sábado, 13 de dezembro de 2014

Serra bendita



GUARDUNHA

Guardunha serra bendita
Cheia de história e beleza
Grande, bela, tão bonita
 Tens muita água… uma riqueza
Recantos e paisagens, tem a dita
Boa fruta que comemos à mesa
Santuários que merecem uma visita
Possuis vilas com história
Serra que guardas muita memória

Souto da Casa terra viçosa
Lá no alto o carvalhal
Aldeia muito formosa
Carvalhal é nosso… assim, tal a qual

Castelejo tem a Santa Luzia
Maior romaria do Fundão
Toca o bombo, dança-se com alegria
Senhora, dá-me visão

São Vicente e a Senhora da Orada
Na Guardunha tem o santuário
Por todos nós és adorada
Muitos lá rezam o rosário

Louriçal terra de louros
Sua igreja guarda o São Fiel
A serra esconde tesouros
Terra de boa fruta e mel

Soalheira a serra vai mirando
Tens muito perto a sobreposta
Junto à Senhora vão rezando
É dela que o povo gosta

Castelo Novo, vila bela e formosa
Tem ao cimo um castelinho
Muito fresca e viçosa
Senhor da Misericórdia é o teu santinho

Atalaias, terras de boa fruta
Bonitinhas e airosas
Visitá-las não custa
São jardins cobertos de rosas

Alpedrinha tem no alto o picadeiro
És a Sintra da nossa Beira
Vila do cardeal que foi primeiro
Terra onde há muita cerejeira

Vale de Prazeres, fica no vale
Muito perto de Alpedrinha
A torre altaneira pintada com cal
Também é muito bonitinha

Alcongosta e a sua igreja
Onde a água corre pelas caleiras
Terra de muita e boa cereja
Aldeia de cesteiros e cesteiras

Alcaide onde o São Macário mora
Povoação do Franco estadista
Foi governante, ditador e progressista
Macário que o povo ama e adora

Donas, terra dos Saraivas
Fica nos arredores do Fundão
Historiadores…para que saibas
Espertos; José e António, seu irmão

Fundão é a capital desta nossa linda serra
Cidade progressista e comercial
Com muitos lavradores, é uma linda terra
É lá que se situa a rua da Cale

Aldeia de Joanes e Aldeia Nova, fazem parte da cidade
São um só aglomerado
Onde mora muita mocidade
Muito perto do Fundão, fica mesmo ali ao lado

No alto da montanha maravilhosa
Situa-se uma linda terra
Chama-se Casal da Serra
Onde mora gente amorosa

És o mais belo monte
Deste nosso Portugal
Onde há muito miradouro e fonte
Vem visitá-lo, não há outro igual

Zé da Vila

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

As figuras das rochas



A obra “GeoMorfologia da Gardunha” foi apresentada pela (nossa) Prof. Dra. Celeste dos Santos Romualdo Gomes.
No início do livro, faz uma caraterização geológica, explicando o processo da formação das diferentes formas das rochas graníticas da Gardunha, que nos são mostradas, pelo Tó Sabino.
Escreveu: 

Quem percorre a Serra é presenteado por um conjunto de esculturas de pedra de rara beleza (…). As rochas formaram-se em profundidade (…).
Atualmente, as rochas encontram-se à superfície devido a processos de deformação, soerguimento e denudação. (…) Para além de todos estes processos, as rochas são afetadas pelos fatores de meteorização, alteração e erosão. Estes fatores estão relacionados com a composição mineralógica, a textura e a estrutura das rochas. São também aspetos relacionados com o clima, a temperatura, a humidade, a pluviosidade, a quantidade de água infiltrada. Todos estes fatores esculpem belas figuras de pedra, como: castelos, nubins, tors, gnamas, pias, disjunção esferoidal, pseudoestradas, caneluras e caos de blocos. As figuras são grandes e pequenas e muitas vezes fazem lembrar modelos de pessoas, animais, objetos e situações.


E como é que estas figuras são vistas pelo autor do livro?

Na Gardunha um dia nunca é igual ao outro. Permanece a imponência mas, cada vez que visitamos a Gardunha, abre-se uma porta que, até então, nunca se tinha visto. A luz e a sombra são transformantes da grandeza dos seus montes e vales e constroem essas figuras inusitadas de pedra. (…)
Encontrei figuras de manhã, quando o sol mal tinha nascido. Procurei-as de tarde, outras vezes no dia seguinte. Já não as consigo ver. Ou mudavam, metamorfoseavam-se. (…) dependem da hora a que são vistas, da inclinação dos raios solares, de mais ou menos luz e do local onde nos encontramos.


Nota biográfica da vida académica da Prof. Dra. Celeste Gomes:
Licenciada em geologia (1986) pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, obteve o grau de Doutor em Geologia, com a dissertação "Estudos Paleomagnéticos das unidades da bacia Lusitânia" em 1997, pela Universidade de Coimbra. É Professora Auxiliar na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e coordenadora dos cursos de mestrado em "Ciências da Terra" e "Ensino da Biologia e Geologia".  Sendo investigadora do Centro de Geofísica (grupo Terra Sólida), os seus domínios de investigação incidem nos campos do paleomagnetismo, propriedades magnéticas dos materiais, ambiente e ciências da educação.

José Teodoro Prata

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

As rochas da Gardunha



Toda a equipa do Gega está de parabéns pelo livro editado e pela organização do seu lançamento.
Mas um louvor especial para o seu autor.
Colaboraram nesta obra, além do incontornável João Paulino, outros fotógrafos e estudiosos da Gardunha.
Todos vieram a São Vicente da Beira, assim como os representantes autárquicos da freguesia do Louriçal do Campo e dos municípios do Fundão e Castelo Branco.
Este lançamento juntou muita gente deste e do outro lado da Gardunha, parece que finalmente de mãos dadas, na construção de projetos comuns. Pelas palavras dos autarcas, assim parece e nós desejamos ardentemente que finalmente eles se concretizem.

O livro agora editado é uma excelente prenda de Natal para oferecer a familiares e amigos!

José Teodoro Prata

domingo, 7 de dezembro de 2014

Outono

José Teodoro Prata



OUTONO

Folhas caídas
Amarelecidas
Ventania
Chuva miudinha
Geadas
Castanhas assadas
Magustos
Jeropiga
Alqueivar
Semear
Tempo de descansar
Tempo de meditação
Tempo contemplação
Tempo de finados
Onde se recordam antepassados
Decadência
Sonolência
Para na primavera tudo voltar
A renascer, medrar
A vida ressuscitar
Reviver, renovar
Reproduzir, rebentar
Ressurgir e acordar
Outono…
Árvores despidas
Mágoas carpidas
Lágrimas fingidas
Campo silencioso
Caçador orgulhoso
Lareiras, fogueiras
Adegas, bebedeiras
Oliveiras,
Castanhas, romãs, um santorinho…
Ponha aqui no saquinho
Que Deus lhe pague, obrigadinho
Pelo seu pai que foi um santinho
Tiborna, bacalhau, azeite e vinho
Outono, tua ventura
Inspira tanta pintura
No aconchego do lar
Quero contemplar
As noites frias de luar
Preparando-se para nevar
Que pura e fria
É a neve que caiu todo o dia
Aproxima-se o Nascimento
Lá fora o vento
Ruge fortemente
Vejo um velhinho a dar ao dente
E uma criança sorridente
Vejo da minha lareira quente
Um pardal com seu piar dolente
Saltita na neve e desconfiadamente
Pia, pia o pardalito
Deve ter frio o coitadito
E eu na minha lareira
Meto mais lenha na  fogueira
Que vai ardendo lentamente
Enquanto se dá ao dente
Comendo uma castanha quente
Com um cálice de aguardente
Qua aquece o coração da gente
E a fogueira vai ardendo lentamente
Outono…
Tempo de recolhimento
Tempo de contemplação
Tempo de oração
Princípio da velhice
Começo da rabugice
É o outono da vida
Tantas vezes reprimida
Depois de tanto trabalho e lida
Chega o outono da vida…

Zé da Villa

A pedido da Libânia... (ver comentário)

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014