quarta-feira, 6 de maio de 2015

Caminhada na Gardunha


No domingo passado, o GEGA organizou uma caminhada na Gardunha, com saída e chegada ao Casal da Serra, e eu, como 80 ou 90% das pessoas que moram junto à Gardunha, não sonhava, nem imaginava a maravilha que ela esconde.
Descobri uma serra cheia de formas morfológicas simplesmente fantásticas. Eu que já vira as de Monsanto, estas não lhes ficam atrás, nem na beleza das formas, nem no tamanho das suas pedras.
São formas quase impossíveis de terem sido feitas pela Natureza, deixando ideia que o homem as moldou.
Dos abrigos naturais para os pastores da serra às formas de algumas rochas que mais pareciam apoios de pedras e aos animais esculpidos pela erosão do tempo ou pela própria formação da pedra.
  A serra deslumbrou-me não só pelas suas formas morfológicas, mas também com a sua vegetação tão própria: uma carqueja mais macia, mais miúda…
Foram 14km de um percurso que passaram à velocidade do vento, sem nos deixar cansados, tal a variedade do espetáculo que nos era oferecido a cada passo que dávamos serra acima.
As explicações dadas pelo técnico da Naturtejo, Carlos Neto de Carvalho, sobre a formação da serra e das pedras vieram ajudar-nos a compreender o porque das formas e da morfologia granítica da Gardunha.
A passagem pelo castro de São Vicente (Castelo Velho) que eu ainda não conhecia, teve em mim um impacto muito especial, como amante de Historia e da de São Vicente em particular.
Ao GEGA, o meu Bem-Haja!


 Adelino Costa

6 comentários:

Ernesto Hipólito disse...

Tive pena de não ter repetido este passeio. Já o tinha feito com o Zé Teodoro uma vez e com o meu filho João uma segunda vez.
De facto a nossa serra é lindíssima e só espero que a promessa dos presidentes de câmara de Castelo Branco e Fundão se realizem rapidamente.

E.H.

Anônimo disse...

Também por lá andei, ao contrário de alguns, pela primeira vez naquele percurso. E concordo com o Adelino: quem não conhece, nem imagina o que a Gardunha esconde lá por cima.
Para além da monumentalidade e da beleza de algumas formas, foi interessante a explicação do técnico da Naturtejo que nos ajudou a compreender as razões do aparecimento daquelas “esculturas”.
Foram 14 km de surpresa e deslumbramento! A repetir.

M. L. Ferreira

José Teodoro Prata disse...

Vou à Gardunha praticamente todos os anos e fico sempre com vontade de voltar.
É uma festa para os nossos sentidos: o fresco do ar, as cores vivas das flores no negro dos matos e das rochas, os horizontes imensos...
Pena que nunca tenhamos querido e sabido criar uma rotina que no fim de uns tempos arrastaria centenas de pessoas pela rota mais bonita do Geoparque (a opinião não é (só) minha...).

Anônimo disse...

Tive pena de não estar convosco.
A serra é magnifica porque o paraíso é logo ali. O ar que lá se respira e a própria luz têm qualquer coisa de etéreo. A montanha é um canal privilegiado com o divino. Se forem à missa a ouvir o Pe. Zé Manel verão que a maioria dos fenómenos religiosos e milagres se deram nas montanhas.
Ora aí está porque nos sentimos lá tão bem.
FBarroso

Anônimo disse...

O meu primo Adelino tem aqui um bom exemplo do que é a serra da Gardunha em palavras e imagens. É um local surpreendente, sim, pelos segredos que encerra e que é preciso descobrir, indo lá! É o nosso ex-libris natural (e, se calhar, também de outras terras próximas), muito referido no que neste Blogue se vê e escreve. Último bastião defensivo das serranias do sistema Toledano (se não estou em erro) e último acidente geográfico, antes das campinas da Beira, a sul. Daí o nome Gardunha que será uma corruptela de Guardunha (ou pode dizer-se das duas maneiras?). Alguém já aqui falou disso.
Com todo o fascínio desta serra, é claro que, também eu, não podia ter deixado de fazer esse percurso até ao Castelo Velho. Onde existem vestígios (por exemp. cerâmica). Que serão da Idade do Bronze? Não sei. Só sei que uma vez a RTP abriu o Telejornal, mostrando esses vestígios que o Pedro Salvado lá fez chegar.
Fui lá há mais de 30 anos! Mas nunca é tarde para poder regressar!
Abraços.
Zé Barroso



Anônimo disse...

No seu livro "Oferenda" Hipólito Raposo diz
...Entre muntos, e amplos privilégios lhe assinou o sitio ahonde está edificada a villa para no mesmo a fundarem...
...e lhe confirmou na mesma ocaziam grandes privilégios e izempções com a condiçam de que todos os annos irem ao dito Castello Velho, camera, e povo, afim de se conservar sempre em ser para memória do sucedido; o que se observou por muuntos annos, e o descuido dos moradores foy cauza para se perderem os ditos provilégios, deixando de satisfazer a condiçam com que foram dados. -4 de Abril de 1758; o vigário.
Porque não a Junta de freguesia "levantar do chão" novamente esta tradição que se perdeu e organizar todos os anos uma "romaria" ao Castelo Velho para desta maneira recordarmos as nossas origens. Podia ser em conjunto com a nossa vizinha freguesia de Louriçal do Campo.
A nossa serra é realmente bela, experimentem ver nascer o sol lá no alto, se não é o Paraíso...
Um dia eu mais alguns valentes escuteiros saímos da praça ainda a aurora dormia, atravessámos a serra de um lado ao outro, eram cerca das nove da manhã quando em Castelo Novo nos esperava um opíparo pequeno almoço, depois continuamos a caminhada em direcção ao Alto Luzio (pinhal onde se escondia o Tonel...
Os que participaram ainda hoje recordam essa aventuram com saudade.
J.M.S