Nos anos vinte, uma rapariga do campo encontrava-se paralítica há sete anos. Todos os anos ia com a família à Senhora da Orada pedir a cura. De lá, levavam água da fonte para banhar as pernas. Já desanimados, num ano passava-se o dia da festa e não foram à Senhora. Na hora do almoço, uma filha disse à mãe:
- Comemos primeiro ou vou levar a comida à doente?
- Comemos primeiro e depois vamos fazer-lhe companhia, enquanto ela come! - respondeu a mãe.
Quando comiam, o homem disse para a mulher:
- Fizemos mal não irmos à Senhora da Orada! É que tenho cá uma fé!
Quando o pai acabou de falar, a rapariga apareceu, na cozinha, curada. O pai gritou:
- Milagre da Senhora da Orada!
Informador: Etelvina Teodoro (Casal da Fraga)
Estudo: Águas e Curas Milagrosas na Serra da Gardunha - A Fonte da Senhora da Orada
Autor: Albano Mendes de Matos (natural do Casal da Serra)
Publicação: Medicina da Beira Interior da Pré-História ao Século XX - Cadernos de Cultura, N.º 13, Novembro de 1999
José Teodoro Prata
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