sexta-feira, 26 de abril de 2013

Prec com rock “n” roll

Deu-se Abril e o sonho passou de uns poucos para milhões. Foram tempos bonitos, aqueles entre Abril de 74 e Novembro do ano seguinte. Vínhamos da escuridão e caminhávamos profundamente otimistas em direção a um futuro que acreditávamos radioso.
Por isso o sonho e o fazer para melhorar, individualmente e em comunidade. Tempos de mudança e por isso necessariamente de ruturas, nem sempre pacíficas, muitas vezes apressadas, pois o futuro era logo ali!
Os militares deixaram as armas nos quartéis e vieram melhorar a vida dos povos. Um regimento de engenharia andou pela Charneca a abrir e a melhorar caminhos entre povoações. Dizia-se que andavam lá para os lados do Mourelo e do Tripeiro.
Também os havia no Casal da Serra, a abrir caminhos e a levantar pontes sobre os ribeiros. Jovens ingleses vieram ver como era a nossa revolução e juntaram-se aos militares no esforço de melhorar as condições de vida dos casaleiros. Cuco onde canta aí janta, assim eram eles, na partilha do dia a dia com os habitantes do Casal.
Na Vila soubemos deles e alguém os convidou a virem conviver connosco. Foi num sábado de verão, ao entardecer. Subiram para um palco de madeira que havia na Praça e deram-nos um concerto. Que música maluca! Era rock ou mais que isso, esguias silhuetas negras ondulantes e cabelos loiros a esvoaçar. Uma rapariga cantava. Ninguém dançou, penso que ainda ninguém sabia dançar àquele ritmo, só uns anos mais tarde.
A penumbra envolvia a Praça, grandes árvores barravam a luz fraca dos candeeiros. A eletricidade para as guitarras veio do café do Noco, como era costume nalgumas festas e bailaricos que se faziam na Praça desse tempo.
Cotizámo-nos para pagar as despesas. Éramos todos uns tesos, mas conseguimos juntar o suficiente para pagar a eletricidade e oferecer um lanche aos músicos, no terraço do café. À falta de melhor, a ti Janja encheu um alguidar de salada de tomate com rodelas de cebola, a que juntou atum de uma data de latas. Envolveu tudo e o pitéu foi levado para cima, pelos filhos. Os ingleses atacaram o alguidar com uma satisfação que só as pessoas generosas sabem ter. Nem o molho ficou no fundo, ensopado nas fatias de pão cortadas de uma regueifa vinda da padaria Matias.
O povo esperou cá fora, no lusco-fusco da Praça e dentro e à porta do café. Depois os ingleses saíram e não tocaram mais, voltaram para o Casal da Serra. E nós satisfeitos, por tê-los tido connosco.

José Teodoro Prata

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Ele há dias assim que são o dia

A gente diz "foi há 39 anos". Não é muito, é meia vida de um homem. Mas foi mesmo há muito, no outro século. Pouco antes, no abril anterior, em 1973, cinco bracarenses estavam na casa de um deles. A PSP bateu à porta e multou-os por não terem avisado da reunião. O 1.º Juízo da Comarca de Braga confirmou a multa. E no jornal República, corajoso, o jornalista Vítor Direito, corajoso, tinha de escrever crónicas assim: "Manhã de nevoeiro transforma a cidade. Não se vê um palmo em frente do nariz. Andam por aí uns senhores a prever "boas abertas". Mas o nevoeiro persiste." E no Porto, a comemorar o 31 de Janeiro, houve um comício no Coliseu. Um estudante ia a meio do seu discurso quando o representante do Governo Civil (cuja presença era obrigatória) se ergueu e disse: "O senhor cale-se!" O estudante meteu o discurso no bolso. E ainda em janeiro, mas em Lisboa, António José da Glória, da tabacaria na Alameda, frente ao Técnico, disse, enquanto servia uma cliente: "Ontem, lá houve mais bordoada entre estudantes e polícias." Um guarda da PSP, desfardado e também cliente, logo lhe deu voz de prisão. O sr. Glória foi a tribunal por "propagação de boatos". Veio nos jornais. E em fins de fevereiro, alguém escrevia, no Comarca de Arganil: "Que aconteceu ao boateiro? Ficava bem uma lição eficaz." Hoje é o 25 de Abril. Eu amo-o como se fosse ontem. Sobretudo por pequeninas coisas que me recordam que antes dele foi há mais de um século.
Ferreira Fernandes, Diário de Notícias

José Teodoro Prata

terça-feira, 23 de abril de 2013

O centro cívico

A Praça de São Vicente da Beira sempre foi o centro da vida social, económica, religiosa e política desta antiga vila, cujas origens conhecidas datam do reinado do primeiro rei de Portugal, em 1173.
À maneira dos fóruns romanos, é ladeada pela Igreja Matriz dedicada a São Vicente (séc. XII) e pela Igreja da Misericórdia, do século XVI/XVII, mas provavelmente substituta da medieval Albergaria do Espírito Santo; a antiga Câmara Municipal, hoje sede da Junta de Freguesia, ostenta a esfera armilar, onde funcionava o tribunal a Câmara e a cadeia; ao lado situou-se o solar dos condes de São Vicente; depois outras casas particulares e comércios; e finalmente um jardim da Ordem de Avis (local da fogueira de Natal), já desaparecido.
Até há 60 anos, era atravessada pela estrada de ligação entre Alpedrinha e Almaceda, que passava pelo Marzelo, São Sebastião, Fonte Velha, Rua Dona Úrsula (a do Beco era um beco, com escadaria), Rua Nicolau Veloso, Calçada da Ponte, ponte de pau sobre a ribeira e depois Devesa acima.
Nesta Praça de juntavam os vicentinos para arrematar as ervagens dos baldios, nela concentraram as palhas para alimentar a cavalaria que conquistou Cidade Rodrigo, nas Invasões Francesas, foi recreio de crianças em meados do século passado, quando a antiga Câmara era Escola Primária, nela nos encontramos ainda hoje para simplesmente conversar, assistir a um concerto da banda ou a um espetáculo do rancho, celebrar as Festas de Verão, terminar a procissão do Santo Cristo, festejar o Natal em torno da fogueira…
No espaço circundante sempre houve comércio: tabernas, mercearias… A estalagem situava-se numa rua adjacente (Rua Dona Úrsula).
No centro, o pelourinho altaneiro e orgulhoso, com a barca do padroeiro Vicente, a cruz de Avis, o pelicano de D. João II e o escudo real, símbolo da nossa autonomia.
Foi em torno deste centro cívico que construímos a nossa identidade, ao longo dos séculos e ainda hoje ele é o centro da nossa comunidade.

(Resumo da minha intervenção na sessão do Dia Internacional dos Monumentos e Sítios)



Ana Jerónimo Patrício (foto)
José Teodoro Prata (texto)

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Património+ Educação=Identidade

O Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, em São Vicente da Beira


Vista do "balcão da cadeia". O professor Américo André explica aos alunos do 3.º ciclo o que é o património imaterial. Falou-lhes dos dois batismos que teve na freguesia: com a água da Senhora da Orada e com o chapéu de Santiago. Os populares estavam na zona envolvente, sobretudo à sombra da Câmara.


A professora Rosa Caetano, Diretora do Agrupamento de Escolas, explica aos alunos a importância da educação para a cidadania. 


A companhia de teatro Bocage apresentou um pequeno sketch sobre D. Pedro e Inês de Castro.


Foto de grupo, no pelourinho, local simbólico da nossa identidade.

Ana Jerónimo Patrício e José Teodoro Prata

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Sabor Medieval

Com a inclinação da terra para o lado oposto ao do sol, no hemisfério norte, cresciam as noites e minguavam os dias, entre o equinócio do outono e o solstício de inverno. Quando este tinha lugar, em dezembro, os dias cresciam novamente, mas muito devagar. A rigorosa e permanente cercadura de nuvens à volta da Vila, fruto do rigor desses invernos parecia não deixar lugar para os dias medrarem.

Amanhecia tarde. Não estava nada bom para levantar da cama e ir tratar da horta e dos animais. E a terra fremia, ensopada, por mor de meses seguidos de chuva teimosa que não despegava, desde a entrada do outono, parecendo que, apesar dos agasalhos, a água e o próprio frio nos entravam pelos ossos dentro.

O céu de dezembro e janeiro apresentava-se quase sempre carregado, a indiciar chuva; ou, mais claro e liso, a adivinhar grandes nevões que cobriam tudo de branco. O que, dada a quietude da vida, me parecia uma brancura de morte. Talvez por tudo isso, se é certo que no nosso imaginário existe uma cor para cada abstração, eram aqueles os meses que me pareciam os mais negros do ano. Lá vinha, às vezes, um dia de sol brilhante, mas igualmente gelado e seco que nos fazia tiritar. 

Aquilo é que eram Invernos!

Dava-se a paragem das seivas na natureza e a hibernação de animais selvagens, obrigando também o homem a quedar-se, meio letárgico. Os gados saíam menos e estavam mais tempo nos redis onde se alimentavam a verdes secos guardados desde o verão. A inclemência obrigava a uma maior contenção dos trabalhos no campo. Mas nem tudo era desvantajoso. Com as noites maiores, seroava-se mais em família.

À roda da ‘boutcha’ (1), no lar, onde estrepitavam as corcódeas de pinheiro, entre dois dedos de conversa, comia-se a sopa de feijão e a morcela de cozer, às rodelas, com couves e batatas bem regadas com azeite. Cortava-se o naco do toucinho com a faca de cozinha e punha-se em cima do pão, a pingar, como conduto. O presunto lascava-se, fino, porque tinha que durar até mais adiante. E guardava-se, para oferecer, como iguaria, a quem nos visitasse. Os adultos bebiam o vinho caseiro guardado na adega, já cozido pelo frio e que, por isso, se tinha tornado numa pinga de estalo. Havia ainda o queijo fresco ou curado, as azeitonas na talha, o pão de centeio, a broa de milho e fruta todo o ano. Do que a terra dava, nada faltava! 

O mau tempo não podia tolher a atividade dos que tinham braços para trabalhar na grande azáfama da colheita da azeitona. Era necessário o azeite para temperar a panela na roda do ano. E o que sobrava, porque se tratava de um precioso líquido, vendia-se por bom preço, para ajudar na liquidez do orçamento familiar. Tarefa a fazer, custasse o que custasse. E difícil, não pelo esforço físico que era preciso despender, mas pela aspereza que a natureza impunha. Engadanhavam-se-nos as mãos. Nos dias de ar mais cortante, acendíamos uma fogueira para as aquecer. ‘És um nanho’ (2), diziam, por prosápia, os que pareciam menos tolhidos, a disfarçar os efeitos que a crueza violenta e agreste do tempo lhes provocava no corpo.

Mas, já antes, com os primeiros ventos, aí pelos Santos, a recolha da azeitona começara. Ia-se, por esses caminhos fora, com uma cesta de verga, a apanhar a que caía, ainda verde, em terra neutra, nos caminhos, que dentro dos terrenos ninguém entrava sem consentimento do dono! E guardava-se em baldes com água, para não mirrar, até ir para o lagar conjuntamente com a de menor qualidade, o ‘destelo’ (3), para dar azeite grosso. Vinha depois a colheita. Seguia-se o rebusco, durante o qual um ou outro fruto perdido, alguém ainda aproveitava, mas, agora, por regra consuetudinária, sem ter que temer o dono, desde que não danificasse o renovo. A bem dizer, não se perdia uma azeitona! 

Já os sete lagares da Vila, dispostos ao longo da ribeira, ainda em condições de laborar, trabalhavam em pleno, estava a safra no auge! De norte para sul, era o do Tonho Neto, da Natividade, do César, do Major, do Conde, do Albano e Fundeiro (depois submerso pelas águas da barragem).  

Pouco se tinha avançado na técnica da exploração do azeite. Os lagares eram de vara (exceto o do Major, por isso lhe chamavam ‘a fábrica’), a energia, a hídrica, da levada de água, para mover as pesadíssimas galgas de granito que moíam a azeitona. Os meios de transporte os de tração animal. Tudo durava há séculos.

Os carros de bois a cargo dos ganhões, o Ti’ João Grilo, o Ti’ Dinis, o Ti’ João Jarêto e outros, levavam para o lagar a azeitona nos sacos e traziam o azeite em grandes bilhas, num vai e vem, que só abrandava um pouco a meio da noite para que homem a animais recobrassem energias.  

Tinham rodas robustas de madeira com grandes eixos, reforçadas com aros de ferro que o João Ventura aquecia na forja até ao rubro, aplicando-os depois no piso, ainda incandescentes, para ficarem firmes, sem o que pouco resistiriam ao grande esforço a que eram sujeitas.

Muitas vezes fui acordado de manhãzinha ou embalado, já noite, pelo barulho cadenciado destes carros, a passar na rua que, ora se aproximava, gradualmente, ora se ia deixando de ouvir, até se dissipar de todo. Rodas a saltar, ferro contra pedra, a compasso, ao ritmo dos pachorrentos bois, tau, tau, tau, tau, nas irregularidades da ancestral calçada, anterior ao calcetamento de paralelepípedos de granito.  

Não havia eletricidade. Os candeeiros antigos a petróleo ou azeite, soldados a chumbo na parede de algumas casas para iluminar as ruas, em lugares estratégicos da Vila, não eram acesos havia anos. Os dias eram curtos e, fosse de manhãzinha ou depois do lusco-fusco, os carros de bois, nas suas andanças, ostentavam, como pirilampos gigantes, uma lanterna acesa, de metal, com portas de vidro, à prova de vento, para alumiar o caminho.  

Certa vez, em dezembro, nos afazeres destas fainas da azeitona, mas, nessa altura, teria já os meus vinte e picos, andávamos nós, lá em cima, na Vala do Conde da Borralha, a colher. Eu, o Ti’ Zé Maria Prata, o Ti’ Zé Marau, o Coluna, A Ti’ Maria dos Santos da Tonina e o Quim Mosca. Não sei se me escapa algum.

O dia estava lindo! Mas era uma destas manhãs geladas, com uma grandessíssima camada de ‘códão’ (4). O frio era intenso porque, no inverno, o sol, fazendo jus ao poeta ‘dá muitíssima luz, mas não aquece nada’ . E tudo ainda era agravado pelo facto de a Vala se situar numa depressão cavada na Gardunha, em direção à Portela do alto da Senhora da Orada. Talvez ainda influenciado pelos ares da Estrela que fica em frente, do outro lado da Cova da Beira, formando ali um canal de vento gelado de alto lá com ele! 

O Ti’ Zé Maria Prata, tinha sido uma figura importante. Em tempos, terá pertencido à força de Cabos de Ordens que, sob a supervisão do Regedor, mantinham, na Vila, a ordem pública. Parece que chegou também a ser encarregado de grande parte dos resineiros, numa considerável área de pinheiros bravos, na exploração da resina. Fruto desse passado, dizia de si próprio, ao mesmo tempo que batia com o pé direito no chão: ‘número um de S. Vicente’! E ia repetindo várias vezes ao dia a mesma expressão: ‘número um de S. Vicente ’! batendo, de novo, com o pé no chão. Maneira de refrear o ego com as lembranças de outros tempos, já que, à época, andaria pelos seus setenta e muitos, longe dos tempos áureos.      

Sucede que o Quim Mosca que gozava as férias escolares de Natal ou tinha já deixado o seminário, estava mais habituado ao aconchego das salas de aula do que à dureza do trabalho dos campos. Desde manhã, obra de mais de uma hora, mesmo assim, tinha-se aguentado lá no cimo da escada, a colher e a rilhar o vento que passava na Vala, como vidro cortante. De vez em quando, descia da escada e ia junto da fogueira, entretanto acesa, para se aquecer.   

Mas a violência daquele frio num corpo habitualmente abrigado no interior das paredes do seminário e, quase de repente, exposto à agrura extrema do tempo, teve os seus efeitos negativos. Desceu da escada mal disposto, a tremer, lívido, quase a vomitar. Nem a ‘gorra’ (5) que tinha enfiada na cabeça, até às orelhas, o protegera do ar gelado, picante como aguilhão, que vinha pela Vala abaixo. Quedou-se ao sol, por um bocado, a tentar recuperar do estado de quase desmaio.

Foi logo objeto da mangação dos outros, com a sua bazófia, a fazerem-se grandes: ‘isto não é para seminaristas’’!

É certo que também eles teriam os seus pontos fracos. Só que a natureza humana carece, muitas vezes, de afirmar as suas competências contra o semelhante. Mas o Quim, ao cabo de um bom migalho, lá acabou por recobrar do gélido abanão. 



A Vila, era assim. E na nossa infância, podemos afoitamente dizê-lo, a vida tinha ainda um sabor medieval.

Agora, não há o rebuliço de antigamente, logo na obscuridade da manhã, do toque a reunir da corneta, a chamar os da ‘camarada’ (6) do Tonho Dias ou do búzio, a chamar os da ‘camarada’ do Albano, para iniciarem a colheita da azeitona de mais um dia. Nem das juntas de bois, nem dos grandes rebanhos de ovelhas ou de cabras, a avançar, ouvindo-se, ao longe, de manhã ou ao entardecer, o som dos chocalhos. 

É verdade que demos um grande salto tecnológico. Vimos chegar a televisão e o homem à lua. O automóvel generalizou-se e apareceram as comunicações em massa (telefones, telemóveis, computadores).          

Mas, hoje, estranhamente, deixamos a azeitona nas oliveiras!  


Notas:

(1) Boutcha: na linguagem local, certamente, com influência castelhana, diz-se de uma “grande fogueira”; deve ter origem no termo ‘boucha’ que significa ‘desbaste de mato que se queima para se cultivar a terra que ele ocupava ’; o mesmo que bouça.

(2) Nanho: para nós é o mesmo que ‘incapaz’ , ‘pouco expedito’ ; julgo (mas não tenho a certeza) que vem do latim ‘nanus’, anão; acanhado; que tem corpo pequeno; nanismo: próprio do anão.

(3) Destelo (lê-se destêlo): tem o significado geral de fruto caído por efeito do vento; mas, falando-se de azeitona, significa (também) fruto caído por ter atingido um maior grau de maturação.     

(4) Códão: congelação da humidade infiltrada no solo, formando uma crosta de gelo semelhante a pequenas estalactites (ou estalagmites) de cerca de 5 ou 6 cm de espessura, entre a camada exterior do solo e a camada seguinte; ao caminhar-se sobre ele, esmaga-se com um som semelhante ao do vidro quando pisado; deve ter origem no termo côdea.

5 -  Gorra: há vários tipos de gorra; mas a nossa é do tipo que se assemelha mais à boina basca.

6 – Camarada: conjunto de pessoas, homens e mulheres, que trabalhavam, numa época, na colheita da azeitona, normalmente para um mesmo patrão; os instrumentos de toque a reunir as ‘camaradas’ eram diferentes para que, cada um, ao ouvi-lo, identificasse a sua. 

José Barroso