Era uma velha casa de
granito, no cimo de Vila, mesmo em frente da minha! A cor clara das paredes escureceu
com os anos, por ação do carujo das invernias rigorosas e continuadas que havia
naquele tempo!
De início, desde que me
lembro, morou lá o Zé Rente e a mulher, a Cecília, a quem, nunca soube porquê, todos
tratavam por Decília. Não era caso único de troca de nomes ou palavras. A gente
comum da Vila e, mesmo, da Beira Baixa, percebiam muito de plantar couves e
semear batatas! No seu mester, faziam tudo como é dado! Agora, dizer os nomes e
as palavras corretamente, é que não era com eles! Não admirava! Nem eles eram
menos inteligentes que os outros! Nada disso! Cada um, sabe daquilo que aprendeu!
Já, o Rente, do nome do marido,
era alcunha!
Como noutras ocasiões se tem
dado nota, a malta da Vila, lançava barbaramente, sobre qualquer boa criatura,
a corrosão da alcunha! Bastava uma pequena lacuna moral ou física do fabiano e
a coisa acontecia!
— Para isso têm eles porte! Almas
de seiscentos! — diziam alguns dos alcunhados, por despeito…!
E, falando de alcunhas. Costumava
vir todos os anos à Vila, pelas festas, o machacaz de um tendeiro da Póvoa, a
vender ratoeiras, costis, armelas para pássaros e outras balhanas. De riso
insosso e benévolo, alto e largo de ossatura, um tanto taralhouco e pouco desembaraçado,
era um pobre diabo a roçar um nadinha a carência de expediente mental!
Nos primeiros anos que veio
mercadejar, foi logo objeto da atenção de certa mocidade da terra, inconsciente
e desafiadora, ávida de algum caráter benevolente como o dele, para lhe extirpar
o âmago. Puseram-lhe, então, a alcunha de Ratoeiras, tendo em vista o material que
vendia para combate aos roedores.
Porém, vendo bem, a avaliar pelos
seus atributos pessoais, este negociante — que mereceria tanta dignidade como
qualquer outro! — suscitava outra alcunha que não aquela; e, em conformidade
com esse exame mais cirúrgico, passaram a chamar-lhe Alma Grande!
Mas havia quem o apodasse
das duas maneiras! Se calhar, o homem, na terra dele, nem tinha qualquer
apêndice estranho ao nome próprio! Nesta terra, porém, as regras eram estas!
Não era apenas nos contos de
Torga que havia um Alma Grande. Muitos outros podiam existir por esse Portugal.
O que, decerto, aconteceria. Caso, era que mostrassem os predicados que este tendeiro
da Póvoa exibia.
Na Vila, era tudo deste
jaez!
Tanto assim que também cá
esteve um rapaz da Atalaia do Campo, filho do feitor da Casa Conde — uma das
quatro casas nobres da terra — que frequentava as primeiras letras, na Vila,
com os da mesma idade.
Ora, lia-se no livro de
leitura da escola uma lição sobre um pastor que ia para o campo com as ovelhas
e levava o seu farnel, que repartia com o Fiel, o cão. Mas o rapaz em vez ler:
— O pastor leva a sua
merenda para si e para o Fiel;
lia:
— O pastor leva a sua
merenda pêra si e pêra o Fiel.
Foi quanto bastou para, de imediato, ser
cognominado de Pêra, pelos próprios condiscípulos! E a partir dali, fosse nos
jogos do pião ou da bilharda, era o Pêra.
E pronto! O rapaz estava
marcado!
Ah! Malta de um raio para a
velhacaria!
O curioso é que parecia não
haver memória de uma bulha por causa das alcunhas. Se houvesse desentendimento,
essa não seria, com certeza, a causa próxima. E quando havia um demandante que tratasse
alguém pelo epíteto excrescente, podia logo receber na resposta, mais ou menos acre,
a devolução da sua própria alcunha. Porque, com toda a certeza, também a devia
ter, para não fugir à norma!
Mas não! A alcunha não era
ofensa — se de ofensa se pode falar — capaz de gerar um conflito a sério. Os
barulhos — quando os havia — eram mais por amor ao tinto e à aguardente que
outra coisa!
Conformando-se pois, em
parte, e dando por outra parte, um certo desconto aos mal intencionados, a maioria
dos concidadãos fazia por não ligar nenhuma a essa malandragem de impositores
de apelidos e suas tramoias; das quais, segundo se crê, as mais sofisticadas
eram entretecidas contra o semelhante, à noite, nas rodas de adjunto e nas
vendas do Zé Canhoto ou do João Coxo, enquanto bebiam copos!
Estes mesmos dois taberneiros
o podiam atestar, com os respetivos enxertos no nome, aliás, bem notórios e
evidentes. O primeiro, usava principalmente a mão esquerda quando enchia os
copos de vinho e os punha em cima do balcão; e o segundo tinha uma perna
amputada por causa de um acidente de caminho de ferro, só podendo deslocar-se
com a ajuda de duas muletas. Os dois homens de negócios estavam, também eles, devidamente
rotulados!
Correões e hereges era o que
se podia chamar àqueles grupos de renegadores dos cristianíssimos nomes da
gente pacata, solenemente apostos pelo representante da santa religião católica
na pia batismal.
Enfim, apesar disso, sempre
sobrava da alcunha algo de positivo. É que, depois de suficientemente
divulgada, tinha o préstimo de identificar melhor e mais rapidamente o seu
titular do que o próprio nome que, muitas vezes, era relegado para o património
imaterial caduco da coletividade!
O Zé Rente e a Cecília, de
que falávamos, tinham três filhos.
Durante a semana, ele andava
lá para a Covilhã a trabalhar nas fábricas de têxteis e só regressava aos
sábados. Também era muito dado a montarias! Quando vinha, no fim da semana, se
fosse na época da caça, fazia as suas batidas ao coelho, à lebre e à perdiz,
juntamente com os parceiros de atividade venatória! Um deles era o pai, o ti’
Chico das Petas, um velho caçador; tão antigo, que a sua espingarda ainda era
das de carregar pela boca! E cujas aventuras na caça — que ele contava com o ar
mais sério deste mundo! — eram tão fantasiosas que só os mais ingénuos
acreditavam! Mas davam para criar uma grande narrativa, cheia de histórias hilariantes!
Porque ele tinha muito talento para contar partes da caça! Recordar aqui uma
dessas passagens, tem que ficar para outra ocasião, se vier a haver lembrança!
Enquanto o marido laborava
nos teares nas encostas da serra da Estrela, a Cecília vivia na Vila, na casa
de granito, com os filhos, a Ana Maria, o Chico e o Emílio. Como era sua
obrigação, em primeiro lugar, cuidava deles, para os trazer limpos e desassemelhados;
em segundo lugar, tratava de um bocado de horta! Mas era manifesto que, pela
sua forte estrutura física, energia e vontade, era capaz de muito mais! Uma
verdadeira mulher de armas! Tanto quanto era certo o marido — que a ela se
abaixava uns bons centímetros em largura e altura — possuir espingarda e ser caçador!
Em certas manhãs de sol, pousavam,
numa grande oliveira cordovil do meu quintal — um quintal enorme que eu tinha!
— bandos de pardais a chilrear; então, a Cecília pegava na espingarda do marido,
apontava para o sítio onde eles eram como um novelo e fazia tiro da janela de
sua casa, do outro lado da rua! Caíam logo mortos oito a dez infelizes pardais!
— Ah! Mulher de uma cana!
Uma dama a valer mais que um valete! — diria um vizinho que por ali passasse e
presenciasse a cena!
Já, as vizinhas, essas,
benziam-se de admiração! Nunca se vira uma coisa assim! Uma mulher pegar numa espingarda
a sério e disparar contra os bandos de pardais, sem medo do coice do tiro! Era
obra! Ela, porém, bem se importava com a maneira como os vizinhos reagiam à sua
alma de caçadora! Jovial e faladeira, sempre a tratar da vida de casa e do
amanho da horta! Se, entre a vizinhança, havia alguns salamurdos dissimulados,
que os levasse o diabo! Era mulher desenganada!
Os dois primeiros filhos do
casal, mais velhos que eu, para mim, já eram grandes, porque andavam na escola!
Por isso, não podiam ser meus amigos! Tinham que arranjar outros companheiros,
maiores que eu, para a brincadeira! O terceiro, como tudo indicava, devia ser da
minha idade; e foi o meu primeiro amigo! Era o único que tinha conhecido até
então que me parecia ser como eu! Por isso, não admirava!
A aleatoriedade obscura da
vida, infelizmente — ou felizmente! — incognoscível para o ser humano, juntou
ali as nossas famílias em cujo seio nós surgimos. E assim, mal nasci, dei de
caras com o Emílio. Dei de caras, é um modo de dizer porque, na verdade, terá
sido, quando comecei a botar consciência e a usá-la para me meter com o mundo!
Morávamos mesmo muito perto! Eu só tinha que atravessar a estreita rua de
calçada antiga, para ambos irmos brincar para junto da parede da casa dele,
onde as pedras do chão eram um bocadinho mais regulares. Quando não estávamos
na rua, estava cada um em sua casa, mas podíamos ir para a janela e, por isso,
estávamos sempre a ver-nos!
Eu tinha um quintal muito
grande para brincar e ele não! Ele só tinha a rua! Por isso, eu convidava-o,
muitas vezes, para ele ir brincar comigo no meu quintal! As nossas mães, uma
vez, ataram duas pinhas de pinheiro bravo, abertas, uma em cada ponta de uma baraça
comprida e disseram:
— Isto são duas vacas! São
as vossas vacas! Agora puxem pela baraça, aí ao meio, e levem-nas a
pastar!
Nós assim fizemos.
Arranjámos, dessa forma, a nossa primeira junta de vacas. E nunca mais tivemos
outra como aquela!
O nosso mundo era, portanto,
muito pequeno. Era a nossa casa, a nossa rua e o meu quintal. Mas parecia-nos que
os irmãos do Emílio, esses, já sabiam muito da vida! Conheciam a praça, lá em
baixo, ao pé da igreja! Era lá que era a escola! Havia lá muitos meninos e
meninas e eles tinham arranjado muitos amigos! Juntos, aprendiam imensas coisas
e no recreio brincavam todos!
Apesar da pequenez do nosso
cosmos, eu e o Emílio percebíamos o que se passava, porque ouvíamos as
conversas dos grandes, à esquina! Pensavam que nós não compreendíamos nada do
que diziam! Porém, nós íamos ouvindo e magicando como, afinal, faz qualquer
adulto que tenha sonhos! E eles sempre a tratarem-nos como se fôssemos crianças…!
Eu não conhecia a casa do
Emílio. Da rua, só se viam as escadas de madeira que começavam no lumiar e
subiam, subiam, até lá acima! Na parede, ao lado das escadas, havia uma porta
que dava para a loja, onde se punha a lenha, a cabra, o borrego e o porco. Muitas
pessoas, no entanto, só tinham algum ou alguns destes animais, conforme o que
lhes dava mais jeito, porque davam muito trabalho; era preciso arranjar-lhes
comida!
A cabra dava o leite; os
outros era para morrerem, cada um quando chegasse a altura, como toda a gente,
afinal! Nas festas de verão, morria o borrego; no inverno era escachado o porco
e metido na salgadeira!
Das escadas para lá, era o
mundo das pessoas maiores, da mãe e do pai do Emílio e dos irmãos. Mas, de
certeza, que devia haver lá a lareira com o lume, a cozinha, os quartos e a
sala! Isso, todas as casas tinham! Eu é que não sabia como eram porque nunca lá
tinha ido! Pois, entretínhamo-nos sempre na rua ou no meu quintal e não
podíamos sair desse espaço bem definido; as nossas mães não deixavam! E, por
aquilo que diziam os adultos, nós compreendíamos que o mundo devia ser muito
grande e hostil. Por isso, antes de tempo, não queríamos aventurar-nos!
Pois, uma vez, um rapaz mais
velho passou na nossa rua e disse que tinha ido com outros até à estrada nova.
Essa estrada era tão longe que ficava ainda mais para lá da praça e da igreja;
e que, quando iam na tal estrada, tinham aparecido os estrangeiros num carro. Foi muito estranho ter aparecido ali
aquele carro, porque era muito raro passarem carros na estrada! Só lá passava a
camioneta da carreira, todos os dias, à hora certa, a apitar! Os estrangeiros — disse ele — queriam
tirar-lhes o sangue e os órgãos e matá-los! Valeu-lhes terem fugido e desaparecerem
por entre o mato e os bastos chaparros de pinheiro bravo que havia naquele sítio,
lá para o pé da Escavação, na curva dos Pereiros.
Já, as nossas mães, também
andavam sempre a advertir-nos para não sairmos de casa ou do quintal. Se
andássemos às cegas, podíamos ir parar à Tapada do ti’ Chico Gabilês — do lado
da Vila oposto à estrada nova — e os filhos dele andavam sempre lá a atirar
pedras a quem passava no caminho e podiam partir-nos a cabeça! Logo, quanto a
aventuras em qualquer ponto periférico da Vila, longe de onde costumávamos
brincar, estávamos conversados! Porque todo o cuidado era pouco!
Eu e o meu amigo tínhamos um
bibe que as nossas mães nos tinham feito para podermos brincar e não sujar a
roupa, quando guardávamos as vacas e quando construíamos as casinhas com terra
amassada, que tinham telhado e tudo; ou quando fazíamos festas ao Tejo e ao
Mondego, dois dos cães de caça do pai do Emílio que eram muito mansos e com os
quais nos divertíamos imenso a fazer-lhes diabruras. Os cachopos maiores, se
não estavam na escola, também andavam, às vezes, na rua, a apanhar abelhas com
moscas espetadas na ponta de carumas, a servir de isco.
Gerava-se ali uma grande
algazarra com tanta gente que ali vivia! As nossas vizinhas, as filhas da ti’
Maria do Carmo, da ti’ Celeste, da ti’ Laurentina ou da ti’ Luz, perguntavam
por nós às nossas mães.
— Onde estão os meninos, os crianços?
— bradavam da janela!
Vinham, pegavam-nos ao colo
com os pujantes braços de raparigas novas e casadoiras. E sentiam a criança que
éramos, procurando, através de nós — como se crê que toda a mulher procura — o
frémito e o desejo dos futuros filhos. Esperneávamos e tentávamos libertar-nos porque
nos interrompiam a brincadeira. Elas, porém, bem se importavam! Ignoravam os
nossos gritos, passavam-nos de umas para as outras, de abraço em abraço, assim
como menino em mãos de bruxas, e beijocavam-nos, esmagando-nos a cara…!
De maneiras que era assim…
Em determinado momento da
sua vida, o Zé Rente, farto de andar todas as semanas para trás e para a frente,
entre o trabalho dos teares e a Vila, deixou a casa de granito. Levou consigo a
mulher e os filhos e foi morar para a Covilhã! Assim perdi, repentinamente, o
meu amigo! As decisões alheias bolem, muitas vezes, com a nossa existência e
apoquentam-nos! Mas, que havemos de fazer?!
Alguns anos mais tarde,
chegou a vez de eu ir também aprender as primeiras letras e conhecer novos
amigos! Eu e o Emílio nunca chegámos a andar na escola juntos. Ele tinha ido
para a Covilhã e foi lá que começou a frequentá-la. Mas eu ainda fui tendo
algumas notícias. A avó dele era a mulher do ti’ Chico das Petas e continuava a
ser minha vizinha; pelas cartas que recebia da Covilhã, dizia que ele quase não
precisava de estudar porque sabia sempre tudo o que a professora lhe perguntava.
— Era um rapazinho muito
inteligente! — afirmava ela enlevada!
Num certo dia de manhã — um
fatídico dia! — ouviu-se um alvoroço! A avó do Emílio, estava à porta de casa, ali
ao pé da esquina, banhada em lágrimas, a gritar!
— Ai, meu Deus que desgraça!
Ai que infortúnio o nosso! Ai! Nossa Senhora!
Perguntaram-lhe a razão de
estar assim tão aflita e chorosa e ela procurava falar por ente os soluços.
— Ai, meu Deus, o que nos aconteceu!
A notícia veio pelo telefone dos correios! Vieram agora dar-me o recado! —
lamentava-se a pobre mulher. — Ai! Meu Jesus! — gritava, tentando recompor-se
da respiração ofegante, sentada na pedra do lumiar! — Ai, que infelicidade! Meu
querido neto!
— O que foi que aconteceu
com o seu neto, ti’ Maria de Jesus? — perguntavam.
— Ai! Houve uma corrida na
escola dele, do meu neto, do Emílio! Ele sabia tudo na escola e, nas carreiras,
ganhava sempre aos outros! Era muito esperto aquele meu neto! Ele ganhou a
corrida e no fim foi beber água à fonte e morreu! Ai, Jesus! O meu neto, o meu
netinho! Era o mais novo e o mais inteligente! Meu querido neto!
E assim se foi juntando
muita vizinhança, especialmente as mulheres que ainda estavam em casa àquela
hora, procurando reconfortar a desanimada avó na sua infinita dor! Pudera! A
dor da perda de um neto é tão grande como a da perda de um filho! E não foi
nada fácil consolarem-na!
Mais tarde, quando tudo
estava um pouco amenizado, disseram que o Emílio, para ganhar a corrida, fez um
esforço grande e, em consequência disso, morreu; não por ter bebido água após a
prova atlética, mas por causa de um sopro no coração; também disseram que tinha
ido para o céu num caixão branco!
E eu nunca mais voltei a
vê-lo…!
Nota
1 - Os factos aqui narrados têm um fundo de verdade, mas não são rigorosos, tendo
servido, no essencial, para uma narrativa de ficção.
Nota
2 - Como de costume, alerta-se para o facto de, neste texto, poderem ter sido
usadas palavras ou expressões locais que não constam dos dicionários oficiais.
JOSÉ BARROSO
4 comentários:
Têm muitas narrativas, estas histórias!...
Sobre a facilidade que temos em arranjar alcunhas, a propósito seja do que for, foi pena que, quando há tempos (e como o tempo passa!), alguns dos colaboradores do blogue conseguiram identificar um número enorme delas, não se tivesse tentado encontrar a sua origem. Bem sei que não é fácil, por razões de vária ordem, principalmente terem origem muito antiga, já perdida nos tempos, ou não se querer lembrar pecados velhos; mas, se a maior parte terá nascido de características físicas ou psicológicas do visado, outras têm origem em histórias deliciosas, que valia bem a pena recordar.
Sobre este nosso falar, muitas vezes fora das regras da gramática ou das definições do dicionário, mas que tanto adoça a nossa Língua, é uma das características que mais me encanta na conversa com as pessoas mais velhas. De tal forma que, muitas vezes, já dou comigo a acrescentar letras às palavras ou a utilizar termos que há muito quase tinha esquecido. É também uma das coisas que me faz gostar muito destas histórias que o José Barroso nos vai deixando.
Quanto à história do Amigo, deixou-me de coração partido. Enquanto ia lendo, via passar o filme da minha própria infância: as brincadeiras na rua, os medos do desconhecido (que ficava logo ali), o mundo imaginado para além do que se via; mas sobretudo as pessoas que partiram e nunca mais voltei a ver.
É sempre para mim delicioso ler estas narrativas que nos levam aos tempos maravilhosos da nossa infãncia, há alguma coisa melhor que o nosso berço, apesar de nem tudo ser perfeito? Mesmo não sendo, os nossos sentidos sempre se encaminham para lá, Vá-se lá saber porquê? Os entendidos na matéria que se debrucem sobre o assunto...
Tina Teodoro
É pá, não esperava este desfecho!
Boa escrita, perfeita, do melhor que o Zé nos ofereceu!
O Zé Barroso é um preguiçoso.
A escrever tão bem, o filho da mãe, não era já para nos ter dado um romance para nos deliciar? Não quer é fazer nada é o que é...
FB
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