António
Mendes
António
Mendes nasceu no Mourelo, a 2 de maio de 1894. Era filho de António Chamiça e Joaquina
Mendes, jornaleira.
Tinha a
profissão de jornaleiro e era analfabeto quando se alistou, em 22 de fevereiro
de 1915. Fazendo parte do CEP, embarcou para França, no dia 21 de Março de 1917,
integrando a 4.ª. Companhia da 1.ª Bateria do Regimento de Infantaria 21. Era o
soldado n.º 698, com a placa de identidade n.º 44902.
Do seu
boletim individual constam as seguintes ocorrências:
a)
Punido em 18/8/1917, pelo Comandante da 4.ª Companhia, com 10 dias
de detenção, por faltar a 2 tempos de instrução e ser reincidente;
b)
Punido em 20/10/1917, por faltar à instrução e ser reincidente;
c)
Punido em 3/11/1917, com 10 dias de detenção, por ter faltado à
revista do dia 31 de Outubro;
d)
Baixa ao hospital, em 31/1/1918;
e)
Punido em 23 /2/1918, com 5 dias de prisão disciplinar, por ter
faltado à formatura para os trabalhos;
f)
Punido pelo Comandante da Brigada, em 03/03/1918, com 10 dias de
prisão disciplinar, por ter faltado aos trabalhos em 27/02;
g)
Punido pelo Comandante da Companhia, com 10 dias de detenção, em
19/04, por ter faltado à formatura para os trabalhos;
h)
Transferido por motivo disciplinar, para o Batalhão de Infantaria
22, em 23/04/1918;
i)
Baixa ao hospital, em 04/05/1918; alta em 10/5;
j)
Baixa ao hospital, em 30/06/1918; foram-lhe concedidos 30 dias de
licença para convalescer;
k)
Punido em 10/07/1918, pelo Comandante, com 15 dias de detenção por,
na formatura da 2.ª refeição, não acatar prontamente as ordens do 1.º Sargento;
l)
Punido pelo Comandante, em 02/08/1918, com 15 dias de detenção,
por, na formatura do pré, se ter ausentado do local onde se fazia a
distribuição do mesmo;
m)
Punido em 23/08/1918, com 5 dias de prisão por ter sido encontrado
na praia sem passe, em mau estado de higiene e sem grevas;
n)
Colocado no Depósito Disciplinar 1, em 06/09/1918;
o)
Punido em 18/09/1918, com 20 dias de prisão correcional, por se
ter ausentado sem licença do Depósito Disciplinar 1;
p)
Punido em 02/01/1919, pelo Comandante do Depósito Disciplinar 1,
com 20 dias de detenção, por ter sido apanhado com um pão que tinha comprado a
civis e tencionava vender aos presos do regime especial;
q)
Baixa ao hospital, em 04/02/1919; alta em 13/02;
r)
Punido com 90 dias de prisão correcional, porque, «enquanto marchava da Base para a sua
Unidade, ter exigido aos superiores que lhe arranjassem um transporte que o
conduzisse ao destino dizendo que estava muito fatigado. Como não viu
satisfeita a sua exigência começou a murmurar contra os superiores.» (Esta
punição foi anulada, por efeito do artigo 4º da Ordem de Serviço n.º 156 de 11/06/1919);
s)
Abatido ao efetivo do Depósito Disciplinar 1, em 24/5/1919,
seguindo para o P. E., a fim de ser repatriado;
t)
Regressou a Portugal, a 28 de maio de 1919.
António
Mendes faleceu em Castelo Branco, em abril de 1963. Tinha 69 anos de idade.
Maria Libânia Ferreira
Do livro "Os Combatentes de São Vicente da Beira na Grande Guerra"
Do livro "Os Combatentes de São Vicente da Beira na Grande Guerra"
3 comentários:
Este Sr. António Mendes nasceu no Mourelo 2 DE maio DE 1894???
O registo de baptismo diz que nasceu às 7 horas da noite do dia 29 de marco do corrente ano e sem pai, apenas natural de Joaquina Mendes Viúva...
Os boletins militares ficaram visíveis aquando da publicação, mas reparei agora que estavam em branco.
Repus as imagens, oxalá que fiquem.
De facto a data de 2 de maio é a de batismo e não a de nascimento. Quanto á paternidade, embora o registo de batismo diga que António Mendes é filho natural de Joaquina Mendes, o boletim militar refere que é também filho de António Chamiça. É provável que os pais tenham casado já depois do seu nascimento ou que o pai o tenha reconhecido posteriormente.
Já não tenho bem a certeza, mas por alguma pesquisa que fiz à procura da origem deste António Chamiça, ele seria de Almaceda. O nome Chamiça poderia bem ser apenas alcunha, que no registo foi aceite como apelido (na altura isso aconteceria com alguma frequência). Lembrei-me dos nossos “Chamiços” e, segundo o Manel, o pai (ou a mãe) era daqueles lados. Pode haver alguma relação…
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