Apetece ficar pelas margens da ribeira, nestes tempos primaveris, na frescura das suas sombras,
enquanto nos encantamos com os cantares de pintassilgos, rouxinóis e outros
pequenos seres de algumas gramas. Por isso, é uma excelente notícia a possível concretização do projeto da Rota
da Senhora da Orada, que ficou adiado aquando da criação da Rota da Gardunha,
pelo Geoparque NaturTejo, devido ao incêndio que na altura reduzira a cinzas as encostas do vale.
O passeio pedestre deste ano aventura-se pela ribeira abaixo. Partimos da Praça, pela Estrada Nova, até ao Alto da Fábrica. O ideal seria descer para o Casal do Pisco e seguir para o paredão da barragem, pelas margens (não há caminho), mas este ano a barragem está plena e a água chega aos matos e pinheiros. Não se consegue passar e por isso continuamos pela estrada de alcatrão. Paramos na fábrica e depois na lagariça, vestígios de outros tempos. Depois vamos até à barragem e dali para a estação de tratamento das águas, sempre ao longo da ribeira até à antiga casa do Padre José Sarafana, agora em recuperação.
Dali subimos para as Vinhas e visitamos o antiquíssimo poço
das Vinhas do Poço. Continuamos para o Valouro e o Ribeiro da Ordem. Avistamos
o sítio onde existiu durante séculos a capela de Santa Bárbara e retrocedemos,
sempre pelo caminho que os nossos antepassados usavam para ir a Castelo Branco.
Passamos por locais onde tem aparecido muito material
arqueológico da civilização romana (em exposição no GEGA) e tomamos a estrada
romana, rumo à Fonte da Portela que durante séculos matou a sede a viajantes e
suas bestas. Depois retomamos a Estrada Nova e regressamos.
Levar água e chapéu. Colocar protetor solar antes de sair de
casa. Não se atrasem, pois convém-nos começar a horas, para evitarmos um
regresso tardio, com calor.
José Teodoro Prata