Ao cantinho da varanda, eu vi-as espreitar.
Esperavam a mãe e o pai, que estavam a chegar.
De olhinhos atentos e corações a palpitar.
Andorinhas pequeninas à espera do jantar.
Biquinhos bem abertos e manos a reclamar:
- Agora sou eu e tu estás no meu lugar.
A mãe vem aí e o pai vem a voar.
- Cresçam pequeninas, que também vos vou ensinar.
E em cada Primavera, vamos sempre regressar,
ao cantinho da varanda com os Amigos* a mimar.
*Amigos: Libânia e Luís
Luzita
05/07/2013
Um comentário:
Todo o carinho para a Luzita que, pelos seus versos simples, mostra uma grande sensibilidade pela Natureza, sobretudo pelos seres mais simples e frágeis, como é o caso dos andoriscos (regionalismo para significar os filhotes das andorinhas enquanto não saem do ninho).
Há dias (quando foram publicadas as fotografias dos melros no blogue), deixei passar a oportunidade de aconselhar a leitura de 'O Melro' de Guerra Junqueiro. Pois, apesar de ser um poema violentamente anticlerical (mas isso é uma posição do poeta), não deixa de ser também um hino à Natureza. E, também, a leitura de Olavo Bilac (poeta brasileiro) que recorre à personalização de uma ave para trazer ao de cima o dramatismo do seu encarceramento numa gaiola (não se trata do cantor moderno com o mesmo nome).
'jinhos, Luzita.
Zé Barroso
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