APRENDER A FAZER ALGO
I
Tinha linhas e agulha,
Mas faltava-me o modelo.
Saí ao meu quintal e vi
Uma aranha bem ocupada
E zás, a obra bem acabada.
II
Peguei nas linhas na agulha.
E segui o desenho.
Fiz um tal naperon, em teia bem acabado.
E em cima da mesa, muito bem
representado.
III
Outro dia sentei-me, um pouco para
descansar.
Então vi um formigueiro e formigas a
passar.
Umas iam outras vinham, lá ao seu
formigueiro.
E todo o santo dia, trabalham sem parar.
IV
Mas quem não viu já,
Um carreiro de formigas?
Mas olhem, reparem bem,
As que vão ao formigueiro.
E as que dele vêm,
Para contar com a outra.
Alguma coisa já tem.
V
Até é, como que se
beijam.
Eu fiquei admirada,
Quando as olhei e vi,
Naquele banco
sentada.
A natureza tanto tem
para nos dar,
É um livro aberto,
Onde se estende o
olhar.
Maria Ascensão Candeias dos Santos
Adelino Costa
2 comentários:
Adorei o naperon e a comparação com a teia de aranha. Há lá coisa mais delicada, principalmente naqueles dias de inverno em que se enchem de gotas água?
A Ascensão já nos orgulhara com o seu desempenho na noite de poesia, 3.ª feira de Festas, e agora volta a brilhar com este poema tão ligado às coisas simples da vida.
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