Ernesto Hipólito
A minha avó Maria do Carmo contava-me histórias, para eu adormecer.
Andando na serra lavrando com os bois
Notícia me veio que o meu pai era morto e minha mãe por nascer.
Eu logo vi que isto não podia ser
Agarrei nos bois às costas, dei-lhes o arado a beber.
Subi por uma rua abaixo e encontrei uma aboboreira carregada de maçãs
Fui-me a ela e colhi romãs.
Eis que chega o dono e diz-me:
Ó homem de faval alheio
Quem o manda colher os meus pepinos?
Atirei-lhe com uma nêspera ao pescoço que lhe fiz deitar sangue dum tornozelo.
Nota:
Este texto foi escrito ao abrigo do acordo ortográfico celebrado em 1958 entre mim e o saudoso Professor Artur Eugénio Couto a quem presto as minhas homenagens.
Um comentário:
O Ernesto passou de simples comentador a colaborador. Merece os parabéns. É um começo tímido, mas o que mais custa é começar...puxa por essa cabeça,
que tem muito para nos dar.
Com abraço do francisco barroso
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