Quando, da meia-noite à uma hora,
as pessoas saíssem à rua, aparecia a Boa Hora vestida de branco ou a Má Hora
vestida de preto.
Por vezes, afirmam que a Boa Hora era Nossa Senhora.
Em geral, a Boa Hora perguntava às pessoas o que queriam, o que precisavam, e prevenia-as para que se escondessem, porque a seguir vinha a Má Hora. Esta, quando deparava com luzes acesas, apagava-as. Se houvesse gente, tinha de estar tudo quieto, calado e escondido para ela não ver ninguém, pois se lobrigasse alguém, «fazia-lhe mal, podendo as pessoas ficar surdas, mudas, gagas ou morrer» (sic) até com o susto, segundo acabam por rematar os narradores.
Conta-se, por exemplo, que um pastor se atrasara e trazia, ainda de noite, as ovelhas a pastar. Apareceu-lhe entretanto a Boa Hora a avisá-lo que conduzisse depressa as ovelhas ao bardo, porque vinha lá a Má Hora. Ele não quis saber do aviso e deixou-se ficar, O fantasma chegou e matou-lhe sete ovelhas. O pastor fugiu para a beira do rio e, como julgou que a Má Hora também ia atrás dele, com a precipitação, deitou-se ao rio, morrendo afogado.
Estando uma mulher à janela, dizem que lhe apareceu a Boa Hora a avisá-la de que se devia meter para dentro porque vinha lá a Má Hora. Ela não se retirou, pra se fazer forte e porque a queria ver, deixando-se ficar por dentro dos vidros. A Má Hora sempre apareceu; bateu na janela e a pessoa morreu (de susto, naturalmente sugestionada...).
Apesar de alguns narradores acreditarem piamente nestas superstições, acabam geralmente por dizer que as pessoas morrem ou adoecem devido ao susto...
Para provar a veracidade da Boa e Má Hora, contam por exemplo o seguinte caso:
Dois caçadores foram à caça e, quando vieram, era já de noite. Apareceu-lhes a Boa Hora a mandá-los voltar para trás e a esconderem-se. Eles não quiseram, por estarem com pressa de chegar a casa, e continuaram.
Apareceu-lhes então a Má Hora, que não se fez tardar, e eles começaram a dar-lhe tiros. Como ela não caía ao chão, assustaram-se e fugiram cheios de medo.
De manhã, foram lá ver e encontraram apenas bocados de farrapos negros no chão (sic).
Por vezes, afirmam que a Boa Hora era Nossa Senhora.
Em geral, a Boa Hora perguntava às pessoas o que queriam, o que precisavam, e prevenia-as para que se escondessem, porque a seguir vinha a Má Hora. Esta, quando deparava com luzes acesas, apagava-as. Se houvesse gente, tinha de estar tudo quieto, calado e escondido para ela não ver ninguém, pois se lobrigasse alguém, «fazia-lhe mal, podendo as pessoas ficar surdas, mudas, gagas ou morrer» (sic) até com o susto, segundo acabam por rematar os narradores.
Conta-se, por exemplo, que um pastor se atrasara e trazia, ainda de noite, as ovelhas a pastar. Apareceu-lhe entretanto a Boa Hora a avisá-lo que conduzisse depressa as ovelhas ao bardo, porque vinha lá a Má Hora. Ele não quis saber do aviso e deixou-se ficar, O fantasma chegou e matou-lhe sete ovelhas. O pastor fugiu para a beira do rio e, como julgou que a Má Hora também ia atrás dele, com a precipitação, deitou-se ao rio, morrendo afogado.
Estando uma mulher à janela, dizem que lhe apareceu a Boa Hora a avisá-la de que se devia meter para dentro porque vinha lá a Má Hora. Ela não se retirou, pra se fazer forte e porque a queria ver, deixando-se ficar por dentro dos vidros. A Má Hora sempre apareceu; bateu na janela e a pessoa morreu (de susto, naturalmente sugestionada...).
Apesar de alguns narradores acreditarem piamente nestas superstições, acabam geralmente por dizer que as pessoas morrem ou adoecem devido ao susto...
Para provar a veracidade da Boa e Má Hora, contam por exemplo o seguinte caso:
Dois caçadores foram à caça e, quando vieram, era já de noite. Apareceu-lhes a Boa Hora a mandá-los voltar para trás e a esconderem-se. Eles não quiseram, por estarem com pressa de chegar a casa, e continuaram.
Apareceu-lhes então a Má Hora, que não se fez tardar, e eles começaram a dar-lhe tiros. Como ela não caía ao chão, assustaram-se e fugiram cheios de medo.
De manhã, foram lá ver e encontraram apenas bocados de farrapos negros no chão (sic).
RODRIGUES, Maria da Ascensão
Carvalho Ferro, Cova da Beira Covilhã, Edição do Autor, 1982 , p.128-129
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