terça-feira, 16 de julho de 2013

Andorinhas


Ao cantinho da varanda, eu vi-as espreitar.
Esperavam a mãe e o pai, que estavam a chegar.

De olhinhos atentos e corações a palpitar.
Andorinhas pequeninas à espera do jantar.

Biquinhos bem abertos e manos a reclamar:
- Agora sou eu e tu estás no meu lugar.

A mãe vem aí e o pai vem a voar.
- Cresçam pequeninas, que também vos vou ensinar.

E em cada Primavera, vamos sempre regressar,
ao cantinho da varanda com os Amigos* a mimar.

*Amigos: Libânia e Luís
Luzita
05/07/2013

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Ainda os gafanhotos!

Depois de ter visto o teu artigo do blog sobre os gafanhotos, não poderia deixar passar sem te enviar um comentário sobre o assunto.
De facto a praga já não é tão intensa e já não se avistam tantos na S.ra da Orada mas na Serra ainda há muitos. Vou lá quase todos os dias aos nascentes [da Fonte da Fraga] e é impressionante a quantidade por tudo quanto é sítio, nos caminhos, nas giestas... Até faz impressão!


Dário Inês

sábado, 13 de julho de 2013

Cerejas


Ó cerejas.
Cerejas da minha terra.

Brilhando pelo sol,
Coradas pela serra.

Ó cerejas,
Cerejas…

Encantado mundo vosso.
Ávida boca minha,
olhar que não posso.

Luzita
09/08/2010

sexta-feira, 12 de julho de 2013

quarta-feira, 10 de julho de 2013

A dança das bruxas

Das muitas tabernas que existiram na nossa terra, já só resta a do Marcelino, no Casal da Fraga (hoje é da Amália, que a herdou do pai). Gosto de lá ir à tardinha ou à noite, principalmente agora no verão, porque é a hora em que param por lá bons contadores de histórias.
Quem contou esta foi a ti Trindade Marcelino que, diz, ainda se lembra do homem a quem aconteceu o seguinte:
Há muitos anos, se calhar mais de cem, havia um rapaz nos Pereiros que namorava uma rapariga das Rochas. Sempre que podia lá ia ele a pé, por montes e vales, até chegar à terra da namorada que ainda ficava a umas boas horas de caminho.
Uma vez, já a lua ia alta, ao chegar ao cimo da serra do Açor vê aproximarem-se uns pássaros pretos que traziam uma luz no bico. Poisaram todos num cruzamento que por ali havia e, ao tocarem no chão, transformaram-se em belas raparigas. A seguir chegou um pássaro ainda maior que se transformou num homem. As raparigas juntaram-se todas à volta dele, fizeram uma roda e puseram-se a dançar e, de vez em quando, chegavam-se ao meio e beijavam-no.
Ao fim dum bom bocado chega mais um pássaro que também se transformou em mulher e se juntou à roda, mas o homem, zangado, perguntou-lhe porque é que estava a chegar tão atrasada. Ela respondeu-lhe o seguinte:
“Quem tem filhos para dormir e homem para acalentar, da Sertã aqui não tem que tardar?”
E lá continuaram a dança até que, de repente, se transformaram de novo em pássaros e voaram cada um para seu lado.
O rapaz, que se tinha escondido atrás dumas giestas que por ali havia, assistiu a tudo com muito medo e bastante zangado, porque tinha reconhecido a namorada numa das raparigas. Apesar disso, resolveu continuar o caminho até às Rochas e tirar tudo a limpo. Quando lá chegou, a namorada já estava em casa. Ele contou-lhe o que tinha visto e quis que ela explicasse o significado daquela cena. A rapariga confessou que era bruxa e disse-lhe o seguinte:
“Agora que sabes a verdade, não és obrigado a casar comigo, mas ai de ti que, enquanto eu for viva, contes a alguém o que viste hoje! Se alguém souber, mato-te! Em paga do teu silêncio, vais receber todos os anos uma camisa e umas ceroulas de linho.”
O rapaz voltou para os Pereiros, arranjou nova namorada e passado pouco tempo estava casado. Todos os anos lhe aparecia em casa uma camisa e umas ceroulas e a mulher, desconfiada, fazia sempre a mesma pergunta:
“Ó homem, mas que diabo é que te manda todos os anos esta roupa tão fina?”
Ele respondia sempre o mesmo:
“Come e cala-te, mulher de Deus. Tu nem queiras saber…”
Foi assim durante muitos anos. Quando a encomenda deixou de chegar, o homem contou finalmente à mulher o que tinha visto naquela noite a caminho das Rochas e a história espalhou-se por toda a aldeia e arredores. Ainda hoje a contam…
O homem morreu de velho, cego, a caminhar com uma bengala pelas ruas.


M.L.Ferreira



José Teodoro Prata

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Ainda a biodiversidade da Gardunha






Libelilhas da Senhora da Orada e da Barragem do Pisco




Mosca(?) equilibrista

João Candeias

sábado, 6 de julho de 2013

Mais biodiversidade da Gardunha


Lembram-se da praga de gafanhotos não autótenes que tivemos na Gardunha, há uns tempos?
Há dois anos apareciam às centenas e estavam a tornar-se um problema sério para a agricultura.
Entretanto, no ano passado só vi um e este é também o único deste ano.
O inverno de 2012 (assim como a primavera) foi extremamente seco e isso deve ter levado à sua extinção.
Desapareceram como apareceram: de repente e de forma misteriosa!



Os melros já enchem o ninho.
Qualquer dia já ouço os seus pios rápidos nos arbustos do ribeiro.

José Teodoro Prata