Rebentem-se as correntes
Cortem-se os grilhões
Cortem-se ao agrilhetado
Liberte-se o amarrado
Abram-se as prisões
Nunca te deixes amarrar
Luta pela liberdade
Não calquem tua vontade
Nunca te deixes agrilhetar
O mundo do capital
Traz miséria. traz fome
Tanta gente que não come
Mesmo que morram não faz mal
Fora com a servidão
Fora com o capitalismo selvagem
Fora com esta sacanagem
Rebentemos o grilhão
Querem novamente a criadagem
Estes senhores sem coração
Tratam o povo abaixo de cão
Rebente-se com o agrilhoamento
A liberdade é uma condição
Não a podemos perder
Então que devemos fazer...
Guardá-la com amor e paixão
Somos livres, gritemos
Tu e eu somos irmãos
Povos da terra demos as mãos
É isto que nós queremos
Para a lixeira a sujeição
A liberdade seja respeitada
Que nunca nos seja tirada
Rebente-se com o grilhão
A minha liberdade deve terminar
Quando piso o meu semelhante
Passo a ser um praticante
Que só penso em dominar
Não nos deixemos amarrar
Pela fome, dominação e pela guerra
Haja paz em toda a terra
Alegria, saúde e pão em todo o lar
Zé da Villa
Este poema foi escrito por José Afonso, em 1973, na prisão de Caxias.
José Teodoro Prata
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