José Teodoro Prata
Comentário:
Foi a terceira
vez que participei nestes passeios (tenho pena de não ter participado nos
outros, principalmente naquele em que subiram ao cimo da serra, mas espero que
um ano destes se repita…). Para além das muitas coisas que fiquei a saber sobre
a história da nossa terra, cada um deles tem sido uma viagem no tempo e um
reavivar de memórias da infância e juventude.
Do primeiro lembro
sobretudo a passagem pelo Pelome. Trouxeram-me à memória as aflições da minha
mãe quando dava conta da bolsa dos livros do meu irmão ao fundo da escada e
percebia que, em vez de ter ido para a escola, teria ido nadar para a Ribeira.
Lá ia ela, quelha abaixo, à procura dele! Uma vez, já desesperada, ainda lhe
trouxe a roupa e ele teve que voltar encarrapato para casa…
Do segundo, à
passagem pelas vinhas do poço, lembrei-me do meu primeiro trabalho remunerado.
Foi durante umas férias, a vindimar. A injustiça que senti quando, na hora de
recebermos, me pagaram metade do que deram às outras mulheres. Achei que não
era justo porque, apesar de inexperiente, nunca tinha ficado para trás das
outras.
No domingo,
seguindo o curso das águas, passámos por sítios lindíssimos! Alguns, qual Gerês,
qual Buçaco!... Mas foi ao passar pelo tanque da regadia, no Cimo de Vila, que me
senti a recuar no tempo. Acho que era de lá que saía a água que vinha pela
valeta da rua do Convento abaixo, seguia depois pela rua da Igreja e se sumia
num boeiro na rua Velha, ao fundo da Nicolau Veloso. Era uma alegria quando,
nas tardes de verão, víamos a água começar a correr lá de cima! De saias e
calças aforradas e pés descalços, andávamos rua acima, rua abaixo, a chapinhar
na água. De que é que nos importava que nos dissessem que as mulheres do Cimo
de Vila despejavam lá os penicos?!
Trabalho
notável, o do José Teodoro que nos proporciona estas viagens no tempo!
M. L. Ferreira
3 comentários:
Libânia:
Agradeço o elogio, mas tenho de partilhá-lo com a Junta de Freguesia, o Ernesto Hipólito e o Pedro Inácio.
E isto não é humildade! Já fora um pouco trabalho de equipa nalguns dos outros passeios, mas este até teve mais do Ernesto do que de mim, em termos organizativos.
A mim, o que mais me impressionou foi saber que meninos e meninas de várias gerações, ali presentes, entraram pelo buraco da regadia, para ir apanhar pinhões à Quinta Nova.
O medo era ficar entalado por não caber, quando alguém nos descobrisse!
Gosto mais do modelo antigo em que o Sr.Professor Teodoro reunia à sua volta os caminhantes e estes ouviam maravilhados o que ele explicava. Foi por ele que eu aos meus 58 anos soube que o "Pelome" era o sítio onde antigamente se tratavam as peles, e que no Chão do Pisão havia havia uma "pisoaria" onde eram tratados os panos fabricados nesta zona.
Libânia:
Eu vivi muitos anos com a minha avó Maria do Carmo no Cimo de Vila na casa que é agora do Zé Teodoro e era eu que mandava as penicadas pela levada abaixo!!!
E.H.
Vejam lá como são as coisas, a ribeira no verão levava pouca água! o Homem inventou logo um sistema de pedais que movimentava a mó e aquela moenda continuava a moer...
As silvas são as donas e senhoras do moinho e do lagar, que pena...
As presas que faziamos na nossa rua (Laranjeiras) e na fonte
Era cá cada presada...
Depois (Velhacos)esbarrondavamo-las e a água corria em cachão, as que ficavam por baixo com a força da água desapareciam também
Era uma alegria para alguns, para outros uma tristeza
O tanque da regadia era o nosso encanto a nossa piscina...
A paisagem luxuriante, o verdor da nossa serra
Que beleza, que beleza. O convivio
Foi a primeira vez que participei Vicentinos para o ano venham muitos mais
Zé, Bem Hajas por esta caminhada tão bonita.
J.M.S
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