposa era fiadeira. Moravam na Quinta da Vela (Vinhas do Aires), limite da freguesia de S. Vicente da Beira. Mais tarde, residiram na Vila, numa casa da Rua do Eiró.
O casal teve os seguintes filhos: Manuel (1898-...), que emigrou aos 14 anos para o Brasil, onde teve 5 filhos; Aires (1901-...), que teve dois filhos e foi assassinado numa revolução em Lisboa; Francisca, que teve 7 filhos (Ema, José, Aires, Ernesto, Maria José, Domingos e João); Amélia, com 2 filhos (Ludovina dos Santos e ...); Maria do São João, que teve 9 filhos (Manuela, Rosalina, Leonor, Francisca, Isabel, Vítor, António, Emília e João); Ana, que casou com António Martins Bispo, de Castelo Branco, e tiveram 3 filhos (Emília, João Carlos e Augusto); Emília, com 4 filhos: José Luís, Beatriz, Ana e João); Maria da Luz dos Santos Matias (1911–2000), casada com João Agostinho, e tiveram 4 filhos (Maria do Patrocínio, Emília dos Santos Agostinho (1936), João José Macedo (1944) e Ana Maria Teodoro Agostinho (1939) - a mãe da autora do comentário n.º 7).
15. Joaquim Teodoro, filho do casal n.º 10, casou, em 1903, com Maria do Nascimento, filha de Manuel Marques do Sobral do Campo e de Ana Martins da Paiágua. Eram ambos do Casal da Fraga, ele carpinteiro. Tiveram Emília, nascida em 1904, e Manuel, nascido em 1905.
16. António dos Santos, filho do casal n.º 10, nasceu, em 21 de Maio de 1867, no Casal da Fraga. Os padrinhos foram os avós António Matias dos Santos e Pulquéria de Oliveira. Casou, com Maria Rosa (Macedo), em 4 de Fevereiro de 1891, filha de José Agostinho e Rita de Macedo. As testemunhas de casamento foram Aires Vaz Raposo, solteiro e proprietário e Joaquim Hipólito, casado e lagareiro. Aquando do casamento, António dos Santos era jornaleiro e vivia no Casal da Fraga. Nos registos de nascimento dos seus filhos, abaixo apresentados, este António dos Santos aparece também referido como António Matias, António Matias dos Santos, António Teodoro e António Teodoro dos Santos.
A sua esposa Maria Rosa Macedo faleceu, no dia 19 de Janeiro de 1915. António dos Santos casou, em segundas núpcias, com Maria Martins, natural do Mourelo, em 1922. António dos Santos faleceu, no ano de 1952.
17. Orada, filha de António dos Santos e Maria Rosa, o casal n.º 16, nasceu a 2 de Novembro de 1893, mas faleceu na infância.
18. Amélia de Jesus, filha de António dos Santos e Maria Rosa, o casal n.º 16, nasceu a 3 de Novembro de 1901 (faleceu em 1996). Os pais viviam então no Casal da Fraga. O padrinho foi Manuel de Brito Coelho de Faria, amanuense da Administração de Castelo Branco, e a madrinha Dona Maria Amélia Vaz de Macedo, que lhe deu o nome. Casou com João Ricardo, no dia 27 de Novembro de 1921 (falecido em 1968) O casal teve 4 filhos: Celeste, casado com Diogo; Maria de Lurdes Ricardo, casada com Edmundo Pedro; Maria de Jesus, casado com Tomé; Fernando Ricardo, casado com Maria Fernanda.
19. Joaquim Teodoro dos Santos (16/11/1891-18/05/1993), filho de António dos Santos e Maria Rosa, o casal n.º 16. Casou com Maria Madalena Ramalho, em 1914, e tiveram 4 filhos: Luís Teodoro dos Santos, Francisco Teodoro dos Santos, Maria Etelvina da Conceição Ramalho e Maria de Lurdes.
Maria Madalena Ramalho faleceu, em 1930, e Joaquim Teodoro dos Santos casou, em segundas núpcias, com Maria Antónia Freire, falecida em 1991. Deste casamento nasceu Celeste da Conceição Teodoro.
20. Maria Pureza Rosa Teodoro(02/02/1907-26/08/1969), nasceu no Casaçl da Fraga, filha de António dos Santos e Maria Rosa, o casal n.º 16. Casou com Adelino Francisco Costa, de Pedrógão Pequeno. Tiveram uma filha chamada Maria Adelina Teodoro Costa que casou com José Luciano Pulido.
21. Maria José Rosa, filha de António dos Santos e Maria Rosa, o casal n.º 16, nasceu em Agosto de 1904 (e faleceu em 1983). Aquando do seu nascimento, os pais viviam nas Vinhas do Poço e a mãe foi identificada como fiadeira. Os padrinhos foram os primos Aires Vaz Raposo e Maria Amélia Vaz Macedo, filhos do número 7. Casou, em 16 de Abril de 1928, com Alexandre Nicolau (1902-1948), filho de Francisco Nicolau e Maria da Encarnação. O casal teve os seguintes filhos: Pureza Nicolau que casou com José Rodeia; Francisco Nicolau (1929-1999) que casou com Maria de Lurdes Jerónimo; Maria da Encarnação Macedo Nicolau (1944-2010) que casou com Luciano Moreira Lami; Florinda Nicolau; Ângelo Nicolau que casou com Margarida Nunes; João Rosa Nicolau que casou com Maria Isabel Robalo.
22. Hermínia Rosa, filha de António dos Santos e Maria Rosa, o casal n.º 16, nasceu, no Casal da Fraga, a 13 de Maio de 1899. O pai era jornaleiro e a mãe fiadeira. Os padrinhos foram António Lino Lopo, casado, cantoneiro, e Maria Hermínia Ramos, solteira, costureira, que lhe deu o nome, ambos de S. Vicente da Beira. Casou com Francisco Eurico, a 26 de Fevereiro de 1921. O casal teve 4 filhos: Maria de Jesus, Dores, António Eurico, Maria Rosa e Filomena Rosa.
Hermínia Rosa faleceu, a 1 Abril de 1993, e Francisco Eurico, em 1 de Julho de 1980.
23. João Teodoro dos Santos (1909-1995), filho de António dos Santos e Maria Rosa, o casal n.º 16, casou com Alzira Casimiro de Oliveira, também de São Vicente. Tiveram cinco filhos: António, Jaime, Teodoro, João e José Maria. Após enviuvar, casou, em segundas núpcias, com Delfina Prazeres Nunes, do Fundão, no ano de 1963. Tiveram um filho: João Manuel Nunes dos Santos.
24. Maria Augusta (...-1976), filha de António dos Santos e Maria Rosa, o casal n.º 16, casada com António Teixeira governo, falecido em 1995.
24. Francisco Teodoro, filho de António dos Santos e Maria Rosa, o casal n.º 16, nasceu no dia 3 de Outubro de 1896. Foram padrinhos João Teodoro e Leopoldina Leitoa, ambos solteiros. Francisco Teodoro casou com Maria do Rosário Jerónimo, no dia 20 de Setembro de 1920 (outro casamento nas Festas de Verão). Ela era filha de José Jerónimo e Eulália da Conceição. O casal teve 8 filhos: João Teodoro (...-..., casado com Maria de Jesus Nicolau, ...-...), José Teodoro (...-..., casado com Nazaré Noreira, ...-...), António Teodoro (1925-2000, casado com Maria da Luz Prata), Rosa Teodoro (casada com José Nicolau), Francisco Jerónimo (...-..., casado com Maria Albertina Craveiro), Celeste Teodoro (...-..., casada com Joaquim Nicolau, ...-...), João Jerónimo (casado com Maria da Luz Prata Candeias) e Eulália Teodoro (Casada com Francisco Bernardino, 1930-1993).
Francisco Teodoro faleceu, a 24 de Novembro de 1972, e Maria do Rosário Jerónimo, em 21 de Novembro de 1970.
Apresentam-se, seguidamente, alguns registos de nascimento e casamento. Clicar nas imagens, para conseguir ler.
Registo de nascimento de António dos Santos.
Registo de casamento de António dos Santos e Maria Rosa.
Registo de nascimento de Joaquim Teodoro dos Santos.
(Penso que as datas dos averbamentos, relativos às esposas, estão trocadas.)
Registo de nascimento de Maria José Rosa.
Registo de nascimento de Hermínia Rosa.
Registo de nascimento de Amélia de Jesus.
Registo de nascimento de Francisco Teodoro.
Registo de nascimento de Maria Pureza Rosa Teodoro.
Nota:
Genealogia elaborada com base em consultas por mim realizadas no Arquivo Distrital de Castelo Branco, numa genealogia elaborada pela minha irmã Maria Isabel dos Santos Teodoro e pelos contributos de descendentes das pessoas acima referenciadas.
Agradeço aos descendentes dos filhos de António dos Santos e Maria Rosa que me enviem dados concretos sobre os seus familiares diretos, pois sem eles não poderei completar a genealogia. Faltam-me apelidos familiares, só atribuídos aquando do casamento, e datas de nascimento (para procurar os registos).