'Dos Enxidros' já tem, então, 6 anos! Como diria o outro, 6 anos é muito tempo! Mas só o conheço há cerca de 3! Foi quando o Chico Barroso me falou dele!
Aqui temos partilhado muitas vivências, o que é muito bom! Uma das virtudes do homem é ter a capacidade (e a necessidade) de partilhar com o seu semelhante os momentos melhores ou piores da sua vida. Uma caraterística dos animais gregários.
Durante este tempo, já muitos textos e histórias aqui foram publicados. É uma pena, volto a dizê-lo, que não haja mais colaboração. Pois, como é evidente, um texto está na primeira página entre 2 a 3 dias. E isso obriga a uma constante procura de fontes e disponibilidade para a escrita que a nossa vida nem sempre permite.
Há muita gente que me diz que lê o que aqui se escreve e mostra, mas não colabora, nem faz comentários. Simplesmente porque dizem não ter jeito ou não quererem! O que é uma pena, porque fica a ideia de que tudo isto se passa entre O Zé Teodoro, a Libânia, o Ernesto Hipólito, O Zé Manuel dos Santos, o Chico Barroso, eu próprio, e mais alguns/algumas colaboradores esporádicos. E isto, creio, não é a verdade do blogue que tem, de certeza, uma muito maior plateia de leitores e visitantes! Resumindo, a minha angústia é não termos um maior feedback do que aqui publicamos. E sei que há muita gente com capacidade que poderia colaborar! Vamos a isso!
Até para
facilitar a vida ao Zé Teodoro!
Um bom ano de
2015 para todos, com muita saúde!
ZB
Não podemos deixar passar em branco
o comentário que o Zé Barroso fez, já este ano, no 6.º aniversário de “Dos
Enxidros“, sobre o blogue em si.
Com uma grande clarividência, o Zé
analisa e vai ao fundo de vários pequenos problemas que, de facto temos vindo a
notar ao longo deste tempo. No fundo, não são problemas; diria antes que são
receios, falta de curiosidade, preguiça ou falta de iniciativa.
Não têm conta as vezes que eu
insisto com amigos e conhecidos para visitarem este blogue. Os resultados não
têm sido os desejados. Por outro lado já aconteceu muitas vezes eu estar a
contar qualquer situação acontecida em S. Vicente e perguntarem-me:
- Como é que sabes isso?
- Onde é que viste isso?
É então que eu lhes respondo:
- Quantas vezes é que é
preciso eu dizer-vos para verem “Dos Enxidros”?
Vejo a facilidade com que a nossa
gente interage no “Facebook” e noutras redes sociais a todo o momento. Não
sendo bem a mesma coisa, porque não interagir um pouco num blogue que é
nosso?
Vendo sempre os mesmos a colaborar
pode induzir alguém no erro de que o blogue é elitista. Pelo contrário, as
pessoas que escrevem aqui desejam que todos os Vicentinos e amantes da nossa
terra venham aqui expor as suas ideias, fazer os seus desabafos ou contar as
suas histórias. E que histórias maravilhosas haverá por aí escondidas!
Este blogue é de todos e ao escrever
ou comentar nele estamos a escrever a história de S. Vicente da Beira. Vai
ficar gravado.
E. H.
Caros colaboradores e leitores do
blogue:
O comentário do Zé Barroso foi
publicado no dia 1 de janeiro, em "6.º Aniversário”. O Ernesto escreveu logo de
seguida, mas entretanto faleceu a Ti Rosa e achei por bem dar um tempo à dor.
Mas não muito, pois temos de evitar o seu colo enganadoramente acolhedor.
Como se verifica, o nosso blogue
vive uma crise de crescimento. É assim como um adolescente inquieto por grandes
voos, mas que não sabe muito bem como, nem para onde.
Deixo-vos a minha opinião sobre o
assunto.
O blogue tem um problema cuja solução é complexa: nenhum dos colaboradores mais assíduos tem os conhecimentos informáticos necessários para dar o salto qualitativo que o nosso crescimento impõe. Quando e se aparecer, esse alguém poderá assumir a administração do blogue, criando valências que nos aproximem mais dos vicentinos. Até lá, não estando na situação ideal, acho que estamos bem. Foi com esta tranquilidade que partimos do zero e chegámos até aqui. Visitei o blogue do autor da última mensagem da publicação anterior e claro que gostei. É um blogue bem estruturado, com coisas que não temos. Mas nós também temos coisas que eles desejariam!
Quanto ao número de leitores do blogue, ele é visto diariamente por cerca de 100 pessoas, uns dias algumas dezenas a mais e outros a menos. No mês de dezembro, teve uma média de 102 visualizações por dia. Sem grande rigor, diria que o blogue tem cerca de 100 vicentinos, espalhados por todo o mundo, que o visitam pelo menos uma vez por semana. As restantes são de visitantes ocasionais e talvez informáticos (sobretudo da China, Rússia e Estados Unidos), que processam toda a informação existente na internet para depois a disponibilizarem em sítios específicos.
Já houve tempo em que me preocupava em não ser elitista, mas presentemente essa questão não existe sequer para mim. Cada um faz o que pode e sabe. Como comunidade, damos uns aos outros o que melhor sabemos fazer. Sei que não é bem isso que o Zé Barroso quer dizer e confesso que aprendi com o texto e os comentários sobre a publicação “Já saudade”. Eu resistira sempre em comentar a partida de alguém, com o argumento de que escrevia sobre todos ou sobre nenhum. Mas afinal o blogue ficou mais humano, mais próximo das pessoas e sei que é isso que o Zé e o Ernesto querem dizer.
A participação muito intensa da nossa comunidade traz perigos que não podemos escamotear. Todos conhecemos a história do jornal “Vicentino”. Apesar da divisão artificial que o Pe. Branco criara na nossa comunidade com uma reedição fora de tempo do seu “Pelourinho”, o “Vicentino” resistiu e só morreu quando a sua edição passou de Lisboa para São Vicente. Acabou, quando procurava ultrapassar a sua crise de crescimento, numa tentativa de se democratizar. Por outro lado, a nossa comunidade, como o nosso país, está cheia de treinadores de bancada. Fala-se demasiado e faz-se menos do que o necessário. Queremos sujeitar o blogue a uma avalanche de comentários que nos aproximam das pessoas, mas que nos envolvem em polémicas pessoais e de instituições? Temos disposição para aturar comentários depreciativos, sobre o nosso trabalho, mas sobretudo as nossas pessoas e até sobre os nossos familiares já falecidos, como foi o caso de um comentário que denegria o pai do autor de um texto e que me recusei a publicar? Apesar do nosso grande otimismo na raça humana, escrevem-se coisas na internet que nos fazem duvidar e a nossa comunidade é igualmente capaz do melhor e do pior, como aliás o provam alguns acontecimentos do último meio ano. No fundo, a questão central é o tão atual dilema sobre os limites da liberdade individual: a minha liberdade acaba onde começa a liberdade do outro ou não tem limites?
Embora concordando com tudo o que escreveram o Zé Barroso e o Ernesto, estes são os meus receios sobre o nosso futuro e a forma como o vamos construir. Mas estou otimista, ao contrário do que possa parecer pelo conteúdo do último ponto. Penso que, quando tivermos a solução informática, então acharemos um caminho seguro.
José Teodoro Prata