[Dedico este escrito aos dois pilares deste Dos Enxidros, o Zé do tio António, o pilar maior, e a M. Libânia, pilar quase da mesma estatura].
O homem chama-se Manuel da Silva Ramos e publicou ultimamente Grito de liberdade na Rua da Cale (ed. Parsifal, Nov. 2022). Cruzámo-nos, faz tempo, ali na avenida Guerra Junqueiro, indiferentes, cada um na sua vida. Ao livro, cheguei pelo título e pela soberba fotografia, na capa, dessa rua que chegamos a sentir como nossa, no Fundão.
Li com prazer o livrinho, onde se respira o ar do Fundão (e de certas envolventes, humanas e geográficas, que também conhecemos) em três escritos de temas e tempo distintos. Uma obra que, na criação e/ou na edição teve o apoio da senhora Câmara Municipal do Fundão, que se saúda. Conservo o meu exemplar; que me há-de servir no futuro, como direi mais adiante.
Eu gosto do que vai publicando este senhor, nascido no Refúgio, sem me impressionar com uma certa linguagem desbragada, que usa com alguma frequência, na forma de palavrões vários, desses que se ouvem por aí a cada passo. O livro com que debutou foi Os três seios de Novélia, um dos quatro textos ali reunidos (Prémio de Novelística Almeida Garrett, 1968), que não li ao tempo da edição, está ali na fila para uma leitura antes do Verão.
Sabido quem é o senhor, vamos ao fato de canela. Há uma meia dúzia de anos, pouco mais, tendo gasto meias solas a procurar um certo livro, sem conseguir achá-lo por estas bandas (Lisboa e envolvente geográfica), pedi a uma mãe e filha que foram à Covilhã tratar da vida, que o desencantassem nalguma livraria, ali, ou no Fundão, ou em Castelo Branco. Regressaram-me ambas com o recado por fazer, isto é, sem um exemplar do dito e sem terem desencantado estabelecimento livreiro por aquelas bandas. Será que não existiam há coisa de 10 anos? Do livro conservo de memória o título, que aqui deixo registado: Pai, levanta-te, vem-me fazer um fato de canela! (ed. A23 Edições, 2013). Um achado, não é?
O livro ficou por ler, mas ainda há esperança. Aqui vai: se V. que me lê tem um exemplar do Pai, levanta-te, vem-me fazer um fato de canela!, aceite uma troca com o meu Grito de Liberdade na rua da Cale. Conto com notícias nos próximos 15 dias, para podermos avançar com a permuta.
Tinha mais para dizer, mas fico por aqui, porque devem ser curtos os escritos nos blogues. Voltarei ao senhor Manuel, do Refúgio, um dias destes, com uma história que acompanhei, envolvendo outro dos seus livros. Até lá.
J. Miguel Teodoro