terça-feira, 7 de outubro de 2025

Estrada romana

 

Os humanos já vivem há milhares de anos, nesta encosta da Gardunha, os poderosos é que foram mudando, mas trazendo sempre consigo novas gentes.

Na época romana, a estrada vinda do Ribatejo passava por Castelo Branco, Alcains e logo a seguir atravessava a ribeira da Ocreza (a ponte está submersa pela água da barragem de Santa Águeda).

Depois dividia-se em duas. Uma voltava a atravessar a Ocreza abaixo do Louriçal e seguia pela Soalheira, Castelo Novo e serra acima até ao Fundão. A outra, a nossa, seguia na direção das Vinhas, fonte da Portela, Marzelo, Corredoura, Pinheiro, Ribeiro Dom Bento, Quintas, Orada e aqui subia até à Portela de São Vicente, agora Alto da Portela, e continuava pela outra vertente da serra.

Neste agosto, o meu sobrinho António Craveiro avisou-me de que as obras de captação de água pela Fonte da Fraga estavam a degradar a estrada. Contactei a Junta, a Câmara e um amigo arqueólogo, que me informou estar a estrada registada na plataforma de registo do património arqueológico, graças a uma iniciativa do GEGA, há uns bons anos!

De regresso, fui ver e tirei as minhas conclusões, que enviei às entidades acima referidas e à Fonte da Fraga. Resumidamente, o que observei, no troço entre a Senhora da Orada e a casa do Rabaçal foi: degradação pelo uso de tantos séculos; degradação pelas obras de captação e canalização da água oferecida à povoação pela família Matias; degradação pela água que corre continuamente nas margens da estrada, vinda de uma das captações/canalizações; degradação pela movimentação das máquinas para realizar as atuais captações da Fonte da Fraga.


A Fonte da Fraga disponibilizou-se a colaborar num projeto da restauração da estada (o presidente da Junta já a contactara, sobre o assunto) e o presidente da Câmara comprometeu-se a tratar do problema no próximo mandato.

No domingo, realizam-se as eleições autárquicas e, sejam quais forem os resultados locais e concelhios, faço votos para que possamos congregar vontades para preservarmos esta estrada milenar, que tantos trabalhos terá custado aos nossos antepassados de então.

Atenção: os turistas querem é conhecer coisas genuínas, aquilo que temos de peculiar, que nos carateriza; não o que nos torna iguais a todos os outros!

José Teodoro Prata

terça-feira, 30 de setembro de 2025

domingo, 28 de setembro de 2025

Rua do Forno?

Encontrei esta imagem na net, site httpspt.wikipedia.orgwikiS%C3%A3o_Vicente_da_Beira#mediaFicheiroRForno.jpg.

É mesmo da nossa Rua do Forno (se for, é antiga), de outra rua ou de uma das anexas? Alguém pode esclarecer?

Jopsé Teodoro Prata

sexta-feira, 26 de setembro de 2025

Condomínios de aldeia na Paradanta e no Mourelo

 

Finalmente foram autorizados os condomínios de aldeia, solicitados pela Câmara Municipal.
Desejo que aproveitem esta oportunidade para afastar as chamas das suas aldeias.
O artigo abaixo é do Jornal Reconquista desta semana.
José Teodoro Prata

quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Lume

 

(Tirado do facebook)
José Teodoro Prata

sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Incêndio de 2025: um balanço

 

Esta imagem foi publicada no facebook, pelo José N R Silva. Um silêncio ensurdecedor!

Vivi a tragédia à distância. Às primeiras notícias sobre a passagem do fogo para o nosso concelho, na zona da Paradanta, avisei o meu vizinho David, para que fugisse para a Vila. De noite, o vento mudou de direção e mandou o fogo para a Orada e consequentemente para as Lameiras e Casal da Serra. O Ribeiro Dom Bento ficava na rota das chamas. Nessa noite, a minha gente afastou-o das casas na Tapada da Dona Úrsula. De manhã, o David mandou-me mensagem dizendo que ia subir, a ver como estava o Ribeiro Dom Bento. Ao chegar, nova mensagem, informando que não ardera, mas o fogo estava a chegar, ia chamar os bombeiros. Ao fim da tarde, a boa nova: não ardera.

Voltei lá uma semana depois e surpreendeu-me a forma errática como o fogo avançou, ao sabor da ventania, deixando pequenos núcleos intocados, os que tinham menos combustível ou estavam nas margens da rota do vento. Mas quem apagara o fogo que foi ficando para trás e depois o travou no Louriçal e na Charneca?

Perguntei ao meu sobrinho Vicente e a resposta dele foi exemplar: muitas pessoas é que tiveram de apagar o fogo, porque para um fogo desta dimensão não havia bombeiros que chegassem. Um exemplo de serenidade, vindo de alguém que terá passado dias e noites sem ir à cama. E num tempo de emoções à flor da pele!

Tendemos a realçar o lado mau das coisas, mas a verdade é que o fogo, que avançara livremente desde Arganil, foi travado na vertente sul da nossa Gardunha. É verdade que os aviões já haviam sido reparados, que houve tempo para a chegada de mais bombeiros (na primeira noite, os meios eram muito diminutos), que eventualmente se foi aprendendo com os erros e corrigindo as ações a desenvolver. Mas devemos estar orgulhosos pelo que fizemos (comunidade, bombeiros, autoridades..., todos os que estiveram no terreno)!

Por outro lado, olhando para o Caldeira, eucaliptos encostados às casas, a norte, junto à estrada, e pinheiros encostados às casas, na parte sul. À margem da lei e prontos para o próximo banquete de chamas!

José Teodoro Prata

quarta-feira, 10 de setembro de 2025