Hoje é dia de aniversário Dos Enxidros. Há 8 anos que esta aventura começou.
O ano que agora termina foi especial por duas razões:
1. O blogue deu origem a um livro com algumas das suas histórias (Dos Enxidros aos casais: histórias e gentes de São Vicente da Beira). Livro que preserva parte das nossas memórias coletivas e permitiu uma dinamização cultural na nossa região, através das 10 sessões de apresentação por nós realizadas. Por outro lado, deu uma ajuda às finanças do nosso Lar da Santa Casa da Misericórdia, pois os autores e a Câmara concordaram em oferecer o produto da venda dos livros a esta instituição.
2. O ano de 2015 ficou marcado por uma crise de crescimento do blogue, em que nos questionámos sobre a forma de o tornar mais próximo das pessoas, nomeadamente criando novas formas de interatividade com os colaboradores e leitores. Frequentei um curso que, entre outros assuntos, abordava os blogues. Concluí que as possíveis novidades pouco valor acrescentariam ao blogue e por isso, pela minha parte, como gestor do blogue, fiquei mais tranquilo face às minhas limitações na área da informática.
Nos últimos meses, a Maria Libânia Ferreira e o José Manuel dos Santos têm sido os pilares do blogue, através de uma colaboração assídua.
Quanto aos leitores, o seu número aumentou desde a publicação do livro, mas não para os valores astronómicos que a estatística regista: passou de cerca de 100 visitas diárias para 300 e 400! É que o grosso das visitas tem origem em informáticos das grandes potências (EUA e Rússia, às vezes China) que "varrem" tudo o que se publica online.
Se estou satisfeito? Não. A criação de hábitos de consumo de cultura é muito morosa no tempo e nós, como comunidade, ainda temos muito caminho para andar. Basta olhar para os amplos espaços vazios da Igreja, em tarde de representação teatral de um auto de natal, pelo nosso rancho.
Um bom ano de 2017!
José Teodoro Prata
3 comentários:
Como o tempo passa!
É verdade que apanhei o comboio já a viagem ia adiantada, mas mesmo assim parece que foi ontem. Por isso os temas tratados já são tantos que é frequente, quando faço uma pesquisa sobre um assunto qualquer, me aparecer muitas vezes a referência ao Dos Enxidros. É claro que fico orgulhosa porque também me sinto já um bocadinho parente do blogue. E este ano foi especial, por causa da publicação do livro que nos fez viver momentos muito gratificantes.
Sobre a falta de apetência para o consumo de cultura na nossa terra (e infelizmente não é só por cá…), penso que há muitos fatores a contribuírem para esta situação, tanto a nível local como nacional, a começar pela programação dos principais canais de televisão que parece que é feita para formar totós. Já tenho feito algumas reclamações, mas nem me respondem…
Ainda sobre a fraca assistência do Auto de Natal: talvez não tenha sido devidamente divulgado e a hora da representação também não terá ajudado muito. Este ano o Natal foi uma correria para muitos dos que vieram de fora e para os que cá estavam para os receber e preparar a ceia.
Mas também é verdade que, como diria o José Miguel, somos uma comunidade com as suas idiossincrasias, algumas boas, outra nem tanto. Há dias conversava com um homem de Santo André das Tojeiras sobre o número de pessoas inscritas no pólo local da USALBI daquela freguesia. Dizia-me que eram cerca de setenta. Fiquei a pensar que seria uma freguesia com uma população muito maior que a nossa, onde a frequência da instituição ronda as duas dezenas. Depois fui confirmar e vi que Santo André não tem mais que 750 habitantes, e nós ainda temos cerca de 1250. Alguma coisa não vai bem…
Um bom ano de 2017!
M. L. Ferreira
Que o ano que se inicia seja um ano que nos traga saúde (pedido de velhos) e que nos alimente a esperança. Principalmente isso...
Temos que sonhar baixinho se queremos que alguns dos sonhos se realizem, quando os sonhos não deverão, nunca, mesmo nunca ter limites...mas os tempos são ainda sombrios.
A propósito dos sonhos, despeço-me com abraço a todos os conversam aqui na Praça virtual e àqueles que passam de fugida em frente à casa do Zé Coné e à mercearia do Rui Cordel sem sequer dar a salvação, dedicando-vos uns versos da Florbela Espanca, que vêm mesmo a calhar:
"Eu queria mais altas as estrelas.
mais largo o espaço, o Sol mais criador,
mais refulgente a Lua, o mar maior,
mais cavadas as ondas e mais belas;"
De maneiras que é assim...
FB
Parabéns atrasados. E votos de bom ano.
Pois...
Se consola, tivemos recentemente concertos, no Palácio de Queluz, por uma orquestra profissional da capital, com uma assistência média inferior à dúzia. Temos demais e de borla, diz o meu colega Zé Franco, e adianta: os tipos lá de cima (refere-se aos dos países sem sol, com muita chuva e neve) no pino do Inverno, com temperaturas negativas andam na rua, vão a concertos, nós, com dias soalheiros no Inverno, levamos a criançada ao centro comercial; no Verão fazemos outro tanto. Uma questão de idiossincrasias, acho eu.
O blogue respira, o livro vendeu-se e ajudou o Lar da SCMSB, a semana passada o A., a quem ofereci um exemplar, disse-me que já o tinha todo lido - em 2016 não tinha lido nenhum, sequer em parte; e gostou. Tudo isto é obra!
Andemos, companheiros. E isto dá-nos prazer, não é?
JMT
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