Fiquei triste e revoltado ao
encontrar aqui no teu blogue tantas considerações, comentários e classificações
depreciativas sobre as atividades do GEGA (de cuja equipa faço parte como é do
conhecimento de todos), mas mais concretamente os comentários relativos à
recuperação dos toques dos sinos. Mais me entristece a realidade de não teres
disponibilidade para escrever uma linha que seja para dar conhecimento das atividades
antes de sucederem, e depois surjam estes comentários, pouco diretos e concisos,
mas sempre a depreciar o que o GEGA faz. Não espero que todos apreciem, apoiem
e colaborem. Estás no teu direito de não gostar ou não dar valor mas que o
faças com VERDADE.
Fiquei seriamente
surpreendido com o que escreveste no teu blogue, até porque o Pedro Gama Inácio
nada tinha comentado no decorrer dos vários meses que trabalhámos em conjunto
no projeto dos sinos do GEGA. Mas, para não faltar à verdade, decidi esclarecer
o que aqui escreves-te. Mais surpreendido fiquei quando ele me confirmou
categoricamente que não é verdade que te tenha falado em 2013 sobre o projeto
dos sinos. Porque o disseste e com que propósito? Com que finalidade José
Teodoro? Palavra que não compreendo. Foi o GEGA que começou com o projeto no
início de 2014 e o Pedro Gama Inácio quando teve conhecimento, ofereceu a sua
ajuda como já o fez em muitos outros projetos, o que aceitámos de imediato,
porque este projeto foi para envolver o maior número de vicentinos e a prova
disso foi o culminar da iniciativa no dia 23 de Agosto passado.
Falas dos sinos das Aldeias
Históricas de Portugal (mas deves referir que é a AHP). Muito estranho que a
AHP em 2013 tenha tido a ideia deste projeto, porque em Junho deste ano de
2014, quando numa reunião eu disse estar a trabalhar nos sinos, a presidente da
AHP afirmou que era um projeto interessante e posteriormente até se ofereceu
para colaborar connosco. Portanto muito estranho escreveres agora a desvalorizar
o papel do GEGA como pioneiro nesta atividade. Sobre o "jovem
investigador", só tenho a dizer que no panfleto que apresentou em Julho de
2014 existem vários erros e imprecisões, como por exemplo a cópia das
inscrições em latim. Atribuiu uma inscrição a um dos sinos que não está lá.
Todas as três transcrições estão com erros. Nem copiar corretamente o fez. E na
palestra que deu na Igreja Matriz, também houve algumas imprecisões. Ou será
que lhe passaram a informação errada? E quem o fez? Mas é normal acontecerem
estas coisas quando são feitas à pressa e em cima do joelho. A vontade de se
sobreporem ao GEGA nesta atividade e em tão pouco tempo foi tal que depois, dá
nisto. Adultera-se a história e maltratam-se os monumentos.
Qual a razão por que te
custa aceitar que foi o GEGA o promotor desta iniciativa? Felizmente a
atividade teve uma enorme adesão e cooperação de muitos vicentinos e suscitou o
interesse da comunicação que, ao contrário do que dizes, não fez propaganda,
fez uma reportagem jornalística. A diferença é simples: a propaganda é paga, a
reportagem não. São coisas completamente diferentes. Já que tanto falas da AHP,
quando vieram cá com um grupo de Lisboetas em Julho passado, aí é que foi feita
propaganda. A AHP pagou à Beira Baixa TV para realizarem o vídeo que está na
internet. O Gega nunca pagou para que o seu trabalho fosse divulgado o que
também demonstra que as atividades têm o respeito e a divulgação que merecem,
como o demonstrou a RTP que por várias vezes já esteve no GEGA. Isto para não
falar dos jornais regionais e nacionais que divulgaram os Toques dos Sinos do
GEGA.
Sobre a Adraces, acho que te
deves informar melhor sobre o que aqui divulgas. Claro que este espaço é teu e
nada tenho que me imiscuir mas, se refletires, verás que será melhor ter a
certeza do que divulgas sobre a nossa vila.
Não me movem protagonismos.
Não costumo subir a palcos. Mas, é verdade que tenho orgulho na equipa do GEGA
que lidero neste momento. Orgulho do trabalho feito e não vão ser palavras como
as que aqui escreveste que retiram o mérito ao Gega e aos seus projetos. E por
sinal até temos muitos, todos eles para concretizar conforme for possível. O
senhor M. L. Ferreira (que não conheço) fala em sonhadores. Eu sou um deles. E
o meu maior e grande sonho é alterar a velha frase que sempre é dita quando
estas questões se levantam. Em vez de "São Vicente, boa terra, má
gente" sonho que um dia será "São Vicente, boa terra, MELHOR gente.
Mas isto depende de todos nós.
Dizes num teu comentário que o nosso trabalho é de “faz de conta”. Porquê? Desprezas assim uma equipa que trabalha voluntária mas seriamente, com prejuízos pessoais e muitas vezes a suas expensas? Não tens de gostar do nosso trabalho mas escreveres aqui publicamente estas apreciações e classificações é, efetivamente, incompreensível porque não correspondem à verdade.
Dizes num teu comentário que o nosso trabalho é de “faz de conta”. Porquê? Desprezas assim uma equipa que trabalha voluntária mas seriamente, com prejuízos pessoais e muitas vezes a suas expensas? Não tens de gostar do nosso trabalho mas escreveres aqui publicamente estas apreciações e classificações é, efetivamente, incompreensível porque não correspondem à verdade.
Naturalmente que existem
correções a efetuar, nos toques dos sinos e noutros projetos. Mas este é um
trabalho que nunca está acabado e quando surge a possibilidade de melhorar estamos
sempre disponíveis para o fazer. Assim nos queiram ajudar a melhorar. A
continuidade dos toques dos sinos já está a decorrer, talvez não tenhas dado
por isso até porque creio que não vives aqui a maior parte do tempo. Além do
Pedro, que é uma das pessoas que toca os sinos, há outras pessoas que sabem os
toques e há jovens interessados em aprender. Nas festas de Agosto já se ouviram
os toques antigos. Por isso tenho razões para acreditar que isto não é só “folclore”
para usar a tua expressão depreciativa. Mas sabes José Teodoro, antes ser
apenas “folclore” do que arruinar o que existe de bonito na nossa vila em nome
de projetos com grande nome mas que, afinal, a marca que deixam aos vicentinos
é a cola no granito dos nossos monumentos. E se o toque dos sinos não se ouvir
muitas vezes ao menos temos o orgulho de deixar um documentário sobre o assunto
e uma noite de festa nas memórias dos vicentinos e de quem assistiu. É mais do
que cola, muito mais do que cola José Teodoro!
Continua com o teu trabalho
que vejo sempre e que aplaudo mesmo quando há algo de que menos gosto e que
acho menos preciso sob o ponto de vista histórico, e, se puderes e desejares,
não desvalorizes o trabalho de outros, como eu não faço com o teu.
A nossa terra precisava de
mudança e alguma já a conquistou, agora é preciso que esta mudança continue,
sempre para melhor. Agora que os tempos já são outros, que o "muro"
já caiu, as pessoas começam a perder o medo de trabalhar connosco. Temos que
afastar todos estes fantasmas e trabalharmos todos em união pela nossa terra.
Isto sim, é o que interessa. Tudo o resto é "folclore".
António José da Conceição (Tó Sabino)
Tó Sabino:
Devido à
extensão dos teus comentários, sendo um a continuação do outro, tomei a
liberdade de os juntar e os publicar neste formato. Embora algumas partes do
teu texto saiam um pouco do que se pretende neste blogue (a começar pelo
caráter pessoal de algumas partes do teu comentário e da minha resposta), acho útil publicá-lo, a
fim de esclarecer alguns aspetos. Não ambiciono que me compreendas, pois temos
maneiras diferentes de ler a realidade e de estar na vida.
- Não podes
negar o direito de outros terem opiniões diferentes das tuas. Tu próprio
afirmas que o trabalho continua em aperfeiçoamento. E não falo por mim, pois
não percebo nada de toques de sinos.
- Nunca o
GEGA me enviou qualquer notícia ou cartaz para publicação, como frequentemente
fazem outras entidades. Da vossa iniciativa num domingo ao fim de tarde, só
tive notícia pela comunicação social.
- Se o
projeto é do Pedro Inácio Gama, do GEGA ou de cada um dos investigadores? Cada
um tem o seu. Não considero que os projetos dos investigadores tenham alguma
ligação com o projeto do GEGA e sim, o Pedro já sonhava restaurar os toques
antigos. Depois de eu ter assistido à palestra em C. Branco, comentei-a com ele,
que penso não estivera presente, e ele disse-me que queria aprender a tocar os
sinos como antigamente. Que não se lembre, é natural, pois foi uma conversa
banal de um minuto, há mais de um ano! Penso que o que te incomodou foi ter
falado na notícia de outras coisas em vez de falar só no projeto do GEGA. Mas,
queiras ou não, o projeto do GEGA surge num contexto, passado e futuro, e foi
nesse contexto que eu procurei inserir o projeto do GEGA, mesmo sendo
totalmente autónomo.
- Quanto ao
livro dos sinos da região, a publicar brevemente, foi o seu autor, o Tom, que
me informou que estava a trabalhar com/para a ADRACES.
- Não
acredito que não tenhas percebido o meu comentário em que apelava a que se
passasse do toque em “sessões de nostalgia” para os toques antigos dos sinos em
situações reais: missas, procissões, funerais, batizados… Aliás, tu próprio me
informas que já o fizeram nas Festas de Verão. O que é uma excelente notícia.
José Teodoro
Prata
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