terça-feira, 16 de julho de 2013

Andorinhas


Ao cantinho da varanda, eu vi-as espreitar.
Esperavam a mãe e o pai, que estavam a chegar.

De olhinhos atentos e corações a palpitar.
Andorinhas pequeninas à espera do jantar.

Biquinhos bem abertos e manos a reclamar:
- Agora sou eu e tu estás no meu lugar.

A mãe vem aí e o pai vem a voar.
- Cresçam pequeninas, que também vos vou ensinar.

E em cada Primavera, vamos sempre regressar,
ao cantinho da varanda com os Amigos* a mimar.

*Amigos: Libânia e Luís
Luzita
05/07/2013

Um comentário:

Anônimo disse...

Todo o carinho para a Luzita que, pelos seus versos simples, mostra uma grande sensibilidade pela Natureza, sobretudo pelos seres mais simples e frágeis, como é o caso dos andoriscos (regionalismo para significar os filhotes das andorinhas enquanto não saem do ninho).
Há dias (quando foram publicadas as fotografias dos melros no blogue), deixei passar a oportunidade de aconselhar a leitura de 'O Melro' de Guerra Junqueiro. Pois, apesar de ser um poema violentamente anticlerical (mas isso é uma posição do poeta), não deixa de ser também um hino à Natureza. E, também, a leitura de Olavo Bilac (poeta brasileiro) que recorre à personalização de uma ave para trazer ao de cima o dramatismo do seu encarceramento numa gaiola (não se trata do cantor moderno com o mesmo nome).

'jinhos, Luzita.

Zé Barroso