Como a peça de teatro infantil do passado fim de semana, apresentada em "A Coca", se destinava a um público restrito, poucos terão lido o comentário da Ana. Ela é (será?) filha da Rita Alves Barroso. A canção de embalar chegou-lhe via avó Maria dos Anjos Alves, que a cantava aos filhos Rita, Bernardo e Francisco.
A canção é preciosa. Pena não a poder apresentar acompanhada por aquele canto arrastado e doce, quase segredado ao ouvido do bebé-menino, para o acalmar e adormecer. E é uma esperança que uma jovem mãe ainda a cante aos seus meninos.
Fez-me lembrar uma cena do livro 1984, do George Orwell, quando os protagonistas da história tentam libertar-se do controle e dos condicionalismos do Big Brother, refugiando-se um dia no campo e reaprendendo os aromas das flores silvestres. Hoje, condicionados por tantos big brothers, vamo-nos esquecendo de algumas coisas essenciais e é bom encontrar alguém que resiste!
Vai-te embora bicha coca
Vai-te embora do telhado
Deixa dormir o menino
Um soninho descansado
Dorme dorme meu menino
Foi-se o sol nasceu a lua
Qual será o teu destino
Que sorte será a tua
Riquezas tenhas tão grandes
E tal bondade também
Que ao redor de onde tu andes
Não fique pobre ninguém
Mas se oiro for mau caminho
Antes tu venhas a ser
O maior pobrezinho
De quantos pobres houver
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