Há
tempos, a propósito da publicação As
Alminhas, ficaram algumas dúvidas no ar. Uma delas foi se o monumento que
está na estrada junto à Paradanta, também seria uma Alminha. Passei lá há dias
e confirmei que não.
Por
aquilo que sei, que é pouco, ambos os monumentos se referem a manifestações da
cultura religiosa popular, se localizam quase sempre nos caminhos à entrada ou
à saída das povoações, mas uns apelam à oração pelos mortos, os outros pedem
proteção para os vivos. Penso que, no fundamental, ambos têm a ver com a viagem
para o desconhecido: no caso das Alminhas, da vida para a morte; nas Senhoras
da Boa Viagem (ou dos Caminhos), da segurança dos locais mais próximos para a
incerteza de caminhos mais distantes.
Lembro-me,
desde sempre, de ouvir a minha avó dizer muitas vezes que a gente sabe como sai
de casa, mas não sabe como volta. E com a minha mãe aprendi que nunca devemos
sair de casa e deixar a cama por fazer nem a louça por lavar. Ainda hoje é
frequente as pessoas benzerem-se e dizerem uma pequena oração quando entram num
carro, mesmo que a viagem seja curta. Deve estar tudo relacionado…
M.
L. Ferreira
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