António Amaro nasceu no Violeiro, a 9 de
setembro de 1894. Era filho de Domingos Amaro, natural de Almaceda, e de
Delfina Rosa Martins.
Assentou praça no dia 9 de Julho de
1914, e foi incorporado em 13 de julho de 1915, no 2.º Batalhão do Regimento de
Infantaria 21, em Castelo Branco. Era analfabeto e tinha a profissão de
jornaleiro.
Mobilizado para a Guerra, embarcou para
França, no dia 21 de Fevereiro de 1817, fazendo parte da 1.ª Companhia do 1.º
Batalhão de Infantaria do Regimento de Infantaria 21, como soldado número 561,
placa de identidade n.º 36854.
Do seu boletim individual do CEP consta
apenas o seguinte:
a)
Louvado
pela coragem e disciplina que demonstrou durante o raide efetuado no dia 9 de
março de 1918;
b)
Diligência
para as linhas de Aldeia, desde 6 de fevereiro de 1918; presente em 3 de março.
c)
Regressou
a Portugal, no dia 25 de fevereiro de 1919, a bordo do vapor Helenus, tendo
desembarcado em Lisboa, a 28 do mesmo mês.
d)
Passou
à reserva ativa, em 11 de abril de 1928, e à reserva territorial, a 31 de
Dezembro de 1935.
Condecorações e louvores:
·
Medalha
militar de cobre com a legenda: França
1917-1918;
·
Louvado
pela coragem e disciplina que demonstrou no raide efetuado pela sua companhia,
no dia 9 de março de 1918, contribuindo pelo seu esforço e ação para o completo
êxito daquela operação.
Família:
António Amaro casou com Maria Angelina, no
Posto do Registo Civil de São Vicente da Beira, em 1927, e tiveram três filhos:
1.
Germano
Amaro, que faleceu ainda jovem;
2.
António
Amaro, que também faleceu jovem;
3.
Arminda
Amaro, que casou com Fernando António, natural da Partida, e tiveram dois
filhos.
António Amaro viveu sempre no Violeiro,
onde trabalhou na agricultura e como serrador. Dizem que era uma pessoa muito
frágil, fisicamente, e “muito nervoso”
o que pode justificar-se pelo facto de ter sido ferido por gases durante a
guerra e todas as outras dificuldades por que terá passado em França.
Nunca conseguiu que lhe fosse atribuída
a pensão a que teria direito pela sua participação na guerra. A filha,
emigrante em França, já depois da sua morte ainda tentou junto do governo
francês que fosse atribuída à viúva alguma compensação, mas a resposta que
obteve foi que o governo português é que tinha obrigação de o fazer, porque
tinham para cá enviado muito dinheiro pela entrada de Portugal na guerra. As
diligências feitas em Lisboa também não foram mais bem sucedidas…
No dia 29 de setembro de 1966, como era
habitual naquele tempo, António Amaro deslocou-se, a pé, desde o Violeiro até à
Vila. Demorou a regressar a casa e, quando foram à procura dele, encontraram-no
caído, já sem vida, quase a chegar a São Vicente. Tinha acabado de fazer 72
anos.
(Pesquisa feita com a
colaboração de Emília Martins, esposa de um dos netos)
Maria Libânia Ferreira
Do livro "Os Combatentes de São Vicente da Beira na Grande Guerra"
À venda, em São Vicente, nos Correios e no Lar; em Castelo Branco, na Biblioteca Municipal.
O dinheiro da venda
dos livros em São Vicente reverte para a Santa Casa da Misericórdia.