quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

Albufeira de Santa Águeda

João Carvalhinho, vereador da Câmara Municipal no anterior mandato, publicou um artigo no jornal Reconquista, aquando da aprovação, pela Câmara, de um projeto de regadio para Santa Águeda.

Ele opunha-se ao projeto, caso avançasse sem que fosse construída a barragem do Barbaído, na ribeira do Tripeiro. Desta vez volta ao assunto, agora que o Governo inscreveu o projeto nas obras a realizar. E desmonta os falos argumentos da equipa que defende a nível local o avanço do regadio apenas com a água de Santa Águeda. Por ele soube que a nossa barragem do Pisco já foi desligada do sistema de abastecimento público.

A argumentação de João Carvalhinho baseia-se no quadro a seguir apresentado, que prova a descida gradual da água armazenada na barragem ao longo dos anos, consequência do aquecimento global. Caso ao regadio avance sem a barragem do Barbaído, em certos verões não haverá água suficiente para pessoas e pomares.

Concordo com ele, pois no ano de 2015 bebemos água em Castelo Branco a saber a lodo, todo o verão. Caso existisse já o regadio, as árvores teriam morrido de sede.

E já nem falo dos pesticidas e adubos, que João Carvalhinho não refere...

José Teodoro Prata

3 comentários:

José Barroso disse...

Ainda que mal pergunte:

1) - O que vão fazer à água da barragem do Pisco, para além do abastecimento público (presumo) a S. Vicente da Beira? Também irá para regadio?

2) - A ribeira do Tripeiro (que não conheço) tem água suficiente para essas andanças e, por outro lado, ela não nasce também na Gardunha (como também presumo)?

3) - Será sensato gastar água em regadio, quando falta para abastecimento público?

Agora não me ocorrem outras coisas; alguém poderá responder?

Abraço, hã!
JB

José Teodoro Prata disse...

1. Pelos vistos, a água do Pisco não está a ser utilizada para nada, além de nos abastecer. Mas no futuro pode voltar a ser.
2. A ribeira do Tripeiro é bastante caudalosa, não menos que a Ocreza. Além dos ribeiros que confluem na Partida, recebe à frente a ribeira de Almaceda. Face ao que está a acontecer no Alqueva, no Lucris (baixa de Vila Velha de Ródão, entre Monte Fidalgo e a Vila, na margem esquerda do Tejo) e na campina de Idanha, em que o Estado gastou milhões a construir barragens, para agora fornecerem água a empresas multinacionais para fazerem culturas intensivas de regadio que podiam ser de sequeiro, altamente predadoras do meio ambiente, tenho muitas reservas sobre a necessidade desta barragem e do projeto de regadio para a zona da Marateca (C. Branco e Fundão).
3. De facto, é inacreditável que todos os partidos políticos tenham cavalgado esta onda, a nível local, quando se sabe por experiência que a água chegará nuns anos, mas não noutros e ainda por cima num cenário futuro de desertificação.

M. L. Ferreira disse...

Os principais responsáveis por estes problemas somos todos nós, que, alterando os estilos de vida, principalmente os hábitos alimentares (consumo exagerado de carne e de frutas e legumes fora da época habitual de produção, entre outras coisas), provocámos grandes desequilíbrios na natureza, levando, quase, à sua exaustão.
Andamos nós a preocupar-nos em poupar alguns litros nas nossas casas, quando, segundo alguns pareceres, o consumo doméstico é uma percentagem quase insignificante nos gastos de água, sendo os regadios e as fábricas os maiores consumidores