segunda-feira, 10 de agosto de 2015

A música do nosso povo







José Teodoro Prata

Um comentário:

Anônimo disse...

Várias versões da mesma cantiga, qual delas a mais bonita! Mas confesso que a minha preferida é a da adufeira de Monsanto.
Quanto à carpideira, uma delícia! Fez-me lembrar uma história que ouvia contar quando era ainda cachopa nova, e era mais ou menos assim:
Um homem, já velho, desconfiado do amor e da fidelidade da mulher, muito mais nova que ele, fingiu-se de morto. A mulher tratou de o amortalhar, deitou-o na cama e chamou a carpideira da terra para o chorar. Combinaram o preço e, entre choros e lamentos, a carpideira ia repetindo: Ai eu! ai eu! Pr’áqui a chorar por um homem que não é meu! Ai eu! Ai eu! Pr’áqui a chorar por um alqueire de centeio! E será que é cheio ou será só meio?
A mulher do velho, farta de ouvir aquilo, vem lá da cozinha ainda a comer um naco de pão com presunto, e responde à outra, a cantar: Ai será cheio e bem acalcado, e por cima ainda mais um punhado!
O homem, quando ouviu aquilo, levantou-se da cama, pegou na mulher por um braço e empontou-a de casa.

M. L. Ferreira