Foi assim que ele se apresentou em setembro de 1973(?), Pe. Soares!, sem entoação de pergunta, nem jeito de apresentação. Vinha a pé, mochila às costas, certamente da estação do comboio.
Nós preguiçavamos pela entrada do Seminário, encostados ao gradeamento que dava para a piscina.
- Aqui não há nenhum Pe. Soares! - informou-o o Chico Barroso.
- Eu sou o Pe. Soares. - esclareceu então e cumprimentou-nos.
Era um homem prático, sempre em ação, nunca parava. Dinamizou os escuteiros, a mim coube-me "apenas" o teatro, pois era prefeito dos mais novos e eu já pertencia aos grandes.
Sabia-o desde há anos na paróquia verbita de Almodôvar e de vez em quando pensava nele, imaginando-o de um lado para o outro, entre escuteiros e grupos de catequese, no intervalo das missas.
Afinal falecera já em Julho, dia 29. E já tinha 77 anos, não que fosse uma boa idade para partir, mas sempre o vi com 50 anos, pequeno e magrito, sempre enérgico.
Soube pelo Contacto svd, o nosso jornal.
Um dia, num dos encontros do Tortosendo, comprei uma peça em cerâmica com um arranjo floral, da Bajouca, terra dele e de onde vinha anualmente uma numerosa comitiva a encontros religiosos e de amizade. Fico com esta lembrança.
O Pe. Soares foi sobretudo importante para os alunos mais novos que eu, a geração a seguir à minha. Vários foram os sanvicentinos que privaram com ele durante a sua passagem pelo Seminário do Tortosendo. Não sei se algum lê este blogue, mas aqui deixo a triste notícia.
Honra ao Pe. Soares da Bajouca!
José Teodoro Prata
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