Só
Encontro-me na
praça, passa a multidão
mas estou só
deambulo para este
ou aquele lado
ninguém me presta
atenção
Sinto-me sufocado
gestos, sorrisos e
eu sentado
só; grande é minha
solidão
As gentes andam
passo apressado
pego no megafone e
gesticulando
falo para as
pessoas que vão passando
estou aqui, qual
miasma pasmado
passante olha com
desdém mofando
carros rolam,
buzinam e vão andando
Tanto movimento,
mas estou só
Que saudades da
minha terra
não há correrias,
nem multidão
ouço as avezinhas,
piu, piu…linda canção
A brisa
sussurrante e o verdor da serra
água cristalina,
pura, corre em cachão
o rebanho pasta no
prado e ladra o cão
Quem me dera lá
estar… quem me dera
À noitinha ao
toque das trindades
as chaminés
fumegando
com este ou aquele
vou falando
ritual de todas as
tardes
O pai-nosso, vou rezando
as pessoas à fonte
vão chegando
convivem,
falam…que saudades
Zé da Villa
3 comentários:
Dá cá a mão, Zé!
E o pior é que já nem este mês de agosto, com a terra cheia de gente, chega para compensar o esvaziamento do resto do ano: por um lado porque já mal conheço a maior parte dos filhos dos da minha geração, e por outro porque a maior parte já não fala a nossa língua, que é aquilo que nos une. Percebo que assim seja, mas nem eles sabem o que perdem…
Tanta saudade, que seja apenas poética, pois o poeta é um fingidor, já dizia o outro, embora ele fingisse a realidade, que espero não seja o teu caso!
Pareces o António Nobre óh Zé. Não deixes dar-te o pasmo, agora, que estou quase aí e preciso de ti. Espero que estejas a figir como suspeita o ZT.
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