Não, não é a
”Procissão” que cantava o João Villaret, escrita pelo António Lopes
Ribeiro. Estou a falar da Procissão dos Terceiros que se realizou no dia 8 de
Março, em S. Vicente da Beira.
O Zé
Teodoro, nosso mentor, não costuma falhar nestas coisas de dar notícias sobre
os grandes eventos que se realizam na Vila, mas desta vez nem ele nem ninguém
se lembrou de dar a notícia ou pôr uma fotografia.
Cabe-me a
mim, certamente o menos indicado, e porque já passou tanto tempo e nada, a
dar notícias sobre esta procissão. Digo isto porque não me posso esquecer (e
dizer Mea Culpa) que há tempos não achei resposta quando o meu filho me
perguntou para que servia a Ordem Terceira. Esqueci-me da procissão.
Esta procissão é sempre lindíssima,
tanto pela quantidade de andores que envolve como pela beleza das imagens, o
número de figurantes e a grande multidão que atrai. Como é costume, a Banda
Filarmónica Vicentina vem abrilhantar ainda mais esta procissão.
O grande número de andores sai da
capela por uma ordem pré estabelecida, desde sempre que é assim, e o frade
Franciscano, que sempre ou quase sempre acode a este evento, vai contando a
história de cada personagem, sendo que todas, tirando Adão e Eva e o Senhor
Santo Cristo (desculpem se não está correto), pertenceram à Ordem
Terceira de São Francisco.
Seguidamente, as imagens em
procissão dão a volta à Vila e regressam à capela de São Francisco, onde
o frade faz uma última leitura sobre os santos, antes de entrarem na capela.
Este ano, o frade teve que improvisar, porque, estranhamente, os seus
apontamentos desapareceram do púlpito, durante a procissão.
Claro que organizar uma procissão
desta envergadura requer muito trabalho e a Sra. Ministra, a Dona Dulce, que é
uma das que exige muito dela e espera pouco dos outros, anda nestes dias numa
dobadoura. Pequenina, mas com uma genica enorme, está em todo o lado; fazer
vestimentas, arranjar andores, limpar, orientar e até pôr na ordem as ovelhas
do seu rebanho que a todo o custo tentam livrar-se das suas responsabilidades.
Parabéns à Ordem Terceira.
E.H.
3 comentários:
Tens razão, Ernesto. As notícias dos acontecimentos na nossa terra são o que de mais importante podemos publicar e são, aliás, as publicações mais vistas.
No recente debate sobre o futuro do blogue isso também foi realçado.
Na altura da criação do blogue, tinha esperança de o Diário Inês assumir essa tarefa, pois tem o perfil adequeado a isso. Ele tem colaborado, mas com muita pringueirice.
Por outro lado, no início, a seguir ao Dos Enxidros, nasceram muitos outros blogues, quase um por cada instituição. E, embora tenham fracassado (o facebook é mais adequado ao tipo de trabalho que têm e a Junta precisa é de uma página), isso tirou protagonismo a este blogue e sobretudo afastou eventuais colaboradores.
Estive em São Vicente na véspera da procissão e só então soube da sua realização. Mas quem aí mora não pode esperar que me desloque constantemente, de propósito, até porque nem tenho conhecimento de todas as inciciativas.
Este blogue não é tudo, é o que é possível e já não é mau.
Amigo Ernesto, desta vez coube-te a ti o papel de repórter, e desempenhaste-o muito bem. Continua!
Quanto à procissão, apesar de ir encolhendo cada vez mais, continua a emocionar-nos pela sua grandiosidade, reforçada pelo toque da banda, das coisas mais lindas que temos na nossa terra.
Uns dias depois da realização da procissão, estava numa loja em Castelo Branco e ouvi uma pessoa a comentar com outra: «No domingo fui a S. Vicente para ver a Procissão dos Terceiros. Nunca tinha visto uma procissão tão linda!» Fiquei tão orgulhosa! Tive vontade de me meter na conversa e dizer que S. Vicente era a minha terra e também tinha visto a procissão, mas a minha timidez não deixou…
Quanto ao papel do blogue, acho que tem cumprido muito bem a sua função. Nós, os que aqui vivemos, é que somos um pouco pringueiros ou não valorizamos o que por cá se passa, e por isso não damos notícias.
M. L. Ferreira
Pese embora as fotos sejam de há 2 anos, não se vislumbra nelas (parece-me), alguém que, entretanto, tenha falecido. O que é raro, porque a média de idades na nossa região é muito alta. Estatístisca a que a nossa terra não se esquiva! Mas, por outro lado, também não é assim tanto de admirar porque os que são mesmo velhinhos já nem às procissões podem ir. Infelizmente.
Estas manifestações religiosas são sempre uma recordação agradável. E é importante que os que estão fora vão recordando todas estas coisas, graças aos que (no caso, o Ernesto) têm o trabalho de recolher estes eventos que alimentam a nossa memória.
Por falar em memória, queria também deixar uma palavra ao JMS (postagem anterior), porque nos pôs a revisitar, muito bem, mesmo em poucas linhas, aquelas histórias da nossa infância. Também passei por lá mas, como dizia o outro, 'recordar é viver'! Pessoalmente, nunca deixo de me surpreender pelos pequenos pormenores que, verdadeiramente, são a substância destas narrativas.
Abraços.
ZB.
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