Faz parte da Constituição Francesa e Americana
já dos finais do séc. xviii, como um dos direitos do ser humano, a procura da
felicidade.
Antes como hoje, todos a procuramos e poucos a
encontram, porque a procuramos fora, quando ela está dentro de nós.
A felicidade exterior é como o horizonte por
cima do Ingarnal. Se nos dermos ao trabalho de lá subir, (um sítio maravilhoso,
que recomendo) verificamos que se desloca invariavelmente para a Serra do
Muradal, um bocado mais a baixo.
O meu pai contou-me que, quando era criança,
julgava que o mundo acabava ali (no horizonte) e que ficou deslumbrado quando,
ainda gaiato, foi ao Zêzere apanhar umas pedras para afiar o podão, os machados
e as facas. Ao atravessar a serrania, viu que outras serras lhe apareciam, umas
atrás das outras.
A vida é assim…uma tentativa constante de
ultrapassarmos o nosso Ingarnal, no sentido do Cabo das Tormentas, (para os
infelizes que não conhecem o Ingarnal), mas sempre na expectativa que se
converta para cada um de nós no Cabo da Boa Esperança.
F. B.
O Francisco Barroso tem a enorme capacidade de dizer tudo sobre determinado assunto, em poucas palavras.
Neste caso, foi sobre a felicidade. O texto acima foi enviado em forma de comentário à história da Libânia, mas eu passei-o para aqui, com medo que alguém o perdesse, o que seria uma pena, sobretudo para esse alguém.
A paisagem mostra o Ingarnal, aldeia e cume.
José Teodoro Prata
É verdade! Às vezes também fico
desconsertada pela forma simples, e aparentemente fácil, como o Francisco
define e fala das coisas mais complexas. Oxalá todos conseguíssemos viver a
vida assim!
Deixo esta fotografia de uma das
últimas luas cheias de 2015, como paga da do Ingarnal. É para todos, mas
principalmente para o Francisco, já que, penso, tem ao fundo a sua Serra. É o
meu presente de Natal!
M.
L. Ferreira