O meu pai contava aos filhos a mesma lengalenga que o Ernesto Hipólito aqui publicou a 22 de abril, mas numa versão diferente:
Era uma vez,
o Zé não era,
que andava na serra,
com os bois de bogalho
e o arado de palha.
Recebeu a notícia,
que tinha o seu filho morto
e o seu pai p´ra nascer.
Deitou os bois às costas
e o pôs o arado a comer.
Chegou lá à frente,
encontrou uma vinha carregada de melancias,
atirou-se a elas
e comeu-as todas.
Mais adiante,
encontrou um meloal cheio de uvas,
deitou-se a elas
e comeu-as todas.
Veio de lá o dono
«Ai seu patife! Ai seu maroto!»
Atirou-me com uma beringela ao joelho,
Dei-lhe cabo do tornozelo.
Eu atirei-me a ele
e ele a mim
e como eu era mais forte do que ele,
atirei com ele para cima de mim.
E eu fiquei debaixo dele
e ele debaixo de mim.
Debaixo de nós estava um ninho de magafos,
magafos, magafaguinhos,
morreram os magafos
e ficaram os magafaguinhos.
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