O mundo não está muito para festas, mas andarmos todos tristes também não ajuda a melhorar nada. É bom voltarmos à normalidade nas nossas pequenas comunidades, e dela fazem parte também as festas e romarias.
Não será muito antiga a festa de Santa Bárbara aqui no Casal da Fraga, porque, como se sabe, a primitiva capela situava-se no Valouro, mesmo no limite entre São Vicente e o Sobral. Penso que não se sabe quando foi mandada construir (o José Teodoro não o refere no livro sobre o Concelho de São Vicente da Beira), mas seria bastante antiga e importante para as povoações à volta (o registo de óbito de Violante Antunes, no dia 4 de junho de 1728, diz que era ermitoa da capela de Santa Bárbara; outro registo de 27 de janeiro de 1744 diz também que faleceu Sebastiana Nunes, pobre, ermitoa da mesma capela).
Há quem se lembre de ouvir contar histórias sobre a maneira como, após a extinção do concelho, os da Vila trouxeram a imagem da Santa e conseguiram escondê-la dos do Sobral. Parece que ainda houve grandes zaragatas e os ressentimentos mantiveram-se por muitos anos. Depois trouxeram também as pedras de cantaria que foram utilizadas na construção da atual capela.
No Valouro já é difícil encontrar vestígios da antiga capela, mas, um pouco mais adiante, construíram um altar com a imagem da Santa, e, na segunda-feira a seguir à Páscoa, muita gente do Sobral junta-se lá para rezar e conviver.
O Casal da Fraga visto da Devesa
M. L. Ferreira