José Teodoro Prata
Enxidros era a antiga designação do espaço baldio da encosta da Gardunha acima da vila de São Vicente da Beira. A viver aqui ou lá longe, todos continuamos presos a este chão pelo cordão umbilical. Dos Enxidros é um espaço de divulgação das coisas da nossa freguesia. Visitem-nos e enviem a vossa colaboração para teodoroprata@gmail.com
terça-feira, 24 de abril de 2018
segunda-feira, 23 de abril de 2018
Dia do livro
Livro
Um
livro é um amigo
Também
pode ser um inimigo
Para
se saber
Tem
de ser lido.
Depois
podemos escolher
O
livro que queremos ler
Tens
que me ler
Para
saberes meu conteúdo
Podes
ser um sortudo
Só
assim me ficarás a conhecer
O
livro é saber
É
sonho, ilusão
Nele
encontrarás a solução
É
só abrir e ler
O
livro é sonho é paixão
O
livro é ensinamento
Podemos
abri-lo em qualquer momento
Em
casa, na horta ou na prisão
O
livro é companhia
O
livro é um tesouro
o livro é sabedoria
Guarda-o
para o vindouro
Quem
o possui tem saber
Cuida
dele religiosamente
Seja
labrego ou lente
Estuda,
lê, investiga até morrer
O
livro é um companheiro
De
viagem ou solidão
Nunca
é refilão
O
livro é um bom parceiro
O
livro abre horizontes
Quem
o lê, naturalmente
O
livro nunca mente
Com
ele, viajas por vales e montes
O
livro dá-nos sabedoria
Transmite-nos
ensinamentos
Na
escola ou noutros momentos
É
um companheiro todo o dia
Zé da Villa
quinta-feira, 19 de abril de 2018
terça-feira, 17 de abril de 2018
À marouva
As
colheitas há muito tinham sido realizadas, nova safra, novas culturas. Os alqueives
estavam a ser arados para receberem as sementes de centeio. Nas terras úberes, lavradores
semeavam trigais.
Regatos,
ribeiros e ribeiras eram desviados para os lameiros, inundando-os para a erva
crescer.
As
únicas frutas que existiam eram os citrinos, nem toda a gente possuía
laranjeiras, tangerineiras… os mais abastados tinham nas suas terras pequenos
pomares, assim como diospireiros, nogueiras, romãzeiras, privilégio de alguns. Daí
o rifão: de manhã são ouro, ao meio-dia prata e à noite mata.
Nunca
cheguei a compreender, pobre camponês não as plantava!?
Ainda
se viam aqui e acolá laranjeiras e tangerineiras; diospireiros, nogueiras, romãzeiras…
rareavam nas casas dos pequenos proprietários.
Caçadores
percorriam montes e vales juntamente com os cães, tentando caçar coelhos, lebres
ou perdizes, naquela época a caça era abundante, até havia licença de pau.
Todas
as courelas se aproveitavam, não serviam para horta, plantavam-se parreiras, oliveiras…
Nada se desperdiçava, o que as galinhas, porcos, ou outros animais domésticos
não comiam, ia para a estrumeira, quando caía na terra era adubo natural do
bom; as plantas cresciam e os frutos colhiam-se sem qualquer intrometimento
originado pelos pesticidas.
Frutos
e legumes saborosos; as sementes que as originavam eram naturais, nada
manipuladas, transformadas, viam-se bandos de taralhões, pardais, melros…
comiam alguma fruta, verdade; mas limpavam os parasitas e os animaizinhos
nocivos, a parte leonina pertencia sempre ao dono.
A
alegria que era ouvir o chilrear das aves nomeadamente na época da postura,
alegravam os campos e o camponês assobiava, imitando-os.
Os
cumes serranos da Guardunha e Engarnal ficavam pintados de branco.
A
natureza parecia adormecida. Os passarinhos, tirando os pardais que saltitavam
nas poças originadas pelas chuvadas à procura de alguma minhoca ou coisa
parecida, há muito tinham demandado outras paragens: andorinhas, cegonhas,
cucos, poupas… os que por cá ficavam recolhiam-se com certeza na taloca de uma velha árvore, refugiando-se
dos frios rigorosos do inverno.
De
vez em quando bandos de estorninhos, pombos ou patos bravos revoavam os céus à
procura de alimento.
Naquele
tempo os automóveis eram “brinquedos” que só os ricos podiam ter, para o
camponês uma junta de vacas, um cavalo ou um burro eram mais valiosos,
automóvel não dava de comer à família, as estradas eram péssimas, próprias para
carroças e carros de bois, os ricos podiam dar-se ao luxo de poderem ter em seu
poder um automóvel.
As
bicicletas e as motorizadas pertenciam ao povo, mesmo assim nem toda a gente as
podia comprar; um velocípede novo custava os olhos da cara.
(…)
Estava na Fonte Velha, sentado no cais, entram no largo, vindos da rua do Beco,
esbaforidos, o Zeca e o Elias montados cada um em sua bicicleta. Ao
aproximarem-se do cais onde eu estava pararam e desmontaram.
-
Vamos à marouva; queres vir? Atrás,
nos suportes, cada um levava uma saca de serapilheira.
-
Onde? Perguntei.
-
Ao Valoro; está lá um pomar carregadinho de laranjas…
Convenceram-me,
levantei o cú da pedra, dirigi-me à nossa casa, peguei na bicicleta, fui com
eles também
Lusco-fusco,
vão os três da vida airada estrada fora em direção ao pomar; a certa altura entrámos
num caminho que nos levou ao laranjal.
Encostámos
as bicicletas ao muro, escalámo-lo; eles, com as sacas na mão começaram a meter
laranjas, eu só queria comer uma ou duas: “roubar é pecado”…
Poucos
minutos passados, alguém deu um forte grito, um trom de espingarda, chumbos
caíram-nos em cima, cães começaram a ladrar na nossa direcção, saltámos o muro,
pegámos nas bicicletas e fugimos.
Ainda
hoje não sei onde fica o famigerado pomar, nunca tive curiosidade em o localizar.
Foi
a primeira e última vez que participei numa aventura desta natureza.
Apanhei
um cagaço…
Fiquem
bem.
J.M.S
Marcadores:
JMS,
marouva,
são vicente da beira
segunda-feira, 16 de abril de 2018
Festival de Teatro Escolar
Realiza-se há muitos anos e este ano é em Alcains e São Vicente da Beira.
Vamos ter um evento de âmbito nacional, na nossa terra!
José Teodoro Prata
domingo, 15 de abril de 2018
IRS - Misericórdia
Verificar declaração e fazer a "doação", antes de entrar na declaração automática.
Maria Libânia Ferreira
quinta-feira, 12 de abril de 2018
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