O castanheiro que deu estas castanhas é muito jovem, mas já tem uma longa história.
Plantei-o enxertado, mas secou, numa das muitas ondas de calor do verão que me foram secando todos os castanheiros que comprei enxertados.
Mas depois rebentou na parte do porta-enxerto, isto é, no bravo. No passado, estes castanheiros eram chamados reboleiros, talvez por darem castanhas reboludas.
Entretanto, veio o fogo, já recuperou e deu este ano uma boa mão-cheia de castanhas. Deixam uma sensação de farinha na boca, mas são bem boas!
A Libânia e o Zé Barroso falavam há dias em ir aos míscaros. Ainda não os encontrei, nem tortulhos, mas já há destes vermelhos, no meio dos matos, em zona ardida em 2017.
Eu só comi míscaros, tortulhos e daqueles grandes castanhos. Mas há conhecedores que comem uma grande quantidade deles. Este será venenoso...
José Teodoro Prata
4 comentários:
Abençoado Ribeiro Dom Bento onde, parece que tudo o que é árvore de fruto se dá!
Sobre enxertias, pelos vistos não servirão apenas para produzir a qualidade de frutos que se pretende. A propósito da produção caseira de abacates, vi um vídeo há dias em que mostravam como, a partir de um caroço germinado, se poderia obter frutos ao fim de pouco mais de um ano caso se enxertasse a planta, ainda muito jovem, com um pedaço de uma planta adulta. Será assim? Estou tentada a experimentar.
Sobre cogumelos selvagens, só comi ainda os nossos tão saudosos míscaros, e a vontade que tenho de ir a eles é quase só por nostalgia: o ritual de irmos pelos pinhais fora com as nossa mães, vizinhas ou amigas, a alegria de os descobrirmos por baixo de um montinho de caruma que se levantava um pouco mais que a outra, o regresso a casa com uma cesta cheia deles (quando era...) e comê-los guisados com batatas ou arroz, como se fosse carne. Faz parte das nossas memórias mais antigas, e é disso que tenho saudades. Pode ser que comecem agora a aparecer. Se oa encontrar, dou notícias...
Já enxertei abacateiro nascido de semente com garfo de abacateiro enxertado, mas não pegou.
Mas, tendo água e espaço (o abacateiro fica enorme), vale a pena gastar cerca de 18 euros num abacateiro enxertado. Plantei um e ao 3.º ano (este) deu 20 abacates!
Sai literatura, meus queridos, que eu aqui não tenho pinhal meu à mão (na verdade, nem aqui, nem em sítio nenhum).
Tenho andado a tentar lembrar-me onde li, mas vem-me o episódio à cabeça com alguma frequência. A tese primária é que os Franceses são perdidos por cogumelos; o episódio: uma saída de três ou quatro (amigos?) para o campo à procura deles, um cesto cheio, a seguir é a procura desalmada de quem os possa frigir - no primeiro sítio onde entram, não os quiseram cozinhar, dizendo que eram venenosos, e no segundo o dono tentou empenhadamente dissuadi-los, por suspeitar do mesmo. Mas eles estavam dispostos a virar céu e terra pelo prazer que já sentiam antecipando o momento em que comessem o manjar. Tanto insistiram, que venceram toda a resistência. Morreram todos neste segundo lugar - envenenados.
...
Seguros, seguros, no preconceito de quem isto escreve, fora os de aviário, só os amarelinhos. Ponto.
E, a propósito, se alguém leu noutro sítio a história supra, faça favor de se declarar e dizer onde.
JMT
Peca por tardio este comentário. Por vir a destempo e praticamente já ninguém irá lê-lo, será curto.
Sim, as reboleiras eram as castanhas bravas por serem mais redondas. Quando não havia outras também se comiam. Mas podem sempre enxertar-se os castanheiros com uma boa variedade. Vale a pena, porque a castanha está cara, embora Portugal seja dos maiores produtores mundiais (acho que é logo a seguir à Argentina, que é o primeiro, se é que ouvi bem).
Relativamente ao cogumelos, só como os amarelos (míscaros), mas cuidado porque há cores parecidas! Quanto aos outros que na Vila dizem "carcomêlos" (corruptela de cogumelos) para distinguir dos míscaros e que são maiores e nascem por baixo dos sobreiros e carvalhos, esses não lhe toco porque já não tenho a certeza quais são. Mas eles eram bons!
Há muitos comestíveis, mas também há muitos venenosos. As amanitas que às vezes são tão belas, são quase todas venenosas! É preciso certeza científica (laboratorial) e ainda assim, já se vê, terão que ser gostosos.
Tenho-me apercebido que as histórias que se contam quase todos os anos nos jornais sobre intoxicações com cogumelos, acontecem sempre com pessoas das aldeias das quais se diz: "Elas conheciam muito bem os cogumelos!" Pois...
Quem devia perceber muito do assunto, mesmo sem laboratórios modernos, era a famosa Locusta.
Abraços, hã!
JB
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