A obra
“GeoMorfologia da Gardunha” foi apresentada pela (nossa) Prof. Dra. Celeste dos
Santos Romualdo Gomes.
No início do
livro, faz uma caraterização geológica, explicando o processo da formação das
diferentes formas das rochas graníticas da Gardunha, que nos são mostradas,
pelo Tó Sabino.
Escreveu:
Quem percorre a Serra é presenteado por um conjunto
de esculturas de pedra de rara beleza (…). As rochas formaram-se em
profundidade (…).
Atualmente, as rochas encontram-se à superfície
devido a processos de deformação, soerguimento e denudação. (…) Para além de
todos estes processos, as rochas são afetadas pelos fatores de meteorização,
alteração e erosão. Estes fatores estão relacionados com a composição
mineralógica, a textura e a estrutura das rochas. São também aspetos
relacionados com o clima, a temperatura, a humidade, a pluviosidade, a
quantidade de água infiltrada. Todos estes fatores esculpem belas figuras de
pedra, como: castelos, nubins, tors, gnamas, pias, disjunção esferoidal,
pseudoestradas, caneluras e caos de blocos. As figuras são grandes e pequenas e
muitas vezes fazem lembrar modelos de pessoas, animais, objetos e situações.
E como é que
estas figuras são vistas pelo autor do livro?
Na Gardunha um dia nunca é igual ao outro. Permanece
a imponência mas, cada vez que visitamos a Gardunha, abre-se uma porta que, até
então, nunca se tinha visto. A luz e a sombra são transformantes da grandeza
dos seus montes e vales e constroem essas figuras inusitadas de pedra. (…)
Encontrei figuras de manhã, quando o sol mal tinha
nascido. Procurei-as de tarde, outras vezes no dia seguinte. Já não as consigo
ver. Ou mudavam, metamorfoseavam-se. (…) dependem da hora a que são vistas, da
inclinação dos raios solares, de mais ou menos luz e do local onde nos
encontramos.
Nota biográfica da vida académica
da Prof. Dra. Celeste Gomes:
Licenciada
em geologia (1986) pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de
Coimbra, obteve o grau de Doutor em Geologia, com a dissertação "Estudos
Paleomagnéticos das unidades da bacia Lusitânia" em 1997, pela
Universidade de Coimbra. É Professora Auxiliar na Faculdade de Ciências e
Tecnologia da Universidade de Coimbra e coordenadora dos cursos de mestrado em
"Ciências da Terra" e "Ensino da Biologia e Geologia".
Sendo investigadora do Centro de Geofísica (grupo Terra Sólida), os seus
domínios de investigação incidem nos campos do paleomagnetismo, propriedades
magnéticas dos materiais, ambiente e ciências da educação.
José Teodoro Prata
Um comentário:
É curiosa a explicação dada pelo Tó Sabino sobre as figuras que descobrimos nas rochas da Gardunha; ou seja, o efeito da luz sobre os objectos. Concordo plenamente. Até porque estamos a falar de um profissional da imagem!
Curiosa, também, é a subjectividade do olhar de cada um de nós sobre a realidade. Por exemplo, na primeira fotografia vejo, logo de frente, uma pegada (planta do pé) de um animal que poder ser o camelo ou mesmo um dinossauro. Só de perfil é que vejo o "carrancudo", do lado direito.
Na segunda, vejo o que parece ser uma cabeça de ofídio (serpente) ou mesmo de sáurio (lagarto). Afinal, a "Pedra do Lagarto" existe mesmo (no presépio e no livro!)...
É nesta diversidade, algures entre a visão geral que todos temos (objectividade) e a forma de ver de cada um, que reside a riqueza destas imagens captadas pelo autor (que, como é óbvio, lhes imprime, também, a sua peculiar visão).
Julgo não me ter enganado sobre as expectativas que criei acerca deste livro!
Finalmente, uma palavra para a (hoje, Prof.) Celeste Gomes. Tive oportunidade de falar com ela logo nos primeiros tempos de estudos em Coimbra. Sabia que ela estava em Geologia, mas desconhecia se tinha seguido a carreira académica.
Obviamente, é a pessoa mais abalizada para falar destes assuntos. A tarefa da apresentação foi bem entregue!
Felicito toda a gente por esta iniciativa!
Abraços ao blogue.
Zé Barroso
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