quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Óbitos, 1806

ÓBITOS, 1806
Paróquia de Nossa Senhora da Assunção
São Vicente da Beira

- 1806: 42 nascimentos – 42 óbitos = 0 de saldo fisiológico. Na realidade, o saldo foi de +1, pois a n.º 20 foi contada como tendo falecido, mas não como tendo nascido, pois morreu antes de ser batizada (a Igreja registava o batismo e não o nascimento). Tal como no ano anterior, a morte levou muitos, sem olhar à idade.
- O Joze Duarte Galecho faleceu a 17-05 e a mulher dias depois (Pulqueria Maria, a 30-05). Este Galecho era irmão de Hipolito de Jesus, que deu o nome aos Hipólitos.

1
Nome: Maria (menor)
Família: filha de Antonio Fernandes Baranda e Jozefa Martins, da Partida
Data: 02/01/1806
Observações: batizada particularmente, por estar doente

2
Nome: Maria da Costa
Família: casada com Joze Mendes
Data: 04/01/1806

3
Nome: Joaõ da Costa Anjo (viúvo)
Família: de São Vicente da Beira
Data: 09/01/1806

4
Nome: Joaquim (menor)
Família: filho de Manoel Alves e de sua mulher Jozefa Leitoa, do Mourelo
Data: 10/01/1806

5
Nome: Caetano Duarte
Família: casado com Maria Bonifacia, de São Vicente da Beira
Data: 14/01/1806

6
Nome: Joze (menor)
Família: filho de Manoel Jacinto e Maria Martins, da Partida
Data: 15/01/1806

7
Nome: Maria Joana
Família: casada com Joaõ Joze Dias de Oliveira, de São Vicente da Beira
Data: 15/01/1806

8
Nome: Izabel Gonçalves
Família: casada com Joze Alves, do Violeiro
Data: 23/01/1806


9
Nome: Maria Lourença
Família: solteira, da Partida
Data: 29/01/1806

10
Nome: Manoel Rodrigues Marques
Família: de São Vicente da Beira
Data: 04/02/1806


11
Nome: Maria Jorge
Família: viúva de Domingos Ferreira, de São Vicente da Beira
Data: 14/02/1806

12
Nome: Maria Candeas
Família: casada com Teodozio Duarte, de São Vicente da Beira
Data: 18/02/1806

13
Nome: Miguel da Cruz
Família: casado com Izabel Barreiros, de São Vicente da Beira
Data: 09/03/1806

14
Nome: Joaquim (menor)
Família: filho de Francisco Fernandes e Izabel Venancia, da Partida
Data: 30/03/1806


15
Nome: Maria Roloa
Família: viúva de Martinho Mendes, de São Vicente da Beira
Data: 13/04/1806

16
Nome: Maria Vas
Família: mulher de Domingos Mateus, do Mourelo
Data: 25/04/1806

17
Nome: Joze Duarte Galecho
Família: de São Vicente da Beira
Data: 17/05/1806

18
Nome: Manoel Eustaquio
Família: de São Vicente da Beira, casado com Maria Gonçalves, de São Martinho (Silvares)
Data: 25/05/1806

19
Nome: Pulqueria Maria
Família: viúva de Joze Duarte Galecho, de São Vicente da Beira
Data: 30/05/1806

20
Nome: uma menina
Família: filha de Joze Antunes Amoreira e Maria Mendes, da Partida
Data: 01/06/1806
Observações: foi batizada por Maria Gonçalves, Bogas, em necessidade, e logo faleceu

21
Nome: Joana Rita
Família: solteira, filha de Manoel Leitaõ Canuto e Roza Maria, de São Vicente da Beira
Data: 20/06/1806

22
Nome: Joam de Couto
Família: casado com Maria do Carmo, de São Vicente da Beira
Data: 29/06/1806

23
Nome: Anna Martins
Família: casada com Manoel Afonço, do Tripeiro
Data: 01/07/1806

24
Nome: Manoel das Neves
Família: viúvo de Tereza Leitoa, dos Pereiros
Data: 02/07/1806

25
Nome: Manoel Gonçalves Santinho
Família: casado com Jozefa Bernarda, de São Vicente da Beira
Data: 11/07/1806
Observações: morreu de repente

26
Nome: Antonia (menor)
Família: filha de Vicente Henrriques e Antonia Maria, de São Vicente da Beira
Data: 18/07/1806

27
Nome: Aniceto (menor)
Família: filho de Manoel Leitam Bogas e Maria Gonçalves, da Partida
Data: 29/07/1806

28
Nome: Maria Fernandes
Família: casada com Manoel Francisco, do Casal da Serra
Data: 02/08/1806

29
Nome: Izabel Gonçalves
Família: viúva de Antonio Antunes, do Violeiro
Data: 01/09/1806

30
Nome: Anna (menor)
Família: filha de Domingos Rodrigues e Maria Francisca, da Partida
Data: 02/09/1806

31
Nome: Joze Paulo de Santa Tereza
Família: solteiro, de São Vicente da Beira
Data: 03/09/1806

32
Nome: Antonio Leitaõ
Família: casado com Maria Martins, dos Pereiros
Data: 10/09/1806

33
Nome: Francisco Joze
Família: do Casal da Serra
Data: 14/09/1806

34
Nome: Joaquina (menor)
Família: Joze Dias e Jozefa Nunes, da Partida
Data: 03/10/1806

35
Nome: Jacinta
Família: filha de Miguel Leitaõ e Maria Izabel, de São Vicente da Beira
Data: 22/10/1806

36
Nome: Brites Relvas
Família: solteira, de São Vicente da Beira
Data: 01/11/1806

37
Nome: Jozefa dos Santos
Família: solteira
Data: 09/11/1806

38
Nome: Joze (menor)
Família: filho de Joze Fernandes e Maria Pires, do Violeiro
Data: 12/11/1806

39
Nome: Antonio do Couto
Família: casado com Luiza Maria, de São Vicente da Beira
Data: 21/11/1806

40
Nome: Maria Pires
Família: casada com Joze Leitaõ (Paradanta), do Casal do Monte do Surdo (São Vicente da Beira)
Data: 27/11/1806

41
Nome: Joze Pereira
Família: casado com Brites Maria, de São Vicente da Beira
Data: 03/12/1806

42
Nome: Antonio (menor)
Família: filho de Francisco Alves e Maria Leitoa, da Partida
Data: 04/12/1806

José Teodoro Prata

terça-feira, 23 de setembro de 2014

sábado, 20 de setembro de 2014

Pequeno Lugar


"O Pequeno Lugar: É meia dúzia de casas, construídas d'humildade, algumas hortas, árvores dispersas, sol quando chove e quando não há chuva. Mas um dia qualquer, feita a diáspora, aí, missão cumprida, se regressa".
É assim que o poeta António Salvado descreve o projeto que apadrinha, o Pequeno Lugar, na aldeia de Partida, freguesia de São Vicente da Beira, no concelho de Castelo Branco.
Este Pequeno Lugar está instalado numa pequena casa de xisto, herdada dos avós por António Fernandes, um dos promotores do projeto e autor dos quadros das mantas de trapos que ali vão estar expostos, bem como das esculturas que estão a ser instaladas na Ribeira da Infância, um espaço junto à ponte da Ribeirinha, na Partida, que está a transformar-se em parque natural.

José Teodoro Prata, 
do jornal Reconquista online, de 19-09-2014
A Ribeirinha. São visíveis duas esculturas.
Foto da Libânia

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Casamentos, 1806

CASAMENTOS, 1806
Paróquia de Nossa Senhora da Assunção
São Vicente da Beira

- Nestes primeiros anos do século XIX, a maioria dos jovens só recebia um apelido, e não dois como atualmente, podendo ser o do pai ou o da mãe. Não se consegue perceber qual a regra, mas talvez fosse a do prestígio social da família (mesmo entre os pobres e remediados, que era quase toda a gente). Exemplos: a noiva do casamento n.º 1 adotou o apelido da mãe, tal como os dois noivos do n.º 2, enquanto os noivos do n.º 3 e do n.º 4 adotaram o apelido do pai. Às vezes parece que os rapazes tomavam o apelido paterno e as raparigas o materno, mas isso também nem sempre acontece.
- Vivera (não sei se ainda era vivo), no Casal do Monte do Surdo (parte noroeste do Casal da Fraga), o Joze Leitaõ Paradanta, na segunda metade do século XVIII. Este Manoel Rodrigues Paradanta (casamento n.º 4) não seria seu familiar, antes seriam ambos originários da Paradanta. Mas isto é apenas uma hipótese: o apelido Paradanta podia ser já antigo e eles serem familiares, embora um tenha apelido Leitão e o outro Rodrigues.
- Será que a família Roque Lino vem do casamento n.º 12? O Manoel Roque, do Tripeiro, casou com a filha de um casal que uniu duas famílias do povo, mas com posses: os Ferreira e os Mesquita, ambas a viver na Rua Velha. 
- Os noivos do casamento n.º 7 foram os pais de José Ribeiro Robles, o qual teve Mariana Augusta Ribeiro Robles, a mãe de Felisberto Manuel Teles Jordão Robles Monteiro (hoje, o Diário de Notícias online traz notícia do incêndio do Teatro Nacional D. Maria II, sede da Companhia Rey Colaço/Robles Monteiro e onde tinham atuado horas antes).

1
Noivos: Joze Luis, viúvo, do Mourelo, com Maria Fernandes, solteira, filha de Manoel Pereira e Joana Fernandes, do Violeiro
Data: 08/01/1806
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Francisco Ferreira
Pároco: O Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

2
Noivos: Antonio Joze Oliveira, solteiro, filho de Joze Francisco e Francisca de Oliveira, de Almaceda, com Joaquina Dias Leitoa, solteira, filha de Teodoro Dias e Izabel Leitoa, da Partida
Data: 08/01/1806
Testemunhas: Padres Joze Barata e Joaõ Ribeiro, de São Vicente da Beira
Pároco: O Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

3
Noivos: Antonio Martins, solteiro, da Enxabarda, filho de Martinho Rodrigues e Maria Domingues, com Joaquina Figueira, filha de Marceliano Martins e Martinha Figueira, dos Pereiros
Data: 26/02/1806
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Manoel Barata, de São Vicente da Beira
Pároco: O Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves
Observações: Os noivos só receberam as bênçãos no dia 16 de abril

4
Noivos: Joaõ Joze, solteiro, filho de Joaquim Joze e Maria da Conceiçaõ, de São Vicente da Beira, com Maria Jozefa, solteira, filha de Manoel Rodrigues Paradanta e Jozefa Freire, da Partida
Data: 16/04/1806
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Domingos Gomes, de São Vicente da Beira
Pároco: O Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

5
Noivos: Manoel Francisco Bras, solteiro, filho de Francisco Bras e Maria Fernandes, da Enxabarda, com Rita Maria, solteira, filha de Joaõ Antunes e Maria Mendes, dos Pereiros
Data: 11/06/1806
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Manoel Rodrigues Castanheira, de São Vicente da Beira
Pároco: O Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

6
Noivos: Antonio da Costa, viúvo de Antonia Maria, e Maria Rita, solteira, filha de Joaquim Rodrigues e Rita Maria, de São Vicente da Beira
Data: 15/06/1806
Testemunhas: Padres Joze Barata e Joaquim Marques, de São Vicente da Beira
Pároco: O Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

7
Noivos: Bernardo Antonio Robles, solteiro, da Covilhã, filho de Joaõ Antonio Robles e Belchiora Gomes, com Antonia Raimunda Ribeira, filha de Joze Custodio Ribeiro e Maria Hipolita Cassiana, de São Vicente da Beira
Data: 15/06/1806
Testemunhas: Padres Joze Barata e Joaõ Ribeiro
Pároco: O Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

8
Noivos: Joaquim Leitaõ, solteiro, filho de Manoel Mendes e Izabel Leitoa, da Paradanta, com Anna Joaquina da Conceiçaõ, filha de Joaõ da Costa e Antonia Maria da Conceiçaõ, de São Vicente da Beira
Data: 27/08/1806
Testemunhas: Padres Joze Barata e Joze Fernandes, de São Vicente da Beira
Pároco: O Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

9
Noivos: Joze Leitaõ, viúvo de Maria Antonia, de São Vicente da Beira, com Ana do Nascimento, filha de Estaquio Antunes e Izabel Leitoa, do Louriçal do Campo
Data: 03/09/1806
Testemunhas: Pe. Joze Barata e Joaõ de Oliveira, de São Vicente da Beira
Pároco: O Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves

10
Noivos: Manoel Martins, solteiro, filho de Domingos Martins e Inocencia Leitoa, das Rochas, freguesia de Almaceda, com Ana Leitoa, solteira, filha de Joze Freire e Joana Leitoa, da Partida
Data: 03/09/1806
Testemunhas: Padres Joze Barata e Joze Fernandes, de São Vicente da Beira
Pároco: O Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves
Observações: o registo não indica de qual das Rochas, de Cima ou de Baixo, era a noiva natural

11
Noivos: Manoel de Barros, viúvo de Jozefa Teadora, natural de Espinhal, Penela, mas residente em São Vicente da Beira, com Vicencia Antunes, solteira, filha de Estaquio Antunes e Izabel Leitoa, do Louriçal do Campo
Data: 13/10/1806
Testemunhas: Padres Joze Barata e Joze Fernandes, de São Vicente da Beira
Pároco: O Vigário Francisco Marques Goulaõ

12
Noivos: Manoel Roque, solteiro, filho de Manoel Roque e Jozefa Francisca, do Tripeiro, com Joana Ferreira Mesquita, solteira, filha de Francisco Ferreira e Maria Mesquita, de São Vicente da Beira
Data: 04/12/1806
Testemunhas: Padres Francisco Joze de Mesquita e Joze Barata
Pároco: O Cura Domingos Joze Marques Goulaõ Esteves
Observações: Os noivos só receberam as bênçãos, no dia 28 de janeiro de 1807

José Teodoro Prata

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Comentando os comentários

A propósito da publicação "Toques de sinos", de 10 de setembro, recebi este comentário do Tó Sabino que passei para aqui, devido à sua extensão. Seria bom ler (ou reler) o artigo em causa, para perceber melhor o texto que abaixo se apresenta.

Fiquei triste e revoltado ao encontrar aqui no teu blogue tantas considerações, comentários e classificações depreciativas sobre as atividades do GEGA (de cuja equipa faço parte como é do conhecimento de todos), mas mais concretamente os comentários relativos à recuperação dos toques dos sinos. Mais me entristece a realidade de não teres disponibilidade para escrever uma linha que seja para dar conhecimento das atividades antes de sucederem, e depois surjam estes comentários, pouco diretos e concisos, mas sempre a depreciar o que o GEGA faz. Não espero que todos apreciem, apoiem e colaborem. Estás no teu direito de não gostar ou não dar valor mas que o faças com VERDADE.

Fiquei seriamente surpreendido com o que escreveste no teu blogue, até porque o Pedro Gama Inácio nada tinha comentado no decorrer dos vários meses que trabalhámos em conjunto no projeto dos sinos do GEGA. Mas, para não faltar à verdade, decidi esclarecer o que aqui escreves-te. Mais surpreendido fiquei quando ele me confirmou categoricamente que não é verdade que te tenha falado em 2013 sobre o projeto dos sinos. Porque o disseste e com que propósito? Com que finalidade José Teodoro? Palavra que não compreendo. Foi o GEGA que começou com o projeto no início de 2014 e o Pedro Gama Inácio quando teve conhecimento, ofereceu a sua ajuda como já o fez em muitos outros projetos, o que aceitámos de imediato, porque este projeto foi para envolver o maior número de vicentinos e a prova disso foi o culminar da iniciativa no dia 23 de Agosto passado.
Falas dos sinos das Aldeias Históricas de Portugal (mas deves referir que é a AHP). Muito estranho que a AHP em 2013 tenha tido a ideia deste projeto, porque em Junho deste ano de 2014, quando numa reunião eu disse estar a trabalhar nos sinos, a presidente da AHP afirmou que era um projeto interessante e posteriormente até se ofereceu para colaborar connosco. Portanto muito estranho escreveres agora a desvalorizar o papel do GEGA como pioneiro nesta atividade. Sobre o "jovem investigador", só tenho a dizer que no panfleto que apresentou em Julho de 2014 existem vários erros e imprecisões, como por exemplo a cópia das inscrições em latim. Atribuiu uma inscrição a um dos sinos que não está lá. Todas as três transcrições estão com erros. Nem copiar corretamente o fez. E na palestra que deu na Igreja Matriz, também houve algumas imprecisões. Ou será que lhe passaram a informação errada? E quem o fez? Mas é normal acontecerem estas coisas quando são feitas à pressa e em cima do joelho. A vontade de se sobreporem ao GEGA nesta atividade e em tão pouco tempo foi tal que depois, dá nisto. Adultera-se a história e maltratam-se os monumentos.
Qual a razão por que te custa aceitar que foi o GEGA o promotor desta iniciativa? Felizmente a atividade teve uma enorme adesão e cooperação de muitos vicentinos e suscitou o interesse da comunicação que, ao contrário do que dizes, não fez propaganda, fez uma reportagem jornalística. A diferença é simples: a propaganda é paga, a reportagem não. São coisas completamente diferentes. Já que tanto falas da AHP, quando vieram cá com um grupo de Lisboetas em Julho passado, aí é que foi feita propaganda. A AHP pagou à Beira Baixa TV para realizarem o vídeo que está na internet. O Gega nunca pagou para que o seu trabalho fosse divulgado o que também demonstra que as atividades têm o respeito e a divulgação que merecem, como o demonstrou a RTP que por várias vezes já esteve no GEGA. Isto para não falar dos jornais regionais e nacionais que divulgaram os Toques dos Sinos do GEGA.

Sobre a Adraces, acho que te deves informar melhor sobre o que aqui divulgas. Claro que este espaço é teu e nada tenho que me imiscuir mas, se refletires, verás que será melhor ter a certeza do que divulgas sobre a nossa vila.

Não me movem protagonismos. Não costumo subir a palcos. Mas, é verdade que tenho orgulho na equipa do GEGA que lidero neste momento. Orgulho do trabalho feito e não vão ser palavras como as que aqui escreveste que retiram o mérito ao Gega e aos seus projetos. E por sinal até temos muitos, todos eles para concretizar conforme for possível. O senhor M. L. Ferreira (que não conheço) fala em sonhadores. Eu sou um deles. E o meu maior e grande sonho é alterar a velha frase que sempre é dita quando estas questões se levantam. Em vez de "São Vicente, boa terra, má gente" sonho que um dia será "São Vicente, boa terra, MELHOR gente. Mas isto depende de todos nós.
Dizes num teu comentário que o nosso trabalho é de “faz de conta”. Porquê? Desprezas assim uma equipa que trabalha voluntária mas seriamente, com prejuízos pessoais e muitas vezes a suas expensas? Não tens de gostar do nosso trabalho mas escreveres aqui publicamente estas apreciações e classificações é, efetivamente, incompreensível porque não correspondem à verdade.
Naturalmente que existem correções a efetuar, nos toques dos sinos e noutros projetos. Mas este é um trabalho que nunca está acabado e quando surge a possibilidade de melhorar estamos sempre disponíveis para o fazer. Assim nos queiram ajudar a melhorar. A continuidade dos toques dos sinos já está a decorrer, talvez não tenhas dado por isso até porque creio que não vives aqui a maior parte do tempo. Além do Pedro, que é uma das pessoas que toca os sinos, há outras pessoas que sabem os toques e há jovens interessados em aprender. Nas festas de Agosto já se ouviram os toques antigos. Por isso tenho razões para acreditar que isto não é só “folclore” para usar a tua expressão depreciativa. Mas sabes José Teodoro, antes ser apenas “folclore” do que arruinar o que existe de bonito na nossa vila em nome de projetos com grande nome mas que, afinal, a marca que deixam aos vicentinos é a cola no granito dos nossos monumentos. E se o toque dos sinos não se ouvir muitas vezes ao menos temos o orgulho de deixar um documentário sobre o assunto e uma noite de festa nas memórias dos vicentinos e de quem assistiu. É mais do que cola, muito mais do que cola José Teodoro!
Continua com o teu trabalho que vejo sempre e que aplaudo mesmo quando há algo de que menos gosto e que acho menos preciso sob o ponto de vista histórico, e, se puderes e desejares, não desvalorizes o trabalho de outros, como eu não faço com o teu.
A nossa terra precisava de mudança e alguma já a conquistou, agora é preciso que esta mudança continue, sempre para melhor. Agora que os tempos já são outros, que o "muro" já caiu, as pessoas começam a perder o medo de trabalhar connosco. Temos que afastar todos estes fantasmas e trabalharmos todos em união pela nossa terra. Isto sim, é o que interessa. Tudo o resto é "folclore".
António José da Conceição (Tó Sabino)




Tó Sabino:
Devido à extensão dos teus comentários, sendo um a continuação do outro, tomei a liberdade de os juntar e os publicar neste formato. Embora algumas partes do teu texto saiam um pouco do que se pretende neste blogue (a começar pelo caráter pessoal de algumas partes do teu comentário e da minha resposta), acho útil publicá-lo, a fim de esclarecer alguns aspetos. Não ambiciono que me compreendas, pois temos maneiras diferentes de ler a realidade e de estar na vida.

- Não podes negar o direito de outros terem opiniões diferentes das tuas. Tu próprio afirmas que o trabalho continua em aperfeiçoamento. E não falo por mim, pois não percebo nada de toques de sinos.
- Nunca o GEGA me enviou qualquer notícia ou cartaz para publicação, como frequentemente fazem outras entidades. Da vossa iniciativa num domingo ao fim de tarde, só tive notícia pela comunicação social.
- Se o projeto é do Pedro Inácio Gama, do GEGA ou de cada um dos investigadores? Cada um tem o seu. Não considero que os projetos dos investigadores tenham alguma ligação com o projeto do GEGA e sim, o Pedro já sonhava restaurar os toques antigos. Depois de eu ter assistido à palestra em C. Branco, comentei-a com ele, que penso não estivera presente, e ele disse-me que queria aprender a tocar os sinos como antigamente. Que não se lembre, é natural, pois foi uma conversa banal de um minuto, há mais de um ano! Penso que o que te incomodou foi ter falado na notícia de outras coisas em vez de falar só no projeto do GEGA. Mas, queiras ou não, o projeto do GEGA surge num contexto, passado e futuro, e foi nesse contexto que eu procurei inserir o projeto do GEGA, mesmo sendo totalmente autónomo.
- Quanto ao livro dos sinos da região, a publicar brevemente, foi o seu autor, o Tom, que me informou que estava a trabalhar com/para a ADRACES.
- Não acredito que não tenhas percebido o meu comentário em que apelava a que se passasse do toque em “sessões de nostalgia” para os toques antigos dos sinos em situações reais: missas, procissões, funerais, batizados… Aliás, tu próprio me informas que já o fizeram nas Festas de Verão. O que é uma excelente notícia.

O assunto fica encerrado. Como sabes, não partilho contigo o gosto pela polémica e por isso não o faço neste blogue. Há outros fóruns onde isso pode ser feito e não é enriquecedor que seja tudo igual.

José Teodoro Prata