Os moçárabes desta região lutaram ao lado dos guerreiros de D. Afonso Henriques, na batalha da Oles, ainda Portugal era pouco mais que um sonho. Em 1385, os castelhanos foram barrados em Aljubarrota pelo vicentino D. Fernando Rodrigues de Sequeira e um punhado (de poucos milhares) de heróis que desprezaram as suas vidas em troca do ser português. Em 1640, António de Azevedo Pimentel Galache, capitão-mor de São Vicente da Beira, levantou a bandeira real portuguesa por D. João IV, na vila e depois em Castelo Branco. Deu-nos tanto e a nós basta-nos conhecê-lo melhor.
1. António de Azevedo
Pimentel, fidalgo, casou com Isabel Ferrão Galache, de Castelo Branco,
senhora de Felices, em Espanha. Tiveram:
2. Fernão de Azevedo,
moço fidalgo da Casa Real, por Alvará de 1551. Casou, em 1567, com Leonor da Costa,
filha de Gaspar da Costa, de S. Vicente da Beira. Neste
casamento, foi testemunha Jácome de Sousa e Refoios, também de São Vicente, cuja mãe pertencia
igualmente aos Costa e que foram antepassados dos condes de São Vicente.
Fernão de Azevedo casou, em segundas núpcias, com Maria de
Brito, filha de João Homem de Brito e Clara Tavares, neta paterna de Vasco
Homem de Brito, comendador de S. Vicente da Beira. Deste casamento nasceram 3
filhos, o mais velho dos quais foi:
3. António de Azevedo
Pimentel Galache que nasceu em S. Vicente, no dia 07-10-1567 e aqui faleceu
em 21-01-1643. Foi moço fidalgo e senhor de um morgado de bens de raiz em São
Felices dos Galegos, herdado da avó Isabel Ferrão Galache.
Em 29-10-1731, António de Azevedo Pimentel Galache foi testemunha,
em Castelo Branco, do casamento de António Feio da Maia e Almeida, natural de
Abrantes, e Oriana Maria Brígida de Brito e Fonseca, de Castelo Branco.
Um documento da mesa do Desembargo do Paço, de 24 de Julho
de 1641, refere-se-lhe como sendo «Antonio de Azevedo Pimentel fidalgo da casa
de V. Majestade morador na vila de sam Vicente da Beira…».
De seguida, informa que ele era possuidor de um morgado de
bens de raiz na vila de São Felices dos Galegos, Reino de Castela, no valor de mais de vinte mil cruzados, confiscado pelos espanhóis logo após a Restauração
da independência, em Portugal.
Por isso se queixava de não poder viver conforme a sua
qualidade, apesar de ter sido o primeiro a aclamar D. João IV em S. Vicente da Beira, tomando a bandeira real nesta vila e depois em Castelo Branco.
E pedia que lhe fosse dado um morgado na cidade da Guarda,
propriedade de um castelhano de Cidade Rodrigo, no mesmo valor do que perdera, oferecendo-se para servir na guerra (da Restauração) com dois sobrinhos e
cunhados.
O Desembargo do Paço pediu informações ao Corregedor da
comarca de Castelo Branco, o qual confirmou tudo o que o capitão-mor de S. Vicente
da Beira tinha argumentado. Face a esta informação, a Mesa do Desembargo do Paço sugeriu a Sua
Majestade que lhe fosse dado o morgado da Guarda, conforme requerera.
António de Azevedo Pimentel Galache casou com Maria de Lemos
Pereira, natural de Almeida, e, em segundas núpcias, com a sobrinha Joana da
Costa, filha de António de Brito Homem, natural de S. Vicente da Beira, e de
Luísa da Costa, de Castelo Branco. Deste casamento nasceu:
4. Tomás Fernando de
Azevedo Pimentel, nascido em S. Vicente da Beira, a 07-03-1642. Tornou-se
moço por alvará de 1653. Foi padroeiro do Convento da Graça (atual Santa Casa
da Misericórdia), em Castelo Branco. Casou com Josefa Micaela de Freire de Avis
e tiveram:
5. António de Azevedo Pimentel Galache.
5. António de Azevedo Pimentel Galache.
BIBLIOGRAFIA
Hipólito Raposo, Um Beirão Restaurador, "Oferenda",
Lisboa, 1955
Manuel Estevam Martinho da Silva Rolão, “Famílias da Beira
Baixa”, Lisboa, 2007
Manuel da Silva Castelo Branco, O Amor e a Morte… nos
antigos registos paroquiais albicastrenses, Cadernos de Cultura “Medicina da
Beira Interior da Pré-História ao Século XX”, N.º 7, Novembro de 1993
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