A praga de
gafanhotos de que o Dário fala já desceu a encosta da Gardunha e chegou cá
abaixo.
Fui ontem à
tardinha à Senhora da Orada e são já aos milhares, tanto na estrada nova, como
no terreiro da capela ou no caminho velho. Mete medo!
Não sei se existe
uma solução técnica para este problema e receio estar a falar do que não sei,
mas tenho dúvidas se a persistência deste problema não será mais um daqueles
casos em que o poder civil e religioso se responsabilizam mutuamente pelas
situações e nada se resolve. Quanto a mim, esta separação já não se justifica
em muitos casos, principalmente a nível local, e pode servir apenas para
desculpabilizar ambas as partes de situações que nos envergonham a todos.
É pena que um
dos locais mais bonitos e com mais memórias da nossa terra não mereça mais
atenção, principalmente numa altura em que muitos de nós que cá vivemos, e
também muitos emigrantes e amigos que nos visitam, aproveitamos para nos reunir
e matar saudades.
M. L. Ferreira
2 comentários:
A realidade da ermida da Senhora da Orada (falta de limpeza regular, ausência de sanitários que substituam aquele mamarracho, apodrecimento avançado da talha franciscana do altar-mor...) envergonha-nos como comunidade, tal como o aspeto exterior da casa paroquial, já aqui referido pelo Francisco Barroso, há uns tempos.
Como a culpa não pode ser atribuída a ninguém, em particular, é de todos nós, como comunidade.
Nos altos da serra, a erva seca mais cedo do que na meia encosta. Por isso os gafanhotos terão tendência a ir descendo a serra.
Mas a maioria deles sempre cá esteve, só que disfarçados na erva verde abundante e agora aparecem esfomeados, aos magotes. Por outro lado, este ano a primavera veio mais tarde e por isso ainda cá estão em força (nos outros anos já tinham desaparecido, nesta altura).
Pelo que sei, os serviços oficiais não conhecem esta espécie, nem sabem o que fazer.
Acho que ainda nos vão dar muitos problemas. Por isso, gafanhoto que encontre é gafanhoto morto!
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