Uma mulher do campo, chamada Joana, estava despedida dos médicos, por causa de uma grave doença, corriam os anos trinta deste século [XX].
O seu homem, que era pastor, ouviu falar dos milagres da Senhora da Orada e disse-lhe:
- Ó mulher, tu não tens fé na Senhora da Orada?
- Tenho. Mas, se calhar, ela não gosta de mim!
- Vamos lá, que ela é nossa Mãe e tem poderes.
A senhora Joana foi com o homem, acompanhados por outra mulher, até à capela, para pedirem à Senhora uma cura. Depois de rezarem e da mulher tomar banhos na fonte, queriam ir embora, porque o homem tinha que guardar o gado. A mulher do ermitão disse-lhes que era melhor a senhora Joana ficar para uma novena. Ficou na casa do ermitão e o homem voltou a trazer-lhe comida.
A senhora Joana fez as rezas e tomou banhos na fonte santa. A princípio, piorou, mas, depois, começou a melhorar e foi-se embora para a terra. Bebeu água da fonte muitas vezes por dia.
No ano seguinte, no dia da festa, a senhora Joana veio, numa carroça, com mais pessoas, a agradecer à Senhora da Orada o milagre que lhe fez, pois estava despedida dos médicos.
Informador: Etelvina Teodoro (Casal da Fraga)
Estudo: Águas e Curas Milagrosas na Serra da Gardunha - A Fonte da Senhora da Orada
Autor: Albano Mendes de Matos (natural do Casal da Serra)
Publicação: Medicina da Beira Interior da Pré-História ao Século XX - Cadernos de Cultura, N.º 13, Novembro de 1999
José Teodoro Prata
Nenhum comentário:
Postar um comentário